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3.31.2010

Dicas para reter talentos

24 de março de 2010
É fundamental para o sucesso de uma empresa atrair e reter talentos, porém enganam-se os que acreditam que manter talentos tem a ver somente com altos salários. Como se diz no meio acadêmico, reter talentos é quase uma arte, pois envolve ações que vão muito além do pagamento do final do mês.

"A melhor forma de manter as estrelas da sua equipe é conhecê-las melhor do que elas mesmas" afirmam os psicólogos Timothy Butler e James Waldroop, diretores do Programa de Desenvolvimento de Carreira do MBA da Harvard Business School.

A solução para reter talentos consiste em transformar a organização inteira para criar um ambiente em que as pessoas queiram entrar e permanecer.

Fatores primordiais para a criação desse ambiente.

Adequação ao cargo: A empresa deve contratar aquele profissional que além de possuir o perfil da vaga, possui também características que vão ao encontro da cultura e valores da empresa. Ao contratar o profissional certo, a empresa propiciará um conjunto de atividades, ambiente de trabalho e tarefas coerentes com as aptidões e as características básicas da personalidade desse profissional. Esse é o primeiro passo para o sucesso entre a parceria empresa x profissional.

Reconhecimento material: Recompensas materiais como o dinheiro, por exemplo, proporcionam às pessoas tanto a capacidade básica de sobreviver, como de enriquecer. Talvez, o único motivador óbvio para se trabalhar seja o dinheiro, pois é uma das maiores compensações do profissional. Por outro lado, se o indivíduo não é apto a fazer as tarefas de sua função, os reforços materiais (inclusive o dinheiro) nunca serão inteiramente satisfatórios, por maiores que sejam.

Reconhecimento social: Se alguém reconhece o nosso valor, esse valor deve ser real. Em qualquer ocupação, todos anseiam pelo reconhecimento de valor e pela contribuição dada, não há nada como "um tapinha" nas costas vindo de alguém respeitado, uma promoção, um reconhecimento público ou um prêmio por algo realizado. É bom fazer aquilo que se gosta e é melhor ainda se alguém percebe e somos respeitados por isso.

Perspectivas de crescimento: Além dos reforços de atividade que nos permitem fazer o que desejamos (ao menos, na maioria das vezes), dos reforços materiais (como dinheiro) que nos sustentam e dos reforços sociais que nos alimentam e nos fazem sentir melhor sobre nossa identidade, todos temos a necessidade – mesmo os pessimistas – de acreditar, desejar e esperar que o futuro seja melhor do que o presente e que podemos ter mais, mesmo se o que já temos é bom.

Não será uma combinação perfeita entre candidato e função se todos os reforços motivadores não estiverem funcionando juntos. Portanto, aqui está a boa notícia tanto para indivíduos talentosos que precisam de funções gratificantes quanto para as organizações com a necessidade contínua de reter talentos: a combinação realmente satisfatória entre candidato e função, para ambas as partes, é aquela em que indivíduos fazem o que são mais aptos para fazer, aquela em que há reconhecimento e status para as contribuições feitas e aquela em que há um investimento mútuo de reter, desenvolver e promover os talentos.
Estrangeiros no Brasil*

O americano Tyler Mecham, de 30 anos, está morando no Brasil há um ano. Ele deixou sua cidade natal, Phoenix, no estado americano do Arizona, e veio para São Paulo cursar MBA na Fundação Instituto de Administração (FIA), na primeira turma em inglês criada pela escola. Agora, Tyler está em fase de contratação por uma multinacional com sede na capital paulista. (...) ”Fui escolhido por conhecer outra cultura e falar inglês fluentemente, além da minha experiência na área financeira”, diz Tyler.

O americano e seus colegas de classe fazem parte de um grupo de jovens profissionais estrangeiros que vem mostrando interesse crescente em fazer carreira no Brasil, um movimento que se intensificou no último ano, com a crise de emprego na Europa e nos Estados Unidos. (...)

O processo de contratação de estrangeiros leva entre um e dois meses. “É relativamente simples, mas é a empresa brasileira que precisa se responsabilizar pelo visto”, diz o advogado Renê Ramos, sócio da Emdoc, que presta serviço para quem vai contratar estrangeiros. “De julho de 2009 para cá os pedidos de visto de trabalho só aumentaram”, diz Renê.

A vinda e a contratação de estrangeiros por empresas com sede no Brasil devem ficar cada vez mais comuns, considerando que o país começa a se aproximar das grandes economias mundiais. Cidades como Londres ou Nova York experimentam isso há anos. Mas esse é também um dos aspectos da falta de profissionais no mercado local. (...)

“Os latinos serão os primeiros a vir: portugueses, italianos e espanhóis, que estão com um grande problema de falta de emprego em seu país”, diz César, [consultor de gestão de recursos humanos César Souza, da Empreenda, de São Paulo]. Nos últimos meses, Newton Campos, presidente da associação de ex-alunos do Instituto da Empresa, o IE, na Espanha, uma das principais escolas de negócios da Europa, viu mais que triplicar a procura de ex-alunos por um emprego no Brasil. (...)

Na Esade, outra escola de negócios da Espanha, a área de serviços de carreira tinha, até um ano atrás, em média três solicitações de apoio para trabalhar no Brasil por ano. Em 2009, foram 12. O italiano Ulrico Talamanca, de 30 anos, é um dos alunos do IE interessados nas possibilidades brasileiras. Chegou ao Brasil em janeiro deste ano disposto a aprender português — ele já fala inglês, alemão e espanhol — e usar sua experiência de cinco anos em banco de investimento na Itália e nos Estados Unidos para conseguir um emprego no país.

“A economia na Europa está parada e a América do Sul é um lugar mais próximo em termos culturais”, diz Ulrico. (...)

A vinda de executivos estrangeiros pode aumentar a concorrência em algumas áreas, mas a convivência com profissionais de outros países deve beneficiar as empresas e enriquecer as equipes de trabalho locais. (...) De fato, os estrangeiros trazem na bagagem uma experiência diferenciada. Até por isso, a competição no mercado de trabalho vai ficar mais árdua.

Fonte: Revista Você S/A - Edição 140 - Fevereiro/2010

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