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5.20.2010

LEI SECA: ÁlCOOL E DIREÇÃO

Blitz da Lei Seca agora é rotativa
Para coibir a combinação entre álcool e direção, fiscalização no trânsito do Rio passa a usar ‘espiões’ e acompanhar o Twitter. Ao identificar desvios de rota de motoristas infratores, agentes se deslocam para outros pontos próximos
POR MAHOMED SAIGG
Rio - Aonde o motorista alcoolizado vai, a blitz vai atrás. Para combater a conduta de quem insiste em misturar álcool com direção e recorre a avisos na Internet ou de amigos para driblar a fiscalização, as operações da Lei Seca são agora volantes.
Ao perceber rota de fuga de infratores, os fiscais também se deslocam. O objetivo é fechar o cerco contra a impunidade.
Nessa nova modalidade de blitz rotativa, que já começou, duas armas entram em ação a serviço da segurança no trânsito.
Uma delas são os ‘olheiros’ da Lei Seca, espécie de agentes ‘espiões’ que, localizados em pontos estratégicos, alertam os fiscais que estão na blitz sobre desvios de trajeto praticados por motoristas. “São pessoas nossas que ficam nos dando informações a cada momento para a gente poder fazer essa mobilização”, conta o porta-voz das operações Lei Seca, Carlos Alberto Lopes.
Outra ferramenta para tornar as ações mais eficientes é o acompanhamento on-line do Twitter da Lei Seca, microblog na Internet que avisa condutores sobre a localização dos fiscais e é apontado como inimigo número um das operações.
Quando uma blitz é ‘denunciada’ pelo Twitter na Internet, os agentes são informados e mudam de pista.
Em qualquer caso, a ideia é que a equipe em ação nas fiscalizações que estiverem sendo evitadas por possíveis infratores se desloque imediatamente para outro ponto próximo: em outra via ou no sentido contrário da mesma avenida. Os balões que identificam a operação não são necessariamente transferidos, já que a blitz pode, mais tarde, voltar para o ponto de origem.
“A Lei Seca hoje é referência nacional e internacional. Foi aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e 97% da população do Rio aprovam a ação.
Esse pessoal (do Twitter da Lei Seca) está brincando com coisa séria. Enquanto estamos trabalhando e, em 13 meses, salvamos 5.037 vidas (número de mortes a menos do que no mesmo período do ano anterior), eles ficam fazendo brincadeira com o Twitter”, critica Carlos Alberto Lopes.Fuga após avistar balões
Segundo Carlos Alberto Lopes, a ideia da rotatividade das operações surgiu porque em determinados locais, como Barra da Tijuca e Lapa, onde se concentram motoristas jovens, notou-se que eles fugiam das operações, usando caminhos alternativos. “De longe, avistavam nossos balões. Então, resolvemos fazer esta experiência para conter a evasão. Estamos atentos a toda tentativa de frustrar nosso trabalho”, avisa Lopes.

Lei Seca pode punir sem teste, diz STJ
Avaliação visual do estado de embriaguez feita pelo policial passará a contar
Rio - A Justiça voltou a afirmar que a análise clínica pode ser suficiente para punir um motorista embriagado. A 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça manteve ação penal contra acusado que apresentava sinais claros de alcoolemia e foi pego na Lei Seca no Mato Grosso. Não havia bafômetro. Hoje, as operações no Estado do Rio completam um ano. Haverá missa na Candelária às 12h.
No entendimento do STJ, o teste do bafômetro e até mesmo o exame de sangue não são a única forma de constatar se o motorista está bêbado. A autoridade policial tem autonomia para relatar embriaguez.
A decisão pode fechar brecha da Lei Seca: até então, o motorista que se nega a soprar o bafômetro — alegando não produzir prova contra si — ‘escapa’ das punições mais severas. Mas se for notada a embriaguez, a partir do exame visual, o flagrado ficará a pé, pagará R$ 957,70 de multa e perderá sete pontos — e também pode ser preso. Hoje, vai para cadeia o condutor com mais de 0,30 mg de álcool por litro de ar.
AULAS NOTURNAS
Em 60 dias, será obrigatório fazer aulas noturnas para tirar a habilitação. A nova regra foi publicada ontem no Diário Oficial da União. A carga horária mínima ainda será fixada. Hoje, os alunos de autoescola têm de comprovar o aprendizado em pelo menos 20 horas práticas. A novidade é para treinar os futuros condutores em situações diversas na rua.
O Dia

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