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6.07.2010

Metformina para perder peso. (Desvio de uso)

 Estudo garante: quem toma metformina vive mais
 
 Diabeticool
De acordo com recente pesquisa britânica, tanto diabéticos quanto não-diabéticos se beneficiam ao usar o popular medicamento para controle da glicemia.
Quando pesquisadores da Universidade de Cardiff, na Inglaterra, resolveram estudar se havia diferenças entre as taxas de mortalidade de diabéticos usuários de metformina e de sulfoniluréias, eles nunca imaginaram descobrir que um dos mais populares antidiabéticos parece ser uma espécie de “elixir da vida longa” – inclusive para quem não está com a doença.
O estudo, publicado na última edição da revista científica Diabetes, Obesity & Metabolism, analisou dados de saúde de mais de 180 mil britânicos, adquiridos de bancos de dados médicos no país. Destes, 90 mil eram diabéticos que utilizam ou metformina ou sulfoniluréias para controlar a glicemia. Os outros 90 mil eram pessoas não-diabéticas, porém com aspectos físicos e de saúde (como sexo, idade, ser ou não fumante etc) muito similares ao do grupo dos diabéticos.

JOGO RÁPIDO
Metformina – medicamento que ajuda a baixar a glicemia ao diminuir a produção de glicose no fígado e aumentar a sensibilidade das células à ação da insulina.
Sulfoniluréias – medicamentos que estimulam a produção de insulina pelas células-beta do pâncreas.
Saiba mais em: Como Funcionam os Medicamentos para Diabetes?

Os autores do trabalho acreditavam que quem estava com diabetes teria uma sobrevida um pouco menor do que o grupo controle, conforme apontam diversas estudos em todo o mundo. Não foi isso que as análises estatísticas mostraram. Em média, usuários da metformina viveram cerca de 3 anos a mais do que o grupo controle, o que equivale a uma sobrevida de 15%.
Entre os usuários de sulfoniluréias, por outro lado, a expectativa de vida diminuiu.
“Os resultados apontam, de maneira surpreendente, que este medicamento barato e amplamente receitado [a metformina] tem efeitos benéficos não apenas para pacientes com diabetes, mas também para quem não está com a doença e, interessantemente, também para diabéticos tipo 1”, afirmou o dr. Craig Currie, autor do artigo e professor na Escola de Medicina da Universidade de Cardiff.
Segundo ele, o trabalho é um forte argumento para que a metformina se mantenha popular entre médicos na hora de receitar tratamentos para controle da glicemia a seus pacientes.

Especialistas rechaçam o uso de metformina para perder peso e explicam quais são os riscos
A ânsia por conquistar um corpo magro tem feito com que muitas pessoas recorram a remédios para diabetes, em nada indicados para o emagrecimento.

Na tentativa de eliminar os quilos extras, mulheres e homens, mesmo sem serem portadores da doença metabólica, tentam fazer das drogas a base de metformina (substância usada para controlar a insulina) uma forma arriscada e também pouco eficiente de perder peso.

O método perigoso já era usado há mais de três anos e agora pode ter ganhado um incentivo extra para continuar frequentando o “cardápio” de quem rifa a saúde em prol da boa forma.

A metformina, substância presente nos principais medicamentos usados no controle do diabete tipo 2 - como Glifage, Dimefor, Glucoformin, Glucophage - não é de uso controlado e “escapa” do cerco fechado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) contra as medicações comprovadamente usadas para o emagrecimento. Após o País consumir 6 toneladas dessas classes de medicamentos, o governo federal passou a acompanhar mais de perto as vendas e prescrições dessas drogas, o que culminou na abertura de sindicâncias contra os profissionais. A metformina está fora deste monitoramento.

Os riscos para quem não é diabético

O problema de usar metformina para emagrecer, por quem não é diabético, é o enjôo frequente e a acidose láctea (uma fraqueza muscular intensa), alertam a Sociedade Brasileira do Diabetes (SBD), a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira de Estudo para Obesidade (Abeso) .

Para quem tem alguma disfunção renal (doença que dobrou em 10 anos) ou insuficiência respiratória, o uso pode ser fatal, alerta Amélio Godoy Matos, membro do departamento da Sbem .

“A ação (da metformina) é diminuir a resistência a insulina e não faz nenhum sentido usar para emagrecer. Isso pode trazer dois problemas sérios”, pontua Godoy Matos. “Um é acidose lática, que pode levar a morte em casos extremos. Além disso, o uso é totalmente contraindicado para quem tem diminuição da função renal, insuficiência cardíaca e qualquer infecção ou quadro de desidratação. O uso misturado ao álcool do medicamento é mais do que proibido”, completa o médico.

Saulo Cavalcanti da Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, ressalta que a medicação é excelente para o tratamento do diabetes tipo 2, “a melhor que existe”, com a vantagem de ter um preço mais acessível. “Mas a única explicação para acreditarem que este remédio pode ter influência no emagrecimento é que algumas pessoas têm náusea como efeito colateral e, por isso, não comem, o que é pouco eficiente para emagrecer.”

A vice-presidente da Abeso, Leila Araujo, acrescenta que a medicação diminui a resistência a insulina. “Os consensos todos, nacionais e internacionais, são contra o uso de metformina em indivíduos não diabéticos. É pouco eficiente para emagrecer. Quem utiliza, não conhece a medicação e nem suas indicações”.


Há uma novidade no arsenal químico contra a obesidade: a metformina, um remédio usado há mais de trinta anos no tratamento do diabetes tipo 2. Vendido sob nomes comerciais como Glifage, Dimefor e Glucoformin, o medicamento promove tanto a perda de peso quanto a redução da gordura visceral – aquela que se concentra ao redor do abdômen e que, como mostram pesquisas médicas, faz um mal danado à saúde ao multiplicar os riscos cardíacos. "É temerário prescrever a metformina apenas como remédio para emagrecer, porque ela não é recomendada para esse fim", afirma o endocrinologista Walmir Coutinho, vice-presidente da Federação Latino-Americana de Sociedades de Obesidade. Ainda que seus efeitos colaterais não sejam severos (diarréia é o mais freqüente), falta atestar sua segurança em pacientes que não têm diabetes.

A adoção da metformina nos programas de emagrecimento é reflexo das últimas pesquisas sobre os laços (bastante estreitos) entre diabetes e obesidade. "Descobriu-se que o hormônio insulina é um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento da obesidade", diz o endocrinologista Alfredo Halpern, da Universidade de São Paulo (USP). A insulina é responsável por retirar o açúcar da circulação sanguínea e jogá-lo para dentro das células, onde é transformado em energia. Nos portadores de diabetes tipo 2, porém, as células não respondem à ação do hormônio, o que exige que o pâncreas produza grandes quantidades dele. A obesidade surge como subproduto desse processo, já que, em demasia, a insulina faz com que o organismo produza mais gordura. A metformina age aumentando a sensibilidade das células a esse hormônio. Ou seja, evita seu acúmulo no sangue.

A perda de peso proporcionada pela metformina varia de 5% a 7% do peso inicial, e a redução da circunferência abdominal pode chegar a 3 centímetros (veja quadro abaixo). A metformina só funciona, contudo, quando acompanhada de uma dieta pobre em alimentos de alto índice glicêmico, como os carboidratos. Isso porque, depois de ingeridos, esses alimentos são rapidamente transformados em glicose – e, em resposta ao aumento da presença desse açúcar, o organismo produz mais insulina, o que pode neutralizar o efeito do remédio. "É preciso também praticar exercícios físicos, para que os músculos queimem o açúcar circulante no organismo", diz o endocrinologista Geraldo Medeiros, também da USP. Ou seja, a metformina, por si só, não faz milagres. Nada faz, aliás. Corra para a academia, querida.


 Para quem tem insuficiência Renal e excesso de metformina pode ser fatal...


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Não à automedicação (boaspraticasfarmaceuticas)










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