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8.18.2010

Acumulou!

Existem momentos da vida que o melhor que temos a fazer é esperá-los passar. É como enfrentar a arrebentação daquele mar agitado. Respirar fundo, trancar a respiração e mergulhar, até a próxima onda. E sempre quando achamos que estamos na zona de calmaria, vem àquela mais forte, que nos enche o nariz de água.

As coisas andam assim para o meu lado nas últimas semanas. E eu, que tenho uma saúde de ferro, comecei a bambolear com coisinhas bobas. Primeiro uma mega gripe que durou mais de duas semanas e agora uma série de ondinhas que me deixaram com água nas máquinas.

Sei que tudo tem um fundo emocional, e que muito disso se resolveria com um “pit stop” no box. Mas como o trem não tem parada prevista, o negócio é seguir nos trilhos. Amanhã tenho um evento de trabalho super importante. Daí na noite passada tive uma mega crise de cistite. Foi daquelas de chorar que nem criança. O Nauro saiu pra farmácia de noite e eu fiquei chorando, sentada no banheiro. A Sofia, que é uma figurinha, me disse com o seu ar de sabedoria:

- Mamãe, eu quero te dizer só uma coisa: eu tenho cinco anos, eu sou uma criança, eu não sei dirigir, e não sei como te ajudar. Dá pra parar de chorar?

Com aquela eu tive até que rir. Depois da crise, amainada com um remédio milagroso, veio a segunda parte do drama pré-evento. Esta, mais calma, é na verdade constrangedora. Eu falo daquela situação em que não conseguimos parar de ir ao banheiro, mas não por cistite. Fui clara? Gostaria de poupar os leitores de um desenho, já que se trata de algo que todos passamos um dia, mas preferimos esquecer.

Bom, o resumo da ópera é que escrevo deitada na cama, tomando coca-cola para não desidratar e rezando para que em 24 horas eu possa estar linda e loura, de posse das minhas condições físicas e mentais novamente.

É óbvio que não comentar sobre o frio polar que nos assola aqui no extremo sul do mundo. Vou subtrair na intenção de que meus pensamentos só sigam a rota nordeste desse país que dizem ser tropical.

Ainda não desisti da mega-sena. O roteiro pelo nordeste está detalhado na minha mente, a cada vez que coloco o nariz para fora da porta. Tenho certeza que seria o remédio perfeito para esse acúmulo de afazeres, dores e mal-humores que me vejo cercada. E quero aproveitar para lembrar aos amigos-leitores que escreveram dizendo que também estarei na lista deles, que não deixem de jogar.

Ah eu vi que acumulou!!!

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