Sensação desagradável, a dor é produzida pela excitação de terminações nervosas sensíveis aos estímulos dolorosos. Atuando como alarme de alguma doença ou traumatismo, suas causas são as mais variadas: existe a dor de cabeça, ouvido, garganta, barriga, resultado das picadas de vacinas, entre tantas outras. Nas crianças pequenas, a situação que envolve a dor pede atenção especial dos pais.
A partir dos três anos de vida, por exemplo, as crianças são capazes de apontar com precisão a parte do corpo que está doendo, mas, dependendo da situação, podem omitir o que estão sentindo. Isso pode acontecer por diversas razões, entre elas: para evitar receber uma injeção; por ter se acostumado a uma dor, passando a considerá-la uma sensação normal; por acreditar que os adultos sabem exatamente o que elas estão sentindo, o que as faz pensar que é desnecessário falar no assunto.
Além de omitir uma sensação de dor, a criança também pode não refletir com exatidão a sua intensidade. Quer dizer, ela pode estar sentindo muito mais dor do que realmente demonstra. Tudo isso porque a reação depende diretamente do nível de desenvolvimento, habilidade e temperamento da criança.
Sinais indicativos
Existem algumas maneiras de identificar se as crianças estão com dor. A primeira é comunicar-se com elas de um jeito mais fácil. Uma criança pequena, dependendo da idade, pode não entender muito bem o que a palavra "dor" representa. Por isso, os adultos devem buscar outras questões que a ajudem a se expressar. Assim, devem fazer perguntas com palavras mais próximas do universo infantil: "Alguma coisa está ruim?", "Tem alguma coisa machucando?", "Você está se sentido bem?", "Está tudo legal?", entre outras.
Um outro jeito de constatar se a criança está com dor é observar atentamente sua expressão facial. Quando não estamos muito bem, acabamos deixando isso transparecer no rosto, o que pode ser mais facilmente identificado pelos pais, já que convivem bastante com os filhos.
Mudanças de atitude também são sinais importantes: crianças pequenas podem chorar, se contorcer, segurar e esfregar o lugar que está dolorido; podem ficar sonolentas ou sem apetite. É preciso ficar de olho nessas alterações de comportamento.
Sinais físicos também podem ser observados: frequência cardíaca elevada, sudorese, pupilas dilatadas e pressão aumentada são condições que ajudam o médico a avaliar situações de dor.
Como lidar com a dor da criança pequena?
Antes de tudo, os pais nunca devem mentir à criança sobre a dor causada por injeções ou coleta de sangue; ela pode perder a confiança e ficar mais amedrontada em outras ocasiões.
Em situações em que a dor foi identificada e é passageira - a criança caiu e bateu o joelho de leve, por exemplo -, acredite em sua dor e tente distrai-la enquanto acontecem os cuidados adequados, o que pode incluir limpeza e assepsia do local e uso de analgésico, como o paracetamol, prescrito pelo pediatra.
E, caso os pais desconfiem que o filho está sentindo dor, mas não sabem como agir pois não identificam exatamente onde ela está, devem consultar o pediatra. Ele é, sem dúvida, a pessoa mais recomendada para analisar o caso e ministrar o devido tratamento.
Revisado por Dra. Renata Dejtiar Waksman, Médica pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein, Doutora em Pediatria pela FMUSP, Presidente do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
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