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10.24.2010

Crianças que amam estudar: seu filho é uma delas?

Especialistas dão orientações aos pais sobre como fazer do aprendizado um grande prazer para os pequenos

Rio - Imagine um mundo onde seu filho chega da escola, toma banho, almoça e, em vez de ligar a televisão, vai direto fazer os deveres de casa. Tudo isso sem você precisar mandar. Em algumas famílias, isso não é um sonho — faz parte do dia a dia. 

Mas, calma. Antes de sair por aí se perguntando por que isso não acontece na sua casa, saiba que há esperanças. Sim, é possível fazer parte do grupo de pais e mães que não berram, suam e se descabelam para que seus filhos estudem. 
Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia
Luca, 7, e Pedro, 8: jaleco e olhos atentos para a feira de Ciência e Tecnologia, no Aterro do Flamengo | Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia
Segundo a psicóloga Tatiana Sessa, que lançou o livro ‘E agora? Meu filho não gosta de estudar!’, a desmotivação para os estudos pode acontecer por diversas causas, entre elas até traumas.

“Pode ser alguma violência psicológica que a criança sofreu, diminuindo a autoestima e fazendo com que ela se sinta incapaz. As crianças não nascem desmotivadas. O ser humano é um explorador inato. Se os pais refletirem um pouco, descobrirão que o filho se interessa por algo profundamente”, afirma.

Tatiana ressalta que não é obrigatório que os pais estudem com os filhos, a não ser que eles peçam. E em hipótese alguma deve-se corrigir o dever de casa dos pequenos: isso atrapalha o nivelamento da criança na escola.

“O professor precisa ter um termômetro sobre o que a criança sabe, no que ela tem dificuldades. Se ele recebe um dever ‘maquiado’, isso atrapalha o aprendizado. Os pais devem saber a diferença entre apoiar os filhos e protegê-los”, explica.

A pequena Lívia Ribeiro Silvério, 7 anos, é a típica menina estudiosa. Independente, não gosta que a mãe, a funcionária pública Cláudia Ribeiro, fique ao seu lado enquanto estuda.

“Gosto de estudar sozinha. Quero aprender muito para ser cantora e professora”, conta Lívia, ressaltando que suas matérias favoritas são o Inglês, que aprende na escola, e Matemática.

“A Lívia é um exemplo para a família e para as coleguinhas da escola. Além de ser participativa, tira notas boas e até já passou de ano”, orgulha-se a mãe. Segundo Cláudia, o que não falta em sua casa é diálogo, principalmente sobre a importância do aprendizado. “Sem estudo, a vida é difícil. Minha filha sabe disso”, conclui.

Cuidado para não ligar estudo a castigo 

“Está de castigo! Vai estudar!”. Mais do que uma ordem, a frase, segundo Tatiana Sessa, é um dos erros mais graves que os pais podem cometer na educação das crianças.

“Quando eles dizem isso, estão afirmando que estudar é um fardo, consequência de algo errado que a criança fez. Como se estudar fosse uma punição. Isso não é verdade”, afirma a especialista.

Segundo Sessa, outro erro comum é impor um horário fixo para os estudos.

“Os pais determinam um horário e querem que o filho cumpra. Às vezes, naquele horário, a criança tem uma outra motivação, como assistir o desenho favorito que está passando na televisão. Nesse caso, perde-se a qualidade dos estudos”, diz, ressaltando que os pais devem ensinar aos filhos a importância do aprendizado.

“Os pais devem animar os filhos, desde bebês, para o prazer de entender o mundo à sua volta. As crianças são curiosas por natureza, já nascem assim. Cabe aos pais motivá-las”, ressalta.

O que não faltou foi exemplo para os amigos Pedro Campelo do Rego, 8 anos, e Luca Novello Moreira, 7. Amigos desde que nasceram, ambos têm um desejo em comum: tornarem-se cientistas.

“Eu estudo mais de uma hora por dia”, conta Luca. “Gosto de Ciências e Matemática”, diz, com seriedade. Pedro não fica para trás. “Estudo meia hora por dia, não é necessário que minha mãe me peça. Só de vez em quando”, entrega.

Dicas valiosas para seu filho gostar de estudar

PASSEIOS
Desperte a curiosidade de seu filho. Leve-o para passeios pedagógicos, como museus, zoológico ou Jardim Botânico. Descubra pelo que ele se interessa e, durante a atividade, converse com ele, ouvindo o que ele tem a dizer.

EXCLUSIVIDADE
Priorize a qualidade do tempo que você passa com suas crianças. Dê atenção total quando estiver com elas. Não custa, por exemplo, desligar o seu celular de vez em quando.

DIÁLOGO
Pai e mãe têm mania de chamar o filho para conversar, mas, na hora H, fazem um verdadeiro monólogo. Deixe seu filho se expressar e valorize o que ele diz.

RESPONSABILIDADE

Ofereça ao seu filho “pequenas responsabilidades”, como recolher objetos espalhados pela casa e preparar a mesa para o café. Isso ajuda a desenvolver disciplina e evita a preguiça juvenil.

ESCOLA
Não critique os professores na frente do seu filho. Caso deseje contestar, faça isso diretamente na escola.

PREFERÊNCIAS
Saiba quais são os gostos do seu filho: cor, banda, artistas e programa de TV preferidos etc. Conhecendo sua criança, é mais fácil dialogar e sugerir novas táticas de estudo.

AGENDA
Pergunte para o seu filho qual horário a atividade cerebral dele está a todo vapor e quantas horas ele pode se comprometer.
O Museu Nacional funciona de terça-feira a domingo, de 10h às 16h. O ingresso custa R$ 3,00. A entrada é gratuita para crianças menores de 5 anos, adultos maiores de 60 e deficientes físicos. Mais informações no site http://www.museunacional.ufrj.br/.

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