BULLYING

ATENÇÃO DOS PAIS É FUNDAMENTAL

 

Vídeo com menino australiano faz com que todos repensem sobre o assunto.

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Casey Heynes, australiano de 13 anos e 75 quilos, sempre sofreu bullying. O motivo, geralmente, era seu peso. Casey ficou famoso depois que um vídeo feito no pátio de seu colégio, no qual ele aparece apanhando de seus colegas, foi divulgado.
O vídeo trouxe novamente à tona a discussão sobre bullying. Após levar cinco socos sem revidar, o estudante da escola fundamental reage levantando seu agressor e jogando-o no chão violentamente. O menino, visivelmente atordoado, levanta mancando e rindo.
O vídeo foi postado na internet e, em poucas horas, alcançou um número surpreendente de visualizações. Semana passada, o australiano deu uma entrevista a um canal de tv, dizendo que foram anos de provocações e que já havia, inclusive, pensando em se suicidar diversas vezes. Sua família, emocionada, contou que não sabia o que o filho passava na escola.
Bullying é traduzido do inglês como intimidação, é um comportamento agressivo e anti-social dos alunos sem uma motivação aparente. Os motivos para a prática desta agressão são diversos, como problemas com a família, ausência de afeto e de limites, traumas a que a criança foi exposta, entre outros.
Para a psicóloga Mariana Plaisant, a criança que sofre esta agressão geralmente é tímida, por conta disso pode ter uma personalidade submissa, o que facilita os agressores. Apesar de ser um grande trauma, não necessariamente as vítimas se tornarão adultos agressivos: “o amadurecimento e a personalidade é que vão determinar isto”.
No âmbito pedagógico, a coerção social é extremamente prejudicial, uma vez que a criança não quer mais ir à escola e evita qualquer tipo de atividade social ligada à instituição, diminuindo seu rendimento escolar e até reprovando em muitos casos.
As consequências podem atingir diversas esferas, como o processo de socialização, o de educação e prejudicar a saúde das vítimas, desencadeando sintomas físicos e doenças de fundo emocional, como fobias.
Segundo a professora do ensino médio e fundamental Rafaela Mateus, o bullying acontece em todos os anos da escola: “Acho que essa é uma prática que ocorre em todas as séries escolares, a diferença está em relação à proporção dos atos e suas repetições. Quando isto ocorre nas séries primárias e nenhum tipo de trabalho é desenvolvido dentro da escola, para uma conscientização dos alunos, essas práticas se tornam decorrentes e de maior grau de violência quando eles ficam mais velhos”.
O esporte também pode fazer parte desse trabalho de educação inclusiva. O professor de Educação física João Lucas Rosa, acredita que uma vez que a atividade esportiva une os alunos a um mesmo objetivo, o que faz com que estes sintam que pertencem a um grupo.
A psicóloga Madellon Caviagas explica que o agressor de alguma forma está acostumado a abusar do poder que acredita ter sobre os demais, o que não deixa de ser uma forma de tentar se afirmar perante os pais, a sociedade e o grupo. Já a criança que apanhou, apesar de nesse caso ter capacidade física de revidar em maior vantagem, tem a auto-estima baixa, logo, quando sofre o bullying sente que está fazendo parte de um todo.
Para os pais, o conselho é ficar atento a qualquer reação incomum do adolescente, nem sempre se sabe o que acontece na escola, muitas vezes nem mesmo os funcionários sabem o que está ocorrendo, a atenção e primordial.