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6.06.2011

Antimatéria é 'armazenada' em laboratório pela primeira vez

Átomos de anti-hidrogênio foram capturados durante 170 milissegundos.
Experimento foi realizado no Centro Europeu de Pesquisas Nucleares.

Cientistas do experimento Alpha, desenvolvido pelo Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em inglês), conseguiram capturar pela primeira vez 38 átomos de anti-hidrogênio, a antimatéria equivalente ao hidrogênio convencional. O material foi armazenado por apenas 170 milissegundos - aproximadamente um sexto de segundo. A informação está no site da revista científica Nature (em inglês).
Os átomos de anti-hidrogênio foram produzidos no vácuo, mas cercados por matéria comum. Ao entrar em contato, antimatéria e matéria se anulam, com as antipartículas sendo desintegradas.
Agora os físicos do Cern desenvolveram uma armadilha magnética para "segurar" a antimatéria por um tempo ínfimo, mas suficiente para que os especialistas pudessem estudá-la. O objetivo é saber se as antipartículas são suscetíveis às mesmas forças eletromagnéticas que influenciam partículas comuns como prótons e elétrons.
Antihidrogênio 1Equipamento usado para capturar átomos de anti-hidrogênio. (Foto: Niels Madsen / ALPHA / Swansea)
A antimatéria é um dos principais mistérios da ciência. É idêntica à matéria comum, mas as partículas que a compõem têm cargas elétricas opostas. Como exemplo, a antipartícula equivalente ao elétron é o pósitron, que tem carga positiva.
O anti-hidrogênio é formado por um antipróton, com carga negativa, e um pósitron. Já havia sido criado artificialmente em 1995 no Cern, porém os estudiosos nunca conseguiram deter os átomos por muito tempo. Ao entrarem em contato com a matéria comum, acabam gerando radiação ou se transformando em outras partículas.
Técnicas de criação de anti-hidrogênio - outra foi desenvolvida em outro experimento do Cern chamado Asacusa - servem aos cientistas para testar o que é previsto pelo modelo padrão de partículas elementares.

Cientistas mantêm antimatéria por tempo recorde na Suíça

Pesquisadores do Cern estudaram cerca de 300 antiátomos de hidrogênio.
Produzida em laboratório, antimatéria durou 16 minutos.

O Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês) anunciou neste domingo em Genebra que cientistas do grupo conseguiram pela primeira vez obter átomos de antimatéria durante mais de 16 minutos, um tempo suficiente para começar a estudar suas propriedades em detalhe.
"Conseguimos manter os átomos de anti-hidrogênio durante mil segundos. Isso é suficiente para poder começar a estudá-los, mesmo com a pequena quantidade deles que conseguimos captar até agora", disse o porta-voz do chamado experimento Alpha, Jeffrey Hangst, vinculado ao Cern.
O objetivo de produzir átomos de antimatéria é estudar por que a natureza se formou pela matéria. Durante o Big Bang – fenômeno que deu início ao universo –, a matéria e a antimatéria existiam em quantidades iguais.
A antimatéria, uma espécie de "espelho" da matéria, representa uma das grandes incógnitas do universo. Atualmente, ela parece ter desaparecido, e um dos desafios dos cientistas é conseguir entender o que ocorreu há 14 bilhões de anos, no momento da criação do universo.
A matéria e a antimatéria são idênticas, mas com cargas elétricas opostas, e se aniquilam quando entram em contato.
Segundo o Cern informou, os cientistas conseguiram estudar cerca de 300 antiátomos obtidos. A pesquisa permitirá comparar com precisão o átomo de anti-hidrogênio com o de hidrogênio e verificar as diferenças entre eles.
Além disso, os antiátomos produzidos poderão fornecer novos dados para medir a influência da gravidade na antimatéria.
Outra das consequências de capturar antiátomos durante um período longo de tempo é que o experimento Alpha poderá realizar com precisão as medidas necessárias para estudar simetrias, que na física descrevem como se desenvolvem os processos sob certas transformações.
Tudo isso permitirá que, no final do ano, se possa começar a fazer medições na antimatéria capturada, "de modo que se poderá, pela primeira vez, olhar dentro da estrutura do anti-hidrogênio, que é o elemento número 1 da tabela antiperiódica"
EFE
G1.com

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