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6.06.2011

Tratamentos psiquiátricos desnecessários em crianças


Levantamento indica excesso de diagnóstico de transtorno de atenção e hiperatividade

Rio - Cerca de 73% das crianças submetidas a tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) não têm a doença. Estudo de instituições brasileiras e o Albert Einstein College of Medicine, dos Estados Unidos, mostrou ainda que, das quase seis mil crianças e adolescentes de 6 a 18 anos avaliadas em 18 estados brasileiros, apenas 4,4% tinham a doença. Mas 7,7% dos pais tenham afirmado que o filho tinha o diagnóstico.


Segundo o diretor do Instituto Glia de Pesquisa em Neurociência, Marco Arruda, que participou do estado, a pesquisa constatou que nas classes A e B há excesso de diagnósticos errados. A consequência, explica, são muitos tratamentos sem necessidade.


Já na população pobre acontece o contrário. “Apenas 12% das crianças das classes D e E que sofrem o transtorno têm tratamento. Dessas, 60% das que têm a doença, segundo questionário aplicado, nunca foram diagnosticadas”, afirma Marco Arruda.


Dificuldade


O chefe da psiquiatria da infância e da adolescência da Santa Casa de Misericórdia no Rio de Janeiro, Fábio Barbirato, debita o excesso de diganóstico à dificuldade do diagnóstico. Ele explica que o procedimento é clínico.


Como não há exame laboratorial para identificar a doença, ele destaca a necessidade de profissionais especializados e qualificados para dar o diagnóstico preciso. “Impaciência e distração, por exemplo, são sintomas que podem ser vistos em outras situações e podem causar confusão”.


Fábio Barbirato conta que o TDAH deve ser descartado se for constatado qualquer outro transtorno que cause hiperatividade e desatenção. Ele cita como exemplos a depressão e ansiedade.


Por isso, especialistas afirmam que é preciso preparar pais e professores para identificar problemas de saúde mental infantil. “Eles devem ficar atentos à piora no desempenho escolar e na vida social”, recomenda Arruda, que sugere que a confiabilidade do médico seja conferida pelos pais.


No site da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (www.tdah.org.br) é possível ver quadro clínico.


Como identificar


Procure um médico se quatro ou mais destes sintomas prejudicarem a rotina diária da criança.


1. Dificuldade de manter atenção em tarefas ou brincadeiras longas.
2. Dificuldade para organizar tarefas e atividades.
3. Esquece de realizar a atividades diárias e os deveres de casa.
4. Esquece com frequência material escolar, mochila e até brinquedos.
5. Agitado ou inquieto: não fica parado ou sentado por muito tempo.
6. Fala demais.
7. Dificuldade para leitura e escrita. Além disso, mistura assuntos e não conclui nenhum deles em suas abordagens.
8. Distrai-se facilmente.
9. Comete erros por falta de atenção.
10. Impulsivo, podendo ser agressivo.
11. Desempenho inferior ao esperado para sua capacidade intelectual.
12. Age como se estivesse “a todo o vapor”.
13. Parece não escutar quando lhe falam diretamente.
14. É irrequieto com mãos e pés. Mexe-se muito.
15. Não consegue esperar por sua vez.
O Dia

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