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7.03.2011

O suor excessivo nas palmas das mãos: Hiperidrose.


Hiperidrose  quando o suor vira um transtorno
Isabel Borges, 22, já passou por várias situações constrangedoras por conta de um simples motivo, a hiperidrose. O suor excessivo nas palmas das mãos surgia justamente quando ela ia cumprimentar algum colega de trabalho ou mesmo andar de mãos dadas como namorado.


"Passei por vários 'apertos'. As mãos escorregavam também na hora de escrever ou borrava a tinta. Há pessoas que também sofrem muito com as manchas de suor embaixo dos braços e não usam roupas coloridas, pois estas evidenciam mais ainda a transpiração", conta.

Mas com o passar do tempo, a estudante universitária aprendeu a conviver com o mal. Isso através do uso de anti-transpirantes importados feitos especificamente para tratar hiperidrose, entre eles, Odaban e o Driclor. "O tratamento é contínuo. Se parar de usar o produto, o suor volta". Por conta do incômodo, Isabel teve a ideia de compartilhar as mesmas dúvidas e problemas com outros portadores de hiperidrose e acabou montando o blog "A cura para a hiperidrose" . "Os médicos cogitam que talvez seja um problema hereditário. Infelizmente ainda temos muito pouco conhecimento sobre essa doença, por isso gosto de pesquisar sobre o assunto e dividir isso com outros portadores", diz.
A hiperidrose pode surgir em situações de estresse e ansiedade. Quando você é colocado à prova no trabalho ou mesmo em uma entrevista de emprego, o organismo reage de várias formas, uma delas é com o suor excessivo. A transpiração acontece por conta dos hormônios que estão interferindo na produção das glândulas sudoríparas e apócrinas, responsáveis por liberar o suor, isso principalmente nas axilas, palmas das mãos ou plantas dos pés.
Geralmente o suor em excesso já começa logo na infância ou no início da adolescência, o que pode até prejudicar o rendimento no aprendizado escolar. "As crianças reclamam que os coleguinhas não querem segurar as mãos delas nas brincadeiras de roda, além disso, passam pelo constrangimento de molhar os trabalhos escolares e documentos", ressalta a dermatologista Ada Trindade de Almeida, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e da Sociedade Internacional de Hiperidrose.
Segundo a Sociedade Internacional de Hiperidrose (IHS), a doença afeta mais de 176 milhões de pessoas no mundo e provoca sérios danos na qualidade de vida, entre eles, o distanciamento social. Para se ter uma idéia, uma pessoa com hiperidrose sua quatro ou cinco vezes mais do que o necessário para manter a temperatura do corpo. Um pesquisa da sociedade afirma que 51% das pessoas com hiperidrose afirmam trocar de roupa pelo menos 2 vezes ao dia. E 63% desses mesmos portadores se sentem infelizes ou deprimidos.
Quando o mal dá sinais logo na adolescência a causa é genética. Mas também pode ser conseqüência de algumas doenças, entre elas, hipertensão, infecções ou diabetes. Por isso é importante procurar um dermatologista para que ele saiba qual é exatamente a causa, mesmo porque, às vezes, os suores acontecem apenas por conta do estresse ou da menopausa.
A especialista sugere algumas dicas de controle para a disfunção, como o uso de toalhas absorventes para as mãos e aplicação de soluções concentradas à base de anti-transpirantes. Para o tratamento, um dos métodos mais utilizados e eficazes é a aplicação da Toxina Botulínica tipo A.
Almeida explica que o procedimento é considerado simples, rápido, pouco invasivo. É aplicado por meio de uma injeção intradérmica na área acometida. "O uso da toxina botulínica traz benefícios importantes para os pacientes, pois é uma das alternativas mais seguras e eficazes, não necessita de internação e proporciona resultados duradouros", assegura a médica.

A toxina botulínica tipo A é injetada superficialmente sob a pele, atuando nas glândulas sudoríparas. O medicamento bloqueia a liberação da acetilcolina nestas glândulas e reduz a produção de suor. A duração do efeito é de aproximadamente nove meses, dependendo da área tratada, dosagem de tratamento e metabolismo do paciente.
Por Juliana Lopes

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