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1.19.2012

Fiocruz firma acordo com o Ludwig Institute for Cancer Research para produção de vacinas


Bio-Manguinhos/Fiocruz assina acordo para desenvolvimento de vacina PDF Imprimir E-mail
Qua, 18 de Janeiro de 2012 15:53
Em cerimônia no Ministério da Saúde (MS), que reuniu o ministro Alexandre Padilha e os secretários Jarbas Barbosa (de Vigilância em Saúde) e Carlos Gadelha (de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos), Bio-Manguinhos, por intermédio do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, assinou acordo de cooperação técnico-científica para o desenvolvimento de uma vacina heptavalente.
O projeto, uma solicitação expressa do Governo Federal, envolve outros dois laboratórios públicos: Instituto Butantan (SP) e Fundação Ezequiel Dias (Funed/MG). A tecnologia é fruto de um acordo entre a Fiocruz, a quem caberá a coordenação da iniciativa, e a empresa Sanofi Pasteur. “As vacinas combinadas possuem vários benefícios, entre eles o fato de reunir, em apenas uma injeção, vários componentes imunobiológicos. Além disso, os pais precisarão ir menos aos postos de vacinação, resultando em uma maior cobertura vacinal”, observou o ministro Padilha. “O desenvolvimento da hepta representa um importante passo para ocuparmos um espaço relevante no mercado global de vacinas”, acrescentou. O imunizante protegerá contra difteria, tétano, coqueluche (DTP), haemophilus influenzae b (Hib), poliomielite, hepatite B e meningite C.
Segundo Alexandre Padilha, o país vem fortalecendo sua rede de cooperação tecnológica e de produção por meio de parcerias entre o setor público e entre este e o privado. Prova disso, foi o lançamento, na mesma cerimônia, das vacinas pentavalente e pólio inativada no calendário de vacinação. Ambas serão oferecidas a partir de agosto deste ano.
O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, assina o acordo, observado pelo secretário Carlos Gadelha
A introdução da vacina injetável contra a pólio (feita com vírus inativado), possível graças à parceria entre Bio-Manguinhos/Fiocruz e a farmacêutica Sanofi Pasteur, será utilizada no calendário de rotina. Ou seja, a campanha nacional de imunização contra a poliomielite continuará sendo realizada com as duas gotas da vacina oral. “O Zé Gotinha continua vivo e ativo e ganha mais um aliado na luta contra a doença", lembrou o secretário Jarbas Barbosa.
O Brasil utilizará um esquema de vacinação sequencial, com as duas vacinas, aproveitando-se as vantagens de cada uma. A injetável será aplicada aos dois e quatro meses de idade e a oral será ministrada nos reforços, aos seis e 15 meses de vida. Segundo Barbosa, a vacina oral foi fundamental na erradicação da poliomielite no território nacional. Porém, o vírus ainda circula por 23 países. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) recomenda que os países das Américas continuem utilizando a vacina oral até a erradicação mundial da doença.
Já a vacina pentavalente, disponível a partir do segundo semestre no calendário da criança, combina a atual tetravalente (difteria, tétano, coqueluche e haemophilus influenzae tipo b) com a vacina hepatite B. A produção será garantida pela parceria entre Bio-Manguinhos e o Instituto Butantan. As crianças serão imunizadas aos dois, quatro e aos seis meses de idade.

A Fiocruz firmou na manhã desta quarta-feira (18/1) um acordo de cooperação científica com o Ludwig Institute for Cancer Research (LICR). O objetivo da parceria, que conta com a participação do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e o Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR), é unir o conhecimento e tecnologia sobre antígenos para o desenvolvimento de vacinas contra diversos tipos de câncer, tendo como vetor o vírus da febre amarela. Segundo a vice-presidente de Pesquisa e Laboratório de Referência da Fiocruz, Claude Pirmez, o acordo tem grande importância no cenário atual, uma vez que o número de casos de câncer tem crescido mundialmente. “A parceria vai possibilitar a união da expertise da Fiocruz em doenças infecciosas com a do Instituto Ludwig em câncer, além do profundo conhecimento que as duas instituições têm em imunologia”, ressalta ela.
As expectativas são grandes quanto à produção de uma nova tecnologia que contribua para o combate à doença, segundo o pesquisador do CPqRR, Ricardo Gazzinelli. “As vacinas já estão sendo testadas em animais e esperamos que, daqui a dois ou três anos, já possamos testá-las em humanos”, afirma.
 
Convênios Fiocruz/Inca
Diante do déficit na inovação e produção de bens e serviços para o enfrentamento do câncer no Brasil, a Fiocruz e o Instituto Nacional de Câncer (Inca) assinaram acordo para a criação do Programa Interinstitucional de Produção e Inovação em Oncológicos. O objetivo da parceria, firmada em agosto de 2010, é fortalecer de modo integrado todas as áreas do Complexo Econômico Industrial da Saúde em oncologia, incluindo medicamentos, vacinas, diagnósticos, equipamentos, além de serviços, assistência e atendimento ao público. O acordo fomentará todo o parque fabril brasileiro em oncologia e, com isso, vai contribuir para a redução de gastos federais com assistência oncológica e convertê-los em investimentos para aumentar a densidade tecnológica nacional.

Ludwig Institute for Cancer Research
 
Criado em 1971 com o objetivo de aperfeiçoar o controle do câncer por meio de laboratórios integrados, pesquisa clínica e novas estratégias terapêuticas, o Instituto Ludwig para Pesquisa do Câncer (ILPC) tem unidades em dez locais de investigação. No Brasil, a representação da organização está localizada em São Paulo. O Instituto Ludwig-SP, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e o Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR/Fiocruz), já desenvolve vacina contra o câncer a partir de Trypanosoma cruzi geneticamente modificado. Além de impedir a formação de melanomas, sarcomas e tumores de cólon em ratos, a vacina estimula o sistema imunológico dos animais que já têm a doença a combater o câncer. As pesquisas do ILPC sobre a doença, focadas em diagnóstico e terapias, tornaram possível as descobertas de novos marcadores tumorais e anticorpos para terapia do câncer.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social | Presidência | Fiocruz

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