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2.02.2012

Doença de Alzheimer

Alzheimer se propaga como uma infecção, diz pesquisa

Segundo estudo americano, proteína destrói progressivamente os neurônios

A Alzheimer acontece quando placas da proteína amilóide se depositam no cérebro do indivíduo A Alzheimer acontece quando placas da proteína amiloide se depositam no cérebro do indivíduo (Photoresearchers/Photoresearcher)
Um nova pesquisa americana, publicada pelo periódico científico PloS One nesta quarta-feira, lança luz sobre como a doença de Alzheimer avança. Realizada com ratos, o estudo demonstra que a doença se propaga de uma região a outra do cérebro por meio de circuitos cerebrais, como se fosse uma infecção.

Conforme o estudo, esse efeito é causado por uma proteína humana anormal chamada tau, cuja agregação, sob a forma de filamento, explode – e destrói progressivamente o conjunto das células nervosas. A descoberta sugere que bloquear precocemente esse processo pode impedir a propagação da doença.

Para chegarem ao resultado, os pesquisadores desenvolveram ratos transgênicos – portadores do gene que produz uma forma anormal da proteína tau no córtex entorrinal, região do cérebro. As cobaias foram analisadas em diferentes momentos durante um período de 22 meses. Assim, os cientistas conseguiram estabelecer um mapa da progressão da proteína.

Os pesquisadores comprovaram que, à medida que os ratos envelheciam, a proteína se propagava ao longo de uma passagem anatômica do córtex entorrinal, importante para a memória, até outra região do cérebro, o hipocampo, e, dali, para o neocórtex.

“Essa progressão é muito similar a que nós vemos nos primeiros estágios do Alzheimer entre os humanos”, explica a médica Karen Duff, professora de patologia em psiquiatria na faculdade de medicina da Universidade de Columbia, em Nova York, principal autora da pesquisa.

Pesquisas anteriores, realizadas com IRM (imagens por ressonância magnética) em humanos, já sugeriam esse tipo de avanço da doença, "mas não permitiam afirmar com certeza que o Alzheimer se propaga diretamente de uma região do cérebro a outra", ressaltou o médico Scott Small, professor de neurologia da faculdade de medicina da Universidade de Columbia.

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