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3.07.2012

MENOPAUSA E AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Menopausa aumenta o risco de doenças cardiovasculares

Especialista fala tudo a respeito deste problema que atormenta tanto as mulheres!


Todo mundo já está cansado de saber que a menopausa causa diversas mudanças no corpo, na saúde e na rotina de uma mulher. Mas, você sabia que durante esta fase da vida a mulher fica mais propensa a desenvolver algumas doenças cardiovasculares (DCV)? Infarto e AVC (Acidente Vascular Cerebral) são as mais comuns. Para se ter uma idéia, estas duas doenças são as principais causas de morte em mulheres com mais de 50 anos no Brasil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que até 2030, mais de 1 bilhão de mulheres estarão na menopausa. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) avalia que mais de 13,5 milhões passam pelo climatério. Para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, o ginecologista César Eduardo Fernandes, professor da Faculdade de Medicina do ABC e presidente do conselho científico da Associação Brasileira do Climatério (SOBRAC), comenta algumas questões que envolvem esta fase da vida da mulher.

1. Por que a menopausa aumenta a incidência de doenças cardiovasculares?

O risco cardiovascular aumenta após a menopausa porque a deficiência hormonal acelera o processo aterosclerótico, ou seja, deteriora a saúde da parede dos vasos. Por esta razão, as mulheres na pós-menopausa sofrem maior incidência de hipercolesterolemia (colesterol alto), diabetes mellitus (tipo 2), hipertensão arterial (pressão alta), obesidade visceral, que são conhecidos como fatores de risco para as DCV.

Para prevenir o risco cardiovascular, é importante que a mulher faça o controle destes fatores, além de abandonar o cigarro, praticar atividade física (pelo menos 30 minutos de 3 a 6 dias por semana), evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e fazer uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras e vegetais.

2. É verdade que as mulheres apresentam problemas cardiovasculares em idade mais avançada que os homens?

Sim, as manifestações clínicas das DCV aparecem, em média, cerca de 10 a 15 anos mais tarde nas mulheres do que nos homens. No entanto, muitas mulheres não fazem um controle adequado da doença, que possivelmente é desencadeada pela redução hormonal característica da menopausa, período em que o corpo feminino perde a proteção estrogênica, o principal hormônio que resguarda as artérias do coração.

3. Por que ao controlar a hipertensão arterial, diminuí-se o risco cardiovascular? Quais seriam os níveis ideais para que não ocorram danos nas artérias?

A hipertensão arterial é a força exercida pelo sangue contra a parede dos vasos, que são chamadas de artérias. Quando esta força é maior do que o normal, chamamos de hipertensão arterial. O aumento contínuo da pressão arterial faz com que ocorram danos nas artérias, desta forma, o controle irá beneficiar diversas partes do organismo, diminuindo o risco cardiovascular. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) os valores de 120x80mmHg correspondem à pressão arterial ótima. Valores superiores a 140x90mmHg caracterizam a hipertensão, quando encontrados em múltiplas medições, e em diferentes horários, posições e condições (em repouso, sentado ou deitado).

4. A terapia de reposição hormonal (TRH) é uma opção de tratamento para reduzir o risco cardiovascular?

A TRH tem indicações bastante definidas e aceitas consensualmente na literatura médica para o alívio dos sintomas do climatério. Embora a TRH não seja um tratamento próprio para reduzir o risco cardiovascular, quando é indicada no momento certo, pode trazer o benefício de proteção contra as DCV.

Existem evidências de benefícios cardiovasculares quando a TRH é iniciada na transição menopáusica ou nos primeiros anos de pós-menopausa. Por outro lado, existem evidências de risco caso a terapêutica hormonal seja iniciada tardiamente. A decisão clínica de iniciar ou de dar continuidade à TRH deve levar sempre em consideração a peculiaridade de cada paciente, procurando individualizar o regime terapêutico a ser adotado, as doses e tipos a serem empregados, além do tempo de utilização dos hormônios.

Um ponto relevante a se considerar na TRH é a sua composição. Nesta questão, as substâncias que atuam de forma semelhante a progesterona, denominadas progestagênios, podem fazer grande diferença.

Estudos revelam que alguns progestagênios apresentam um bom perfil de segurança em relação ao risco cardiovascular, entre eles a drospirenona que, associada ao estradiol, tem mostrado resultados positivos para a redução dos níveis de pressão arterial em pacientes hipertensas, além de propiciar alívio dos sintomas da menopausa e não influenciar no ganho de peso.
Sua Dieta

Menopausa não aumenta o risco de morte por doenças cardiovasculares, diz pesquisa

LONDRES - Uma nova pesquisa da Universidade Johns Hopkins, publicada nesta terça-feira no British Medical Journal (BMJ), desmente a crença do aumento do risco de morte por doenças cardiovasculares em mulheres depois da menopausa. Em vez disso, os pesquisadores constataram que o envelhecimento por si só — e não o impacto hormonal — explica o aumento do número de mortes.
— Acreditamos que as células e artérias do coração envelhecem como todos os outros tecidos do corpo. Nossos dados mostram que a menopausa não desempenha um papel nesse caso — diz o professor Dhananjay, coordenador do estudo.
Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores analisaram estatísticas de mortalidade entre 1916 e 1945 na Inglaterra, no País de Gales e nos Estados Unidos. Eles acompanharam grupos de pessoas ao longo dos anos e descobriram que, na época da menopausa, em cada grupo, não houve aumento nos índices de mortalidade feminina além da curva normal, prevista por causa do envelhecimento.
Já entre os homens, a curva de mortalidade antes dos 45 anos aumenta cerca de 30% por ano, para diminuir em 5% por ano depois dessa idade — o que poderia ser explicado pelo conceito de encolhimento no comprimento dos telômeros, segundo os pesquisadores. Os telômeros são encontrados no final de cada cromossomo, atuam como escudos que protegem genes importantes e se encurtam cada vez que são copiados, o que ocorre toda vez que as células se dividem. Quando os telômeros se encurtam, há a chance de os genes no final do cromossomo fiquem danificados sem recuperação, levando a efeitos nocivos do envelhecimento.
 O Globo (saude@oglobo.com.br)

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