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4.28.2012

Mais de 50% dos maiores de 55 anos são hipertensos


JOHANNA NUBLAT

A hipertensão atinge mais da metade das pessoas com 55 anos ou mais no Brasil, indica o Vigitel 2011, pesquisa telefônica anual que questionou 54 mil adultos em todas as capitais do país.
Entre os entrevistados em geral, 22,7% são hipertensos, taxa ligeiramente inferior à medida pela mesma pesquisa em 2010 (23,3%).
"Esses dados mostram a importância da hipertensão como um dos principais problemas de saúde pública do novo Brasil, que envelheceu mais e ficou mais obeso", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
A pressão alta eleva o risco de infarto, problemas renais e derrame, que é a maior causa de morte no país.
Os dados do inquérito indicam, como é esperado, que a hipertensão do brasileiro avança com a idade.
Têm pressão alta 5,4% dos jovens de 18 a 24 anos. Já entre as pessoas com 55 a 64 anos, essa taxa chega a 50,5% e, entre pessoas com 65 anos ou mais, a 59,7%.

Editoria de Arte/Folhapress
A hipertensão se mostra mais presente entre as mulheres em todas as faixas etárias medidas (a partir de 18 anos). Enquanto 52,4% dos homens com 65 anos ou mais são hipertensos, o percentual chega a 64,3% entre as mulheres da mesma idade.
Outra influência sobre a incidência do problema é a escolaridade: quanto menor, maior é a taxa.
De novo, as mulheres são as mais atingidas. A taxa de hipertensão entre a população feminina com até oito anos de estudo (34,4%) é mais que o dobro do percentual entre mulheres com 12 anos ou mais de escolaridade (14,2%).
O ministro citou ações já anunciadas pelo governo federal para tentar reduzir o percentual de hipertensos, como o acordo para que a indústria reduza a quantidade de sódio nos alimentos.
"A previsão é que, até 2014, reduza-se em 4.000 toneladas o sódio em produtos industrializados."
De acordo com o cardiologista Luiz Bortolotto, diretor da unidade de hipertensão do Incor (Instituto do Coração do HC de São Paulo), mesmo pessoas que já estão em tratamento contra pressão alta e acham que estão controlando o consumo de sal estão passando dos limites.
Nesta semana, o Incor divulgou um estudo envolvendo mais de 900 pessoas que detectou o problema. "O máximo deve ser de 5 g por dia, sendo 2 g de produtos industrializados e 3 g de sal adicionado à comida."
Segundo Bortolotto, o pão francês e os temperos prontos são as maiores fontes de sal na dieta dos pacientes.
Para ele, é preciso criar o hábito de ler os rótulos dos alimentos industrializados.
A presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão, Maria Cláudia Irigoyen, lembra que a pesquisa usou dados relatados pelos próprios entrevistados. "Não estão incluídas aí as pessoas que nunca fizeram um exame."
MEDIÇÃO NA RUA
Uma campanha da Sociedade Brasileira de Hipertensão, ontem, em São Paulo, atendeu 450 pessoas no Conjunto Nacional.
Segundo a presidente da entidade, Maria Cláudia Irigoyen, foram tiradas medidas de pressão, peso e massa corporal. "Muitos estavam com sobrepeso e alguns nunca tinha medido a pressão antes."
O atendimento continua hoje, das 10h às 17h, na av. Paulista, 2.073.

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