webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br

4.24.2012

O CÉREBRO E O ENVELHECIMENTO.



NEUROPLASTICIDADE E

A IDADE AVANÇADA

Elkohon Goldberg- Neurólogo 
da Universidade de Nova York, 
diretor do Instituto de 
Neuropsicologia e Funcionamento 
Cognitivo.

Sabias que o cérebro melhora 
com a idade? As últimas 
nvestigações científicas 
demonstram que a atividade 
mental modifica o cérebro e 
nos conduz ao que conhecemos 
como “Sabedoria”. Estes últimos 
descobrimentos se inscrevem no 
que se denomina “NEUROPLASTICIDADE”.

Durante muitos anos se acreditou 
que a partir de certa idade a 
dotação de neurônios já não se 
renovava mais.
As últimas investigações da 
neurociência demonstram que o 
cérebro pode se regenerar mediante 
seu uso e potenciação. A chave para 
conseguir se chama “NEUROPLASTICIDADE”, 
que é moldar a mente, o cérebro, 
através da atividade.

O cérebro “muda de forma”, 
segundo as áreas que mais 
utilizamos, segundo a atividade mental. 
Em março de 2000 investigadores 
da Universidade de Londres 
descobriram que os taxistas
desta cidade tinha uma parte 
do cérebro, o hipocampo 
– região importante para a 
memória espacial 
– particularmente desenvolvida, 
muito mais que o resto das pessoas.
Os taxistas desenvolviam mais 
essa zona porque a exercitavam 
mais, memorizando cada dia, 
ruas e rotas. Nestes homens 
e mulheres, sua capacidade 
para memorizar ruas e rotas 
não minguava, mas aumentava 
com os anos. Em 2002, cientistas 
alemães encontraram os 
mesmos achados na circunvolução 
de Heschl dos músicos, área da 
matéria cerebral importante para 
processar a música...

E em 2004, os mesmos resultados 
teve o Instituto de Neurologia de 
Londres na circunvolução angular 
esquerda, estrutura cerebral 
importante para a linguagem, 
no 
cérebro das pessoas bilíngües.

Destas experiências se puderam 
obter os seguintes resultados:
 - Os seres humanos podem criar 
novos neurônios ao longo de toda a vida.

O esforço para criar novos 
neurônios pode incrementar-se 
mediante o esforço mental.
Os efeitos são específicos: 
dependendo da natureza da 
atividade mental, os neurônios 
novos se multiplicam com especial 
intensidade a distintas zonas cerebrais.
-
Os novos neurônios vão parar nas 
zonas do cérebro que mais usamos. 
Isto é o que se denomina
NEUROPLASTICIDADE: a atividade 
pode moldar a mente. Isto demonstra 
a importância de manter uma 
atividade mental intensa, 
conforme avançamos na idade.
-
O exercício físico protege nossa 
saúde cardiovascular. O exercício 
 cognitivo protege nossa saúde mental, 
é fator de proteção contra a 
demência e a senilidade.
-
O moderno estudo da Neuroplasticidade 
demonstra que os cérebros das 
pessoas de mais idade, não 
degeneram, mas que têm 
uma evolução particular, 
de acordo com a atividade 
realizada que converte a essas 
pessoas em gente “sábia” 
quando chegar à velhice.
- O cérebro muda de forma, segundo 
as áreas que mais utilizamos.

Nas pessoas, na medida que 
avançam em idade, se dá 
naturalmente uma deterioração 
maior no hemisfério direito que 
no esquerdo. Isso ocorre porque
 usam mais o hemisférios esquerdo, 
que é o encarregado de por em 
marcha tarefas já aprendidas e 
consolidadas.

Para aprender algo, necessitamos 
mais do hemisfério direito, porém
 quando alcançamos certo nível 
de perícia, essas atividades passam
 a ser controladas pelo hemisfério 
esquerdo.
Ao longo da vida, acumulamos um 
repertório de destrezas cognitivas
 – habilidades e capacidades para 
reconhecer padrões – que nos 
permitem abordar novas situações 
com familiaridade.

É o que popularmente chamamos 
de “experiência”. A medida que 
avançamos em idade, nossa 
atividade mental está mais 
dominada por estas 
“rotinas cognitivas”, pelo
 “piloto automático”.

Isto não é mau, pois permite 
resolver problemas complexos mediante 
o “reconhecimento instantâneo de 
padrões”, sem muito esforço, 
problemas que podem ser 
consistir num verdadeiro “repto” 
para uma mente mais jovem. 
Porém, a estimulação cognitiva, 
que obriga a utilizar o hemisfério 
direito é um ingrediente no estilo 
de vida, que ajuda a evitar a 
deterioração cognitiva.

A corrente científica dominante
 respalda a afirmação de que a 
vida mental intensa desempenha 
um papel essencial no bem estar 
cognitivo nas etapas avançadas da vida.
Que tal a idéia de incluir o 
exercício cognitivo de forma 
regular como uma coisa pertinente 
ao nosso estilo de vida?  
Seria extraordinário se nossa 
incipiente compreensão da função 
da Neuroplasticidade na 
conservação da saúde mental,
 desse lugar à aparição de um 
novo fenômeno de massas: 
O FITNESS MENTAL!!!


OBESIDADE E DEMÊNCIA


Agência FAPESP –

Indivíduos de meia-idade com grandes barrigas têm maiores riscos de manifestar demência quando mais velhos. A afirmação é de um estudo publicado na revista Neurology, da Academia Norte-Americana de Neurologia.

O estudo foi feito com 6.583 pessoas de 40 a 45 anos que residiam na Califórnia. Em média 36 anos depois, os voluntários foram novamente examinados. A surpresa foi que 16% tinham diagnóstico positivo para demência, síndrome caracterizada por perda de memória e de habilidades e problemas de comportamento.
Os pesquisadores verificaram que aqueles que apresentaram os maiores valores de gordura abdominal eram quase três vezes mais propensos a desenvolver demência do que os demais.
“Trata-se de uma descoberta desconcertante, considerando que 50% dos adultos nos Estados Unidos têm quantias não saudáveis de gordura abdominal”, disse uma das autoras do trabalho, Rachel Whitmer, da Divisão de

Pesquisa da Kaiser Permanente.
De acordo com o estudo, ter um abdome grande aumentou o risco de demência independentemente de os participantes se apresentarem com peso normal, sobrepeso ou obesidade e das condições de saúde, incluindo diabetes ou problemas cardiovasculares.

O grupo com sobrepeso e abdome volumoso teve risco 2,3 vezes maior de desenvolver a síndrome do que pessoas com peso e cinturas consideradas dentro do padrão. Entre os obesos e com abdome grande, o risco foi 3,6 vezes maior.

Na pesquisa, as mulheres apresentaram obesidade abdominal mais freqüentemente do que os homens. Os grupos nos quais a incidência esteve mais presente foram: não brancos, fumantes, pessoas com pressão alta, elevados níveis de colesterol e diabetes e aqueles com menor escolaridade.

Os autores destacam que, como em todos os estudos observacionais, é possível que a associação de obesidade abdominal e demência não seja dirigida pela própria obesidade, mas por um conjunto complexo de comportamentos relacionados à saúde do qual a deposição de gordura na região da cintura faz parte.

“Mais estudos devem ser feitos para determinar quais são os mecanismos que ligam a obesidade abdominal com a demência”, destacaram os pesquisadores.

O artigo "Central obesity and increased risk of dementia more than three decades later," de Rachel Whitmer e outros, pode ser lido por assinantes da Neurology em http://www.neurology.org/.





Nenhum comentário:

Postar um comentário