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8.18.2012

Ódio religioso e fanatismo

‘Presidente russo teme manifestações’, diz analista

Para Susan Corke, popularidade de Putin deve cair mais entre a classe média


Manifestante é preso em frente à embaixada da Rússia em Nova York
Foto: Alex Katz/AP
Manifestante é preso em frente à embaixada da Rússia em Nova York Alex Katz/AP
Para Susan Corke, diretora do Programa de Eurásia da organização Freedom House, em Washington, o resultado do processo contra as integrantes do Pussy Riot marca o modelo de governo linha-dura do terceiro mandato presidencial de Putin.
 Que mensagem a sentença envia sobre o novo mandato de Putin?
Susan Corke: A de que ele está com medo. A descoberta de que a corte considerou ter havido crime de vandalismo motivado por ódio religioso e relacionado ao fato de serem feministas é chocante. A sentença em si é ofensiva.
O fato de serem jovens da classe média dificultará ainda mais o relacionamento de Putin com essa parte da população?
Susan Corke: Certamente. O fato de milhares terem participado de protestos após a eleição e de o grupo ser formado por jovens instruídos da classe média assustou Putin. Ele não está fazendo nada para abrir o país. Vamos ver mais disso no futuro. A popularidade dele vai cair ainda mais entre a classe média. Os protestos foram o pesadelo de Putin, mostraram que seu poder não é tão absoluto quanto gostaria. A partir daí, passou a reprimir todo ato de insatisfação.
O repúdio internacional pode levar a uma revisão da pena?
Susan Corke: A razão para o repúdio é que a condenação faz parte de uma série de passos repressivos adotados pelo governo. Uma redução de sentença seria ótimo. O crime pelo qual foram condenadas é muito agressivo e isso será levado em conta. O caso acentua as preocupações de que a Rússia deveria ter uma corte independente.

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