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10.08.2012

Exame de sangue permite prever depressão pós-parto


Identificar mulheres com predisposição à depressão pode ser tão fácil como medir os níveis hormonais do sangue durante a gravidez, sugerem os cientistas

Coco Ballantyne
©iStockphoto.com/daftbird

Conhecida também como depressão puerperal é diagnosticada como uma instabilidade emocional que surge nas primeiras semanas seguidas ao parto e atinge cerca de 13% das mulheres que deram à luz. Para ser caracterizado um quadro de depressão os sintomas devem persistir por mais de 15 dias. Em alguns casos, no entanto, os sintomas podem durar meses, até anos, e, muitas vezes, exige psicoterapia e uso de antidepressivos.

A depressão pós-parto (DPP) provoca tristeza profunda, insônia, perda de apetite, oscilação de humor, ansiedade, excesso ou ausência de cuidados com o bebê, dificuldade em tomar decisões, choro freqüente, perda de memória, sentimento de culpa ou sensação de impotência. Há situações em que a mãe precisa dividir as tarefas de cuidar do bebê com outras pessoas até sua recuperação.

“Encontramos um hormônio produzido pela placenta durante a gravidez que é um bom indicador da depressão pós-parto”, revela Ilona Yim, psicóloga da University of Califórnia, em Irvine e autora do estudo publicado no Archives of General Psychiatry, em fevereiro. Usar o teste sangüíneo para medir esse hormônio poderá ajudar os médicos a identificar mães propensas à DPP.

Apesar de a incidência de depressão durante a gravidez ─ de algumas semanas ou meses após o parto ─ segundo estimativa do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos ser de 13% alguns estudos indicam números maiores, sugerindo que até 19% das mães são afetadas. Há certos fatores de risco associados à DPP, incluindo histórico de doença mental e abuso de álcool e drogas.

Yim e seus colegas acompanharam 100 mulheres grávidas, no sul da Califórnia, durante toda a gravidez e cerca de nove semanas após o parto. Os níveis do hormônio liberador de corticotropina (pCRH, na sigla em inglês) no sangue placentário foi analisado em cinco intervalos diferentes (15, 19, 25, 31 e 37 semanas). Normalmente, os níveis desse hormônio aumentam durante a gravidez para preparar o corpo para o parto, por isso, suspeita-se que possa estar ligado à DPP.

Cerca de nove semanas após cada participante ter dado à luz, os cientistas perguntaram às participantes, se tinham tido algum sintoma de DPP. Os resultados indicaram que todas as mulheres que desenvolveram DPP tiveram um aumento de pCRH por volta da 25ª semana de gravidez; 75% das 16 mulheres que tiveram DPP apresentaram mais de 57 picogramas por mililitro de pCRH no sangue, em comparação com apenas 24% das mulheres que não desenvolveram DPP.

Yim acredita que somente uma investigação mais aprofundada poderá confirmar suas constatações e que o nível de pCRH pode ser utilizado para prever a DPP.

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