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3.11.2013

Pacientes de cirurgia bariátrica recuperaram amores e empregos

Rio -  Recuperar a saúde e a forma física já seria um presente e tanto. Mas hoje, Dia Internacional da Mulher, as 344 pacientes do Programa de Cirurgia Bariátrica do Hospital Estadual Carlos Chagas podem comemorar muito mais: a volta ao mercado de trabalho; a conquista (ou reconquista) de um amor; uma vida sexual mais animada; ou até mesmo a capacidade de andar de ônibus ou trem, o que pode parecer simples para quem pesa menos de 100 quilos. Mas que não era para elas.
As mulheres são 70% do público do programa. “O homem de 120 kg acha que está ‘gordinho’. A mulher, que está obesa. Outro ponto que justifica a grande demanda é que a mulher, ao contrário do homem, desde jovem vai ao médico, além de enfrentar as dores do parto ou o pós-operatório de uma cesariana”, diz o coordenador do programa, Cid Pitombo.
Adriana voltou a ser desejada pelo marido e Claudialucia arranjou trabalho | Foto: Divulgação
Adriana voltou a ser desejada pelo marido e Claudialucia arranjou trabalho | Foto: Divulgação
Das pacientes, 62% voltaram a trabalhar, depois de anos de desemprego devido ao excesso de peso. E nada menos do que 85% melhoraram o desempenho sexual. Além disso, todas relataram ter mais facilidade nos transportes públicos.
A copeira Claudialucia de Oliveira, 45 anos, e a dona de casa Adriana Fontes, 38, ficaram amigas no hospital. “Cheguei a pesar 170 kg. Hoje peso 71 kg, trabalho, tenho outra vida”, celebra Claudialucia, que ficou 15 anos desempregada por causa da obesidade. Adriana, que já pesou 140 kg e hoje tem 78 kg, procurou tratamento depois que o marido reclamou. “Ele disse que eu só sabia comer e dormir, que era caso perdido. Agora ele tem ciúme de mim”, orgulha-se.
Suramaia Daher, 31, perdeu 20 de 120 kg em dois meses. “Aos 30 anos descobri que estava diabética. Hoje a minha saúde vai muito bem”.
Como se candidatar a cirurgia no Hospital Carlos Chagas
O primeiro passo para a candidata a uma cirurgia bariátrica no Hospital Estadual Carlos Chagas é procurar atendimento ambulatorial perto de casa, para que um médico avalie se o procedimento é mesmo necessário — há parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde para definir o perfil de quem deve ser operado.
Em caso positivo, o médico solicita outra avaliação, desta vez para a Central de Regulação de Cirurgia Bariátrica do Estado. O pedido segue para o Hospital Carlos Chagas, que marca consulta. A Secretaria de Estado de Saúde afirma que não há fila de espera, apesar da necessidade de seguir este caminho. A equipe médica acompanha o pós-operatório, com orientações de nutricionista, psicólogo e avaliação periódica.
Cerca de 70% das pacientes têm apenas o Ensino Fundamental, e a média salarial das famílias delas é de R$ 930. “É sinal de que estamos atingindo pessoas que realmente precisam”, afirma o médico Cid Pitombo.
No Rio, 17,2% das mulheres estão obesas, média maior que a nacional (15,8%). O problema se deve a maus hábitos alimentares e falta de exercícios.

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