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4.19.2013

Novo medicamento (cabazitaxel) contra tumor de próstata começa a ser vendido por RS14 mil

Medicamento  é usado para pacientes com tumores espalhados fora da glândula.

O 'cabazitaxel' reduz em até 30% o risco de morte do paciente.



Começa a ser vendida no Brasil uma nova droga para combater o câncer de próstata, a principal forma de tumor maligno e a segunda que mais mata homens em todo o mundo. O cabazitaxel, novo tipo de quimioterapia, reduz em até 30% o risco de morte do paciente e prolonga a vida por, em média, 15 meses.
A droga é recomendada quando todas as outras formas de tratamento já falharam. Ainda fora do Sistema Único de Saúde (SUS), cada ciclo do medicamento custa R$ 14 mil.
Sintomas ‘silenciosos’
A próstata é uma glândula localizada abaixo da bexiga em homens. Quando atingido pelo câncer, o órgão aumenta de tamanho. Os sintomas são pouco perceptíveis, mas os pacientes costumam urinar mais vezes e com dor.

Três quartos dos casos ocorrem após os 65 anos, mas o monitoramento com o médico urologista deve começar a partir dos 40 anos. O diagnóstico é feito principalmente pelo exame de toque retal, no qual o médico pode sentir se a próstata está normal. Outra opção é o teste de PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico), um exame que aponta o nível de uma proteína no sangue e indica a presença de tumor.
Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) - órgão ligado ao Ministério da Saúde -, foram mais de 52 mil novos casos no Brasil em 2010. “Os dados do Ministério de Saúde são subestimados”, afirma Óren Smaletz, coordenador de pesquisa clínica em oncologia do Hospital Albert Einstein. No país, o tumor na próstata é o câncer que mais atinge os homens e o segundo que mais causa mortes.
Info Próstata Câncer 3 (Foto: Arte / G1)
Terapia hormonalAté 20% dos pacientes descobrem a doença tardiamente, quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo do paciente – fenômeno conhecido como metástase. Para esses casos, a primeira opção de tratamento indicada pelos médicos é a "hormonioterapia", técnica que consiste na redução dos níveis de testosterona no corpo do paciente. (veja infográfico acima)
As pesquisas com hormonioterapia para tratar câncer de próstata renderam o prêmio Nobel de Medicina ao médico Charles Brenton Huggins, em 1966. A técnica pode ser usada junto com a radioterapia e intervenções cirúrgicas.
Para reduzir a testosterona no corpo, o paciente pode tanto ter os testículos removidos como receber drogas para diminuir a produção do hormônio. A castração cirúrgica é mais usada para os casos de câncer de próstata avançados localmente – quando as metástases são locais, próximas à próstata.
“Quando há metástases no corpo inteiro faz pouco sentido fazer a cirurgia, já que o problema se tornou sistêmico”, explica Óren.
Apesar de ser útil para controlar a doença em 90% dos casos, a hormonioterapia só dura, em média, dois anos. “É igual o lutador no MMA [mixed martial arts, sinônimo de valetudo], uma hora a célula ‘aprende’ as técnicas e começa a resistir ao baixo nível de testosterona”, explica Fernando Maluf, chefe de oncologia clínica do Hospital Beneficência Portuguesa (São José). A saída é a quimioterapia.
Info Próstata Câncer 2 (Foto: Arte / G1)
Quimioterapia
Atualmente, a droga mais recomendada para o tratamento quimioterápico se chama docetaxel, a única opção que consegue atenuar os sintomas e prolongar por alguns meses a vida do paciente.

“Após o uso do remédio quimioterápico, bastam dias para que as dores ósseas causadas pelas metástases sumam“, diz Antônio Buzaid, ex-professor do MD Anderson Cancer Center, núcleo de estudos sobre a doença ligado à Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
Um estudo clínico de fase 3 – o último estágio das pesquisas clínicas, necessário para a aprovação dos órgãos de vigilância sanitária quanto à comercialização – foi feito para o cabazitaxel, com 755 pacientes de 26 países, em 146 centros médicos. Todos estavam com câncer de próstata com metástase e já haviam passado por tratamento hormonal e por quimioterapia com docetaxel.
Os resultados mostraram a redução de 30% do risco de morte do paciente e o prolongamento da vida, em média, de 15 meses.

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