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6.13.2013

Dieta propõe cinco dias de fartura para dois dias de fome

Moda nos EUA e no Reino Unido, regime baseado no livro ‘The Fast Diet’ propõe 48 horas com apenas 600 calorias para tudo liberado no resto da semana

Médica brasileira diz que método deseduca o organismo que entende os dias de regime como privação, o que pode diminuir o metabolismo

Viviane Nogueira
Com agências internacionais

Dieta livre é compensada com dois dias de 600 calorias
Foto: Divulgação
Dieta livre é compensada com dois dias de 600 calorias Divulgação
LONDRES e RIO - Não é preciso abandonar os carboidratos ou começar uma desintoxicação. A nova moda de dieta nos EUA e no Reino Unido propõe que se coma tudo (tudo mesmo) cinco dias por semana e passar fome com 600 calorias nos outros dois dias.
O livro no qual a dieta se baseia, "The Fast Diet" foi feito por dois jornalistas da área de saúde, Michael Mosley e Mimi Spencer, e está na lista dos mais vendidos nos dois países. Mosley fez ele mesmo a dieta para um programa de TV da rede inglesa BBC chamado “Eat, Fast, Live Longer” em agosto do ano passado quando descobriu que seu colesterol e seus níveis de açúcar estavam acima do normal.
- Perdi 8 kg de gordura em três meses e minhas taxas voltaram ao normal - contou. - O problema com as dietas convencionais é que se pensa em comida o tempo todo, neste regime se está de dieta apenas duas vezes por semana, é mais simples e fexível.
Com 600 calorias por dia - cerca de 25% da ingestão normal para um adulto - come-se dois ovos de manhã, frango grelhado e alface no almoço e peixe com macarrão de arroz no jantar. Para beber, apenas água e chá.
O Serviço Nacional de Saúde (NHS) britânico inicialmente teve dúvidas sobre o método e seus efeitos a longo prazo, já que os efeitos colaterais poderiam incluir dificuldade para dormir, mau hálito, irritabilidade, ansiedade e sonolência diurna. Com a popularidade crescente da dieta, o NHS disse que a Associação Britânica de Dietas (BDA) revisou um estudo de 2011, feito por pesquisadores do Hospital Universitário do Sul de Manchester, que dizia que a dieta poderia ajudar a baixar o risco de alguns tumores relacionados à obesidade, como o de mama.
Ganho de peso a longo prazo
A falta de uma equipe multidisciplinar e o fato de deseducar o organismo nos cinco dias livres faz com que o aumento de peso seja quase certo a longo prazo, segundo a endocrinologista Isabela Bussade, professora de pós-graduação da PUC-Rio e integrante do grupo de pesquisa clínica do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (Iede).
- No aspecto comportamental e psicológico comer livremende deseduca, vai contra as porções regulares que pregamos. Na parte fisiológica o organismo entende os dois dias de restrição como privação, diminui o metabolismo e tende a armazenar mais nas refeições seguintes - explica.
Além disso, segundo a endocrinologista, não há muitos detalhes sobre o quanto se comeu nos dias livres, o estudo não é amplo e deve ser analisado com mais detalhes.
- A impressão que se tem é que os pacientes não comeram tanto assim nos dias liberados. Para terem perdido peso eles não devem ter cometido tantos excessos - arrisca.

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