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6.14.2013

Droga para calvície pode reduzir hábito de beber

  • Pesquisa prova que finasterida aumenta intolerância ao álcool, mas apenas entre homens que tiveram baixa de libido com medicamento

Finasterida pode aumentar intolerância ao álcool entre homens que usaram o medicamento
Foto: Camilla Maia / Agência O Globo
Finasterida pode aumentar intolerância ao álcool entre homens que usaram o medicamento Camilla Maia / Agência O Globo
RIO- A finasterida, droga sintética usada para o tratamento da calvície masculina, é estuda por pesquisadores americanos por causa de um efeito inesperado. Entre camundongos, já se sabe que o medicamento pode reduzir o consumo de álcool. Desta vez, um novo estudo, da Universidade George Washington, conseguiu medir o efeito em seres humanos. Mas houve um problema: apenas os homens que tiveram redução de libido com uso da finasterida perceberam a redução na ingestão de bebida alcoólica.
Dos voluntários que usaram a medicação e apresentaram efeitos sobre as funções sexuais, 65% relataram que reduziram o consumo de álcool. Os efeitos colaterais da finasterida para o tratamento de calvície podem incluir o aumento das taxas de disfunção sexual, como a baixa libido e a disfunção erétil. Há casos de homens que interromperam a medicação e, mesmo assim, continuaram a experimentar efeitos colaterais sexuais persistentes. A medicação é considerada doping em competições esportivas oficiais pela capacidade de mascarar outras substâncias proibidas em exames antidoping. O ex-jogador Romário, em 2007, foi suspenso por causa da finasterida, quando jogava pelo Vasco da Gama.
- A finasterida é um medicamento sintético usado também para tratar a próstata aumentada em homens mais velhos - explicou Michael Irwig, professor assistente de medicina na Universidade George Washington e autor do estudo. - Ela também é usada por homens mais jovens para a calvície masculina. Menos de cinco por cento desenvolveram efeitos colaterais sexuais. E nosso estudo está entre os primeiros a olhar para os seus efeitos sobre o hábito de beber em seres humanos.
Os resultados serão publicados na edição de novembro 2013 da revista científica “Alcoholism: Clinical & Experimental Research”. Participaram do estudo 83 homens saudáveis ​​que desenvolveram efeitos colaterais sexuais persistentes associados ao uso de finasterida, apesar de terem deixado de tomar a medicação por pelo menos três meses. Irwig utilizou entrevistas padronizadas para coletar informações sobre as histórias dos participantes médicos, função sexual, e os hábitos de consumo de álcool antes e após o uso de finasterida.
Mais especificamente, dos 63 homens com efeitos colaterais sexuais persistentes que beberam pelo menos um drinque por semana antes de usar finasterida, 41 ou 65% notaram uma diminuição no consumo de álcool. Dezoito voluntários deste grupo simplesmente se tornaram abstêmios. Os homens relataram que tinham mais problemas tolerar álcool após o tratamento finasterida, incluindo aumento da ansiedade, cansaço, tonturas, menos euforia e tolerância aos efeitos da intoxicação pelo álcool.
Devido à natureza preliminar de seu estudo, Irwig advertiu contra a hipótese de prescrever a finasterida para a redução do consumo de álcool:
- Não se sabe se a finasterida poderia suprimir o hábito em homens saudáveis. - Espero que este estudo gere mais pesquisas sobre os efeitos da finasterida em seres humanos no que se refere ao álcool.

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