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6.06.2013

Hospital gratuito para cães e gatos

Complexo completa um ano sob elogios

Diretor do hospital lembra que "as pessoas devem dar prioridade a quem não tem condições financeiras para pagar um veterinário particular"
Foto:  Reprodução Internet
São Paulo - Onze meses depois de inaugurado, o primeiro hospital veterinário gratuito do Brasil está prestes a ganhar uma nova unidade. Diante da aprovação dos moradores que utilizam as instalações do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), assinou nesta quarta-feira a autorização para que um novo hospital veterinário gratuito, agora na zona norte, saia do papel.
O prefeito entregou à Secretaria do Verde e Meio Ambiente a tarefa de implantar a nova unidade ainda no segundo semestre.
“Ao contrário do que se imagina, o hospital não é público. Trata-se de uma parceria público-privada”, explica um dos gestores do complexo, o ortopedista Denis Prata, da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa), que administra o hospital com os R$ 600 mil repassados mensalmente pela prefeitura. O hospital foi criado por uma emenda no orçamento feita pelo vereador Roberto Tripoli (PV-SP).
Embora abrigue uma fila de espera que, por volta das 7h, dobra a esquina, o complexo é estruturado para atender pouco mais de 30 cães e gatos por dia. “Nós entregamos 30 senhas às 7h e outras 15 senhas para atendimentos de urgência”, diz Prata. “Esse é o primeiro hospital veterinário gratuito com serviços de excelência, como tratamentos ortopédicos, oftalmológicos e neurológicos. Realizamos uma média de oito cirurgias ortopédicas por dia.”
Foi para tratar de uma pata quebrada que Roseli de Souza (42) levou a cadela Sandy. “Eu prefiro vir aqui do que ir a um particular, que operou a pata dela errada. Quando eu trouxe aqui o atendimento foi excelente. A atenção, o carinho dos médicos.”
Agendamento
“Aqui eles não hesitam em ir a fundo. Não é como usar o particular, em que você paga consulta para retorno e não adianta nada. Aqui o animal só tem alta quando ele está recuperado”, diz a cuidadora de animais Thais de Oliveira, 31, que já levou para lá mais de 30 animais. Com um gato no colo e outro um uma gaiola, ela fala entusiasmada sobre o que vai ser feito a um deles: “Transfusão de sangue. Não é qualquer lugar que faz isso.”
Prata garante que “os pacientes atendidos fazem tudo no mesmo dia: ao chegar às 7h, o animal passa pela triagem, exames complementares e vai passar pelo atendimento específico”, explica. “A pessoa permanece todo o dia aqui, mas ela sai do hospital com a cirurgia ou atendimento agendado.”
Eduiges da Silva (52), que levou sua poodle para cuidar de uma alergia, pede mais unidades gratuitas pela capital. “É raro ver esse tipo de coisa. Isso tem de avançar para as zonas norte, sul, oeste. A Cristal é como um membro da minha família.”
Abatida, Thais Prado (28) acompanha o exame de raio-x da cadela Blanca, atropelada no dia anterior. “Minha filha foi atropelada. Parece que ela quebrou a bacia”, conta, com a voz embargada. Ela acredita que a saúde dos animais também é obrigação do Estado. “Ela vive comigo há dez anos. É como parte da família. O governo precisa se responsabilizar pelo tratamento dos animais de estimação.”
O diretor do hospital lembra, no entanto, que “as pessoas devem dar prioridade a quem não tem condições financeiras para pagar um veterinário particular”. Ele reforça que a parceria com a prefeitura só dá direito ao atendimento de munícipes. “É preciso apresentar comprovante de residência.”
Maria das Graças Neves (33) acompanha o atendimento de sua vira-lata elogiando o serviço e projetando o futuro: “Espero que construam essa unidade na zona norte, como estão dizendo”, afirmou ela na terça-feira (4). A resposta da prefeitura veio rápido. A inauguração do novo hospital, no entanto, não tem data para acontecer.

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