Polícia de SP quer negociar trajeto e manifestantes resistem
Governo de SP garante que não usará Choque
Advogados formam rede para livrar manifestantes da prisão
Polícia atira bombas contra manifestantes e famílias na Quinta da Boa Vista
GALERIA: O protesto no Maracanã
Brasileiros protestam em Nova York, Berlim, Dublin e Montreal
PM diz que não houve excesso
Faixa de protesto é retirada da arquibancada do Maracanã
Fotógrafo passa mal após inalar gás de pimenta em protesto perto do Maracanã
Chefe da Polícia Civil evita comentar ação do Batalhão de Choque
Após quase cair no chão com o efeito da fumaça do gás lacrimogêneo e de pimenta, o profissional foi socorrido por um bombeiro militar, que também tinha sido atingido, mas que, mesmo com os olhos ardendo e lacrimejando, retirou o jovem do local de conflito e deu os primeiros socorros.
NEGOCIAÇÃO NO PARQUE
Manifestantes saíram com as mãos para o alto, encurralados. Fotógrafo ficou ferido
Encurralados pelo Choque, estudantes buscaram refúgio perto do Museu Nacional, na Quinta. Muitos jornalistas e visitantes pediram aos policias que não entrassem no parque, o que não impediu que eles jogassem as bombas.
O grupo só deixou o local após um ‘acordo’ de que
não fariam mais protesto com o fechamento de vias. Por volta de 18h, os
jovens, que até então só estavam armados com gritos de ordem, se
‘renderam’, saindo com as mãos para cima. Uma cena bem estranha.Manifestantes saíram com as mãos para o alto, encurralados. Fotógrafo ficou ferido
Encurralados pelo Choque, estudantes buscaram refúgio perto do Museu Nacional, na Quinta. Muitos jornalistas e visitantes pediram aos policias que não entrassem no parque, o que não impediu que eles jogassem as bombas.
Os manifestantes disseram que tentaram seguir a determinação dos agentes
de segurança e encaminharam ofício sexta-feira para o 4º BPM (São
Cristóvão) informando sobre o ato. Além disso, não chegaram em frente ao
Maracanã. por orientação da polícia. Entre os feridos no protesto está o
fotógrafo Luiz Roberto Lima, que trabalha nas agências Globo e Estado.
Ele passou mal ao inalar gás lacrimogêneo.
Vídeo: Mais tumulto e confusão na Radial Oeste
Na 18ª DP (Praça da Bandeira), para
onde foram levados sete jovens detidos, a chefe da Polícia Civil, Martha
Rocha, conversou com cerca de 500 manifestantes que fizeram um ato em
frente à delegacia.
Ela ouviu as reclamações da truculência
da Polícia Militar, mas não quis comentar o assunto, porque não se
trata da instituição dela. De lá, o grupo partiu para a 20ª DP (Vila
Isabel), onde uma garota foi levada por desacato.
Polícia entra em confronto com manifestantes na Quinta
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Rio - A Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, e o
entorno do Maracanã pareciam cenários de uma guerra durante a
manifestação de estudantes contra o aumento do custo de vida, neste
domingo. Numa ação em que mostrou despreparo, o Batalhão de Choque usou
balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo e de pimenta contra o
grupo de cerca de duas mil pessoas que protestava de forma pacífica.
Sobrou até para quem estava só passando por perto. A Polícia Militar, no entanto, negou que tenha havido excesso e afirmou que vai repetir a tática quando obstruírem vias (no caso de ontem, as que davam acesso ao estádio foram bloqueadas).
O grupo repetia gritos de guerra como ‘Sem violência’ e ‘Choque, eu te amo’. “Isto aqui é uma manifestação pacífica, então vamos combinar: quem tem pavio curto fica atrás. Quem tem paciência vai na frente. Sem violência, sem palavrão e sem máscaras. Ninguém precisa esconder o rosto”, orientou o estudante de direito Adolfo Vieira Tavares, 28 anos.
Muitos pais amarraram camisetas nos rostos das crianças para que elas não respirassem a fumaça das bombas lançadas na Quinta, onde parte dos manifestantes se aglomerou fugindo do Choque. Famílias que faziam piquenique saíram correndo. O portão do parque chegou a fechar.
“Só queria passar o domingo com meu filho. Estou chocada. Ele começou a chorar com o barulho dos tiros e com a ardência na garganta da fumaça”, contou a secretaria Maria José Silveira, 28. A confusão acabou com a festa de aniversário da filha de 9 anos da psicóloga Kelly Campos, 42: “As crianças estão assustadas. Não tem clima mais”.
A ação da polícia não poupou nem quem tentava embarcar na Estação de São Cristóvão, onde o metrô fechou depois da confusão. O militar Artur Bandeira e a namorada, Rayanne Oliveira, foram surpreendidos com bombas nos acesso às plataformas. Hoje haverá manifestação às 17h na Cinelândia.
Torcedores que iam ao jogo atingidos
A primeira ação da polícia começou cerca de 20 minutos antes das seleções do México e da Itália entrarem em campo. Foi em frente ao Viaduto Oduvaldo Cozzi, onde os manifestantes se agrupavam. No momento da confusão, torcedores que chegavam ao estádio acabaram também atingidos pelas bombas lançadas pelo Batalhão de Choque.
A estudante Erika Sampaio, 23 anos, que sofre de asma, ficou desmaiada por alguns minutos. Ela foi socorrida por colegas, que a carregaram no colo até um dos locais onde a fumaça das bombas estava mais fraca. O grupo se dispersou, mas se reuniu novamente em frente à Quinta.
Não demorou meia hora para que a polícia voltasse a agredir os manifestantes, que tentavam se rearticular. Da Quinta, grupo de 500 manifestantes foi levado para a 18 ª DP (Praça da Bandeira), onde sete pessoas foram detidas para averiguação. No local, estava a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, que conversou com os jovens rapidamente. Ela não quis falar sobre a ação da Polícia Militar, mas fez questão de atender o advogado do grupo detido.
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Violência policial marca dia de protesto no Maracanã
Até pessoas que não estavam na manifestação foram atingidas na Radial Oeste e Quinta da Boa Vista
Sobrou até para quem estava só passando por perto. A Polícia Militar, no entanto, negou que tenha havido excesso e afirmou que vai repetir a tática quando obstruírem vias (no caso de ontem, as que davam acesso ao estádio foram bloqueadas).
Vídeo: Bombas e gás contra os manifestantes
O grupo repetia gritos de guerra como ‘Sem violência’ e ‘Choque, eu te amo’. “Isto aqui é uma manifestação pacífica, então vamos combinar: quem tem pavio curto fica atrás. Quem tem paciência vai na frente. Sem violência, sem palavrão e sem máscaras. Ninguém precisa esconder o rosto”, orientou o estudante de direito Adolfo Vieira Tavares, 28 anos.
Muitos pais amarraram camisetas nos rostos das crianças para que elas não respirassem a fumaça das bombas lançadas na Quinta, onde parte dos manifestantes se aglomerou fugindo do Choque. Famílias que faziam piquenique saíram correndo. O portão do parque chegou a fechar.
“Só queria passar o domingo com meu filho. Estou chocada. Ele começou a chorar com o barulho dos tiros e com a ardência na garganta da fumaça”, contou a secretaria Maria José Silveira, 28. A confusão acabou com a festa de aniversário da filha de 9 anos da psicóloga Kelly Campos, 42: “As crianças estão assustadas. Não tem clima mais”.
A ação da polícia não poupou nem quem tentava embarcar na Estação de São Cristóvão, onde o metrô fechou depois da confusão. O militar Artur Bandeira e a namorada, Rayanne Oliveira, foram surpreendidos com bombas nos acesso às plataformas. Hoje haverá manifestação às 17h na Cinelândia.
A primeira ação da polícia começou cerca de 20 minutos antes das seleções do México e da Itália entrarem em campo. Foi em frente ao Viaduto Oduvaldo Cozzi, onde os manifestantes se agrupavam. No momento da confusão, torcedores que chegavam ao estádio acabaram também atingidos pelas bombas lançadas pelo Batalhão de Choque.
A estudante Erika Sampaio, 23 anos, que sofre de asma, ficou desmaiada por alguns minutos. Ela foi socorrida por colegas, que a carregaram no colo até um dos locais onde a fumaça das bombas estava mais fraca. O grupo se dispersou, mas se reuniu novamente em frente à Quinta.
Não demorou meia hora para que a polícia voltasse a agredir os manifestantes, que tentavam se rearticular. Da Quinta, grupo de 500 manifestantes foi levado para a 18 ª DP (Praça da Bandeira), onde sete pessoas foram detidas para averiguação. No local, estava a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, que conversou com os jovens rapidamente. Ela não quis falar sobre a ação da Polícia Militar, mas fez questão de atender o advogado do grupo detido.
Polícia entra em confronto com manifestantes na Quinta
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Manifestantes pagos para isso’, diz Agnelo sobre ato contra Copa no DF
PM usou bombas de gás para conter protesto antes da abertura do evento.
Conflito de sábado terminou com 19 presos e 10 adolescentes apreendidos.
“Ali tinha gente com objetivo de prejudicar essa festa, passar uma imagem negativa. [...] Uma manifestação que não tinha uma bandeira, não tinha uma proposta”, afirmou em entrevista ao Bom Dia DF. “Ali, durante todo o percurso, a polícia apenas acompanhou, eles passaram por várias áreas e barreiras que não poderiam ter passado. [...] A polícia acompanhou e protegeu a entrada e por ali podia fazer a manifestação que fosse. [...] Quando passou do limite, que ameaçava o evento [a polícia agiu].”
Responsável pela organização do protesto ocorrido na sexta, Chico Carneiro afirmou que os manifestantes dois dois eventos eram voluntários. Ele também reforçou o caráter pacífico da ação e disse que em nenhum momento houve intenção de entrar em confronto com a polícia. Outras pessoas que estavam no local afirmaram que a reação da PM foi desproporcional.
Uma estudante da Universidade de Brasília que ficou ferida durante a ação disse que não havia necessidade do uso de gás lacrimogêneo nem de tiros de borracha. A garota foi atingida de raspão na perna e também recebeu spray de pimenta no rosto. Ela precisou ser atendida pelo Samu.
A Polícia Civil informou que investiga a relação entre os protestos ocorridos na sexta e o de sábado, que fechou o Eixo Monumental com queima de pneus. Duas pessoas foram presas na madrugada de sábado suspeitas de tentar alterar semáforos e prejudicar o trânsito na abertura do jogo.
Os manifestantes se reuniram por volta das 9h, na Rodoviária do Plano Piloto. Um grupo de 800 pessoas, segundo a Polícia Militar, caminhou pela via N1 do Eixo Monumental, e se aglomerou próximo ao Estádio Nacional Mané Garrincha, onde aconteceu a partida.
No início da tarde, os manifestantes foram isolados pelos policiais. Segundo o comandante da PM, Jooziel Freire, depois da ação da corporação, boa parte daqueles que faziam o protesto foi embora. Por volta das 14h20, alguns manifestantes tentaram invadir a área onde só tinham acesso torcedores com ingresso, o que deu motivou um novo conflito, segundo a PM.
“Nós dialogamos com os manifestantes até o limite, que era a entrada do estádio, ali próximo ao raio X. Eles enfrentaram a tropa para entrar no estádio. Nós fizemos o uso progressivo da força, primeiro com as motos, depois a cavalaria, até o momento em que não houve mais negociação e a tropa de choque entrou em ação”, afirmou Freire.
De acordo com o diretor-geral da Polícia Civil, Jorge Xavier, os manifestantes presos foram encaminhados à delegacia por desacato, resistência, desobediência e lesão corporal. Um dos detidos vai responder por dano a patrimônio público por ter lançado objetos contra uma viatura da PM. Todos foram liberados depois de assinar termo circunstanciado e passar pelo IML.
Ainda no sábado, o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, afirmou que a ação da polícia para conter os conflitos com manifestantes “foi perfeita”. Segundo o GDF, 19 pessoas foram presas e 10 adolecentes foram apreendidos. O governo informou que 39 pessoas foram atendidas pelo Samu, três por ferimentos de balas de borracha, disparadas por PMs, que também reagiram atirando gás lacrimogêneo.
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