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2.02.2014

Saúde alerta para o uso indevido de medicamentos


Pessoas devem procurar orientação de médicos e farmacêuticos
 Saúde alerta para o uso indevido de medicamentos (Foto: divulgação/SES)
Entre os anos de 2012 e 2013, o Centro de Investigação Toxicológica (Ciatox) registrou 1.784 casos de intoxicação por medicamentos, sendo 949 casos em 2012 e 835 em 2013. Dentre as causas estão a automedicação e o uso indiscriminado de medicamentos pela população.
A gerente de medicamentos da Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Elisdete Santos de Jesus, alerta que o uso indevido de medicamentos pode mascarar e agravar doenças, causando diversos malefícios à saúde.
De acordo com ela, é importante que as pessoas procurem a orientação de médicos e farmacêuticos antes de consumir quaisquer tipos de medicamentos. Vale lembrar que os farmacêuticos devem estar presentes nas farmácias durante todo o horário de funcionamento.

Em conversa com a equipe da assessoria de comunicação da SES, Elisdete também aborda sobre os riscos à saúde a quem compra medicamentos pela internet e usa a rede para buscar informações sobre diagnóstico e tratamento de doenças. Confira:

ASCOM/SES - Qual é a diferença entre a automedicação e o uso indiscriminado de medicamentos? Elisdete Santos de Jesus - A automedicação é determinada pelo uso de remédios escolhidos pelo próprio paciente ou por indicações recebidas de pessoas não habilitadas, por exemplo, amigos e familiares. Ocorre quando os remédios são usados por conta própria e sem a avaliação de um profissional de saúde. Essa prática pode levar ao agravamento da doença, já que a utilização inadequada pode esconder determinados sintomas e fazer com que a doença evolua para uma forma mais grave. Já o uso indiscriminado de medicamentos está relacionado ao consumo excessivo e constante destes produtos, a medicalização. É uma forma de encontrar a cura para doenças e promover o bem-estar usando exclusivamente medicamentos.

ASCOM/SES - Quais são os medicamentos mais utilizados pelas pessoas sem o devido acompanhamento profissional? ESJ - Analgésicos, antitérmicos e antiinflamatórios ainda são vendidos nas farmácias sem a necessidade de apresentação da receita médica. Geralmente, as pessoas buscam o alívio rápido para um incômodo que consideram ser apenas momentâneo. Neste caso, a compra de medicamentos sem receita médica apresenta-se como o caminho mais fácil para o alívio dos incômodos.
ASCOM/SES - Quais são os riscos e as consequências da automedicação e do uso indiscriminado de medicamentos? Eles podem causar algum outro problema à saúde? ESJ - Tomar remédio para o alívio da dor sem investigar a causa é um perigo. A dor é um alarme do corpo para um problema. É preciso saber qual a causa. Neste sentido, o uso de um medicamento por conta própria pode mascarar uma doença ou um problema mais grave. Ingerir medicamentos sem o conhecimento de um médico e/ou orientação de um farmacêutico causa diversas implicações. A combinação errada de algumas substâncias pode ter efeitos potencializados ou até mesmo anulados quando administrados com outras medicações, determinados tipos alimentos e bebidas alcoólicas.
ASCOM/SES - Os medicamentos de venda livre apresentam algum risco para a saúde das pessoas? Quais são? ESJ - Os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP), ou de venda livre, tem como objetivo tratar sintomas ou doenças leves, de forma rápida e econômica, sem a necessidade de procurar um médico, tendo a ocasional orientação do profissional responsável, que é o farmacêutico. Esta prática exige cuidados para evitar riscos de intoxicação, interação medicamentosa e uso indevido. Além disso, idosos, gestantes e crianças fazem parte de um grupo arriscado de pacientes com relação à dose e contra-indicação. Para esse grupo recomenda-se que procure um médico para avaliação na utilização de qualquer medicamento.
ASCOM/SES - É correta a venda de remédios pela internet? Apresenta riscos? ESJ - A venda de medicamentos só é possível desde que exista uma farmácia real, física, com um telefone de contato para a orientação do paciente pelo farmacêutico. O comércio eletrônico de medicamento na Internet vem chamando atenção devido aos riscos gerados. Dentre alguns problemas, pode-se destacar a compra de medicamentos de origem desconhecida, falsificados ou adulterados, de origem estrangeira sem registro da ANVISA, com concentração inadequada ou contaminada, infringindo a Lei 9.677/98, sem registro na ANVISA, com validade vencida, desrespeitando a Lei 6.437/77 e a falta de garantia na estabilidade físico-química e microbiológica do medicamento durante o transporte dele até o consumidor.
ASCOM/SES - Muitas pessoas procuram informações para a cura de algum sintoma na internet. Quais são os riscos dessa prática? ESJ - Essas informações podem levar à automedicação, a erros de diagnósticos, à escolha inadequada de uma terapia, podendo retardar o reconhecimento de uma doença, com a possibilidade de agravá-la. Sintomas iguais podem ter causas diferentes e são indicativos de problemas de saúde. Dessa forma, antes da prescrição, a consulta médica, o exame clínico e a realização de exames complementares são fundamentais.
ASCOM/SES - Nas farmácias, quando o consumidor deve procurar o farmacêutico? Os estabelecimentos são obrigados a manter um profissional para orientá-lo? ESJ - As farmácias e as drogarias devem ter, obrigatoriamente, a assistência de farmacêutico responsável técnico ou de seu substituto, durante todo o horário de funcionamento do estabelecimento, nos termos da legislação vigente.
ASCOM/SES - O que o consumidor deve observar na farmácia antes de comprar seu medicamento? Se a farmácia não estiver de acordo com as normas sanitárias, como o consumidor pode fazer a denúncia para a autoridade sanitária? ESJ - De acordo com a ANVISA, o estabelecimento deve manter a Licença ou Alvará Sanitário e a Certidão de Regularidade Técnica afixados em local visível ao público. Se a farmácia não tiver de acordo com essas determinações, o consumidor pode procurar a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal, bem como órgão de Ouvidoria da SES e denunciar o estabelecimento.
Com informações da SES

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