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3.06.2014

Taxa de desemprego entre as mulheres é a menor desde 89, aponta estudo

Pesquisa feita pela parceria Seade/Dieese mostra que região metropolitana de São Paulo registra 11,7% de desempregadas
RIO - A taxa de desemprego entre as mulheres na região metropolitana de São Paulo no ano passado registrou seu menor patamar em 24 anos, segundo a pesquisa ‘‘A presença feminina no mercado de trabalho em 2013’’ feita em parceria pela Fundação Seade e o Dieese, e divulgado nesta quinta-feira. De acordo com o trabalho, a taxa de desempregadas na região chegou a 11,7%, o segundo menor índice desde o início da pesquisa - em 1989, o desemprego foi de 10,6%. Em 2012, a taxa foi de 12,5%.
Segundo o Seade, o fato se explica pela menor número de mulheres no mercado de trabalho e a relativa estabilidade do nível de ocupação. Para Alexandre Loloian, economista e coordenador de análise da pesquisa, o nível recorde de desemprego em 25 anos é um fato a ser comemorado tendo em vista a atual situação econômica do país.
- O fato positivo da pesquisa é que temos uma ocupação crescentes, mas o nível de desemprego é o menor em décadas. Sabemos que não é uma taxa baixa, mas para a situação econômica que vivemos é um fato para se destacar. Tendo em vista a série histórica, é algo para exaltarmos - explicou o analista.
- O desemprego chegou a esse ponto em função da não inserção de mulheres mais jovens no mercado. A taxa de participação diminuiu. Mas estas mulheres não procuram emprego. Permanecem fora do mercado, vivem com a renda familiar e procuram uma qualificação ainda maior. Além disso, caso elas procurassem ocupação, a procura por emprego seria bastante complicada em função da restrição de vagas.
Para os pesquisadores, a queda na procura de empregos em faixas etárias mais baixas vêm de encontro ao fato da renda sustentar essas pessoas fora do mercado. Os dados do estudo mostram que a presença da mulher no mercado de trabalho em 2013 decresceu a 55,1%, ante os 56,1% registrados em 2013.
- A taxa de participação está muito ligada ao desempenho da economia brasileira. Se essa pesquisa feito no Rio daria o mesmo resultado. A economia andou de lado em 2013, sem variações positivas ou negativas. A ocupação não cresceu e muitas pessoas desistem de pressionar o mercado. Quando uma pessoa fica sabendo de muitas oportunidades, ela se interessa em entrar no mercado. O caso contrário funciona da mesma forma - avaliou Alexandre.
O estudo ainda destaca o aumento significativo de mulheres empregadas com carteira assinada no setor privado. Em 2013, o acréscimo foi de 3,3% se comparado ao ano anterior. Já entre os homens, este crescimento foi de apenas 0,2%. Além da alta na taxa de empregos formais, os não-formais sofreu forte queda entre mulheres e homens no setor privado: -10,6% e 4,2%, respectivamente.
Diferença salarial diminuiu, mas segue alta
Sobre a renda das mulheres na região, acréscimo pequeno nos vencimentos em relação a 2012. O valor por hora foi de R$ 8,73 no ano passado, 0,8% superior ao visto no ano anterior.
Mas, se comparados aos rendimentos dos homens, as mulheres conseguem diminuir a diferença sobre a renda. Em 2013, os homens tiveram decréscimo em seus rendimento: -1,3%. Com isso, o rendimento médio feminino correspondeu a 77,1% dos recebidos pelos homens no ano.
- Essa diferença segue muito alta. Ainda existe um preconceito para a contratação de mulheres. Mas essa taxa vem diminuindo e elas estão buscando ainda mais qualificação. A diferença tende a diminuir, mas esbarra nesse receio do empregador - lembrou Alexandre Loloian.

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