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5.15.2014

Modelo brasileira é presa na China por trabalhar ilegalmente

Amanda Griza é a única brasileira entre 60 modelos presas no país asiático.
Após contato com consulado e embaixada, pais aguardam notícia.

Do G1 RS
Amanda trabalhava como modelo na China desde o início do ano (Foto: Edson Griza/Arquivo Pessoal) 
Amanda trabalhava como modelo na China desde
o início do ano (Foto: Edson Griza/Arquivo Pessoal)
A família da modelo gaúcha Amanda Griza, 19 anos, aguarda com ansiedade notícias da jovem, única brasileira entre 60 modelos internacionais presas desde 8 de maio na China por trabalhar ilegalmente. Os pais, o casal de empresários Edson e Helena Griza, proprietários de um salão de beleza em Camboriú, Santa Catarina, garantem que ela entrou no país com um visto de negócios, e que nenhum dos três pensava que a atividade seria ilícita.
O G1 entrou em contato com o Itamaraty e aguarda retorno sobre o caso.
"A vítima da história é minha filha", lamenta Edson. "No consulado de São Paulo, ela preencheu papéis dizendo que entraria na China para trabalhar como modelo. Nunca se imaginou que isso poderia acontecer", afirmou.
A mãe, Helena, concorda. "Nos consideramos vítimas", afirma. "Ela foi selecionada para uma temporada de quatro meses e eles mandaram um pedido de visto de negócio. Até a coisa acontecer, achávamos que isso tudo era legal. Ela também achava. Não acredito que minha filha iria para lá correndo esse risco", afirmou.
Amanda mostrava inclinação à carreira ainda quando tinha 11 anos, e morava com a família em Osório, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, e participou de uma campanha publicitária da General Motors. Em 2009, dois anos após a família se mudar para Camboriú, ela começou a trabalhar como modelo na região. "Ela tinha o sonho de que a carreira dela subisse. Sempre gostou do que faz", lamenta o pai.
A modelo trabalhou no México, onde conheceu um brasileiro que intermediou um contato com a agência de modelos M1. Surgiu a oportunidade de trabalhar na China, o que causou contrariedade no pai. "Eu disse que é um país comunista, era complicado", recorda Edson.
No dia 8 de maio, quinta-feira da semana passada, policiais chineses simularam uma seleção de modelos e prenderam 60 estrangeiras, entre elas Amanda. No último contato que teve com a família, ela usou um aplicativo do telefone celular para contar, pela internet, o que estava acontecendo. "Ela nunca nos deixou sem saber nada, ficou nos mandando mensagens entre as 8h e as 10h30 da manhã, nos narrou o que acontecia", conta o pai.
Por meio de contato com colegas de Amanda que não foram flagradas pela polícia chinesa, a família obteve a informação de que a gaúcha seria solta em 24 horas. O prazo, no entanto, aumentou para 72 horas. Assustados com a situação, os pais conseguiram contato com uma vice-cônsul, que conversou com as autoridades e visitou a modelo.
"As autoridades informaram para ela na segunda-feira que ela tinha sido presa por trabalhar ilegalmente", conta Helena, mãe de Amanda. A visita aconteceu durante a madrugada desta quarta (15), quando a vice-cônsul brasileira entregou à modelo uma carta enviada por e-mail pela mãe. "Ela disse que a Amanda chorou muito e estava muito emocionada, estava rezando para que tudo isso acabasse logo", relatou.
A representante brasileira na China contou que seria instaurado um processo que pode se estender por 30 dias. No entanto, segundo Helena, "era para ficarmos tranquilos, porque eles estavam fazendo tudo o possível para tirar minha filha de lá antes disso". A mãe ainda espera pela chance de conversar por telefone com a filha, também solicitada pela vice-cônsul.
Já durante o dia, a família recebeu um contato da Embaixada da China no Brasil pedindo informações sobre o caso. Após relatar o que aconteceu, a família aguarda um retorno nesta quinta. Enquanto isso, Edson e Helena seguem ansiosos por um desfecho para o caso. "Estamos com o coração em pedaços", diz o pai.

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