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11.09.2014

Picolés gigantes do México viram mania carioca

A paleta, tablete gigante feito com frutas concentradas e o dobro do nosso picolé, tem tudo para roubar a cena no verão

Maria Luisa Barros
Rio - Do México, vieram a tequila, a marguerita, os tacos e os burritos. A mais recente aquisição da terra do Chaves são as paletas, os típicos picolés mexicanos com quase o dobro do tamanho das versões brasileiras, que prometem ser a mais nova sensação deste verão. Importadas dos ‘hermanos’, as paletas caíram no gosto dos cariocas, derretendo corações e aquecendo os bolsos dos donos do negócio, da Zona Sul ao Jacarezinho.
Frutado, cremoso ou recheado, o gelado no palito feito artesanalmente e com 120 gramas é oferecido em mais de 20 sabores. O carro-chefe do cardápio é o de morango recheado de leite condensado. Para quem prefere sabores mais picantes, há versões como abacaxi com pimenta, e há também as alcoólicas.

As paletas, picolés típicos do México, têm o dobro do tamanho dos brasileiros. Frutados, cremosos ou recheados, têm 120 gramas e mais de vinte sabores
Foto:  Maíra Coelho / Agência O Dia

Seja por meio de franquias ou por iniciativa própria, as paleterias se espalham pela cidade. Há um ano, o enfermeiro Anderson Santana Martins, 36 anos, e a protética Adnaura Ribeiro, 35 anos, venderam carro e viajaram até o México para aprender a receita criada na década de 30. Na volta, pediram as contas nos empregos, juntaram as economias e abriram a Las Paletas Carioca, no Jacarezinho, onde nasceram. A desconfiança inicial, com os sombreros na decoração, foi substituída por uma clientela fiel na comunidade da Zona Norte. “É o melhor picolé que já comi”, elogia o comerciante Marcelo Cortes. Os donos de Las Paletas já receberam encomendas de produtores de festas de Copacabana.

Para não entrar numa gelada com tanta concorrência, os preços na favela são menores e os sabores, ao gosto da freguesia. “Fizemos o de açaí porque os cariocas gostam e o de cajá, para os nordestinos que moram no Jacarezinho”, diz Anderson, que vende, em média, 500 paletas por dia.

Feliz por ter sobrevivido ao inverno, o casal espera recuperar o investimento inicial de R$ 55 mil no verão. “Fico atento ao que as pessoas querem. Lançamos o prestígio depois de ver uma mulher comendo um no trem. Tem também o de paçoquita”, oferece.

Com ingredientes naturais e sem conservantes, a rede Los Paleteros produz 110 mil paletas por mês para abastecer as quatro lojas do Rio e Niterói, no Botafogo Praia Shopping, no Downtown, na Barra, no Nova América e no Plaza. Um dos donos da marca, o empresário Gean Chu acredita que as paleterias não vão derreter como as iogurterias. “Estamos sempre lançando novos sabores de acordo com as estações”, diz.

Anderson e Adnaura foram até o México para aprender a receita
Foto:  Maíra Coelho / Agência O Dia

Carrinhos para venda nas ruas

Com a cabeça fervendo de ideias para o verão, os donos de Las Paletas Carioca planejam aumentar as vendas junto com a temperatura da próxima estação. Já receberam proposta de levar o negócio até para o Complexo do Alemão. “Por enquanto não temos planos de sair do Jacarezinho. Para o verão, vamos comprar carrinhos de picolé e colocar vendedores percorrendo a comunidade”, revela Anderson, que não se arrepende de ter deixado para trás dez anos de enfermagem. “Pelo menos, se alguém passar mal de tanto comer meus picolés, posso prestar os primeiros socorros”, brinca o empresário.
Marca tem mais de 300 mil fãs
Com mais de 300 mil fãs nas redes sociais da marca, a Los Paleteros se orgulha de ter criado uma legião de paleteromaníacos. “É um produto que caiu muito bem no gosto do carioca. Transmite alegria e um jeito saudável de levar a vida. Não é moda passageira. Veio para ficar”, aposta um dos donos da rede curitibana, o empresário Gean Chu.
A febre pela sobremesa inspirada na gastronomia mexicana é tanta que a marca tem mais de mil pedidos de abertura de franquias.

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