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4.08.2015

Fotos íntimas enviadas por e-mail são espionadas

Ex-técnico de agência de monitoramento dos Estados Unidos revela como imagens vão parar nas telas de funcionários do governo norte-americano

O DIA
Rio - Há quase dois anos, quando divulgou documentos secretos do governo dos Estados Unidos, ele não criou tanto incômodo nos cidadãos ‘comuns’ quanto agora. Em entrevista a um programa de TV, Edward Snowden, ex-técnico da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), explicou como fotos e vídeos que mostrem “pênis ou outras intimidades quaisquer” podem ir parar nas telas de espiões da administração norte-americana. 
Edward Snowden
Foto:  Reprodução
Parece simples: “Se você tem um e-mail, como o Gmail, hospedado em um servidor no exterior ou que transfere seus dados para um servidor fora, todas as suas informações vão parar no banco de dados”, resumiu para o apresentador e comediante John Oliver, no programa ‘Last Week Tonight’. 
Na transmissão, Oliver exibiu entrevistas gravadas nas ruas com alguns americanos. A maioria disse não saber sequer quem é Edward Snowden, e os que conheciam o nome acreditavam que ele vendera informações a outras pessoas. Mas os mesmos cidadãos, confrontados com a informação de que fotos íntimas podem ser monitoradas, se assustaram. “Este é o limite mais claro para as pessoas: o governo pode ver meu pênis?”, perguntou Oliver. 
“A boa notícia é que não existe nenhum programa chamado ‘imagem de pênis’. A má notícia é que eles coletam todas as suas informações, incluindo fotos do seu pênis”, declarou Snowden. 
O ex-técnico da NSA, processado nos Estados Unidos, vive atualmente asilado na Rússia, onde foi gravada a entrevista. Oliver também questionou Snowden sobre o que teria levado a NSA a espionar governos e usuários em todo o mundo. De acordo com o americano, a agência tem “as maiores capacidades de monitoramento já vistas em toda a história”, mas que o órgão declara que elas não são usadas contra os cidadão. Ao final, Snowden reforçou sua posição de que as pessoas precisam defender seus direitos como usuárias de internet. Além disso, ele acredita que programas de espionagem não devem intimidar os internautas, nem fazer com que eles mudem suas atitudes no real ou no virtual.

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