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6.28.2015

Com 'corrida aos bancos' na Grécia, governo confirma feriado bancário


Gregos correram para retirar seu dinheiro dos bancos neste sábado.
População teme saída do país da zona do euro.

Do G1, em São Paulo
Gregos enfrentam fila para tirar dinheiro em um caixa eletrônico no centro de Atenas neste domingo (Foto:  AP Photo/Daniel Ochoa de Olza)Gregos enfrentam fila para tirar dinheiro em um caixa eletrônico no centro de Atenas neste domingo (Foto: AP Photo/Daniel Ochoa de Olza)
O primeiro-ministro da GréciaAlexis Tsipras, anunciou, neste domingo (28), feriado bancário e controle de capitais na Grécia. A decisão, que passa a valer a partir desta segunda-feira, segundo a BBC, foi tomada depois que os gregos começaram a retirar seu dinheiro dos bancos neste fim de semana.
Tsipras não deu detalhes sobre o período em que os bancos permanecerão fechados ou como serão as restrições ao movimento de capitais, segundo a Reuters, mas assegurou que os depósitos dos cidadãos nos bancos gregos estão seguros, assim como os pagamentos de salários e pensões.
Segundo uma fonte ouvida pela Reuters, a recomendação do conselho de estabilidade financeira da Grécia foi que os bancos permanecessem fechados por seis dias úteis.
A "corrida aos bancos", que deixou mais de um terço dos caixas desabastecidos neste sábado (27), foi uma reação ao anúncio de um referendo no dia 5 de julho para a população opinar se aceita ou não as propostas de austeridade exigidas pelos credores do país. A população teme que o país saia da zona do euro.
Neste domingo, Tsipras culpou os parceiros europeus e o Banco Central Europeu por forçar a Grécia a tomar essa atitude. Ele acrescentou que não vai voltar atrás em sua decisão de realizar o referendo no próximo domingo.
O país passa por um impasse diante de dificuldades de acordo entre o governo grego e os credores de sua dívida (União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu). No próximo dia 30, a Grécia deve pagar ao FMI 1,6 bilhão de euros - dinheiro que não tem em caixa.
Para fazer o pagamento, o país depende de ajuda financeira. Porém, 7,2 bilhões de euros em ajuda estão bloqueados, sob a condição de que a Grécia realize reformas econômicas. O governo, no entanto, não concorda com as reformas propostas. As medidas cobradas pela União Europeia e pelo FMI como reformas à economia grega incluem mudanças como aumento de impostos e reduções no sistema de aposentadoria.
Neste sábado, após o anúncio do referendo, os ministros da Economia da zona do euro rejeitaram estender o atual programa de resgate financeiro da Grécia, que expira na terça-feira (30) junto com o vencimento da dívida com o FMI. A extensão seria necessária porque o referendo sobre o tema só vai ocorrer em 5 de julho, dias depois do vencimeFrnto da dívida.
Neste domingo, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que deve manter os empréstimos de emergência acordados aos bancos gregos em seu nível atual. Apesar disso, a instituição não parece disposta a desviar-se de suas regras, ou seja, a financiar a economia grega além da expiração do plano de ajuda em curso na terça-feira.
Novo pedido de extensão
Tsipras também afirmou que fez um novo pedido de extesão do atual programa de resgate financeiro para líderes da zona do euro neste domingo. "Estou esperando sua resposta imediata para esse apelo fundamental à democracia", disse.
"Uma coisa é clara: a recusa à uma extensão curta, e a tentativa de anular um procedimento democrático é um ato profundamente ofensivo e vergonhoso para as tradições democráticas da Europa", acrescentou.
Manifestantes anti-austeridade
Manifestante anti-austeridade queima uma nota de Euro em frente aos escritórios da União Europeia em Atenas neste domingo  (Foto: Reuters/Alkis Konstantinidis)Manifestante anti-austeridade queima uma nota de Euro em frente aos escritórios da União Europeia em Atenas neste domingo (Foto: Reuters/Alkis Konstantinidis)
Neste domingo, manifestantes anti-austeridade se reuniram em frente aos escritórios da União Européia em Atenas. Muitos erguiam faixas com a palavra "não" em grego, em um pedido para que a população vote contra a aceitação das medidas de austeridade impostas pelos credores no referendo de 5 de julho.

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