Diga
aí quantas vezes você já leu notícias sobre políticos e "pastores"
que, insistindo em combater direitos civis gays afirmando que estavam
querendo destruir a "santidade do matrimônio", foram posteriormente
flagrados traindo suas esposas ou mantendo relações homossexuais
clandestinas? Se simplesmente tentar impedir que casais LGBT tenham os
mesmos direitos que heterossexuais já é algo repugnante e que caminha na
contramão da História, unir este discurso conservador a atitudes que o
contradizem apenas soma hipocrisia à falta de humanidade.
O que me traz a Rodrigo Constantino, um dos principais blogueiros de Veja - uma revista que, por si só, já une repugnância e hipocrisia em suas páginas.
Ao longo dos anos, Constantino escreveu posts nos quais defendia o casamento "tradicional". Em 28 de fevereiro de 2014, por exemplo, ele publicou um texto chamado (cof-cof) "Em Defesa do Casamento" (http://veja.abril.com.br/…/…/cultura/em-defesa-do-casamento/):
"Véspera de Carnaval, a festa da carne (como o nome diz), do hedonismo, e lá vou eu remar contra a maré e escrever um longo texto em defesa do casamento tradicional, aquele entre homem e mulher “até que a morte nos separe”.", começa Constantino. A partir daí, ele faz uma resenha porca de um livro idem na qual, através de sofismas óbvios, tenta justificar o matrimônio heteronormativo (que ele descreve - atenção para o meu grifo - como "como uma união completa de duas pessoas, um homem e uma mulher, em sua mais básica dimensão, em suas mentes e corpos, COM EXCLUSIVIDADE e de forma permanente.") ao acoplá-lo à melhor maneira de educar crianças felizes, como se já não existissem infinitos exemplos de filhos criados por casais gays perfeitamente felizes e "ajustados". Ele diz, por exemplo, que a "estabilidade familiar é positiva para os filhos" (duh) como se isto, de alguma forma, excluísse casamentos gays.
"Afinal, valorizo o casamento tradicional como um ideal a ser seguido.", escreve Rodrigo, do alto de sua superioridade moral.
Já em outro texto (http://veja.abril.com.br/…/lovewins-a-esquerda-brasileira-…/), Constantino vai além e, ao argumentar contra o casamento gay, adota a desprezível tática dos mais podres conservadores e faz comparações absurdas com o "poliamor" e até mesmo com a pedofilia, sugerindo canalhamente que o casamento homossexual poderia abrir portas para os demais.
Pois é.
Muito bem.
O site Ashley Madison é uma plataforma criada para permitir que homens casados tenham relacionamentos extraconjugais - sem, claro, que seus parceiros saibam. Isso faz parte do slogan do site, que traz em sua capa a imagem de uma mulher com o indicador sobre os lábios, num "shhh" que sugere segredo de forma sedutora. Infelizmente para os milhões de homens que se cadastraram no sistema, este foi hackeado recentemente e, esta semana, os dados de seus clientes foram jogados na Internet.
Pois um leitor que mantém a conta @OdeCarvalbo no Twitter (sim, é um perfil fake, infelizmente) me enviou a informação de que o seguinte email encontra-se na lista dos cadastrados no Ashley Madison:
constantino.rodrigo@gmail.com (Pesquise este email no seguinte site: http://www.trustify.info/check.)
Ops.
Confirmei pelo Google se tratar do email que Constantino divulga como seu. Aliás, outras pessoas já publicaram esta informação - não sou o primeiro a fazê-lo e, portanto, não se trata exatamente de um "furo de reportagem".
Mas umas observações cabem aqui:
1) Alguém pode, sim, ter criado uma conta em seu nome. No entanto, como outros dados estão disponíveis para confirmação (endereço, cartão de crédito, etc), é fácil confirmar se a conta é dele mesmo ou não.
2) Em circunstâncias normais, eu jamais me importaria com o fato de Constantino ter uma conta num site de casos extraconjugais. Em primeiro lugar, porque não acredito em monogamia. Sim, é possível você se manter monogâmico por uma escolha, mas não é algo que faça parte da natureza humana. O casamento é um mero contrato social para garantir a transferência de bens de uma geração para outra - e, para piorar, dogmas religiosos interferiram ainda mais nessa construção artificial do que deveria ser um relacionamento. Assim, meu problema com Constantino não é que ele tenha o desejo de ficar com outras pessoas, mas o fato de que, em público, ele defende o contrário. Não, pior: em público, ele usa uma defesa da "tradição" para tentar impedir que outras pessoas possam ter os mesmos direitos que ele. E é esta hipocrisia que me insulta e me levou a publicar este post.
Porque se há algo que me irrita mais do que alguém que berra "tradição!" para impedir a felicidade alheia é alguém que nem sequer segue esta mesma tradição que parece defender com tanto empenho.
O que me traz a Rodrigo Constantino, um dos principais blogueiros de Veja - uma revista que, por si só, já une repugnância e hipocrisia em suas páginas.
Ao longo dos anos, Constantino escreveu posts nos quais defendia o casamento "tradicional". Em 28 de fevereiro de 2014, por exemplo, ele publicou um texto chamado (cof-cof) "Em Defesa do Casamento" (http://veja.abril.com.br/…/…/cultura/em-defesa-do-casamento/):
"Véspera de Carnaval, a festa da carne (como o nome diz), do hedonismo, e lá vou eu remar contra a maré e escrever um longo texto em defesa do casamento tradicional, aquele entre homem e mulher “até que a morte nos separe”.", começa Constantino. A partir daí, ele faz uma resenha porca de um livro idem na qual, através de sofismas óbvios, tenta justificar o matrimônio heteronormativo (que ele descreve - atenção para o meu grifo - como "como uma união completa de duas pessoas, um homem e uma mulher, em sua mais básica dimensão, em suas mentes e corpos, COM EXCLUSIVIDADE e de forma permanente.") ao acoplá-lo à melhor maneira de educar crianças felizes, como se já não existissem infinitos exemplos de filhos criados por casais gays perfeitamente felizes e "ajustados". Ele diz, por exemplo, que a "estabilidade familiar é positiva para os filhos" (duh) como se isto, de alguma forma, excluísse casamentos gays.
"Afinal, valorizo o casamento tradicional como um ideal a ser seguido.", escreve Rodrigo, do alto de sua superioridade moral.
Já em outro texto (http://veja.abril.com.br/…/lovewins-a-esquerda-brasileira-…/), Constantino vai além e, ao argumentar contra o casamento gay, adota a desprezível tática dos mais podres conservadores e faz comparações absurdas com o "poliamor" e até mesmo com a pedofilia, sugerindo canalhamente que o casamento homossexual poderia abrir portas para os demais.
Pois é.
Muito bem.
O site Ashley Madison é uma plataforma criada para permitir que homens casados tenham relacionamentos extraconjugais - sem, claro, que seus parceiros saibam. Isso faz parte do slogan do site, que traz em sua capa a imagem de uma mulher com o indicador sobre os lábios, num "shhh" que sugere segredo de forma sedutora. Infelizmente para os milhões de homens que se cadastraram no sistema, este foi hackeado recentemente e, esta semana, os dados de seus clientes foram jogados na Internet.
Pois um leitor que mantém a conta @OdeCarvalbo no Twitter (sim, é um perfil fake, infelizmente) me enviou a informação de que o seguinte email encontra-se na lista dos cadastrados no Ashley Madison:
constantino.rodrigo@gmail.com (Pesquise este email no seguinte site: http://www.trustify.info/check.)
Ops.
Confirmei pelo Google se tratar do email que Constantino divulga como seu. Aliás, outras pessoas já publicaram esta informação - não sou o primeiro a fazê-lo e, portanto, não se trata exatamente de um "furo de reportagem".
Mas umas observações cabem aqui:
1) Alguém pode, sim, ter criado uma conta em seu nome. No entanto, como outros dados estão disponíveis para confirmação (endereço, cartão de crédito, etc), é fácil confirmar se a conta é dele mesmo ou não.
2) Em circunstâncias normais, eu jamais me importaria com o fato de Constantino ter uma conta num site de casos extraconjugais. Em primeiro lugar, porque não acredito em monogamia. Sim, é possível você se manter monogâmico por uma escolha, mas não é algo que faça parte da natureza humana. O casamento é um mero contrato social para garantir a transferência de bens de uma geração para outra - e, para piorar, dogmas religiosos interferiram ainda mais nessa construção artificial do que deveria ser um relacionamento. Assim, meu problema com Constantino não é que ele tenha o desejo de ficar com outras pessoas, mas o fato de que, em público, ele defende o contrário. Não, pior: em público, ele usa uma defesa da "tradição" para tentar impedir que outras pessoas possam ter os mesmos direitos que ele. E é esta hipocrisia que me insulta e me levou a publicar este post.
Porque se há algo que me irrita mais do que alguém que berra "tradição!" para impedir a felicidade alheia é alguém que nem sequer segue esta mesma tradição que parece defender com tanto empenho.
Esse Constantino é uma tremenda bichona enrustida.
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