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9.01.2015

Como decifrar os rótulos dos alimentos e manter uma dieta equilibrada

Para comer bem é preciso equilibrar carboidratos, gorduras, proteínas e fibras

O Dia
Rio - Quem nunca se esbaldou numa churrascaria no domingo e prometeu começar uma dieta na segunda-feira? Quem nunca se empolgou com o verão e comprou roupas e equipamentos esportivos que acabaram esquecidos no armário quase sem uso? As celebridades brilham no Instagram e seus amigos explodem de felicidade no Facebook. O mundo é lindo, magro, saudável, e você esparramado no sofá com essa pança indecorosa...
A receita todo mundo já sabe: comer menos e melhor, exercitar-se mais e regularmente. Não adianta seguir o impulso, como faz quem adere a dietas radicais e remédios milagrosos. É preciso estratégia e perseverança. E conhecimento. O primeiro passo é saber como carboidratos, proteínas, gorduras, fibras e açúcar atuam no organismo e se escondem ardilosamente nos rótulos de informações nutricionais.
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Os valores podem corresponder a apenas um porção do alimento, não a todo o conteúdo da embalagem
Foto:  Reprodução Internet
Se serve de consolo, saiba que 51% dos brasileiros estão acima do peso e 17% são considerados obesos, segundo estudo da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Uma alimentação saudável também ajuda a evitar doenças cardiovasculares, como hipertensão e acidente vascular cerebral (AVC)
Em se tratando de dieta, a principal orientação é adotar uma dieta balanceada com carboidratos, proteínas, gorduras, fibras e açúcar. Mas nem sempre é fácil distinguir os prós e contras de cada um desses componentes. Especialistas concordam que os rótulos deveriam ser mais fáceis de interpretar.
O cardápio mais adequado agrega todos os componentes, inclusive gorduras. No entanto, é preciso moderação ao ingerir cada um deles. Segundo o endocrinologista Henrique Suplicy, os carboidratos devem estar presentes em todas as refeições, pois são as substâncias que dão energia ao corpo. São essas substâncias que também fornecem a glicose (açúcar) para o organismo. As pessoas podem encontrá-los, por exemplo, no arroz, macarrão e pães.
“Só não podemos misturar os alimentos ricos em carboidratos, porque são altamente calóricos e aumentaria as chances de obesidade. Um grama desse componente equivale a quatro calorias. É preciso de equilíbrio”, alerta o integrante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Os especialistas sugerem que a nova dieta inclua também cerca de 25% de gorduras, que são isolantes térmicos para o organismo e podem ser encontradas no azeite de oliva e óleo de canola; e 25% de proteínas, que ajudam no fortalecimento dos músculos e são encontradas nas carnes. “O prato pode ser montado da seguinte forma: no meio fica concentrada a comida rica em carboidratos e nas laterais as proteínas e gorduras”, sugere Henrique.
Gordura trans é a pior de todas
As pessoas devem ficar atentas ainda ao tipo de gordura mais concentrada nos produtos, ressalta o cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni. O melhor é optar pela insaturada, que é de origem animal. “A saturada, encontrada em batata frita, por exemplo, é prejudicial e aumenta o colesterol. E nunca devemos ingerir a gordura trans, por ela ser modificada. Esse tipo é encontrado em produtos industrializados e fast food”, explica o cardiologista do Hospital Dante Pazzanese.
Outra substância fundamental para uma vida saudável são as fibras. O endocrinologista explica que ela ajuda na digestão e aumentam a sensação de saciedade. "Mas em alimentos já embalados e prontos têm quantidade pequena de fibra. As pessoas podem encontrá-la mais em frutas, legumes e verduras", sugere Henrique.
Mas se emagrecer e levar uma vida mais saudável não o motivam, pense em ser um bom exemplo para seus filhos. A obesidade no Brasil se tornou um problema para a saúde das crianças. Segundo o IBGE, 15% das crianças com idades entre 5 e 9 anos estão obesos.
Reportagem de Gabriela Mattos

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