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3.24.2016

Dilma afirma a jornalistas que falta base legal para impeachment

Na entrevista desta quinta-feira, presidente defendeu a escolha do ex-presidente Lula para ministro

'Não vou dizer que é agradável ser vaiada', disse Dilma em entrevista a jornais internacionais
Foto: Roberto Stuckert Filho / Presidência da República
Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou a jornalistas estrangeiros nesta quinta-feira, que "dorme bem à noite" e que o esforço da oposição para a remover do Planalto "carece de bases legais". De acordo com reportagem escrita pelo correspondente do jornal norte-americano The New York Times no Brasil, Simon Romero, a presidente reforçou que não pretende renunciar.
A reportagem descreve que Dilma adotou um tom "desafiador" na conversa, que durou mais de uma hora, em seu escritório no Palácio do Planalto, insistindo que não pretende deixar o governo. "Nós apelaremos a todos os meios legais disponíveis", afirmou a presidente, ao ser perguntada sobre se aceitaria uma derrota no Congresso sobre o impeachment. Segundo o relato do NYT, Dilma afirmou que não recebeu financiamento ilegal em sua campanha.
O jornal norte-americano lembra o imbróglio em torno da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. Em um editorial publicado no último sábado, o periódico não entendeu as explicações de Dilma para justificar a nomeação de Lula, e que ela  ocorreu em meio às denúncias de corrupção apuradas pela Operação Lava Jato.
Na entrevista desta quinta-feira, Dilma defendeu a escolha do ex-presidente. "Lula é meu parceiro", disse ela, segundo o jornal. Ela ressaltou a capacidade de negociação e articulação política de Lula e afastou que a nomeação é apenas para protegê-lo da Operação Lava Jato, dando foro privilegiado ao ex-presidente.
'Lula é meu parceiro'.
Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
O NYT destaca na reportagem uma pesquisa recente, que mostra que 68% da população é favorável ao impeachment e que os brasileiros têm saído às ruas para protestarem contra o governo. "Não vou dizer que é agradável ser vaiada", disse Dilma aos jornalistas estrangeiros ao falar das manifestações. "Mas não sou uma pessoa depressiva. Eu durmo bem à noite."
A reportagem destaca ainda que o impeachment de Dilma pode ser votado na Câmara e no Senado já no próximo mês e que a presidente ainda enfrenta outra possibilidade de perder o mandato, a análise de irregularidades no financiamento da chapa que a elegeu pelo Superior Tribunal Eleitoral (TSE). Neste caso, o vice-presidente, Michel Temer, não poderia assumir o Planalto.

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