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3.25.2016

Universidades em todo o país viram símbolo de luta contra o golpe


O movimento em defesa da legalidade está ganhando cada vez mais adeptos em todo o país e os estudantes seguem no mesmo caminho. Nas universidades, vários comitês estão sendo formados e atividades realizadas em defesa da democracia e contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.


   
Estudantes, representantes de movimentos sociais e sindicais, advogados e juristas participaram, na noite desta quarta-feira (22), na Universidade Federal do Paraná (UFPR), de um ato contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Os participantes do Ato em Defesa da Democracia também criticaram a atuação do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos da Operação Lava Jato em primeira instância.

No evento, foram lidos manifestos de juristas e defensores públicos. Além disso, oradores atuantes na área do direito tomaram a palavra e se opuseram ao impeachment de Dilma, em tramitação na Câmara dos Deputados. Para eles, não há justificativa para uma saída precoce de Dilma da Presidência da República. Houve ainda espaço para críticas à Lava Jato, conduzida por Moro no âmbito da Justiça Federal. Moro, inclusive, leciona na UFPR.

A advogada e membro da Comissão Estadual da Verdade do Paraná, Ivete Caribé da Rocha, fez um paralelo entre a situação de Dilma e a do presidente João Goulart, que foi destituído do cargo por um golpe de Estado em 1964. Para Ivete, há, entre a sociedade, uma disseminação de ódio semelhante à que Goulart sofreu quando tentou implementar as chamadas reformas de base (medidas de reestruturação de diversos setores econômicos e sociais).


UNB

Na noite desta quarta-feira (22), Na Universidade de Brasília (UNB), ocorreu o lançamento do Comitê da UNB em defesa da Democracia. No debate “Brasil para onde vamos? - Análises sobre a crise e o risco de uma ruptura democrática”, participaram a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) Carina Vitral, Marcelo Lavenére, ex-presidente da OAB, Samuel Pinheiro, embaixador. Participaram da atividade mais de 300 pessoas, entre estudantes e professores.

Unimep 

Na Unimep, universidade localizada em Piracicaba, São Paulo,  também na noite desta quarta-feira (22), estudantes lotaram o auditório para debater o contexto político atual e fazer a defesa da democracia.

PUC-SP

Mobilizados desde a manhã desta terça (22), estudantes da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) permaneceram em manifestação durante o período da noite, denunciando a truculência da Polícia Militar que utilizou bombas de efeito moral e balas de borracha para intimidar estudantes que protestavam contra o impeachment de Dilma Rousseff na noite desta segunda-feira (21).

A reitoria da PUC enviou um ofício ao governador Geraldo Alckmin e ao secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, rechaçando a postura da Polícia Militar no episódio.


Em uma página no Facebook, os estudantes da universidade afirmam que assim como no passado, a PUC estará à frente na luta pela democracia. “A PUC-SP, palco de resistência histórica contra regimes militares, reitorias golpistas e avanços da igreja, deve se colocar na luta contra o avanço dessa ascensão fascista que assombra nossa conjuntura.”

Próximas atividades

Os estudantes da Mackenzie também aderiram ao comitê a favor da democracia. Nesta quarta-feira (23), ocorrerá um ato na rua Maria Antônia, às 18 horas, contra o golpe.

O comitê em defesa da democracia afirma que a história da opressão não pode se repetir: “Em 1968 ocorreu a épica batalha da Maria Antônia, onde estudantes da USP e Mackenzie se enfrentaram. Na época o regime militar apoiou os estudantes do Mackenzie, estudantes esses que eram simpatizantes do regime, sendo alguns deles ligados ao CCC Comando de Caça aos Comunistas.

Por isso nos estudantes de esquerda da Universidade Mackenzie resistimos, e hoje realizaremos um grande ato em defesa do nosso povo. Para dizer que a História não se repetirá. Não vai ter golpe”.

USP realiza ato pró-Dilma com universitários

USP realiza ato pró-Dilma com universitários
Perante as denúncias e processos de investigação da Lava Jato envolvendo políticos de diferentes partidos e empresas privadas, universitários e advogados a favor da presidente Dilma Rousseff  realizaram um ato em defesa da Legalidade e pela Democracia na Faculdade de Direito de São Paulo (USP) na noite do dia 17 de março de 2016, no centro de São Paulo.
O evento que recebeu mais de 1.000 pessoas, incluindo professores, advogados, pesquisadores e universitários destacou que o Estado Democrático de Direito e as conquistas sociais e educacionais alcançadas no Brasil nos últimos 14 anos estão sendo ameaçadas pela flexibilidade à presunção de inocência por parte do STF, da Justiça Federal e do Ministério Público. O grupo ainda destacou que as conquistas da redemocratização no país estão em risco devido à sectarização das investigações que validam processos somente relacionados a casos de corrupção e improbidade administrativa contra um ou dois partidos, sem dar real continuidade às investigações de corrupção que envolvem outros partidos como PMDB, PSDB e DEM.
Como reportado pelo nosso site ontem, estudantes temem que o Golpe contra a presidente Dilma Rousseff abra caminhos para a posse do vice-presidente, Michel Temer (PMDB), e para a eleição de algum político do PSDB em 2018, dois partidos contrários à manutenção de  programas sociais e educacionais do atual Governo Federal, colocando em risco a continuidade de programas como Prouni, SISU e FIES, na matéria do dia 17 de março, destacamos que os atos praticados por governadores do PMDB e PSDB contra professores e estudantes estaduais não estão tendo a cobertura completa por parte da mídia e da TV Globo: http://vestibular.agendapesquisa.com.br/2016/03/17/pmdb-e-psdb-maltratam-alunos-e-professores-com-apoio-da-globo/
O Portal Agenda Pesquisa é contra a corrupção, independente de partidos, e defende uma investigação ampla sobre o financiamento de todos os partidos políticos nas últimas eleições. O Portal Agenda Pesquisa defende os direitos dos estudantes, universitários, professores e pesquisadores. Mas, observa que, o jornalismo e a imprensa têm o papel de reportar e informar os fatos de maneira imparcial, ética e profissional diferente do que tem feito o principal telejornal da TV Globo.
No dia 16 de março de 2016, ao veicular uma gravação telefônica de uma conversa entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula, cuja autorização jurídica da gravação e sua publicação está sendo questionada pela AGU (Advocacia Geral da União), o telejornal da TV Globo incentivou que centenas de milhares de pessoas fossem para as ruas para realizar protestos, inicialmente pacíficos, porém, com o decorrer do tempo as manifestações se tornaram violentas em Brasília (incluindo conflitos entre manifestantes e policiais) e nas ruas de capitais como São Paulo.
Porém, analisando a edição do Jornal Nacional no dia 16 de março de 2016 (quarta-feira) , o âncora do Jornal Nacional abre a edição dizendo em tom enfático e gesticulando : “Nesta quarta-feira, a crise política que envolve o governo Dilma Roussef atinge o seu ponto mais alto desde o início(…), antes que o Diário Oficial efetivasse a nomeação de Lula como ministro o juiz Sérgio Moro retirou o sigilo de toda a investigação sobre o ex-presidente e com isso tornaram-se públicas no fim da tarde conversas telefônicas do presidente Lula, os integrantes da Lava-Jato afirmam que há indícios de uma ação para atrapalhar as investigações”.
O Jornal Nacional mencionou termos como “crise no auge” (sem a presença de uma cientista político para analisar a real situação na bancada do Jornal Nacional),  “indícios” (ao invés de acusação) , “16 de março histórico e tenso”, “os protestos são pacíficos em nenhum momento houve violência”, esses termos destacados  pelos âncoras do Jornal Nacional tiveram a narração lida de outras ligações entre políticos, lembrando que a chegada e a concentração de manifestantes em Brasília ocorreria logo após as chamadas que o Jornal Nacional realizara a partir do final das tarde relatando a gravação que seria veiculada horas depois na edição completa do telejornal.
O formato da linguagem utilizada pelo telejornal em questão aprofundou os sentimentos de ódio entre cidadãos a favor e contra o Governo Federal, expondo estudantes, menores de idades, pedestres e até idosos às tensões e atos de constrangimento e violência nas ruas. O fato que deve ser analisado imparcialmente pela justiça e pela imprensa tem tomado teor partidário e contra a ordem pública, colocando as pessoas umas contra as outras nas ruas envolvendo estudantes e trabalhadores.
Em matéria publicada no portal da revista IstoÉ, um manifestante a favor do impeachment da presidente Dilma declarou que pretende aguardar os manifestante do movimento pró-Dilma para cometer agressões na Avenida Paulista, veja nos comentários no rodapé do site revista: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias
Na edição do principal telejornal da TV Globo do dia 17 de março de 2016, o seu editor e âncora declarou que o Jornal Nacional não fabrica grampos e que continuará cobrindo os casos de maneira ética, destacando que todas as manifestações foram democráticas e pacíficas, o que de fato não é verdade, nas redes sociais foram veiculados vídeos com casos de violências entre grupos favoráveis e contra o Governo Federal, as pessoas estão começando a sentir medo de vestir roupa amarela ou vermelha por causa de possíveis agressões.
Em vídeo divulgado pelo Facebook, um estudante menor de idade de 17 anos, chamado Vítor,  foi hostilizado e perseguido ao gritar “não vai ter golpe” perante uma manifestação e teve que ser escoltado pelos Policiais Militares em São Paulo, como consta na foto:
vinicius
Até o dia 17 de março, o principal jornal da TV Globo não se preocupou em procurar o menor de idade para entrevistar e verificar o seu estado de saúde psicológica e física.
Editorial – Violência urbana contra estudantes e trabalhadores em protestos.
É notável o destaque de alto nível que o jornalismo da TV Globo está prestando aos casos de corrupção, cujas investigações devem ser realizadas de modo justo e imparcial pelas autoridades e órgãos judiciais, porém, a partir de entrevistas que realizamos com estudantes e trabalhadores em universidades, supermercados e no comércio em geral, apesar das dúvidas que a população tem em relação ao Governo Federal e em relação à oposição, fica clara uma opinião: em toda a imprensa e em todas instituições públicas  competentes nas quais confiamos, fica destacado a atuação de alguns juízes (cujo vínculo partidário é comprovado nas redes sociais) e da TV Globo que estão se expressando de modo incisivo acima da imparcialidade esperada sobre o assunto gerando um processo de radicalização política e popular, sendo o jornalismo da TV Globo o principal veículo do sensacionalismo político puro e de uma cobertura pouco analítica sem a presença de cientistas de diferentes opiniões sobre os casos na veiculação dos fatos políticos. Citando também o fato de o processo de impeachment da presidente Dilma estar sendo liderado por um presidente da Câmara acusado e investigado como réu na Lava Jato. Aparentemente, aos olhos de expectadores, o telejornal da TV Globo está se comportando como uma extensão jurídica do Ministério Público tratando investigados como réus e indícios como provas em curso.
Seria meritório para a população brasileira uma campanha e uma cobertura que mantivesse a paz e a ordem na busca de uma melhor solução política para o país, sem incentivar o ódio e sem utilizar um telejornal para manipular o pensamento e os atos de pessoas nas ruas de modo hostil. Instituições como ANJ e Abert defendem a liberdade de impressa e a não agressão de jornalistas, da mesma forma as instituições ligadas aos direitos humanos defendem movimentos pacíficos e respeito à democracia.
O portal Agenda Pesquisa e seus leitores defendem a educação, os professores, os estudantes, os universitários e pesquisadores e, sobretudo, o respeito à escrita e a ética no jornalismo. 


Do Portal Vermelho, Laís Gouveia, com agências

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