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9.04.2016

Fiasco da missão oficial no encontro das vinte maiores economias do mundo.

A presença do usurpador Michel Temer na reunião do G20, na China, não conseguiu alterar o quadro de isolamento internacional do covil golpista. Segundo o noticiário, o Judas foi tratado com frieza diplomática pelos outros chefes de Estado. Entreguista convicto, ele prometeu maiores privilégios aos investidores estrangeiros, com a privatização de estatais e novos contratos de concessão. Mas a oferta parece que não seduziu os "parceiros", desconfiados de que sua gestão não vai durar muito tempo. Na mídia nativa, que faz um baita esforço para blindar o golpista, a notícia com maior impacto nas redes sociais foi sobre sua ida a uma loja de sapatos. O Jornal do Brasil registrou a cena neste domingo (4):

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Temer compra sapatos da China, principal concorrente do Brasil no setor

Na China para o encontro do G20, o presidente Michel Temer deixou seu hotel neste sábado (3) e foi a um shopping center de Hangzhou, província de Zhejiang, ao leste do país, para comprar um par de sapatos chineses. De acordo com informações da CRI (China Radio International), Temer gastou aproximadamente 1,197 yuan (cerca de US$ 180 dólares com o calçado e um cão-robô e permaneceu no centro de compras por 50 minutos.

A indústria chinesa é um dos maiores problemas para a economia de sapatos do Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em 2009 a importação de calçados da China correspondeu a 70% do total importado pelo Brasil, num total de US$ 183,5 milhões. Em 2010, a importação caiu para 18% (US$ 54,9 milhões) graças à aplicação de sobretaxas. Já em 2015 a importação chegou a US$ 46 milhões. Uma lei antidumping foi prorrogada por cinco anos em março deste ano e sobretaxa cada par de sapatos chineses em US$ 10,22.


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Até a Folha golpista lamentou o fiasco da missão oficial no encontro das vinte maiores economias do mundo. "O Palácio do Planalto calculou que a estreia internacional de Michel Temer seria um divisor de águas entre o interinado e o exercício pleno da Presidência. Esperava-se encerrar a turbulência do impeachment e inaugurar uma nova normalidade no encontro com o presidente chinês Xi Jinping, na sexta-feira (2), e com a reunião do G20, iniciada no sábado (3). Os fatos atrapalharam a estratégia. O fatiamento do impeachment, a chamada de Lula por Diretas-Já e a quebradeira entre 'black blocs' e a polícia dificultaram os planos. Enquanto Henrique Meirelles (Fazenda) dizia a empresários em Xangai que o país é 'seguro e estável', o noticiário chinês mostrava confrontos nas ruas paulistanas".
Papa Francisco excomunga o Judas
Diante deste quadro de instabilidade, o único governo do G20 que abençoou o "golpe dos corruptos" foi, por motivos óbvios, o dos EUA. O poder imperial sabe que tem muito a ganhar com o capacho Michel Temer, que promete anular a política externa altiva e ativa dos últimos anos e voltar a colocar o Brasil como um quintal dos EUA. O pré-sal, que o servil José Serra pretende entregar de bandeja, é o maior objeto de desejo do imperialismo. Logo após a aprovação do impeachment no tribunal de exceção do Senado, a Casa Branca divulgou um comunicado elogiando o respeito "ao ordenamento constitucional" (sic) e realçando a confiança na "forte relação bilateral" entre os dois países.
O restante das chamadas economias desenvolvidas preferiu o silêncio. Já o Papa Francisco lamentou a tragédia brasileira. Neste sábado, durante a inauguração da estátua de Nossa Senhora de Aparecida no Jardim do Vaticano, ele comentou: "Em 2013, eu tinha prometido voltar ao Brasil em 2017. Não sei se será possível". Ele convidou os presentes a rezarem "para que Nossa Senhora Aparecida siga protegendo todo o Brasil e todo o povo brasileiro neste momento triste", relatou a Agência Ansa. 
No início de agosto, a mesma agência noticiosa divulgou que o Papa havia escrito uma carta de apoio à presidenta. Dilma confirmou a informação, mas se negou a dar detalhes sobre o conteúdo da carta, tratando-o como uma mensagem pessoal. Já em maio, Francisco recebeu no Vaticano a atriz Letícia Sabatella, que lhe entregou um documento contra o impeachment redigido por Marcelo Lavenére, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ciente de toda a trama golpista, o líder da Igreja Católica parece que resolveu ex-comungar o Judas Michel Temer.    

O isolamento na América Latina

Já na América Latina, a rejeição ao "golpe dos corruptos" é crescente. Os governos da Venezuela, Equador e Bolívia convocaram os seus embaixadores como sinal de protesto. O presidente Nicolás Maduro rotulou o impeachment de "golpe parlamentar" e manifestou "toda solidariedade a presidenta Dilma"; Evo Morales criticou a oligarquia nativa; e Rafael Correa tachou a votação no Senado de "apologia à traição". Uruguai e Cuba também rejeitaram o golpe; os demais não se manifestaram. 
Os únicos governantes da região que respaldaram o crime já eram conhecidos: o neoliberal Mauricio Macri, da Argentina, e o também golpista Horacio Cartes, o contrabandista do Paraguai. Mesmo assim, há temores nestes governos de que o Brasil volte a adotar a política externa do tucano FHC, de "alinhamento automático" com os EUA, criando obstáculos às relações diplomáticas e comerciais com os países da América Latina.  

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