A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff apresentou ao TSE
(Tribunal Superior Eleitoral), que investiga as contas das eleições de
2014, documentos indicando que a empreiteira Andrade Gutierrez repassou
R$ 1 milhão à campanha de reeleição por meio da conta do então candidato
a vice, Michel Temer; material enfraquece a tese defendida por Temer de
que sua arrecadação de campanha foi separada da de Dilma e que,
portanto, seu mandato não deveria ser cassado em caso de condenação pelo
tribunal; os advogados de Dilma anexaram cópia de um cheque do PMDB
nominal a "Eleição 2014 Michel Miguel Elias Temer Lulia Vice-Presidente"
que, quatro dias depois, foi depositado na conta "Eleição 2014 Michel"
no Banco do Brasil
Os documentos apresentados pela defesa de Dilma rebatem a versão do ex-presidente da Andrade Gutierrez e hoje delator da Lava Jato, Otávio Azevedo, de que a quantia —referente a propina por conta de obras do governo federal— teria sido encaminhada ao diretório nacional do PT.
"Para rebater a versão do empreiteiro, a defesa de Dilma voltou à prestação de contas do partido e confrontou os dados informados à Justiça Eleitoral em 2014 com o depoimento de Azevedo.
Encontrou documentos mostrando que em 14 de julho houve realmente a entrada de R$ 1 milhão para a campanha, mas neles o CNPJ do doador era o diretório nacional do PMDB, e não do PT, como havia dito Azevedo.
No anexo 112 da prestação de contas da chapa Dilma/Temer, os advogados encontraram o recibo eleitoral da transação de R$ 1 milhão feita pelo PMDB para a campanha, que indica como doador original do dinheiro a Construtora Andrade Gutierrez.
Também anexaram no processo a cópia do cheque do PMDB nominal a "Eleição 2014 Michel Miguel Elias Temer Lulia Vice-Presidente". O cheque foi assinado no dia 10 de julho de 2014.
Quatro dias depois, dois extratos bancários mostram que ele foi depositado na conta Eleição 2014 Michel, no Banco do Brasil. O cheque foi assinado pelo senador Eunício de Oliveira, então tesoureiro do PMDB.
A defesa de Dilma quer que o depoimento de Azevedo seja considerado inválido por causa das inconsistências.
A assessoria do presidente Michel Temer disse que Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, garantiu em seu depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral que o dinheiro doado à campanha do peemedebista não teria origem em propinas.
O presidente já admitiu que pediu doação a Azevedo e que foi atendido, mas diz que tudo aconteceu dentro da legalidade
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