Uma nova reportagem do Intercept, desta vez em parceria com a Veja, reforça novamente que o ministro Sérgio Moro (Justiça) tentava interferir no trabalho do MPF-PR; "Espero que não procedam", opina Moro sobre uma eventual delação premiada do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ)
Segundo Queiroz, as revelações poderiam ser de interesse dos procuradores de Curitiba, Rio de Janeiro e Natal, onde corriam ações relacionadas ao político. No dia 5 de julho, o então juiz responsável pelo julgamento dos processos da Lava Jato em primeira instância, Sérgio Moro, questiona Dallagnol sobre rumores de uma delação de Cunha, depois que o advogado Délio Lins e Silva Júnior conseguiu marcar reunião com procuradores.
"Espero que não procedam", diz Moro.
Dallagnol confirma ao juiz que está programado apenas um encontro com o advogado para que os procuradores tomem conhecimento dos anexos. "Acontecerá na próxima terça, estaremos presentes e acompanharemos tudo. Sempre que quiser, vou te colocando a par", afirma.
Mor reforça seu posicionamento. "Agradeço se me manter (sic) informado. Sou contra, como sabe".
Segundo procuradores, Cunha e o doleiro Lúcio Funaro falariam sobre os mesmos temas, o que tornaria desnecessária as duas colaborações premiadas.
Em 30 de julho, Queiroz afirma que o material é fraco. No dia seguinte, uma mensagem do procurador Orlando SP, provavelmente Orlando Martello Júnior, traz o posicionamento de procuradores da capital paranaense, o mesmo de Moro: "Achamos que o acordo deve ser negado de imediato".
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