Entre médicos e pacientes, é difícil encontrar alguém que não caia de amores pela sibutramina. Desenvolvida no início da década de 1980 como antidepressivo, ela torna a dupla dieta e exercícios bem mais digerível. Até o começo de julho, uma caixinha do cloridrato de sibutramina monoidratado de 15 mg - há também a versão de 10 mg - não saía por menos de R$ 150 nas farmácias. Com o lançamento do genérico, ela pode custar até 60% menos. Neste mês, a patente da sibutramina expira - e qualquer laboratório poderá fabricá-la.
A sibutramina impede a recaptação da serotonina - neurotransmissor associado ao bem-estar. Desta maneira, a substância fica disponível por mais tempo no sistema nervoso central. Segundo a endocrinologista do Hospital Prof. Edmundo Vasconcelos Sandra Mara Villares, a sibutramina se mostrou fraca como antidepressivo. Mas, usada em regimes de emagrecimento, pode facilitar a mudança do comportamento alimentar. "Ela não corta a fome, mas traz a sensação de saciedade mais rapidamente. A pessoa se satisfaz com menos alimento", diz Sandra. "Além disso, ela prolonga esta saciedade. A pessoa consegue segurar o apetite entre uma refeição e outra."
Outro ponto que tem colaborado para a popularidade do remédio é o fato de, ao contrário de outros anorexígenos, não provocar dependência física. "Isto acontece porque ela não estimula a dopamina", explica o presidente da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, Henrique Suplicy.
Os efeitos colaterais existem: boca seca, dores de cabeça e aumento da pressão arterial estão entre eles. Sandra diz que a escolha de um medicamento anti-obesidade deve basear-se também na experiência prévia do paciente no uso de medicamentos. "É preciso ter em mente que o tratamento farmacológico não cura a obesidade. Quando descontinuado, ocorre reganho de peso. Como qualquer outro tratamento, deve-se esperar recuperação do peso quando os medicamentos são suspensos", alerta Sandra.
A telefonista Júlia Pereira, de 52 anos, voltou a ganhar peso quando deixou de tomar suas cápsulas por algumas semanas. "Perdi 8 dos meus 92 kg em dois meses, mas agora estou com 86 kg", conta. No entanto, ela acha que a sibutramina vale a pena porque mantém os nervos sob controle. "Além de não sentir tanta vontade de comer, não fico ansiosa."
Como muitos usuários da sibutramina, Júlia só reclama que, ultimamente, a fome voltou a aparecer. Sandra, no entanto, diz que a sibutramina não perde seu poder com o passar do tempo. "O que acontece é que o paciente precisa reavaliar o gasto calórico." Ou seja, a sibutramina pode estar na moda, mas a dieta e os exercícios nunca sairão dela.
Fonte: www.estadao.com.br
webmaster@boaspraticasfarmaceuticas.com.br
▼
6.23.2007
Diabetes: Novo comprimido substitui injecções de insulina
Diabetes: Novo comprimido substitui injecções de insulina
Um novo comprimido, que regula os níveis de açúcar o sague, poderá vir a permitir substituir as injecções de insulina no tratamento da diabetes.
Segundo a edição online do Sol, os especialistas da empresa britânica Diabetology afirmam ter encontrado a solução para impedir que as cápsulas se desfaçam devido aos ácidos do estômago, o maior problema encontrado, até agora, na administração oral da substância.
Os peritos desenvolveram um revestimento especial, permitindo que os comprimidos passem directamente para o intestino, onde a insulina tem de ser obrigatoriamente absorvida, o que não era conseguido anteriormente.
O fármaco, que foi testado em 16 pacientes, só verá os seus detalhes revelados após a apresentação das descobertas à Associação Americana de Diabetes.
Espera-se que a nova terapêutica, tomada duas vezes por dia, antes do pequeno-almoço e do jantar, venha a revelar que as doses orais de insulina permitem regular os níveis de açúcar no sangue e tratar a diabetes, sobretudo a de tipo II.
A comunidade científica do Reino Unido já aplaudiu a descoberta, mas adverte que as conclusões ainda são muito prematuras pelo que devem ser tratadas com precaução, uma vez que gostariam de ver «resultados mais concretos».
A Diabetes tipo II pode ser controlada através de uma determinada dieta alimentar e com comprimidos e só quando a doença evolui é que os diabéticos passam a necessitar de levar injecções. Contudo, a luta para evitar tão incómoda terapêutica não é nova.
Actualmente, já está disponível no mercado uma solução inalável para os diabéticos com fobia de agulhas ou que não conseguem injectar-se.
23-06-2007 16:02:16
Um novo comprimido, que regula os níveis de açúcar o sague, poderá vir a permitir substituir as injecções de insulina no tratamento da diabetes.
Segundo a edição online do Sol, os especialistas da empresa britânica Diabetology afirmam ter encontrado a solução para impedir que as cápsulas se desfaçam devido aos ácidos do estômago, o maior problema encontrado, até agora, na administração oral da substância.
Os peritos desenvolveram um revestimento especial, permitindo que os comprimidos passem directamente para o intestino, onde a insulina tem de ser obrigatoriamente absorvida, o que não era conseguido anteriormente.
O fármaco, que foi testado em 16 pacientes, só verá os seus detalhes revelados após a apresentação das descobertas à Associação Americana de Diabetes.
Espera-se que a nova terapêutica, tomada duas vezes por dia, antes do pequeno-almoço e do jantar, venha a revelar que as doses orais de insulina permitem regular os níveis de açúcar no sangue e tratar a diabetes, sobretudo a de tipo II.
A comunidade científica do Reino Unido já aplaudiu a descoberta, mas adverte que as conclusões ainda são muito prematuras pelo que devem ser tratadas com precaução, uma vez que gostariam de ver «resultados mais concretos».
A Diabetes tipo II pode ser controlada através de uma determinada dieta alimentar e com comprimidos e só quando a doença evolui é que os diabéticos passam a necessitar de levar injecções. Contudo, a luta para evitar tão incómoda terapêutica não é nova.
Actualmente, já está disponível no mercado uma solução inalável para os diabéticos com fobia de agulhas ou que não conseguem injectar-se.
23-06-2007 16:02:16
Reflexões:DOENÇAS,MEDICAMENTOS, DIREITOS HUMANOS E PATENTES
MEDICAMENTOS, DIREITOS HUMANOS E PATENTES
15/06 - O caso brasileiro lança o desafio de redefinir o direito à propriedade intelectual à luz da prevalência dos direitos humanos. Em decisão inédita, em 4/5, o Estado brasileiro determinou o licenciamento compulsório do medicamento anti-retroviral Efavirenz para o tratamento da Aids, produzido por laboratório multinacional, com fundamento no interesse público. O medicamento é protegido por patente que permite ao laboratório o direito de excluir terceiros da produção ou venda da droga no Brasil, o que resulta em verdadeiro monopólio. Desde novembro de 2006, o Brasil negociava com o laboratório a redução de preços considerados injustos. Assim, a medida permitirá a economia de US$ 30 milhões em 2007 devido à importação da Índia da versão genérica a preços inferiores, bem como a fabricação do remédio no país. Em 23/5, foi aprovada na Organização Mundial da Saúde resolução apresentada pelo Brasil propondo estratégia internacional para garantir o acesso a medicamentos essenciais em países em desenvolvimento, bem como a criação de um fundo internacional para o financiamento de pesquisas de novos medicamentos. A Aids, a tuberculose e a malária matam, por ano, 6 milhões de pessoas, sobretudo nos países em desenvolvimento. Muitas dessas mortes evitáveis decorrem da falta de acesso a medicamentos essenciais e da omissão ou insuficiência de políticas públicas. Entre 1975 e 1999, dos quase 1.400 medicamentos produzidos, só 13 eram para doenças tropicais. Nesse contexto, indaga-se: como tecer um adequado juízo de ponderação entre o direito à propriedade intelectual e os direitos sociais, econômicos e culturais? O direito à propriedade intelectual é concebido como um incentivo para a criação de novos conhecimentos, sob a visão utilitarista de que beneficiarão a sociedade como um todo. Tendo em vista que a invenção de um novo medicamento custa de US$ 115 milhões e US$ 800 milhões, é preciso proteger os interesses do inventor e daqueles que exploram comercialmente a invenção, de modo a fomentar os investimentos. Contudo, o direito à propriedade intelectual não deve ser considerado ilimitado ou absoluto, na medida em tem uma função social. É preciso buscar um adequado equilíbrio entre a proteção dos direitos do inventor e de exploração comercial de um invento científico e os direitos sociais. Por força do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, os Estados-partes assumem o dever jurídico de respeitar, proteger e implementar tais direitos, garantindo o seu núcleo essencial e promovendo sua aplicação progressiva, vedado retrocesso social. Os interesses privados do inventor e de exploração comercial, bem como as patentes, não podem impedir que os Estados implementem as obrigações internacionais decorrentes do pacto em relação ao direito à saúde e ao direito ao desfrute dos progressos científicos, como assinalou comitê da ONU sobre os direitos econômicos, sociais e culturais, em sua recomendação geral nº 17. O próprio acordo internacional sobre propriedade intelectual Trips (Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights) endossa essa necessária ponderação, ao estabelecer como objetivo "contribuir para a promoção da inovação tecnológica e para a transferência e a disseminação de tecnologia, para a vantagem mútua dos produtores e usuários do conhecimento tecnológico, de tal maneira que possa levar ao bem-estar econômico e social e ao balanço de direitos e obrigações" (artigo 7º). Nos termos do artigo 8º, cabe aos Estados-membros adotar medidas necessárias para proteger a saúde pública e a nutrição e para promover o interesse público em setores de vital importância para o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico, desde que compatíveis com o acordo. A declaração de Doha sobre o acordo Trips e a saúde pública, adotada pela Organização Mundial do Comércio, em 2001, explicitou a gravidade dos problemas de saúde pública que afligem países em desenvolvimento, refletindo as preocupações desses países sobre as implicações do acordo Trips em relação à saúde pública. Representou, assim, uma mudança de paradigma nas relações comerciais internacionais, ao atestar que os direitos de propriedade intelectual não são absolutos nem superiores a outros direitos fundamentais. Pela primeira vez, a OMC reconheceu que o regime de patentes pode criar graves riscos ao sistema de saúde, por elevar o preço de medicamentos. Reconheceu, ainda, a importância dos mecanismos de flexibilização do regime de patentes previstos no acordo Trips -como o licenciamento compulsório- como uma medida legítima para enfrentar problemas de acesso a medicamentos. O inédito caso brasileiro lança o desafio de redefinir o direito à propriedade intelectual à luz da prevalência dos direitos humanos, em uma sociedade global cujo destino e futuro se mostram cada vez mais condicionados à produção, à distribuição e ao uso eqüitativo do conhecimento. FLÁVIA PIOVESAN, 38, professora doutora de direito constitucional e direitos humanos da PUC-SP, é procuradora do Estado de São Paulo e autora do livro "Direitos Humanos e Justiça Internacional" (Saraiva, 2006). HOLGER HESTERMEYER, 32, doutor em direito pela Universidade de Hamburgo (Alemanha), é pesquisador sênior do Max Planck Institute for Comparative Public Law and International Law e autor do livro "Human Rights and WTO: Patents and Access to Medicines" (no prelo). Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br.
Fonte: Folha de São Paulo
QUEBRA DE PATENTE PODE AMEAÇAR NOVAS PESQUISAS
18/06 - Ninguém pode culpar a Tailândia pela ambição. Na recente conferência Bio, maior encontro anual da indústria da biotecnologia, ela se colocou como uma potência farmacêutica emergente, com um pavilhão deslumbrante, celebridades e bebidas grátis para todos. Mas a argumentação com a Tailândia é sobre os meios, e não os fins. No fim do ano passado, o governo tailandês surpreendeu a indústria farmacêutica quando afirmou que iria quebrar a patente do Efavirenz, um medicamento anti-retroviral produzido pela Merck dos Estados Unidos, e mudar para um genérico fabricado na Tailândia e vendido pela metade do preço. O país havia assinado o Acordo sobre os Aspectos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (Agreement on Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights, ou TRIPS), que protege as patentes dos medicamentos. Mas o acordo permite o "licenciamento compulsório" em condições especiais condições que, segundo alguns, a Tailândia não atendeu. Desde então, a Tailândia já informou que vai quebrar as patentes de mais dos medicamentos, e ela poderá em breve acrescentar mais dois à lista. Além disso, outros países vêm fazendo o mesmo. O Brasil declarou no mês passado que a Merck está cobrando muito caro pelo Efavirenz. Nas últimas semanas, os ministros da Saúde da Índia, Malásia e Quênia também fizeram comentários sobre o licenciamento compulsório. Tudo isso desencadeou uma grande disputa. Muitos defensores da saúde globalizada estão aplaudindo a tendência, afirmando que o acesso aos medicamentos genéricos baratos vai ajudar muito os mais pobres. No mês passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou uma resolução que apóia o licenciamento compulsório. Os Estados Unidos se opuseram furiosamente, mas outros países ricos apoiaram a moção. Os executivos do setor farmacêutico estão furiosos. Jon Pender, da britânica GlaxoSmithKline (GSK), insiste que o licenciamento compulsório deveria ser usado apenas como "último recurso". Ele afirma que embora o licenciamento compulsório seja legal, o TRIPS estabelece que deve ser aplicado sob circunstâncias limitadas, como emergências nacionais na área de saúde, e somente após amplos esforços de negociação de preços com as farmacêuticas. "É fácil ver as grandes companhias farmacêuticas como fonte de todo o mal", lamenta Daniel Vasella, presidente do conselho de administração da suíça Novartis. A empresa está envolvida em um caso de patente na Índia que está sendo observado atentamente, e que envolve o Gleevec, medicamento contra o câncer. Ele diz que sem inovação, as gerações futuras terão número menor de medicamentos capazes de salvar vidas. E conforme Fred Hassan, presidente da Schering-Plough dos Estados Unidos e do lobby farmacêutico internacional, "sem a propriedade intelectual não há inovação". À primeira vista, essa briga reflete um velho dilema que opõe os pacientes de hoje aos de amanhã. O licenciamento compulsório significa que mais tailandeses terão hoje acesso a drogas de combate ao HIV, mas também significa que as companhias farmacêuticas terão menos disposição para investir em medicamentos para a Tailândia no futuro. Mesmo assim, olhe com mais atenção e verá que isso é mais do que uma briga entre os doentes dos países pobres e as farmacêuticas. O que a torna diferente é a participação de dois novos atores: obstinados países de renda intermediária e a ascendente dos medicamentos genéricos. Essa controvérsia não foi desencadeada pelos países mais pobres, que já pagam preços menores, e sim pelas economias emergentes. Há muito tempo elas ameaçam partir para o licenciamento compulsório para obter descontos, mas na verdade, quando elas impõem esse licenciamento estão mudando o equilíbrio do poder. Um resultado perverso dessa tendência é que os países de renda per capita intermediária estão conseguindo medicamentos mais baratos, enquanto vizinhos mais silenciosos e talvez mais necessitados, não. Não há dúvidas de que os pobres da Tailândia merecem tratamento, mas o regime militar é rico o suficiente para gastar mais em saúde. Richard Epstein da Faculdade de Direito da Universidade da Chicago, observa que não há nada que possa impedir as organizações de combate à AIDS ou governos estrangeiros de comprar esses produtos a preços negociados e depois distribuí-los gratuitamente. Até mesmo especialistas dedicados à causa de ajudar os mais pobres a terem acesso a medicamentos, vêem a tendência como preocupante. "O Brasil não é Ruanda, que não pode pagar", diz Tadataka Yamada da Gates Foundation. Não se sabe se os pobres acabarão ou não sofrendo no longo prazo com a inovação reduzida, mas um vencedor claro da tendência do licenciamento compulsório é a indústria dos medicamentos genéricos. Sob uma cláusula do TRIPS, os países que invocam o licenciamento compulsório mas carecem de capacidade doméstica de fabricação, podem importar genéricos de outros países. Isso promete ser uma corrida do ouro para as fabricantes de genéricos. O Canadá encoraja as empresas domésticas a produzirem cópias de medicamentos justamente por esse motivo. Mas os custos dessas empresas são tão altos que suas exportações não têm como competir com os medicamentos mais baratos produzidos pela Índia, segundo afirma Amir Attaran da Universidade de Ottawa. Pouco surpreende que executivos da Cipla, uma das companhias indianas que já produzem versões genéricas de medicamentos de combate à AIDS, tenham aplaudido calorosamente a tendência e elogiam o apoio do Brasil ao licenciamento compulsório, que segundo afirmam eles, "ajuda a proteger os direitos dos cidadãos". - The Economist - Fonte: Valor Econômico
REMÉDIO DA ROCHE PODE RENDER US$ 1 BI
18/06 - Genebra (Suíça), 18 de Junho de 2007 - A Roche Holding anunciou que Actemra, tratamento experimental contra a artrite reumatóide que poderá ser a nova droga da empresa suíça a ser avaliada em US$ 1 bilhão, ajudou a reduzir os sintomas da doença em um estudo clínico de pacientes em estágios graves. O tratamento com Actemra e um remédio genérico mais antigo, metotrexate, reduziu pela metade os sintomas em 44% dos pacientes, em comparação com 11% dos que foram tratados com o metotrexate combinado com placebo. A Roche, maior fabricante mundial de medicamentos contra o câncer, deseja expandir suas ofertas e penetrar nos crescentes mercados de tratamentos contra artrite, diabetes e anemia. A fabricante espera que apenas o mercado para a artrite reumatóide absorva 15,6 bilhões de francos suíços (US$ 12,5 bilhões) até 2010, frente a 8,6 bilhões de francos suíços em 2005. Actemra é um dos muitos possíveis campeões de vendas para a Roche. Poderá responder por 1,5 ponto percentual do crescimento anual da receita, avaliado pela empresa entre 10% a 11%, nos próximos cinco anos, disse Andrew Fellows, analista da Helvea, em Londres. Fonte: Gazeta Mercantil
NOVOS REMÉDIOS DIMINUEM OS SINTOMAS DA ARTRITE
12/06 - Um estudo realizado com três novos remédios para tratar a artrite reumatóide (AR) demonstrou que eles reduzem os sintomas da doença, anunciando um nova era em seu tratamento, segundo um artigo publicado na internet pela revista médica britânica The Lancet. A AR - mais comum de todas as doenças crônicas de inflamação das articulações - afeta entre 0,5% e 1% da população no mundo industrializado. Entre seus sintomas, são comuns a dor nas articulações, a rigidez e o inchaço. O professor Josef Smolen e um grupo da divisão de Reumatologia da Faculdade de Medicina de Viena estudaram os efeitos do uso dos três novos fármacos (Rituximab, Abatacept e Tocilizumab) e as reações nos pacientes quando usados como tratamentos individuais ou combinados com outros tratamentos. Os cientistas exploraram a patogenia da AR e possíveis novas estratégias terapêuticas, dando uma visão geral sobre como melhorar a resposta do paciente ao tratamento. Segundo os autores, "New Drug Class", "as graves conseqüências da AR em cada pessoa e nos sistemas de saúde e econômicos só podem ser prevenidos com tratamentos efetivos". Entre os métodos tradicionais para curar a artrite reumatóide estão os tratamentos com antiinflamatórios não-esteróides (NSAIDs) e os glucocorticóides. Dos três remédios, o Rituximab e o Abatacept já foram aprovados. O Tocilizumab continua em período de testes. O Rituximab age contra o antígeno CD20 que encontrado em certas células e leva a uma redução da apuração de CD20. Os testes realizados com Rituximab demonstraram que ele reduz os sintomas provocados pela AR em mais de 50 % em um terço dos pacientes. Ao combinar dez gramas de Abatacept, que interfere no mecanismo de resposta da célula T, por cada quilo da massa corporal do doente já submetido a um tratamento de metotrexate, detectou-se uma diminuição de 50% dos sintomas da doença em 40 % dos doentes. Por outro lado, ao se combinar o Tocilizumab com metotrexate, os sintomas foram reduzidos em 50%, em mais de 40% dos pacientes. Quanto aos efeitos colaterais, os cientistas advertiram que variavam dependendo de cada remédio. Entre 30% e 35% dos pacientes que tomaram Rituximab tiveram reações à primeira dose intravenosa, e registraram taxas muito mais altas de infecções graves que os que tomaram placebo. Os pacientes que tomaram Abatacept sofreram um índice maior de dor de cabeça, enjôo e infecções graves que os que receberam placebo. E alguns pacientes sujeitos ao tratamento com Tocilizumab sofreram dores de cabeça e erupções na pele, estomatite, febre, aumento dos níveis de colesterol e enzimas de fígado. Os autores da pesquisa concluíram que os três fármacos diminuem os sintomas da AR e melhoram as funções físicas e a condição de saúde do paciente, ao mesmo tempo em que retardam a progressão dos danos nas articulações. Fonte: Agência EFE – Notícias Terra
15/06 - O caso brasileiro lança o desafio de redefinir o direito à propriedade intelectual à luz da prevalência dos direitos humanos. Em decisão inédita, em 4/5, o Estado brasileiro determinou o licenciamento compulsório do medicamento anti-retroviral Efavirenz para o tratamento da Aids, produzido por laboratório multinacional, com fundamento no interesse público. O medicamento é protegido por patente que permite ao laboratório o direito de excluir terceiros da produção ou venda da droga no Brasil, o que resulta em verdadeiro monopólio. Desde novembro de 2006, o Brasil negociava com o laboratório a redução de preços considerados injustos. Assim, a medida permitirá a economia de US$ 30 milhões em 2007 devido à importação da Índia da versão genérica a preços inferiores, bem como a fabricação do remédio no país. Em 23/5, foi aprovada na Organização Mundial da Saúde resolução apresentada pelo Brasil propondo estratégia internacional para garantir o acesso a medicamentos essenciais em países em desenvolvimento, bem como a criação de um fundo internacional para o financiamento de pesquisas de novos medicamentos. A Aids, a tuberculose e a malária matam, por ano, 6 milhões de pessoas, sobretudo nos países em desenvolvimento. Muitas dessas mortes evitáveis decorrem da falta de acesso a medicamentos essenciais e da omissão ou insuficiência de políticas públicas. Entre 1975 e 1999, dos quase 1.400 medicamentos produzidos, só 13 eram para doenças tropicais. Nesse contexto, indaga-se: como tecer um adequado juízo de ponderação entre o direito à propriedade intelectual e os direitos sociais, econômicos e culturais? O direito à propriedade intelectual é concebido como um incentivo para a criação de novos conhecimentos, sob a visão utilitarista de que beneficiarão a sociedade como um todo. Tendo em vista que a invenção de um novo medicamento custa de US$ 115 milhões e US$ 800 milhões, é preciso proteger os interesses do inventor e daqueles que exploram comercialmente a invenção, de modo a fomentar os investimentos. Contudo, o direito à propriedade intelectual não deve ser considerado ilimitado ou absoluto, na medida em tem uma função social. É preciso buscar um adequado equilíbrio entre a proteção dos direitos do inventor e de exploração comercial de um invento científico e os direitos sociais. Por força do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, os Estados-partes assumem o dever jurídico de respeitar, proteger e implementar tais direitos, garantindo o seu núcleo essencial e promovendo sua aplicação progressiva, vedado retrocesso social. Os interesses privados do inventor e de exploração comercial, bem como as patentes, não podem impedir que os Estados implementem as obrigações internacionais decorrentes do pacto em relação ao direito à saúde e ao direito ao desfrute dos progressos científicos, como assinalou comitê da ONU sobre os direitos econômicos, sociais e culturais, em sua recomendação geral nº 17. O próprio acordo internacional sobre propriedade intelectual Trips (Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights) endossa essa necessária ponderação, ao estabelecer como objetivo "contribuir para a promoção da inovação tecnológica e para a transferência e a disseminação de tecnologia, para a vantagem mútua dos produtores e usuários do conhecimento tecnológico, de tal maneira que possa levar ao bem-estar econômico e social e ao balanço de direitos e obrigações" (artigo 7º). Nos termos do artigo 8º, cabe aos Estados-membros adotar medidas necessárias para proteger a saúde pública e a nutrição e para promover o interesse público em setores de vital importância para o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico, desde que compatíveis com o acordo. A declaração de Doha sobre o acordo Trips e a saúde pública, adotada pela Organização Mundial do Comércio, em 2001, explicitou a gravidade dos problemas de saúde pública que afligem países em desenvolvimento, refletindo as preocupações desses países sobre as implicações do acordo Trips em relação à saúde pública. Representou, assim, uma mudança de paradigma nas relações comerciais internacionais, ao atestar que os direitos de propriedade intelectual não são absolutos nem superiores a outros direitos fundamentais. Pela primeira vez, a OMC reconheceu que o regime de patentes pode criar graves riscos ao sistema de saúde, por elevar o preço de medicamentos. Reconheceu, ainda, a importância dos mecanismos de flexibilização do regime de patentes previstos no acordo Trips -como o licenciamento compulsório- como uma medida legítima para enfrentar problemas de acesso a medicamentos. O inédito caso brasileiro lança o desafio de redefinir o direito à propriedade intelectual à luz da prevalência dos direitos humanos, em uma sociedade global cujo destino e futuro se mostram cada vez mais condicionados à produção, à distribuição e ao uso eqüitativo do conhecimento. FLÁVIA PIOVESAN, 38, professora doutora de direito constitucional e direitos humanos da PUC-SP, é procuradora do Estado de São Paulo e autora do livro "Direitos Humanos e Justiça Internacional" (Saraiva, 2006). HOLGER HESTERMEYER, 32, doutor em direito pela Universidade de Hamburgo (Alemanha), é pesquisador sênior do Max Planck Institute for Comparative Public Law and International Law e autor do livro "Human Rights and WTO: Patents and Access to Medicines" (no prelo). Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br.
Fonte: Folha de São Paulo
QUEBRA DE PATENTE PODE AMEAÇAR NOVAS PESQUISAS
18/06 - Ninguém pode culpar a Tailândia pela ambição. Na recente conferência Bio, maior encontro anual da indústria da biotecnologia, ela se colocou como uma potência farmacêutica emergente, com um pavilhão deslumbrante, celebridades e bebidas grátis para todos. Mas a argumentação com a Tailândia é sobre os meios, e não os fins. No fim do ano passado, o governo tailandês surpreendeu a indústria farmacêutica quando afirmou que iria quebrar a patente do Efavirenz, um medicamento anti-retroviral produzido pela Merck dos Estados Unidos, e mudar para um genérico fabricado na Tailândia e vendido pela metade do preço. O país havia assinado o Acordo sobre os Aspectos Comerciais dos Direitos de Propriedade Intelectual (Agreement on Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights, ou TRIPS), que protege as patentes dos medicamentos. Mas o acordo permite o "licenciamento compulsório" em condições especiais condições que, segundo alguns, a Tailândia não atendeu. Desde então, a Tailândia já informou que vai quebrar as patentes de mais dos medicamentos, e ela poderá em breve acrescentar mais dois à lista. Além disso, outros países vêm fazendo o mesmo. O Brasil declarou no mês passado que a Merck está cobrando muito caro pelo Efavirenz. Nas últimas semanas, os ministros da Saúde da Índia, Malásia e Quênia também fizeram comentários sobre o licenciamento compulsório. Tudo isso desencadeou uma grande disputa. Muitos defensores da saúde globalizada estão aplaudindo a tendência, afirmando que o acesso aos medicamentos genéricos baratos vai ajudar muito os mais pobres. No mês passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou uma resolução que apóia o licenciamento compulsório. Os Estados Unidos se opuseram furiosamente, mas outros países ricos apoiaram a moção. Os executivos do setor farmacêutico estão furiosos. Jon Pender, da britânica GlaxoSmithKline (GSK), insiste que o licenciamento compulsório deveria ser usado apenas como "último recurso". Ele afirma que embora o licenciamento compulsório seja legal, o TRIPS estabelece que deve ser aplicado sob circunstâncias limitadas, como emergências nacionais na área de saúde, e somente após amplos esforços de negociação de preços com as farmacêuticas. "É fácil ver as grandes companhias farmacêuticas como fonte de todo o mal", lamenta Daniel Vasella, presidente do conselho de administração da suíça Novartis. A empresa está envolvida em um caso de patente na Índia que está sendo observado atentamente, e que envolve o Gleevec, medicamento contra o câncer. Ele diz que sem inovação, as gerações futuras terão número menor de medicamentos capazes de salvar vidas. E conforme Fred Hassan, presidente da Schering-Plough dos Estados Unidos e do lobby farmacêutico internacional, "sem a propriedade intelectual não há inovação". À primeira vista, essa briga reflete um velho dilema que opõe os pacientes de hoje aos de amanhã. O licenciamento compulsório significa que mais tailandeses terão hoje acesso a drogas de combate ao HIV, mas também significa que as companhias farmacêuticas terão menos disposição para investir em medicamentos para a Tailândia no futuro. Mesmo assim, olhe com mais atenção e verá que isso é mais do que uma briga entre os doentes dos países pobres e as farmacêuticas. O que a torna diferente é a participação de dois novos atores: obstinados países de renda intermediária e a ascendente dos medicamentos genéricos. Essa controvérsia não foi desencadeada pelos países mais pobres, que já pagam preços menores, e sim pelas economias emergentes. Há muito tempo elas ameaçam partir para o licenciamento compulsório para obter descontos, mas na verdade, quando elas impõem esse licenciamento estão mudando o equilíbrio do poder. Um resultado perverso dessa tendência é que os países de renda per capita intermediária estão conseguindo medicamentos mais baratos, enquanto vizinhos mais silenciosos e talvez mais necessitados, não. Não há dúvidas de que os pobres da Tailândia merecem tratamento, mas o regime militar é rico o suficiente para gastar mais em saúde. Richard Epstein da Faculdade de Direito da Universidade da Chicago, observa que não há nada que possa impedir as organizações de combate à AIDS ou governos estrangeiros de comprar esses produtos a preços negociados e depois distribuí-los gratuitamente. Até mesmo especialistas dedicados à causa de ajudar os mais pobres a terem acesso a medicamentos, vêem a tendência como preocupante. "O Brasil não é Ruanda, que não pode pagar", diz Tadataka Yamada da Gates Foundation. Não se sabe se os pobres acabarão ou não sofrendo no longo prazo com a inovação reduzida, mas um vencedor claro da tendência do licenciamento compulsório é a indústria dos medicamentos genéricos. Sob uma cláusula do TRIPS, os países que invocam o licenciamento compulsório mas carecem de capacidade doméstica de fabricação, podem importar genéricos de outros países. Isso promete ser uma corrida do ouro para as fabricantes de genéricos. O Canadá encoraja as empresas domésticas a produzirem cópias de medicamentos justamente por esse motivo. Mas os custos dessas empresas são tão altos que suas exportações não têm como competir com os medicamentos mais baratos produzidos pela Índia, segundo afirma Amir Attaran da Universidade de Ottawa. Pouco surpreende que executivos da Cipla, uma das companhias indianas que já produzem versões genéricas de medicamentos de combate à AIDS, tenham aplaudido calorosamente a tendência e elogiam o apoio do Brasil ao licenciamento compulsório, que segundo afirmam eles, "ajuda a proteger os direitos dos cidadãos". - The Economist - Fonte: Valor Econômico
REMÉDIO DA ROCHE PODE RENDER US$ 1 BI
18/06 - Genebra (Suíça), 18 de Junho de 2007 - A Roche Holding anunciou que Actemra, tratamento experimental contra a artrite reumatóide que poderá ser a nova droga da empresa suíça a ser avaliada em US$ 1 bilhão, ajudou a reduzir os sintomas da doença em um estudo clínico de pacientes em estágios graves. O tratamento com Actemra e um remédio genérico mais antigo, metotrexate, reduziu pela metade os sintomas em 44% dos pacientes, em comparação com 11% dos que foram tratados com o metotrexate combinado com placebo. A Roche, maior fabricante mundial de medicamentos contra o câncer, deseja expandir suas ofertas e penetrar nos crescentes mercados de tratamentos contra artrite, diabetes e anemia. A fabricante espera que apenas o mercado para a artrite reumatóide absorva 15,6 bilhões de francos suíços (US$ 12,5 bilhões) até 2010, frente a 8,6 bilhões de francos suíços em 2005. Actemra é um dos muitos possíveis campeões de vendas para a Roche. Poderá responder por 1,5 ponto percentual do crescimento anual da receita, avaliado pela empresa entre 10% a 11%, nos próximos cinco anos, disse Andrew Fellows, analista da Helvea, em Londres. Fonte: Gazeta Mercantil
NOVOS REMÉDIOS DIMINUEM OS SINTOMAS DA ARTRITE
12/06 - Um estudo realizado com três novos remédios para tratar a artrite reumatóide (AR) demonstrou que eles reduzem os sintomas da doença, anunciando um nova era em seu tratamento, segundo um artigo publicado na internet pela revista médica britânica The Lancet. A AR - mais comum de todas as doenças crônicas de inflamação das articulações - afeta entre 0,5% e 1% da população no mundo industrializado. Entre seus sintomas, são comuns a dor nas articulações, a rigidez e o inchaço. O professor Josef Smolen e um grupo da divisão de Reumatologia da Faculdade de Medicina de Viena estudaram os efeitos do uso dos três novos fármacos (Rituximab, Abatacept e Tocilizumab) e as reações nos pacientes quando usados como tratamentos individuais ou combinados com outros tratamentos. Os cientistas exploraram a patogenia da AR e possíveis novas estratégias terapêuticas, dando uma visão geral sobre como melhorar a resposta do paciente ao tratamento. Segundo os autores, "New Drug Class", "as graves conseqüências da AR em cada pessoa e nos sistemas de saúde e econômicos só podem ser prevenidos com tratamentos efetivos". Entre os métodos tradicionais para curar a artrite reumatóide estão os tratamentos com antiinflamatórios não-esteróides (NSAIDs) e os glucocorticóides. Dos três remédios, o Rituximab e o Abatacept já foram aprovados. O Tocilizumab continua em período de testes. O Rituximab age contra o antígeno CD20 que encontrado em certas células e leva a uma redução da apuração de CD20. Os testes realizados com Rituximab demonstraram que ele reduz os sintomas provocados pela AR em mais de 50 % em um terço dos pacientes. Ao combinar dez gramas de Abatacept, que interfere no mecanismo de resposta da célula T, por cada quilo da massa corporal do doente já submetido a um tratamento de metotrexate, detectou-se uma diminuição de 50% dos sintomas da doença em 40 % dos doentes. Por outro lado, ao se combinar o Tocilizumab com metotrexate, os sintomas foram reduzidos em 50%, em mais de 40% dos pacientes. Quanto aos efeitos colaterais, os cientistas advertiram que variavam dependendo de cada remédio. Entre 30% e 35% dos pacientes que tomaram Rituximab tiveram reações à primeira dose intravenosa, e registraram taxas muito mais altas de infecções graves que os que tomaram placebo. Os pacientes que tomaram Abatacept sofreram um índice maior de dor de cabeça, enjôo e infecções graves que os que receberam placebo. E alguns pacientes sujeitos ao tratamento com Tocilizumab sofreram dores de cabeça e erupções na pele, estomatite, febre, aumento dos níveis de colesterol e enzimas de fígado. Os autores da pesquisa concluíram que os três fármacos diminuem os sintomas da AR e melhoram as funções físicas e a condição de saúde do paciente, ao mesmo tempo em que retardam a progressão dos danos nas articulações. Fonte: Agência EFE – Notícias Terra
6.21.2007
DESAFIO DA QUALIDADE E O COMPONENTE HUMANO
DESAFIO DA QUALIDADE E O COMPONENTE HUMANO
A Qualidade como arma de competitividade é o novo desafio para
a empresa, mas o é igualmente para os indivíduos.
Exige-se que nos adaptemos à nova realidade.
Os seres humanos são, naturalmente avessos a mudanças. E este é o desafio. Se faz parte da natureza humana a resistência a mudanças, também faz parte da condição de sobrevivência o saber mudar.
E a mudança que se exige não é apenas de comportamento, são
mudanças de valores, cultura, convicções, crenças. Assistimos a uma tal dinâmica revolucionária da tecnologia, e vemos o mercado tão assustadoramente dinâmico, e aí nos damos conta de que ou mudamos com o mercado ou nos tornamos obsoletos.
As estruturas hierárquicas devem ser quebradas.
A empresa assume novos valores, que serão novamente mudados ao sabor da dinâmica do mercado - vale dizer, ao sabor das mudanças de comportamento do cliente. "as convicções do passado estão obsoletas".
O chefe centralizador deve abrir mão da hierarquia e adaptar-se a uma estrutura baseada em liderança, onde todos devem ter consciência dos valores da empresa, e devem ser capazes de iniciativas. Estimula-se a criatividade, permite-se errar na busca de novas soluções.
O chefe, agora líder, deve escutar mais do que falar.
Qualidade como arma de competitividade é filosofia global de gestão empresarial. Esta envolve todas as pessoas de todos os departamentos.
É trabalho de equipe, e aquelas pessoas, funcionários,
executivos, precisam aprender a trabalhar em equipe, a valorizar e respeitar a iniciativa e o talento dos demais.
Em uma estrutura de chefias, o poder do chefe vem dos níveis hierárquicos superiores. Em uma estrutura de lideranças, este poder vem da base, vem de seus liderados.
Como qualquer trabalho de equipe, o Programa da Qualidade é
altamente sensível à qualidade das comunicações entre os membros. E aqui está um ponto onde uma reeducação é fundamental. Nenhum de nós nasce com habilidades especiais de comunicação e relacionamento, e nenhum de nós tem garantias de que nosso treinamento nestas habilidades é adequado (treinamento que começa na infância e segue pela convivência familiar e escolar).
Mas quase todos nós nos comportamos muito displicentemente
nas atividades de nos comunicar e relacionar com outras pessoas, seja em casa ou na empresa. E, no entanto, a qualidade da comunicação entre pessoas e o relacionamento é a base do sucesso de qualquer empreendimento que envolva pessoas. E este é apenas um exemplo da necessidade de reeducação de comportamento.
Muitas empresas ainda vêem a questão da Qualidade como algo associado apenas ao produto e ao cliente. Um programa eficaz envolve mais do que técnicas e normas.
Quando se fala em implantar uma política de Qualidade, está se falando em modificar comportamento de pessoas e de modificar a cultura da organização - o que é também mudança cultural de seus membros. Por isso, deve haver um programa de reeducação humana. Mudar comportamentos não é fácil.
A Filosofia da Qualidade como estratégia de concorrência, envolvendo todos na empresa, passou-se a determinar algumas premissas importantes, como:
A comunicação é muito importante para o sucesso dos programas
da Qualidade. A comunicação precisa ser bem trabalhada, pois toda comunicação provoca reação.
Os serviços envolvidos no produto, e não os preços, passam a ser
o diferencial de mercado.
A conscientização para qualidade do relacionamento das pessoas é
fundamental no processo. Os valores da empresa devem ser divulgados para assimilação por todos os funcionários, e não apenas os profissionais da Qualidade. Estes devem ser multiplicadores da Qualidade, dando aulas a novos funcionários e disseminando a missão e o processo da Qualidade. Aqui entra de forma determinante o Fator Humano.
Cada funcionário deixa de ser mãos e cérebros para ser também
nervos e emoções. O que temos aqui é uma necessidade de mudanças de comportamento do grupo para adequar-se à nova filosofia da Qualidade, tão dinâmico quanto o mercado, e a tecnologia. Verifica-se que Qualidade não mais está calçada apenas em técnicas e tecnologia. Pessoas passam a ser a tecnologia, se considerando como uma das mais importantes e determinantes.
O desafio das mudanças sugere alguns novos conceitos, como:
Os chefes dão lugar aos líderes. Não são as ordens que funcionam, mas o exemplo do líder, sua capacidade de comunicar a visão, a missão, o desafio das novas conquistas.
Já não cabem paternalismos - a figura do chefe é sempre paternalista, que seja ele do tipo opressor, ou adequadamente exigente ou excessivamente "compreensivo". Cada funcionário deve ser suficientemente capaz e responsável para adequar-se a uma estrutura baseada em lideranças.
Cada funcionário é órgão nervoso e vital no organismo empresa.
Ele não apenas escuta o chefe. O chefe-líder deve escutar cada funcionário, buscando nele respostas quanto ao funcionamento adequado do processo da Qualidade.
O que se busca não é a simples implantação de uma política estratégica, busca-se sedimentar um comportamento e cultura organizacional cuja célula é o comportamento e postura de cada um.
Antonio Celso da Costa Brandão
Gerente da qualidade/ Farmanguinhos- Fiocruz
A Qualidade como arma de competitividade é o novo desafio para
a empresa, mas o é igualmente para os indivíduos.
Exige-se que nos adaptemos à nova realidade.
Os seres humanos são, naturalmente avessos a mudanças. E este é o desafio. Se faz parte da natureza humana a resistência a mudanças, também faz parte da condição de sobrevivência o saber mudar.
E a mudança que se exige não é apenas de comportamento, são
mudanças de valores, cultura, convicções, crenças. Assistimos a uma tal dinâmica revolucionária da tecnologia, e vemos o mercado tão assustadoramente dinâmico, e aí nos damos conta de que ou mudamos com o mercado ou nos tornamos obsoletos.
As estruturas hierárquicas devem ser quebradas.
A empresa assume novos valores, que serão novamente mudados ao sabor da dinâmica do mercado - vale dizer, ao sabor das mudanças de comportamento do cliente. "as convicções do passado estão obsoletas".
O chefe centralizador deve abrir mão da hierarquia e adaptar-se a uma estrutura baseada em liderança, onde todos devem ter consciência dos valores da empresa, e devem ser capazes de iniciativas. Estimula-se a criatividade, permite-se errar na busca de novas soluções.
O chefe, agora líder, deve escutar mais do que falar.
Qualidade como arma de competitividade é filosofia global de gestão empresarial. Esta envolve todas as pessoas de todos os departamentos.
É trabalho de equipe, e aquelas pessoas, funcionários,
executivos, precisam aprender a trabalhar em equipe, a valorizar e respeitar a iniciativa e o talento dos demais.
Em uma estrutura de chefias, o poder do chefe vem dos níveis hierárquicos superiores. Em uma estrutura de lideranças, este poder vem da base, vem de seus liderados.
Como qualquer trabalho de equipe, o Programa da Qualidade é
altamente sensível à qualidade das comunicações entre os membros. E aqui está um ponto onde uma reeducação é fundamental. Nenhum de nós nasce com habilidades especiais de comunicação e relacionamento, e nenhum de nós tem garantias de que nosso treinamento nestas habilidades é adequado (treinamento que começa na infância e segue pela convivência familiar e escolar).
Mas quase todos nós nos comportamos muito displicentemente
nas atividades de nos comunicar e relacionar com outras pessoas, seja em casa ou na empresa. E, no entanto, a qualidade da comunicação entre pessoas e o relacionamento é a base do sucesso de qualquer empreendimento que envolva pessoas. E este é apenas um exemplo da necessidade de reeducação de comportamento.
Muitas empresas ainda vêem a questão da Qualidade como algo associado apenas ao produto e ao cliente. Um programa eficaz envolve mais do que técnicas e normas.
Quando se fala em implantar uma política de Qualidade, está se falando em modificar comportamento de pessoas e de modificar a cultura da organização - o que é também mudança cultural de seus membros. Por isso, deve haver um programa de reeducação humana. Mudar comportamentos não é fácil.
A Filosofia da Qualidade como estratégia de concorrência, envolvendo todos na empresa, passou-se a determinar algumas premissas importantes, como:
A comunicação é muito importante para o sucesso dos programas
da Qualidade. A comunicação precisa ser bem trabalhada, pois toda comunicação provoca reação.
Os serviços envolvidos no produto, e não os preços, passam a ser
o diferencial de mercado.
A conscientização para qualidade do relacionamento das pessoas é
fundamental no processo. Os valores da empresa devem ser divulgados para assimilação por todos os funcionários, e não apenas os profissionais da Qualidade. Estes devem ser multiplicadores da Qualidade, dando aulas a novos funcionários e disseminando a missão e o processo da Qualidade. Aqui entra de forma determinante o Fator Humano.
Cada funcionário deixa de ser mãos e cérebros para ser também
nervos e emoções. O que temos aqui é uma necessidade de mudanças de comportamento do grupo para adequar-se à nova filosofia da Qualidade, tão dinâmico quanto o mercado, e a tecnologia. Verifica-se que Qualidade não mais está calçada apenas em técnicas e tecnologia. Pessoas passam a ser a tecnologia, se considerando como uma das mais importantes e determinantes.
O desafio das mudanças sugere alguns novos conceitos, como:
Os chefes dão lugar aos líderes. Não são as ordens que funcionam, mas o exemplo do líder, sua capacidade de comunicar a visão, a missão, o desafio das novas conquistas.
Já não cabem paternalismos - a figura do chefe é sempre paternalista, que seja ele do tipo opressor, ou adequadamente exigente ou excessivamente "compreensivo". Cada funcionário deve ser suficientemente capaz e responsável para adequar-se a uma estrutura baseada em lideranças.
Cada funcionário é órgão nervoso e vital no organismo empresa.
Ele não apenas escuta o chefe. O chefe-líder deve escutar cada funcionário, buscando nele respostas quanto ao funcionamento adequado do processo da Qualidade.
O que se busca não é a simples implantação de uma política estratégica, busca-se sedimentar um comportamento e cultura organizacional cuja célula é o comportamento e postura de cada um.
Antonio Celso da Costa Brandão
Gerente da qualidade/ Farmanguinhos- Fiocruz
PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO
MEDICAMENTOS: BASES FUNDAMENTAIS SOBRE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO
Qualquer pessoa tem tendência a considerar os medicamentos como um dado adquirido, mas eles representam o culminar de um processo longo, trabalhoso e dispendioso de pesquisa e desenvolvimento em que a criatividade, persistência e reflexão constituem elementos vitais. Os investigadores pensam, criam, descobrem e analisam, usam as técnicas mais recentes ou desenvolvem eles próprios novas técnicas de investigação. Criam novas moléculas e desenvolvem novos ensaios para as testar. A interpretação dos resultados conduz estes cientistas à criação de substâncias que se espera resultem ainda melhor que as existentes. Esta pesquisa é a base do desenvolvimento de medicamentos. Embora a automatização tenha diminuído a parte mais laboriosa das investigações, trata-se ainda de um processo que requer muito tempo, que apenas pode ser realizado através do compromisso dos investigadores para com os doentes. Afinal, o objetivo da investigação é a redução do sofrimento.
O nascimento de um novo medicamento é quase como uma competição Em cada ano, milhares de novas substâncias químicas são descobertas por equipes de investigação farmacêutica. Eventualmente, uma dessas moléculas tornar-se-á num novo medicamento. Novas técnicas de tratamento da informação combinam dados de diferentes proveniências de modo a formar um retrato completo do novo composto e do seu potencial, tão rapidamente quanto seja possível.Nos tempos em que a automatização e os computadores eram de difícil acesso, cada uma destas fases levava meses ou anos. Nos dias de hoje a automatização e as técnicas assistidas por computador podem reduzir o tempo necessário em vários destes passos. Mesmo assim, demora-se anos para percorrer o caminho duma nova molécula até que um medicamento possa ser alvo de prescrição médica.
Pesquisa Acadêmica
No início de qualquer projeto de síntese de uma nova molécula é necessário obter informação rigorosa sobre o conhecimento disponível à data relativamente ao campo específico em investigação. Atualmente, utilizamos tecnologia de informação para avaliar milhares de relatórios de investigações publicados todos os meses em todo o mundo. Os principais avanços são destacados e centenas de detalhes são examinados antes de serem levados de forma automática à atenção dos nossos investigadores. Os sistemas de informação computorizados trabalham de forma ininterrupta e executam em apenas alguns momentos, tarefas que um ser humano necessitaria de meses para completar. Esta tecnologia acelerou significativamente o nosso progresso na direção de produtos promissores, em termos de eficácia.
Modelação Molecular
Empregar as técnicas mais recentes significa que novos desenvolvimentos farmacológicos podem começar no monitor de um computador. A compreensão do funcionamento das molecular dos medicamentos e dos seus locais de ação para conceber moléculas que se ajustem aos perfis terapêuticos a pesquisar. Neste momento é possível submeter estes modelos moleculares teóricos a verificações preliminares, tais como potenciais efeitos secundários, antes mesmo das moléculas serem sintetizadas.
Síntese e Análise
Os departamentos de Síntese mantêm uma produção constante de moléculas novas e originais com atividade biológica interessante, o que se fundamenta no criativo processo de modelação molecular. Todos os anos, vários milhares de compostos entram neste extenso programa de investigação. Dez anos depois, apenas alguns deles atingirão a ambicionada meta de se constituírem como fármacos para utilização clínica.
Farmacologia
A farmacologia é a parte vital da pesquisa farmacêutica. Embora se possa perspectivar determinada atividade, esta deve ser provada em experiências farmacológicas. Há algum tempo, a atividade farmacológica era avaliada usando modelos, mas cada vez mais podem ser usadas novas técnicas com organismos mais pequenos e culturas de células ou estruturas subcelulares com resultados interessantes e deste modo, reduzir a necessidade de animais de laboratório. Os avanços na logística estão a acelerar o desenvolvimento de fármacos através da morosa série de passos essenciais para a avaliação e teste de qualquer novo composto.
Farmacocinética e Toxicologia
Pretendemos conhecer exatamente o que acontece de forma prospectiva de um fármaco quando é introduzido no corpo de pessoas ou animais, em plantas ou no ambiente; e se determinada substância é segura para estes elementos. O estudo de farmacocinética permite responder à primeira parte: quanto é absorvido pela circulação sanguínea e quão rapidamente atinge o seu alvo; se ultrapassa a barreira hematoencefálica e atinge o cérebro; se se acumula em determinados tecidos; de que forma é metabolizado e como volta a sair do organismo? Os toxicologistas procuram possíveis efeitos secundários indesejáveis, desde os extremamente perigosos aos apenas leves efeitos a curto e longo-prazo. Demora um ano, por exemplo, para determinar se uma substância é ou não carcinogênica. Também neste campo, temos tido muito sucesso na redução da necessidade de utilizar animais de laboratório.
Investigacão Clínica
Quando um determinado composto passou através das análises laboratoriais, é sujeito a ensaios clínicos, investigando-se assim o seu efeito nos doentes. Este estádio no desenvolvimento de um fármaco, que consiste em quatro fases, é de longe o mais prolongado e dispendioso. Demora cerca de cinco anos, uma vez que cada fármaco necessita de ser testado em 2000-4000 doentes de forma a provar a sua eficácia e permitir aferir tanto quanto seja possível, da sua segurança. A investigação clínica nos doentes tem lugar em hospitais reputados em todo o mundo e de acordo com as normas rigorosas das Boas Práticas Clínicas. É desnecessário reafirmar em que medida esta fase é indispensável: apenas uma em cada cinco destas moléculas passará a fase de testes e demonstrará suficiente eficácia e segurança.
Métodos de Produção
Já durante a fase de investigação, temos de encontrar os melhores métodos de produção. Os departamentos de produção farmacêutica têm de encontrar um método seguro e economicamente viável, mas sem deixar de manter a elevada qualidade do produto. Os nossos departamentos de produção farmacêutica devem fabricar os fármacos na sua formulação final - comprimidos, supositórios, gotas, pomadas, ampolas, etc. - após pesquisa aprofundada para encontrar a forma mais adequada e efetiva. A produção de medicamentos deve estar de acordo com os mais rigorosos padrões de pureza, segurança, qualidade e eficácia.
Registo
Todos os dados virão a ser revistos pelas autoridades regulamentares, o que envolve bastante tempo e papel. De forma crescente, este processo complexo está a ser digitalizado, com uma perspectiva de autorização .
Informação e Marketing
Durante as fases de investigação e desenvolvimento de um nedicamento, efetua-se a preparação de informação detalhada sobre o novo medicamento, de forma a facultar aos médicos dados baseados na evidência e meios que permitam aos seus doentes utilizarem apropriadamente o medicamento.
Vigilânciancia pós-comercialização
Após o lançamento de um medicamento no mercado, a tarefa não está de modo nenhum terminada. Os resultados da utilização na prática clínica são continuamente avaliados e comunicados aos órgão de vigilância sanitária. Além disso, a pesquisa sobre a eficácia da droga e possíveis novas indicações é efetuada numa base permanente. A obtenção de dados continua muito tempo depois do composto se ter tornado um novo medicamento de sucesso, combinando informação numa escala global, monitorizando o desempenho e muitas vezes identificando outras aplicações válidas potenciais.
Qualquer pessoa tem tendência a considerar os medicamentos como um dado adquirido, mas eles representam o culminar de um processo longo, trabalhoso e dispendioso de pesquisa e desenvolvimento em que a criatividade, persistência e reflexão constituem elementos vitais. Os investigadores pensam, criam, descobrem e analisam, usam as técnicas mais recentes ou desenvolvem eles próprios novas técnicas de investigação. Criam novas moléculas e desenvolvem novos ensaios para as testar. A interpretação dos resultados conduz estes cientistas à criação de substâncias que se espera resultem ainda melhor que as existentes. Esta pesquisa é a base do desenvolvimento de medicamentos. Embora a automatização tenha diminuído a parte mais laboriosa das investigações, trata-se ainda de um processo que requer muito tempo, que apenas pode ser realizado através do compromisso dos investigadores para com os doentes. Afinal, o objetivo da investigação é a redução do sofrimento.
O nascimento de um novo medicamento é quase como uma competição Em cada ano, milhares de novas substâncias químicas são descobertas por equipes de investigação farmacêutica. Eventualmente, uma dessas moléculas tornar-se-á num novo medicamento. Novas técnicas de tratamento da informação combinam dados de diferentes proveniências de modo a formar um retrato completo do novo composto e do seu potencial, tão rapidamente quanto seja possível.Nos tempos em que a automatização e os computadores eram de difícil acesso, cada uma destas fases levava meses ou anos. Nos dias de hoje a automatização e as técnicas assistidas por computador podem reduzir o tempo necessário em vários destes passos. Mesmo assim, demora-se anos para percorrer o caminho duma nova molécula até que um medicamento possa ser alvo de prescrição médica.
Pesquisa Acadêmica
No início de qualquer projeto de síntese de uma nova molécula é necessário obter informação rigorosa sobre o conhecimento disponível à data relativamente ao campo específico em investigação. Atualmente, utilizamos tecnologia de informação para avaliar milhares de relatórios de investigações publicados todos os meses em todo o mundo. Os principais avanços são destacados e centenas de detalhes são examinados antes de serem levados de forma automática à atenção dos nossos investigadores. Os sistemas de informação computorizados trabalham de forma ininterrupta e executam em apenas alguns momentos, tarefas que um ser humano necessitaria de meses para completar. Esta tecnologia acelerou significativamente o nosso progresso na direção de produtos promissores, em termos de eficácia.
Modelação Molecular
Empregar as técnicas mais recentes significa que novos desenvolvimentos farmacológicos podem começar no monitor de um computador. A compreensão do funcionamento das molecular dos medicamentos e dos seus locais de ação para conceber moléculas que se ajustem aos perfis terapêuticos a pesquisar. Neste momento é possível submeter estes modelos moleculares teóricos a verificações preliminares, tais como potenciais efeitos secundários, antes mesmo das moléculas serem sintetizadas.
Síntese e Análise
Os departamentos de Síntese mantêm uma produção constante de moléculas novas e originais com atividade biológica interessante, o que se fundamenta no criativo processo de modelação molecular. Todos os anos, vários milhares de compostos entram neste extenso programa de investigação. Dez anos depois, apenas alguns deles atingirão a ambicionada meta de se constituírem como fármacos para utilização clínica.
Farmacologia
A farmacologia é a parte vital da pesquisa farmacêutica. Embora se possa perspectivar determinada atividade, esta deve ser provada em experiências farmacológicas. Há algum tempo, a atividade farmacológica era avaliada usando modelos, mas cada vez mais podem ser usadas novas técnicas com organismos mais pequenos e culturas de células ou estruturas subcelulares com resultados interessantes e deste modo, reduzir a necessidade de animais de laboratório. Os avanços na logística estão a acelerar o desenvolvimento de fármacos através da morosa série de passos essenciais para a avaliação e teste de qualquer novo composto.
Farmacocinética e Toxicologia
Pretendemos conhecer exatamente o que acontece de forma prospectiva de um fármaco quando é introduzido no corpo de pessoas ou animais, em plantas ou no ambiente; e se determinada substância é segura para estes elementos. O estudo de farmacocinética permite responder à primeira parte: quanto é absorvido pela circulação sanguínea e quão rapidamente atinge o seu alvo; se ultrapassa a barreira hematoencefálica e atinge o cérebro; se se acumula em determinados tecidos; de que forma é metabolizado e como volta a sair do organismo? Os toxicologistas procuram possíveis efeitos secundários indesejáveis, desde os extremamente perigosos aos apenas leves efeitos a curto e longo-prazo. Demora um ano, por exemplo, para determinar se uma substância é ou não carcinogênica. Também neste campo, temos tido muito sucesso na redução da necessidade de utilizar animais de laboratório.
Investigacão Clínica
Quando um determinado composto passou através das análises laboratoriais, é sujeito a ensaios clínicos, investigando-se assim o seu efeito nos doentes. Este estádio no desenvolvimento de um fármaco, que consiste em quatro fases, é de longe o mais prolongado e dispendioso. Demora cerca de cinco anos, uma vez que cada fármaco necessita de ser testado em 2000-4000 doentes de forma a provar a sua eficácia e permitir aferir tanto quanto seja possível, da sua segurança. A investigação clínica nos doentes tem lugar em hospitais reputados em todo o mundo e de acordo com as normas rigorosas das Boas Práticas Clínicas. É desnecessário reafirmar em que medida esta fase é indispensável: apenas uma em cada cinco destas moléculas passará a fase de testes e demonstrará suficiente eficácia e segurança.
Métodos de Produção
Já durante a fase de investigação, temos de encontrar os melhores métodos de produção. Os departamentos de produção farmacêutica têm de encontrar um método seguro e economicamente viável, mas sem deixar de manter a elevada qualidade do produto. Os nossos departamentos de produção farmacêutica devem fabricar os fármacos na sua formulação final - comprimidos, supositórios, gotas, pomadas, ampolas, etc. - após pesquisa aprofundada para encontrar a forma mais adequada e efetiva. A produção de medicamentos deve estar de acordo com os mais rigorosos padrões de pureza, segurança, qualidade e eficácia.
Registo
Todos os dados virão a ser revistos pelas autoridades regulamentares, o que envolve bastante tempo e papel. De forma crescente, este processo complexo está a ser digitalizado, com uma perspectiva de autorização .
Informação e Marketing
Durante as fases de investigação e desenvolvimento de um nedicamento, efetua-se a preparação de informação detalhada sobre o novo medicamento, de forma a facultar aos médicos dados baseados na evidência e meios que permitam aos seus doentes utilizarem apropriadamente o medicamento.
Vigilânciancia pós-comercialização
Após o lançamento de um medicamento no mercado, a tarefa não está de modo nenhum terminada. Os resultados da utilização na prática clínica são continuamente avaliados e comunicados aos órgão de vigilância sanitária. Além disso, a pesquisa sobre a eficácia da droga e possíveis novas indicações é efetuada numa base permanente. A obtenção de dados continua muito tempo depois do composto se ter tornado um novo medicamento de sucesso, combinando informação numa escala global, monitorizando o desempenho e muitas vezes identificando outras aplicações válidas potenciais.
Critérios de excelência de uma gestão de qualidade
Critérios de excelência de uma gestão de qualidade:
1. Liderança
Este Critério examina o sistema de liderança da organização e o comprometimento pessoal dos membros da Direção no estabelecimento, disseminação e atualização de valores e princípios organizacionais que promovam a cultura da excelência, considerando as necessidades de todas as partes interessadas. Também examina como é implementada a governança, como é analisado o desempenho da organização e como são implementadas as práticas voltadas para assegurar a consolidação do aprendizado organizacional.
2. Estratégias e Planos
Este Critério examina, em detalhe, o processo de formulação das estratégias, enfatizando a análise do setor de atuação, do macroambiente e do modelo de negócio da organização. Também examina o processo de implementação das estratégias, incluindo a definição de indicadores, o desdobramento das metas e planos para todos os setores da organização e o acompanhamento dos ambientes internos e externos.
3. Clientes
Este Critério examina como a organização identifica, analisa e compreende as necessidades e expectativas dos clientes e dos mercados; divulga seus produtos, marcas e ações de melhoria; e estreita seu relacionamento com os clientes. Também examina como a organização mede e intensifica a satisfação e a fidelidade dos clientes em relação a seus produtos e marcas, bem como avalia a insatisfação.
4. Sociedade
Este Critério examina como a organização contribui para o desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma sustentável - por meio da minimização dos impactos negativos potenciais de seus produtos e operações na sociedade - e como interage com a sociedade de forma ética e transparente.
5. Informações e Conhecimento
Este Critério examina a gestão e a utilização das informações da organização e de informações comparativas pertinentes, bem como a gestão de seus ativos intangíveis.
6. Pessoas
Este Critério examina como são proporcionadas as condições para o desenvolvimento e utilização plena do potencial das pessoas que compõem a força de trabalho, em consonância com as estratégias organizacionais. Também examina os esforços para criar e manter um ambiente de trabalho e um clima organizacional que conduzam à excelência do desempenho, à plena participação e ao crescimento das pessoas.
7. Processos
Este Critério examina como a organização identifica os processos de agregação de valor; e identifica, gerencia, analisa e melhora os processos principais do negócio e os processos de apoio. Também examina como a organização gerencia o relacionamento com os fornecedores e conduz a sua gestão financeira, visando à sustentabilidade econômica do negócio.
8. Resultados
Este Critério examina os resultados da organização, abrangendo os econômico-financeiros e os relativos aos clientes e mercados, sociedade, pessoas, processos principais do negócio e de apoio, assim como os relativos ao relacionamento com os fornecedores.
Itens
Os oito Critérios de Excelência se subdividem em 27 Itens.
Os Itens de Enfoque e Aplicação (Itens 1.1 a 7.4) solicitam, de forma específica, alguns requisitos relacionados à gestão da organização, sem prescrever ferramentas ou métodos de trabalho específicos.
1. Liderança
1.1 Sistema de liderança
1.2 Cultura da excelência
1.3 Análise do desempenho da organização
2. Estratégias e Planos
2.1 Formulação das estratégias
2.2 Implementação das estratégias
3. Clientes
3.1 Imagem e conhecimento de mercado
3.2 Relacionamento com clientes
4. Sociedade
4.1 Responsabilidade socioambiental
4.2 Ética e desenvolvimento social
5. Informações e Conhecimento
5.1 Informações da organização
5.2 Informações comparativas
5.3 Ativos intangíveis
6. Pessoas
6.1 Sistemas de trabalho
6.2 Capacitação e desenvolvimento
6.3 Qualidade de vida
7. Processos
7.1 Processos principais do negócio e processos de apoio
7.2 Processos de relacionamento com os fornecedores
7.3 Processos econômico-financeiros
8. Resultados
8.1 Resultados econômico-financeiros
8.2 Resultados relativos aos clientes e ao mercado
8.3 Resultados relativos à sociedade
8.4 Resultados relativos às pessoas
8.5 Resultados dos processos principais do negócio e dos processos de apoio
8.6 Resultados relativos aos fornecedores
Definiçoes de alguns termos utilizados na Gestao da Qualidade
1. Liderança
Este Critério examina o sistema de liderança da organização e o comprometimento pessoal dos membros da Direção no estabelecimento, disseminação e atualização de valores e princípios organizacionais que promovam a cultura da excelência, considerando as necessidades de todas as partes interessadas. Também examina como é implementada a governança, como é analisado o desempenho da organização e como são implementadas as práticas voltadas para assegurar a consolidação do aprendizado organizacional.
2. Estratégias e Planos
Este Critério examina, em detalhe, o processo de formulação das estratégias, enfatizando a análise do setor de atuação, do macroambiente e do modelo de negócio da organização. Também examina o processo de implementação das estratégias, incluindo a definição de indicadores, o desdobramento das metas e planos para todos os setores da organização e o acompanhamento dos ambientes internos e externos.
3. Clientes
Este Critério examina como a organização identifica, analisa e compreende as necessidades e expectativas dos clientes e dos mercados; divulga seus produtos, marcas e ações de melhoria; e estreita seu relacionamento com os clientes. Também examina como a organização mede e intensifica a satisfação e a fidelidade dos clientes em relação a seus produtos e marcas, bem como avalia a insatisfação.
4. Sociedade
Este Critério examina como a organização contribui para o desenvolvimento econômico, social e ambiental de forma sustentável - por meio da minimização dos impactos negativos potenciais de seus produtos e operações na sociedade - e como interage com a sociedade de forma ética e transparente.
5. Informações e Conhecimento
Este Critério examina a gestão e a utilização das informações da organização e de informações comparativas pertinentes, bem como a gestão de seus ativos intangíveis.
6. Pessoas
Este Critério examina como são proporcionadas as condições para o desenvolvimento e utilização plena do potencial das pessoas que compõem a força de trabalho, em consonância com as estratégias organizacionais. Também examina os esforços para criar e manter um ambiente de trabalho e um clima organizacional que conduzam à excelência do desempenho, à plena participação e ao crescimento das pessoas.
7. Processos
Este Critério examina como a organização identifica os processos de agregação de valor; e identifica, gerencia, analisa e melhora os processos principais do negócio e os processos de apoio. Também examina como a organização gerencia o relacionamento com os fornecedores e conduz a sua gestão financeira, visando à sustentabilidade econômica do negócio.
8. Resultados
Este Critério examina os resultados da organização, abrangendo os econômico-financeiros e os relativos aos clientes e mercados, sociedade, pessoas, processos principais do negócio e de apoio, assim como os relativos ao relacionamento com os fornecedores.
Itens
Os oito Critérios de Excelência se subdividem em 27 Itens.
Os Itens de Enfoque e Aplicação (Itens 1.1 a 7.4) solicitam, de forma específica, alguns requisitos relacionados à gestão da organização, sem prescrever ferramentas ou métodos de trabalho específicos.
1. Liderança
1.1 Sistema de liderança
1.2 Cultura da excelência
1.3 Análise do desempenho da organização
2. Estratégias e Planos
2.1 Formulação das estratégias
2.2 Implementação das estratégias
3. Clientes
3.1 Imagem e conhecimento de mercado
3.2 Relacionamento com clientes
4. Sociedade
4.1 Responsabilidade socioambiental
4.2 Ética e desenvolvimento social
5. Informações e Conhecimento
5.1 Informações da organização
5.2 Informações comparativas
5.3 Ativos intangíveis
6. Pessoas
6.1 Sistemas de trabalho
6.2 Capacitação e desenvolvimento
6.3 Qualidade de vida
7. Processos
7.1 Processos principais do negócio e processos de apoio
7.2 Processos de relacionamento com os fornecedores
7.3 Processos econômico-financeiros
8. Resultados
8.1 Resultados econômico-financeiros
8.2 Resultados relativos aos clientes e ao mercado
8.3 Resultados relativos à sociedade
8.4 Resultados relativos às pessoas
8.5 Resultados dos processos principais do negócio e dos processos de apoio
8.6 Resultados relativos aos fornecedores
Definiçoes de alguns termos utilizados na Gestao da Qualidade
6.20.2007
A nova lógica do emprego
A nova lógica do emprego
Gilberto Guimarães
A globalização e o crescimento acelerado das economias promoveram um aumento da competição e da procura de uma melhor remuneração do capital. Essas mudanças promoveram uma forte reestruturação na economia. As empresas que emergem destas mudanças são caracterizadas por organizações mais simples e flexíveis. As antigas empresas integradas e verticalizadas explodiram num conjunto de negócios autônomos e especializados, ligados por práticas comerciais e sistemas de informações.
Esta passagem da empresa integrada e verticalizada para as redes de negócios atuais, alteram significativamente a forma de atuação e as relações de trabalho. As empresas não são mais destinadas à perenidade, mas sim a evoluir em função do mercado. Essas empresas não podem mais prometer estabilidade dos empregos. O modelo anterior era caracterizado por fatores que privilegiavam a segurança e a antigüidade.
Este sistema deu origem à figura típica do empregado de organização dos anos 70/80, para quem a vida no trabalho desenrolava-se em uma mesma empresa. O contrato implícito de trabalho entre a empresa e os seus empregados era estabelecido sobre um conceito de lealdade mútua. De um lado a empresa assegurava estabilidade e segurança econômica, e do outro o empregado deveria "vestir a camisa".
As reestruturações romperam os compromissos sociais anteriores. Esta ruptura do pacto social tem conseqüências ainda difíceis de serem avaliadas. Os empregadores atuais reforçam que a única segurança do emprego que resta é a empregabilidade dos indivíduos, medida pelo seu valor para o mercado externo à empresa.
Hoje existe uma dificuldade de estabelecimento de uma relação direta entre o desempenho e a produtividade de um indivíduo e o volume de produção, pois é o próprio trabalhador do conhecimento que define a velocidade e a produtividade dos seus meios de produção. Esta dificuldade acarreta uma inadequação dos sistemas clássicos de avaliação e remuneração, que variam não mais só em função do desempenho dos funcionários, mas pelo desempenho da empresa. Os diretores devem tomar decisões pessoais, onde antes deviam aplicar regras estabelecidas pela matriz. O novo modelo decisório supõe o uso do conhecimento.
Esses novos tempos pedem uma nova organização das pessoas e novos profissionais. Os trabalhadores do conhecimento sabem mais do que seus "chefes". Não existe mais a estrutura clássica de subordinação, onde as pessoas eram organizadas em hierarquia. A nova estrutura precisa ter flexibilidade e especialização. A organização mais adequada é a de uma orquestra, onde o maestro lidera especialistas, define e transmite sua visão, fixa metas, mobiliza e incentiva.
Ele não é nem o melhor músico, nem o melhor violinista ou o virtuose do piano. O líder não impõe o poder. Tem o poder quem aplica o conhecimento. Liderar é influenciar e mobilizar as pessoas, para que desenvolvam motivação para fazer o que "deve" ser feito, com vontade e com o máximo de seu potencial, para atingir os objetivos compartilhados fixados.
O desafio é fazer especialistas solitários trabalharem produtivamente em equipe. A velocidade das inovações obriga as empresas a se reinventarem a cada dois ou três anos. O desafio do novo líder é ajudar a criar o novo e mobilizar as pessoas para implantar mudanças. Para criar o novo é preciso encerrar o velho, desestabilizar, perturbar, desorganizar, fazer a "destruição criativa". É preciso mobilizar as pessoas, conseguir adesões, buscar sinergia, evitar antagonismos.
É estar atento e vigilante, gerenciando o que está acontecendo ou já aconteceu e que vai criar o futuro, as necessidades e o conhecimento de amanhã. Finalmente, como o trabalhador do conhecimento não é incentivado e mobilizado apenas por incentivos financeiros, o verdadeiro desafio é criar espaço e condições para reter os talentos, pela atualização permanente, pelo uso das ferramentas mais modernas, pela liberdade de atuação, pela valorização do seu conhecimento.
Gilberto Guimarães é diretor da multinacional francesa, atua também como professor e consultor da Fundação Getúlio Vargas, da GV Consult e do Ibmec São Paulo. É engenheiro pela Escola Politécnica da USP, com MBA pela FGV e cursos de especialização no IMS - Alemanha - renee@toppressnet.com
Gilberto Guimarães
A globalização e o crescimento acelerado das economias promoveram um aumento da competição e da procura de uma melhor remuneração do capital. Essas mudanças promoveram uma forte reestruturação na economia. As empresas que emergem destas mudanças são caracterizadas por organizações mais simples e flexíveis. As antigas empresas integradas e verticalizadas explodiram num conjunto de negócios autônomos e especializados, ligados por práticas comerciais e sistemas de informações.
Esta passagem da empresa integrada e verticalizada para as redes de negócios atuais, alteram significativamente a forma de atuação e as relações de trabalho. As empresas não são mais destinadas à perenidade, mas sim a evoluir em função do mercado. Essas empresas não podem mais prometer estabilidade dos empregos. O modelo anterior era caracterizado por fatores que privilegiavam a segurança e a antigüidade.
Este sistema deu origem à figura típica do empregado de organização dos anos 70/80, para quem a vida no trabalho desenrolava-se em uma mesma empresa. O contrato implícito de trabalho entre a empresa e os seus empregados era estabelecido sobre um conceito de lealdade mútua. De um lado a empresa assegurava estabilidade e segurança econômica, e do outro o empregado deveria "vestir a camisa".
As reestruturações romperam os compromissos sociais anteriores. Esta ruptura do pacto social tem conseqüências ainda difíceis de serem avaliadas. Os empregadores atuais reforçam que a única segurança do emprego que resta é a empregabilidade dos indivíduos, medida pelo seu valor para o mercado externo à empresa.
Hoje existe uma dificuldade de estabelecimento de uma relação direta entre o desempenho e a produtividade de um indivíduo e o volume de produção, pois é o próprio trabalhador do conhecimento que define a velocidade e a produtividade dos seus meios de produção. Esta dificuldade acarreta uma inadequação dos sistemas clássicos de avaliação e remuneração, que variam não mais só em função do desempenho dos funcionários, mas pelo desempenho da empresa. Os diretores devem tomar decisões pessoais, onde antes deviam aplicar regras estabelecidas pela matriz. O novo modelo decisório supõe o uso do conhecimento.
Esses novos tempos pedem uma nova organização das pessoas e novos profissionais. Os trabalhadores do conhecimento sabem mais do que seus "chefes". Não existe mais a estrutura clássica de subordinação, onde as pessoas eram organizadas em hierarquia. A nova estrutura precisa ter flexibilidade e especialização. A organização mais adequada é a de uma orquestra, onde o maestro lidera especialistas, define e transmite sua visão, fixa metas, mobiliza e incentiva.
Ele não é nem o melhor músico, nem o melhor violinista ou o virtuose do piano. O líder não impõe o poder. Tem o poder quem aplica o conhecimento. Liderar é influenciar e mobilizar as pessoas, para que desenvolvam motivação para fazer o que "deve" ser feito, com vontade e com o máximo de seu potencial, para atingir os objetivos compartilhados fixados.
O desafio é fazer especialistas solitários trabalharem produtivamente em equipe. A velocidade das inovações obriga as empresas a se reinventarem a cada dois ou três anos. O desafio do novo líder é ajudar a criar o novo e mobilizar as pessoas para implantar mudanças. Para criar o novo é preciso encerrar o velho, desestabilizar, perturbar, desorganizar, fazer a "destruição criativa". É preciso mobilizar as pessoas, conseguir adesões, buscar sinergia, evitar antagonismos.
É estar atento e vigilante, gerenciando o que está acontecendo ou já aconteceu e que vai criar o futuro, as necessidades e o conhecimento de amanhã. Finalmente, como o trabalhador do conhecimento não é incentivado e mobilizado apenas por incentivos financeiros, o verdadeiro desafio é criar espaço e condições para reter os talentos, pela atualização permanente, pelo uso das ferramentas mais modernas, pela liberdade de atuação, pela valorização do seu conhecimento.
Gilberto Guimarães é diretor da multinacional francesa, atua também como professor e consultor da Fundação Getúlio Vargas, da GV Consult e do Ibmec São Paulo. É engenheiro pela Escola Politécnica da USP, com MBA pela FGV e cursos de especialização no IMS - Alemanha - renee@toppressnet.com