Medicamentos, laser e transplante podem tratar queda de cabelo
Conheça os tratamentos utilizados para minimizar os efeitos da queda ou da miniaturização dos fios que têm ação comprovada
Finasterida
O que é: medicamento oral que inibe a produção da enzima que transforma a testosterona (hormônio sexual masculino) em DHT (dihidrotestosterona). A produção de DHT está relacionada à alopecia androgenética. A recomendação geral é tomar um comprimido de 1 mg por dia. Não é indicado para mulheres e proibido para grávidas
O que esperar: a finasterida funciona melhor para homens entre 18 e 45 anos. Após essa idade, sua eficácia diminui. Ela age reduzindo a queda e, com o uso contínuo, aumentando ligeiramente o calibre dos fios. Os primeiros resultados aparecem após três a cinco meses. O engrossamento dos fios pode ser percebidos após cerca de um ano de uso. O risco de diminuição da libido, efeito colateral relatado, não chega a 2%
Espirolactona
O que é: substância que inibe a ação dos andrógenos. É um medicamento oral que só pode ser utilizado por mulheres, mas contra-indicado para gestantes ou mulheres que planejem engravidar
O que esperar: nos casos em que a queda tem origem hormonal, pode apresentar resultados em cerca de três meses de uso. O tratamento pode ser descontinuado mas, em caso de volta do problema, deve ser retomado. Durante o tratamento é importante fazer o controle, por meio de exames, da função hepática
Serenoa repens
O que é: fitoterápico obtido do extrato de uma palmeira nativa da América do Norte, que tem ação similar à finasterida (sintética): inibe a enzima que transforma a testosterona em dihidrotestosterona, derivado que causa a queda. Não é indicado para mulheres e proibido para grávidas
O que esperar: para ter resultados semelhantes à finasterida, a dose precisa ser maior --160 mg, duas vezes ao dia. Os efeitos começam a surgir após cerca de três meses de uso e são basicamente os mesmos da finasterida
Suplementos nutricionais
O que é: combinações de vitaminas, sais minerais e nutrientes específicos para a saúde dos cabelos. Além de fortalecer e melhorar a qualidade dos fios, diminui o ritmo da queda. Costuma ser usado combinado com outros tratamentos
O que esperar: se a queda é causada principalmente por deficiência nutricional, pode estacioná-la após alguns meses de suplementação. Pessoas que se submeteram a cirurgia bariátrica precisam de suplementos continuamente, já que o procedimento diminui a absorção dos nutrientes pelo organismo
Laser de baixa intensidade
O que é: equipamento que emite luz pulsada ou laser de diodo em baixa intensidade, causando uma reação que estimula a multiplicação celular. Também tem ação antiinflamatória
O que esperar: são necessárias entre oito e dez sessões para alcançar resultado. É preciso procurar profissionais experientes na técnica, para que os parâmetros de utilização do laser (como intensidade e tempo de aplicação) sejam adequados
Minoxidil
O que é: substância com ação vasodilatora e mitogênica (estimula a divisão celular) em forma de loção hidro-alcoólica ou, na apresentação mais recente, espuma. Deve ser usado ininterruptamente. A aplicação é feita duas vezes por dia. Pode ser usado por homens e mulheres
O que esperar: os resultados aparecem após três meses de tratamento. É de uso crônico --se o tratamento é interrompido, o problema costuma voltar. Principalmente na formulação que contém álcool, pode ressecar os fios
Alfaestradiol
O que é: medicamento de uso tópico, em forma de loção hidro-alcoólica, que funciona como bloqueador local de DHT (dihidrotestosterona). Deve ser usado ininterruptamente, em aplicações diárias. Pode ser usado por homens e mulheres
O que esperar: os resultados são inferiores ao bloqueador de DHT de uso oral (finasterida) e aparecem após cerca de quatro meses de uso ininterrupto. O problema regride se o tratamento é interrompido. Como a loção contém álcool, pode ressecar os fios
Transplante capilar
O que é: remoção dos folículos capilares da área da nuca, que são implantados na área mais atingida pela calvície. Cada unidade folicular implantada pode produzir de um a quatro fios
O que esperar: o procedimento pode ser utilizado se a área doadora de folículos tiver uma boa densidade de fios. Alguns tipos de cabelo favorecem resultados mais naturais; entre eles, estão os cabelos mais grossos, ondulados ou encaracolados. Não é indicado para pessoas muitos jovens. O procedimento é demorado, podendo levar até seis horas, e inclui uma equipe grande de profissionais. Não substitui o tratamento clínico: após o implante, é necessário retomar os tratamentos tópicos ou orais
Fonte: ADEMIR CARVALHO LEITE JR., dermatologista.
Não existe xampu antiqueda, afirmam dermatologistas
Palavra dos especialistas: não existe nenhum xampu antiqueda. "As moléculas das fórmulas de xampu são muito grandes, não têm como penetrar no couro cabeludo e atingir o bulbo capilar", afirma Francisco Le Voci, dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein e da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).
Quer dizer que qualquer xampu serve? Não é bem assim. "Usar um produto adequado às condições do cabelo, mais precisamente do couro cabeludo, é importante no tratamento, para solucionar problemas que, mesmo não sendo a causa principal, acentuam a queda", diz o dermatologista Cid Yazig Sabbag.
É o caso de xampus antisseborreicos ou anticaspa. Esses produtos podem ser encontrados em formulações medicinais, além das cosméticas. Normalmente, um xampu anticaspa "comum", por exemplo, contém princípios ativos presentes na versão medicinal, mas em uma concentração bem menor.
Para que os princípios ativos do xampu tenham alguma ação, a lavagem deve ser feita da forma correta. Após aplicar e massagear o produto no couro cabeludo, deve-se deixar o xampu agir por cerca de três minutos, antes de enxaguar os cabelos.
Veja abaixo para que servem os diferentes tipos de xampu.
Fortalecedor
Contém moléculas que podem ser de queratina ou silicone, por exemplo, que grudam no fio e formam uma capa protetora, diminuindo a quebra
Anti-oleosidade
Com maior poder detergente, remove a oleosidade excessiva do couro cabeludo, que causa obstrução dos folículos
Anticaspa
Possui princípios ativos específicos para combater a descamação do couro cabeludo, outro fator de obstrução dos folículos
Hidratante
Impermeabiliza o pêlo e a pele do couro cabeludo, diminuindo a perda de água e evitando descamações
Neutro
Quando há irritação do couro cabelo ou um processo alérgico, xampu com pH mais próximo ao do couro cabeludo é indicado por ser menos agressivos à pele
Anti-resíduos
Tem maior poder detergente, retirando o depósito de substâncias acumuladas sobre os fios e o couro cabeludo; deve ser usado a cada 15 dias
Doador de volume
Apesar de não aumentar a quantidade e o calibre dos fios, dá a impressão de maior quantidade de cabelo porque há microesferas de derivados de plástico, que aderem aos fios e "armam" os cabelos
Podem ser fios demais caídos no travesseiro. Ou fios de menos percebidos na cabeça ao se olhar no espelho. No fim das contas, o resultado é o mesmo: você está perdendo cabelo.
"A calvície atinge 50% da população masculina",
Entre as mulheres, a situação não é muito melhor. Embora a calvície propriamente dita (rarefação capilar de origem genética) atinja cerca de 5% delas, estima-se que metade da população feminina sofra perda e diminuição de fios na vida adulta, Se tanta companhia não vale como consolo, a vantagem de ter muita gente sofrendo com o problema é que isso estimula as pesquisas científicas. "Há equipes estudando o uso de células-tronco para tratamento da calvície",. Também já foi descoberto que são oito os pares de genes envolvidos no crescimento dos cabelos, o que abre possibilidades à pesquisa genética.
"Entre as perspectivas, está o desenvolvimento de testes genéticos para diagnóstico da alopecia androgenética [ausência de cabelos provocada pela interação entre os genes herdados e os hormônios masculinos]. O teste poderá determinar o risco e os graus de calvície antes de sua manifestação, permitindo o tratamento precoce", entre as novidades na área, existe estudos para uso de robôs no processo de transplante de cabelos.
Além da alta tecnologia, existe boas perspectivas no uso de substâncias naturais para tratar o problema. "Alguns ativos de plantas estão sendo utilizados com resultados bastante interessantes", afirma. Entre eles, o extrato de chá verde, que tem demonstrado uma ação antifúngica (ajuda a tratar micoses no couro cabeludo, intensificadoras da queda), e o extrato de "ho-show-wu", raiz chinesa que, além de ser antimicrobiana, parece também agir como bloqueador de DHT. A sigla refere-se à dihidrotestosterona, derivado da testosterona ligado à alopecia androgenética.
As perspectivas são boas, mas ninguém deve esperar milagres. "Ainda não existe nada para fazer nascer cabelo. É possível diminuir a rapidez da queda e aumentar um pouco o calibre dos fios, mas não a densidade [número de fios por cm2]".
Todo mundo nasce com um número de folículos capilares, de onde saem os fios de cabelo. Na calvície, os fios sofrem um processo de miniaturização e, com o tempo, o bulbo capilar vai se atrofiando. Os tratamentos atuam quando o bulbo ainda não está atrofiado, fazendo com que continue a produzir fios, mesmo que bem finos e menores que o padrão normal.
Fonte: Folha de São Paulo
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8.30.2008
Descartes de medicamentos
Alguns cuidados são necessários na hora de jogar fora medicamentos vencidos. Porém, muitos consumidores não sabem o que fazer com esses produtos.
É comum a população descartar os remédios de maneira errada. Muitas vezes frascos e comprimidos que perderam a validade são jogados no lixo doméstico dentro das embalagens originais.
Não há nenhuma lei que regulamente o descarte de medicamentos e faltam orientações sobre o assunto.
Uma das maneiras seria encaminhar o medicamento a uma farmácia para que o produto fosse descartado junto com o lixo produzido pelo estabelecimento. Porém, a farmácia não é obrigada a realizar o serviço.
É importante inutilizar esses medicamentos. Os remédios jamais devem ser jogados diretamente no lixo dentro de sua embalagem original.
O líquido de frascos deve ser jogado na pia ou no vaso sanitário. O recipiente precisa ser lavado, para evitar que outras pessoas consumam o medicamento vencido.
“Vários centros de intoxicação orientam que seja feito dessa forma. Assim, o consumidor está evitando riscos potenciais de uma intoxicação”.
No caso de comprimidos, não é necessário quebrá-lo.
Se jogar no vaso sanitário e dar descarga não há problema algum, porque ele se desintegra e não causa problema algum”.
Essa maneira de descartar medicamentos pode acarretar problemas ao meio ambiente, mas evita o consumo por outra pessoa. “Ao jogar o remédio no lixo, alguém pode achá-lo e consumi-lo, o que é muito prejudicial”.
No caso de pomadas,deve ser levado em conta as substâncias que elas possuem. Há produtos altamente tóxicos e irritantes, que sob a ação do sol provocam queimaduras na pele. Elas trazem riscos potenciais também.
É importante não deixar os medicamentos ao alcance de crianças. Eles devem ser guardados longe da luz e umidade excessivas, pois as propriedades podem ser alteradas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não define normas específicas, mas estuda uma resolução que prevê que as farmácias e drogarias poderiam aceitar os medicamentos vencidos. Ele afirma também que há um projeto de lei que coloca as drogarias como postos que deveriam receber os medicamentos.
Fonte : Globo.com
É comum a população descartar os remédios de maneira errada. Muitas vezes frascos e comprimidos que perderam a validade são jogados no lixo doméstico dentro das embalagens originais.
Não há nenhuma lei que regulamente o descarte de medicamentos e faltam orientações sobre o assunto.
Uma das maneiras seria encaminhar o medicamento a uma farmácia para que o produto fosse descartado junto com o lixo produzido pelo estabelecimento. Porém, a farmácia não é obrigada a realizar o serviço.
É importante inutilizar esses medicamentos. Os remédios jamais devem ser jogados diretamente no lixo dentro de sua embalagem original.
O líquido de frascos deve ser jogado na pia ou no vaso sanitário. O recipiente precisa ser lavado, para evitar que outras pessoas consumam o medicamento vencido.
“Vários centros de intoxicação orientam que seja feito dessa forma. Assim, o consumidor está evitando riscos potenciais de uma intoxicação”.
No caso de comprimidos, não é necessário quebrá-lo.
Se jogar no vaso sanitário e dar descarga não há problema algum, porque ele se desintegra e não causa problema algum”.
Essa maneira de descartar medicamentos pode acarretar problemas ao meio ambiente, mas evita o consumo por outra pessoa. “Ao jogar o remédio no lixo, alguém pode achá-lo e consumi-lo, o que é muito prejudicial”.
No caso de pomadas,deve ser levado em conta as substâncias que elas possuem. Há produtos altamente tóxicos e irritantes, que sob a ação do sol provocam queimaduras na pele. Elas trazem riscos potenciais também.
É importante não deixar os medicamentos ao alcance de crianças. Eles devem ser guardados longe da luz e umidade excessivas, pois as propriedades podem ser alteradas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não define normas específicas, mas estuda uma resolução que prevê que as farmácias e drogarias poderiam aceitar os medicamentos vencidos. Ele afirma também que há um projeto de lei que coloca as drogarias como postos que deveriam receber os medicamentos.
Fonte : Globo.com
Ampliação da licença-maternidade
Fonte: Portal do MS, em 22/08/2008
A ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses terá impacto direto na saúde dos recém-nascidos. A mãe, por exemplo, vai poder seguir a recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde de amamentar o bebê exclusivamente com leite durante os seis primeiros meses de vida. Com aleitamento materno, o bebê tem menos chances de ter diarréia, pneumonia – doenças responsáveis por boa parte da mortalidade infantil, principalmente em regiões mais carentes – diabetes, câncer ou de desenvolver alergias. De acordo com a área técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, a estimativa é de que o aleitamento evita 13% das mortes em crianças menores de cinco anos em todo o mundo.
“Toda estrutura emocional, e mesmo biológica, tem uma forte relação com aleitamento ao seio materno e também com a prolongação de um contato entre a mãe e o bebê nesse período tão difícil e tão crítico. Os benefícios, do ponto de vista de saúde pública, são incontestáveis”, afirmou o ministro José Gomes Temporão.
A chance de uma criança não amamentada ser internada por pneumonia nos primeiros três meses de vida é 61 vezes maior que aquela alimentada exclusivamente com leite materno. O risco de hospitalização por bronquite é sete vezes maior entre os bebês amamentados por menos de um mês. E mais: cerca de sete mil mortes de recém-nascidos no primeiro ano de vida poderiam ser evitadas com a amamentação na primeira hora do parto.
No Brasil, a duração do aleitamento exclusivo está muito abaixo da recomendada. A sondagem realizada em 1999, nas capitais e no DF, revelou que apenas 9,7% dos bebês recebiam exclusivamente o leite materno entre cinco e seis meses de idade. Na última década, a situação melhorou, mas ainda está longe do ideal. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, realizada em 2006, constatou que a prevalência de aleitamento exclusivo para crianças menores de quatro meses chega a 45%.
CUSTOS – A ampliação da licença também diminui os gastos do Sistema Único de Saúde com internações de crianças até dois anos de idade, motivadas por diarréia e pneumonia. De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, apenas no ano passado, ocorreram 179.467 internações por diarréia e outras 321.310 por pneumonia, que somam um gasto de R$ 246,8 milhões.
O ministro comemorou a aprovação, pelo Senado Federal, e a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de sancionar a lei que amplia de quatro para seis meses a licença-maternidade. “Sem dúvida, é um avanço. Em todo o país, o que estamos assistindo são governos estaduais e muitas prefeituras concedendo a licença de seis meses para as funcionárias”, disse o ministro.
Temporão reconheceu que o benefício fiscal concedido para estimular a empresa a cumprir a nova lei não é uma situação ideal. “Mas é um passo extremamente importante no direito das mulheres aos seis meses de licença-maternidade”, afirmou. O projeto não torna obrigatória a ampliação da licença maternidade. Para o setor público, a lei é apenas autorizativa e facultativa para a iniciativa privada. Mas, para atrair adesão das empresas, prevê a dedução no imposto de renda do valor correspondente aos dois meses de salário pago à empregada parturiente.
Veja abaixo uma série de benefícios com a ampliação da licença-maternidade para seis meses:
Alimentação adequada: oferecimento do alimento mais adequado para os primeiros seis meses de vida, o leite materno, que contém nutrientes necessários à criança, com fácil digestão, sem necessidade de oferecer outros alimentos, inclusive água, e rico em anticorpos e outras substâncias que protegem contra infecções.
Fortalecimento do vínculo mãe/filho: contato corporal e olho no olho que vincula mãe e bebê nos primeiros meses de vida, auxiliado pela amamentação, dá continuidade à construção dos ambientes a serem explorados e incorporados como territórios vivenciais para a criança rumo a seu desenvolvimento saudável. Esta lógica de pertencimento, de capacitação para a integração social, nesta precoce etapa da vida, cada vez mais se apresenta nas considerações científicas como a base para a estruturação da personalidade e habilidade para lidar no futuro com situações de estresse e agressividade, tornando-a sujeito apto a desenvolver seu papel social
Impacto positivo na sobrevida e saúde infantil: redução da mortalidade e morbidade por diarréia, pneumonia e infecção grave em recém-nascidos. Sabe-se que crianças de zero a cinco meses que não estão recebendo aleitamento materno tem o risco sete vezes maior de morrer por diarréia e cinco vezes maior de morrer por pneumonia, quando comparadas com crianças em aleitamento materno exclusivo, e nesse mesmo grupo de idade, o risco de morte por diarréia é duas vezes maior nas crianças que estão em aleitamento materno não exclusivo, comparadas com as que estão em aleitamento materno exclusivo.
Redução do risco de desenvolvimento de atopias na criança, como asma, rinites alérgica, intolerância alimentar etc.
Ampliação do potencial cognitivo da criança: a literatura científica demonstra que o aleitamento materno contribui para um melhor desenvolvimento cognitivo das crianças.
Redução do câncer de mama e de ovário: a amamentação prolongada é um fator de proteção para câncer de mama: há uma relação inversa estatisticamente significante entre duração da amamentação e risco de desenvolvimento de câncer de mama, pelas mães. O efeito protetor é maior quanto maior for a duração da amamentação. O mesmo ocorre com o câncer de ovário.
Ampliação da oferta de métodos contraceptivos: Método da amenorréia lactacional: a amamentação exclusiva é um reconhecido método contraceptivo nos primeiros seis meses pós-parto, sendo seu efeito reduzido caso a mulher menstrue. É conhecido como método da Amenorréia Lactacional ou LAM.
Diminuição do índice de fraturas de quadril por osteoporose: revisão da literatura concluiu que há menores índices de fraturas de quadril por osteoporose entre as mulheres que amamentaram.
Redução da obesidade pós-parto: a amamentação prolongada contribui para mais rápida recuperação do peso pré-gestacional, com redução do índice de massa corpórea e, conseqüentemente, da obesidade, principalmente quando a amamentação é exclusiva.
Apoio às mulheres que tiveram Gestação de alto risco: em muitos casos de gestação de alto-risco, a licença-maternidade é iniciada mais precocemente. A ampliação da licença permitirá que essa mãe tenha um período maior, após o parto, para prestar os devidos cuidados e interagir com seu filho, objeto de preocupações durante a gestação.
Ofertas do SUS como fator de proteção: Em 2003, pesquisa realizada com 34.435 crianças de 111 municípios do Estado de São Paulo indicou que, nas localidades onde há várias ações voltadas ao aleitamento exclusivo, as crianças atendidas pelo SUS têm mais chances de serem amamentadas exclusivamente com leite materno até o sexto mês de vida em relação àquelas que utilizam o sistema privado; Isto demonstra o potencial das políticas públicas de aleitamento materno exclusivo até os seis meses na redução do risco de desmame.
Impacto econômico positivo para saúde: o aleitamento materno, por reduzir a morbimortalidade, e contribuir fortemente no desenvolvimento de indivíduos física e emocionalmente saudáveis é um fator importante na economia da saúde, pois reduz gastos com atendimento ambulatorial e hospitalar, além de potencializar o desenvolvimento nacional.
A ampliação da licença-maternidade de quatro para seis meses terá impacto direto na saúde dos recém-nascidos. A mãe, por exemplo, vai poder seguir a recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde de amamentar o bebê exclusivamente com leite durante os seis primeiros meses de vida. Com aleitamento materno, o bebê tem menos chances de ter diarréia, pneumonia – doenças responsáveis por boa parte da mortalidade infantil, principalmente em regiões mais carentes – diabetes, câncer ou de desenvolver alergias. De acordo com a área técnica de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, a estimativa é de que o aleitamento evita 13% das mortes em crianças menores de cinco anos em todo o mundo.
“Toda estrutura emocional, e mesmo biológica, tem uma forte relação com aleitamento ao seio materno e também com a prolongação de um contato entre a mãe e o bebê nesse período tão difícil e tão crítico. Os benefícios, do ponto de vista de saúde pública, são incontestáveis”, afirmou o ministro José Gomes Temporão.
A chance de uma criança não amamentada ser internada por pneumonia nos primeiros três meses de vida é 61 vezes maior que aquela alimentada exclusivamente com leite materno. O risco de hospitalização por bronquite é sete vezes maior entre os bebês amamentados por menos de um mês. E mais: cerca de sete mil mortes de recém-nascidos no primeiro ano de vida poderiam ser evitadas com a amamentação na primeira hora do parto.
No Brasil, a duração do aleitamento exclusivo está muito abaixo da recomendada. A sondagem realizada em 1999, nas capitais e no DF, revelou que apenas 9,7% dos bebês recebiam exclusivamente o leite materno entre cinco e seis meses de idade. Na última década, a situação melhorou, mas ainda está longe do ideal. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, realizada em 2006, constatou que a prevalência de aleitamento exclusivo para crianças menores de quatro meses chega a 45%.
CUSTOS – A ampliação da licença também diminui os gastos do Sistema Único de Saúde com internações de crianças até dois anos de idade, motivadas por diarréia e pneumonia. De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, apenas no ano passado, ocorreram 179.467 internações por diarréia e outras 321.310 por pneumonia, que somam um gasto de R$ 246,8 milhões.
O ministro comemorou a aprovação, pelo Senado Federal, e a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de sancionar a lei que amplia de quatro para seis meses a licença-maternidade. “Sem dúvida, é um avanço. Em todo o país, o que estamos assistindo são governos estaduais e muitas prefeituras concedendo a licença de seis meses para as funcionárias”, disse o ministro.
Temporão reconheceu que o benefício fiscal concedido para estimular a empresa a cumprir a nova lei não é uma situação ideal. “Mas é um passo extremamente importante no direito das mulheres aos seis meses de licença-maternidade”, afirmou. O projeto não torna obrigatória a ampliação da licença maternidade. Para o setor público, a lei é apenas autorizativa e facultativa para a iniciativa privada. Mas, para atrair adesão das empresas, prevê a dedução no imposto de renda do valor correspondente aos dois meses de salário pago à empregada parturiente.
Veja abaixo uma série de benefícios com a ampliação da licença-maternidade para seis meses:
Alimentação adequada: oferecimento do alimento mais adequado para os primeiros seis meses de vida, o leite materno, que contém nutrientes necessários à criança, com fácil digestão, sem necessidade de oferecer outros alimentos, inclusive água, e rico em anticorpos e outras substâncias que protegem contra infecções.
Fortalecimento do vínculo mãe/filho: contato corporal e olho no olho que vincula mãe e bebê nos primeiros meses de vida, auxiliado pela amamentação, dá continuidade à construção dos ambientes a serem explorados e incorporados como territórios vivenciais para a criança rumo a seu desenvolvimento saudável. Esta lógica de pertencimento, de capacitação para a integração social, nesta precoce etapa da vida, cada vez mais se apresenta nas considerações científicas como a base para a estruturação da personalidade e habilidade para lidar no futuro com situações de estresse e agressividade, tornando-a sujeito apto a desenvolver seu papel social
Impacto positivo na sobrevida e saúde infantil: redução da mortalidade e morbidade por diarréia, pneumonia e infecção grave em recém-nascidos. Sabe-se que crianças de zero a cinco meses que não estão recebendo aleitamento materno tem o risco sete vezes maior de morrer por diarréia e cinco vezes maior de morrer por pneumonia, quando comparadas com crianças em aleitamento materno exclusivo, e nesse mesmo grupo de idade, o risco de morte por diarréia é duas vezes maior nas crianças que estão em aleitamento materno não exclusivo, comparadas com as que estão em aleitamento materno exclusivo.
Redução do risco de desenvolvimento de atopias na criança, como asma, rinites alérgica, intolerância alimentar etc.
Ampliação do potencial cognitivo da criança: a literatura científica demonstra que o aleitamento materno contribui para um melhor desenvolvimento cognitivo das crianças.
Redução do câncer de mama e de ovário: a amamentação prolongada é um fator de proteção para câncer de mama: há uma relação inversa estatisticamente significante entre duração da amamentação e risco de desenvolvimento de câncer de mama, pelas mães. O efeito protetor é maior quanto maior for a duração da amamentação. O mesmo ocorre com o câncer de ovário.
Ampliação da oferta de métodos contraceptivos: Método da amenorréia lactacional: a amamentação exclusiva é um reconhecido método contraceptivo nos primeiros seis meses pós-parto, sendo seu efeito reduzido caso a mulher menstrue. É conhecido como método da Amenorréia Lactacional ou LAM.
Diminuição do índice de fraturas de quadril por osteoporose: revisão da literatura concluiu que há menores índices de fraturas de quadril por osteoporose entre as mulheres que amamentaram.
Redução da obesidade pós-parto: a amamentação prolongada contribui para mais rápida recuperação do peso pré-gestacional, com redução do índice de massa corpórea e, conseqüentemente, da obesidade, principalmente quando a amamentação é exclusiva.
Apoio às mulheres que tiveram Gestação de alto risco: em muitos casos de gestação de alto-risco, a licença-maternidade é iniciada mais precocemente. A ampliação da licença permitirá que essa mãe tenha um período maior, após o parto, para prestar os devidos cuidados e interagir com seu filho, objeto de preocupações durante a gestação.
Ofertas do SUS como fator de proteção: Em 2003, pesquisa realizada com 34.435 crianças de 111 municípios do Estado de São Paulo indicou que, nas localidades onde há várias ações voltadas ao aleitamento exclusivo, as crianças atendidas pelo SUS têm mais chances de serem amamentadas exclusivamente com leite materno até o sexto mês de vida em relação àquelas que utilizam o sistema privado; Isto demonstra o potencial das políticas públicas de aleitamento materno exclusivo até os seis meses na redução do risco de desmame.
Impacto econômico positivo para saúde: o aleitamento materno, por reduzir a morbimortalidade, e contribuir fortemente no desenvolvimento de indivíduos física e emocionalmente saudáveis é um fator importante na economia da saúde, pois reduz gastos com atendimento ambulatorial e hospitalar, além de potencializar o desenvolvimento nacional.
Novo alisante de cabelo com formulação menos agressiva.
Novo alisante de cabelo provoca debate sobre uso de produtos em crianças
Laboratório trouxe para o Brasil produto com formulação menos agressiva.
Dermatologistas desaconselham uso antes da puberdade.
A estudante Martha de Souza, de 13 anos, submeteu os fios a alisamento há três meses, quando ainda tinha 12 anos (Foto: Divulgação) A estudante Martha de Souza, de 13 anos, é a única das três filhas da aposentada Maria Aparecida Palmeira que nasceu com cabelo crespo. Desde pequena, a adolescente tinha trabalho para cuidar da cabeleira. “Eu vivia com o cabelo preso ou com ele molhado para baixar o volume”, lembra a jovem, que tinha até dificuldade para usar touca durante as aulas de natação por causa da grande quantidade de cabelo. “A touca não dava conta e ficava caindo”, completa a mãe.
Há três meses, então com 12 anos, Martha submeteu a cabeleira a um alisamento que acaba de chegar ao país e ficou com o cabelo liso, mesmo depois de lavado. O produto usado pela estudante é uma novidade no mercado de alisantes e têm animado as meninas de cabelo crespo que sonham em ter o cabelo liso.
O laboratório coreano Sewha trouxe para o Brasil o RH12+, um produto que promete alisar os fios sem ressecá-los ou danificá-los por ter uma formulação mais suave que os outros disponíveis no mercado e, por isso, pode ser usado por quem tem cabelo tingido e até por crianças.
O produto é uma das novidades da Beauty Fair, feira que apresenta aos profissionais de beleza as novidades na área e que será realizada de sábado (30) a terça-feira (2), em São Paulo. Segundo o fabricante, o novo alisante não tem formol, oxidantes, não precisa de neutralizante e tem doze vezes mais a concentração de lawsonia, uma substância extraída da henna e que tem ação restauradora da fibra capilar.
Mas antes de levar a filha para o cabeleireiro mais próximo, as mães devem saber que o produto, como qualquer outro alisante, não é completamente inofensivo, pois contém tilglicolato de etanolamina, uma substância química usada por vários alisantes disponíveis no mercado. É essa substância que dá o efeito liso ao cabelo ao interferir diretamente na estrutura dos fios. A diferença do produto coreano, defende o fabricante, é ter uma concentração menor do tilglicolato.
Conselho de dermatologistas
Não adianta achar que, por ser mais suave, o alisante está livre de provocar qualquer reação alérgica nas crianças ou adolescentes. Os dermatologistas ouvidos pelo G1 desaconselham o uso de qualquer produto químico na cabeleira até as crianças atingirem a puberdade.
“O ideal mesmo é esperar uns dois anos após a primeira menstruação”, orienta o dermatologista Ademir Jr, especialista em medicina capilar. É nesse período, diz o médico, que o cabelo “amadurece” e assume a estrutura que terá ao longo da vida.
De acordo com a dermatologista Jackeline Mota, da diretoria da regional da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), as substâncias usadas para alisar o cabelo são agressivas o suficiente para quebrar os fios, provocar alergia e até queimaduras no couro cabeludo. Também é preciso pensar a longo prazo, alerta a médica. “Quem começa a fazer alisamento vai querer fazer a vida inteira. Imagine uma menina que começa com 10, 11 anos, quando ela tiver 21, já vai estar submetendo o cabelo à agressão química há 10 anos”, pondera.
Quem, mesmo com a recomendação dos dermatologistas, pretende levar a filha para alisar o cabelo deve procurar um profissional de confiança. A aposentada Maria Aparecida, mãe da estudante Martha, chegou a comprar um alisante em perfumaria e levou para o cabeleireiro mais próximo para que ele aplicasse o produto na filha.
O cabeleireiro, conta a mãe, pediu para que ela esperasse um pouco mais para usar o produto na filha. A aposentada não sabia, mas o profissional estava seguindo a recomendação dada pelos dermatologistas.
Fonte: Globo.com
Laboratório trouxe para o Brasil produto com formulação menos agressiva.
Dermatologistas desaconselham uso antes da puberdade.
A estudante Martha de Souza, de 13 anos, submeteu os fios a alisamento há três meses, quando ainda tinha 12 anos (Foto: Divulgação) A estudante Martha de Souza, de 13 anos, é a única das três filhas da aposentada Maria Aparecida Palmeira que nasceu com cabelo crespo. Desde pequena, a adolescente tinha trabalho para cuidar da cabeleira. “Eu vivia com o cabelo preso ou com ele molhado para baixar o volume”, lembra a jovem, que tinha até dificuldade para usar touca durante as aulas de natação por causa da grande quantidade de cabelo. “A touca não dava conta e ficava caindo”, completa a mãe.
Há três meses, então com 12 anos, Martha submeteu a cabeleira a um alisamento que acaba de chegar ao país e ficou com o cabelo liso, mesmo depois de lavado. O produto usado pela estudante é uma novidade no mercado de alisantes e têm animado as meninas de cabelo crespo que sonham em ter o cabelo liso.
O laboratório coreano Sewha trouxe para o Brasil o RH12+, um produto que promete alisar os fios sem ressecá-los ou danificá-los por ter uma formulação mais suave que os outros disponíveis no mercado e, por isso, pode ser usado por quem tem cabelo tingido e até por crianças.
O produto é uma das novidades da Beauty Fair, feira que apresenta aos profissionais de beleza as novidades na área e que será realizada de sábado (30) a terça-feira (2), em São Paulo. Segundo o fabricante, o novo alisante não tem formol, oxidantes, não precisa de neutralizante e tem doze vezes mais a concentração de lawsonia, uma substância extraída da henna e que tem ação restauradora da fibra capilar.
Mas antes de levar a filha para o cabeleireiro mais próximo, as mães devem saber que o produto, como qualquer outro alisante, não é completamente inofensivo, pois contém tilglicolato de etanolamina, uma substância química usada por vários alisantes disponíveis no mercado. É essa substância que dá o efeito liso ao cabelo ao interferir diretamente na estrutura dos fios. A diferença do produto coreano, defende o fabricante, é ter uma concentração menor do tilglicolato.
Conselho de dermatologistas
Não adianta achar que, por ser mais suave, o alisante está livre de provocar qualquer reação alérgica nas crianças ou adolescentes. Os dermatologistas ouvidos pelo G1 desaconselham o uso de qualquer produto químico na cabeleira até as crianças atingirem a puberdade.
“O ideal mesmo é esperar uns dois anos após a primeira menstruação”, orienta o dermatologista Ademir Jr, especialista em medicina capilar. É nesse período, diz o médico, que o cabelo “amadurece” e assume a estrutura que terá ao longo da vida.
De acordo com a dermatologista Jackeline Mota, da diretoria da regional da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), as substâncias usadas para alisar o cabelo são agressivas o suficiente para quebrar os fios, provocar alergia e até queimaduras no couro cabeludo. Também é preciso pensar a longo prazo, alerta a médica. “Quem começa a fazer alisamento vai querer fazer a vida inteira. Imagine uma menina que começa com 10, 11 anos, quando ela tiver 21, já vai estar submetendo o cabelo à agressão química há 10 anos”, pondera.
Quem, mesmo com a recomendação dos dermatologistas, pretende levar a filha para alisar o cabelo deve procurar um profissional de confiança. A aposentada Maria Aparecida, mãe da estudante Martha, chegou a comprar um alisante em perfumaria e levou para o cabeleireiro mais próximo para que ele aplicasse o produto na filha.
O cabeleireiro, conta a mãe, pediu para que ela esperasse um pouco mais para usar o produto na filha. A aposentada não sabia, mas o profissional estava seguindo a recomendação dada pelos dermatologistas.
Fonte: Globo.com
8.28.2008
Quer fazer uma tatuagem? Informe-se aqui.
Fazer uma tatuagem dói, dependendo do tamanho demora e pode sair caro. Mas nada que se compare à dor, à demora e ao preço de se tirar uma tatuagem – coisas que não garantem, no entanto, que sua pele ficará sem marca alguma. Por isso, é bom pensar muito, muito e daí mais um pouquinho na hora de fazer uma, para ter certeza de que o desenho e as cores vão ficar do seu agrado. O G1 dá dicas do que fazer antes e depois de marcar sua pele.
Uma tatuagem, na prática, é a aplicação com agulhas de pigmentos de tinta na derme, a camada interna da pele. Por isso, não se engane: vai doer. Alguns locais doem menos, como coxas e costas, por terem mais músculos. Outros, como pés e costelas, doem bem mais. Cada pessoa tem uma tolerância diferente à dor, então enquanto algumas sofrem horrores, outras encaram tudo com tranqüilidade. Na hora de fazer a primeira, no entanto, é bom levar em consideração que a possibilidade de doer não é nada remota.
Ao contrário do que muitos pensam hoje em dia, uma tatuagem não é fácil de tirar. “Está cada vez mais comum as pessoas fazerem uma tatuagem pensando ‘ah, depois se eu mudar de idéia, eu tiro’. Não é tão fácil. Laser não é borracha”, explicou ao G1 a dermatologista da Escola Paulista de Medicina, Solange Teixeira.
É verdade, no entanto, que a tecnologia melhorou. No passado, tirar uma tatuagem só era possível com cirurgia ou abrasão (literalmente “lixar” a pele até a derme para retirar os pigmentos na marra) – procedimentos doloridos que deixavam cicatrizes feias. Hoje, o laser dói, mas dói bem menos, e na maioria dos casos não deixa cicatriz – embora possa não retirar o desenho por completo.
O que o laser faz é destruir o pigmento de tinta. Desfeito em vários pedaços, ele acaba absorvido pela pele. Há diversos tipos de laser, que funcionam melhor em cores específicas. A cor mais fácil de tirar é a preta, e, logo, as cores mais escuras costumam sair mais fácil. Verde, azul claro, vermelho e rosa têm uma dificuldade intermediária. O amarelo é a cor mais difícil, independente da cor da pele da pessoa.
Quanto maior e mais profundo for o desenho mais difícil é a remoção. Pequenas tatuagens escuras são as mais fáceis e quase sempre são eliminadas. Mas, como cada pessoa tem uma resposta diferente do organismo, ninguém garante que a tattoo seja apagada como um todo.
“Não podemos garantir que a pele da pessoa ficará exatamente como era antes da tatuagem. Às vezes ela fica mais fina e sensível, mas sem atrapalhar muito. Outras vezes ficam restos de tinta que o laser não consegue apagar. Algumas cores podem mudar de tom e não sair. E, às vezes, as cores saem, mas a pele fica marcada com uma sombra, mais clara ou mais escura, exatamente no formato do desenho”, explica Teixeira.
Normalmente são necessárias várias sessões para retirar uma tatuagem, quantidade que varia, obviamente, com a extensão, a profundidade e a diversidade de cores do desenho. Os preços são por sessão e variam muito, dependendo do profissional, do aparelho, da cidade e da cor a ser apagada. Dificilmente, no entanto, uma sessão sairá por menos de R$ 600.
Dicas para fazer uma tatuagem:
- Não tenha pressa
Evite fazer uma tatuagem por impulso. Pense bem se você realmente quer uma, pese os prós e os contras e seja paciente. Uma boa dica é estabelecer uma data. Se você realmente quer fazer uma tatuagem e acha que não vai se arrepender, ainda vai querer daqui um mês, seis meses ou um ano. Não há pressa, já que ela provavelmente vai passar o resto da vida com você.
- Conheça o profissional
Procure um tatuador conhecido, que já tenha feito desenhos em outras pessoas que você conheça. Nada de escolher um estúdio só porque ele fica no caminho de casa. Se não tiver nenhuma indicação de amigos, procure conhecer trabalhos anteriores do profissional. Tatuadores sérios não se incomodam com isso. Também vale lembrar que, como qualquer artista, tatuadores têm estilos próprios. Se você quer uma borboleta delicada melhor não escolher um profissional com um estilo de desenho mais agressivo.
- Escolha um desenho adequado
Pense bem na hora de escolher o que tatuar. A maioria dos tatuadores aceita fazer desenhos personalizados, mas alguns cobram para isso (muitas vezes o preço pago para fazer o desenho no papel é descontado na hora de fazer a tattoo – combine isso antes). Não sinta vergonha de pedir todas as modificações que quiser, a tatuagem é sua e ficará com você para sempre. Profissionais sérios entendem isso e não se incomodam em modificar um desenho tantas vezes quanto for necessário. Se ele reclamar, procure outro.
- Escolha uma parte do corpo adequada
Hoje em dia o preconceito com pessoas tatuadas é bem menor que no passado, mas ainda assim algumas pessoas preferem não exibir os desenhos o tempo inteiro e algumas profissões ainda vêem as tattoos com maus olhos. Além disso, algumas pessoas também preferem tatuagens em locais que não tenham que olhar o tempo todo, como as costas, para não enjoar. Outras gostam de observar a própria tattoo. Mulheres que pretendem engravidar também precisam levar em conta as mudanças no corpo – tatuagens na barriga podem deformar quando ela cresce. Pense bem em tudo isso.
- Barato pode sair caro
Não escolha um tatuador na base do leilão -- o mais barato leva. Para manter o equipamento em ordem e esterilizado, o profissional tem custos que vão além do trabalho de tatuar (nas grandes cidades é raro uma tatuagem, mesmo pequena, sair por menos de R$ 100 -- as grandes podem passar dos R$ 1.000). Desconfie de grandes pechinchas. Como é sua saúde e aparência que estão em jogo, cuidado para o barato não sair caro. Se encontrou um profissional bom, limpo e confiável, mas não tem dinheiro para pagar, é preferível esperar e juntar o dinheiro, do que pegar um barateiro menos conhecido. Alguns estúdios trabalham com cartão de crédito e muitos profissionais aceitam parcelar o pagamento.
- Exija limpeza
Na hora de fazer a tattoo, a higiene é fundamental e deve estar em primeiríssimo lugar. Certifique-se de que as agulhas que serão usadas são descartáveis – peça para acompanhar quando o tatuador for tirá-las da embalagem. O profissional deve lavar bem as mãos, usar luvas e máscara. A área onde será feita a tatuagem precisa ser limpa e depilada. Doenças sérias como hepatite e Aids podem ser passadas por agulhas não descartáveis e infecções bacterianas podem deformar todo o desenho.
- Siga todas as recomendações do profissional
Tatuagem não é brinquedo e precisa de cuidados. Seu tatuador vai passar uma lista de precauções a serem tomadas para evitar problemas. Nos primeiros dias, vai se formar uma casquinha, da cor da tinta, como um machucado. Em hipótese alguma retire essa casca. Deixe que ela caia naturalmente. Use os produtos anti-sépticos recomendados de acordo com as instruções do profissional. A região precisa ser protegida do sol, do mar e de piscinas por pelo menos trinta dias. Procure usar roupas mais largas que não criem atrito. Enquanto ainda não cicatrizar, uma tatuagem é um machucado e deve ser tratada como tal.
Uma tatuagem, na prática, é a aplicação com agulhas de pigmentos de tinta na derme, a camada interna da pele. Por isso, não se engane: vai doer. Alguns locais doem menos, como coxas e costas, por terem mais músculos. Outros, como pés e costelas, doem bem mais. Cada pessoa tem uma tolerância diferente à dor, então enquanto algumas sofrem horrores, outras encaram tudo com tranqüilidade. Na hora de fazer a primeira, no entanto, é bom levar em consideração que a possibilidade de doer não é nada remota.
Ao contrário do que muitos pensam hoje em dia, uma tatuagem não é fácil de tirar. “Está cada vez mais comum as pessoas fazerem uma tatuagem pensando ‘ah, depois se eu mudar de idéia, eu tiro’. Não é tão fácil. Laser não é borracha”, explicou ao G1 a dermatologista da Escola Paulista de Medicina, Solange Teixeira.
É verdade, no entanto, que a tecnologia melhorou. No passado, tirar uma tatuagem só era possível com cirurgia ou abrasão (literalmente “lixar” a pele até a derme para retirar os pigmentos na marra) – procedimentos doloridos que deixavam cicatrizes feias. Hoje, o laser dói, mas dói bem menos, e na maioria dos casos não deixa cicatriz – embora possa não retirar o desenho por completo.
O que o laser faz é destruir o pigmento de tinta. Desfeito em vários pedaços, ele acaba absorvido pela pele. Há diversos tipos de laser, que funcionam melhor em cores específicas. A cor mais fácil de tirar é a preta, e, logo, as cores mais escuras costumam sair mais fácil. Verde, azul claro, vermelho e rosa têm uma dificuldade intermediária. O amarelo é a cor mais difícil, independente da cor da pele da pessoa.
Quanto maior e mais profundo for o desenho mais difícil é a remoção. Pequenas tatuagens escuras são as mais fáceis e quase sempre são eliminadas. Mas, como cada pessoa tem uma resposta diferente do organismo, ninguém garante que a tattoo seja apagada como um todo.
“Não podemos garantir que a pele da pessoa ficará exatamente como era antes da tatuagem. Às vezes ela fica mais fina e sensível, mas sem atrapalhar muito. Outras vezes ficam restos de tinta que o laser não consegue apagar. Algumas cores podem mudar de tom e não sair. E, às vezes, as cores saem, mas a pele fica marcada com uma sombra, mais clara ou mais escura, exatamente no formato do desenho”, explica Teixeira.
Normalmente são necessárias várias sessões para retirar uma tatuagem, quantidade que varia, obviamente, com a extensão, a profundidade e a diversidade de cores do desenho. Os preços são por sessão e variam muito, dependendo do profissional, do aparelho, da cidade e da cor a ser apagada. Dificilmente, no entanto, uma sessão sairá por menos de R$ 600.
Dicas para fazer uma tatuagem:
- Não tenha pressa
Evite fazer uma tatuagem por impulso. Pense bem se você realmente quer uma, pese os prós e os contras e seja paciente. Uma boa dica é estabelecer uma data. Se você realmente quer fazer uma tatuagem e acha que não vai se arrepender, ainda vai querer daqui um mês, seis meses ou um ano. Não há pressa, já que ela provavelmente vai passar o resto da vida com você.
- Conheça o profissional
Procure um tatuador conhecido, que já tenha feito desenhos em outras pessoas que você conheça. Nada de escolher um estúdio só porque ele fica no caminho de casa. Se não tiver nenhuma indicação de amigos, procure conhecer trabalhos anteriores do profissional. Tatuadores sérios não se incomodam com isso. Também vale lembrar que, como qualquer artista, tatuadores têm estilos próprios. Se você quer uma borboleta delicada melhor não escolher um profissional com um estilo de desenho mais agressivo.
- Escolha um desenho adequado
Pense bem na hora de escolher o que tatuar. A maioria dos tatuadores aceita fazer desenhos personalizados, mas alguns cobram para isso (muitas vezes o preço pago para fazer o desenho no papel é descontado na hora de fazer a tattoo – combine isso antes). Não sinta vergonha de pedir todas as modificações que quiser, a tatuagem é sua e ficará com você para sempre. Profissionais sérios entendem isso e não se incomodam em modificar um desenho tantas vezes quanto for necessário. Se ele reclamar, procure outro.
- Escolha uma parte do corpo adequada
Hoje em dia o preconceito com pessoas tatuadas é bem menor que no passado, mas ainda assim algumas pessoas preferem não exibir os desenhos o tempo inteiro e algumas profissões ainda vêem as tattoos com maus olhos. Além disso, algumas pessoas também preferem tatuagens em locais que não tenham que olhar o tempo todo, como as costas, para não enjoar. Outras gostam de observar a própria tattoo. Mulheres que pretendem engravidar também precisam levar em conta as mudanças no corpo – tatuagens na barriga podem deformar quando ela cresce. Pense bem em tudo isso.
- Barato pode sair caro
Não escolha um tatuador na base do leilão -- o mais barato leva. Para manter o equipamento em ordem e esterilizado, o profissional tem custos que vão além do trabalho de tatuar (nas grandes cidades é raro uma tatuagem, mesmo pequena, sair por menos de R$ 100 -- as grandes podem passar dos R$ 1.000). Desconfie de grandes pechinchas. Como é sua saúde e aparência que estão em jogo, cuidado para o barato não sair caro. Se encontrou um profissional bom, limpo e confiável, mas não tem dinheiro para pagar, é preferível esperar e juntar o dinheiro, do que pegar um barateiro menos conhecido. Alguns estúdios trabalham com cartão de crédito e muitos profissionais aceitam parcelar o pagamento.
- Exija limpeza
Na hora de fazer a tattoo, a higiene é fundamental e deve estar em primeiríssimo lugar. Certifique-se de que as agulhas que serão usadas são descartáveis – peça para acompanhar quando o tatuador for tirá-las da embalagem. O profissional deve lavar bem as mãos, usar luvas e máscara. A área onde será feita a tatuagem precisa ser limpa e depilada. Doenças sérias como hepatite e Aids podem ser passadas por agulhas não descartáveis e infecções bacterianas podem deformar todo o desenho.
- Siga todas as recomendações do profissional
Tatuagem não é brinquedo e precisa de cuidados. Seu tatuador vai passar uma lista de precauções a serem tomadas para evitar problemas. Nos primeiros dias, vai se formar uma casquinha, da cor da tinta, como um machucado. Em hipótese alguma retire essa casca. Deixe que ela caia naturalmente. Use os produtos anti-sépticos recomendados de acordo com as instruções do profissional. A região precisa ser protegida do sol, do mar e de piscinas por pelo menos trinta dias. Procure usar roupas mais largas que não criem atrito. Enquanto ainda não cicatrizar, uma tatuagem é um machucado e deve ser tratada como tal.
EROTIZAÇÃO DA INFÂNCIA
EROTIZAÇÃO DA INFÂNCIA
Fernanda Passarelli Hamann*
Há quase um século, Sigmund Freud ousou relacionar dois temas que pareciam muito distantes entre si: sexualidade e infância. Em 1905, ele publicou Os três ensaios sobre a sexualidade, num dos quais abordava especificamente a sexualidade infantil - conceito fundamental para a Psicanálise, até os dias atuais.
Para Freud, a sexualidade da criança possui duas características principais: é perversa e polimorfa. Isto significa dizer que ela é auto-erótica e satisfeita através da estimulação de zonas erógenas no próprio corpo da criança. As fases do desenvolvimento infantil, segundo a teoria freudiana, estão ligadas ao deslocamento da libido (energia sexual) a cada uma dessas zonas.
Assim, a criança deve passar pela fase oral (obtendo prazer pela sucção do seio materno, da chupeta, do dedo, ou levando os objetos à boca), pela fase anal (quando aprende a controlar a atividade esfincteriana), e por outras, até chegar à puberdade. A auto-estimulação de zonas erógenas não se configura propriamente como uma masturbação - atividade característica da puberdade - e sim como um tipo de sexualidade especialmente infantil, diferente da adolescente e da adulta.
É fácil imaginar o escândalo provocado por essas idéias na sociedade vienense do início do século XX. Neste momento histórico, predominava uma concepção de infância associada a uma aura de pureza, inocência e ingenuidade. A criança deveria ser protegida dos ditos “segredos adultos”, como aqueles relativos à violência e ao sexo. E se definia, justamente, pelo não conhecimento desses “segredos”.
Em outras palavras, as crianças eram consideradas crianças uma vez que não sabiam de coisas que só os adultos sabiam, pela experiência ou pela leitura de livros escritos por outros adultos. Em oposição, os adultos, detentores deste saber proibido às crianças, seriam aqueles com a função de orientá-las e discipliná-las.
Mas não foi sempre assim.
Na Idade Média, os adultos tinham outras formas de se relacionar com as crianças. Sabe-se que o trabalho infantil (sobretudo a partir dos sete anos de idade) era encarado com naturalidade. Não havia preocupação em proteger a criança dos “segredos adultos”: falava-se de sexo, e quiçá fazia-se sexo, na presença de crianças - como sugere Ticiano no quadro Bacanal de las Andrians (1518-1519), onde o pintor retrata uma criança, aparentando dois anos de idade, no meio de adultos nus se tocando com luxúria.
A arquitetura medieval, inclusive dos palácios e castelos aristocráticos, revela um ambiente onde não há lugar para a privacidade: os cômodos eram interligados entre si, e as famílias, compostas por muitos membros - avós, tios, primos, agregados…
Adultos e crianças medievais compartilhavam não só dos mesmos ambientes sociais, mas também de um mesmo ambiente informacional, de um mesmo não saber: eram ambos analfabetos, já que a leitura era um privilégio restrito ao clero. Escolas eram raras ou inexistentes. Numa cultura da oralidade, não havia espaço para uma divisão nítida entre infância e idade adulta. Os valores e costumes sociais eram apreendidos pelos pequenos diretamente, a partir do contato com os adultos, que não demonstravam grandes preocupações acerca da educação infantil.
A criação moderna da prensa tipográfica, associada à alfabetização socializada, veio mudar este quadro. Passou-se a imprimir e publicar diversos livros, contendo saberes que se colocavam à disposição de quem soubesse ler.
Desta forma, surgiu um parâmetro claro e objetivo para diferenciar adultos e crianças: os primeiros seriam aqueles que sabem ler e escrever; as últimas, aquelas que deveriam passar por um processo gradual e lento, até adquirirem este saber. A função da escola, neste momento, ganhou uma fundamental importância: à escolarização se atribuiu a tarefa de ensinar às crianças a via de acesso aos saberes que circulavam no mundo adulto (a alfabetização) e, simultaneamente, prepará-las para este mundo através da disciplinarização.
Essa revisão histórica da civilização ocidental nos obriga a concluir que as formas de se conceber a infância variam, de tempo em tempo, de sociedade a sociedade. Muito além do fator biológico, que aponta para características anatômicas e fisiológicas específicas às crianças, cada contexto cultural é capaz de criar uma maneira particular de concepção de criança, no sentido que as formas de se relacionar com ela, e o próprio papel dela na sociedade, resultam de uma complexa rede de valores e regras predominantes nesta sociedade.
Na modernidade, a ascensão sócio-econômica da burguesia trouxe valores diferentes dos medievais, e um novo modelo de organização familiar. Modelo este que costuma ser chamado de família burguesa ou família nuclear - restrito ao núcleo pai-mãe-filho(s). Nesta família, mãe e pai ganharam funções muito bem definidas. A ela, caberia o cuidado com a casa, o marido e os filhos (atuando no espaço privado do lar); a ele, caberia o sustento da família através do trabalho remunerado (atuando no espaço público). Aos dois, caberia a obrigação de amar e educar seus filhos, investindo neles uma perspectiva de futuro, de progresso, condizente à conjuntura histórica da época.
Este modelo familiar, hoje, parece estar em crise. É crescente o número de casais separados ou divorciados, madrastas e padrastos, ou mães e pais que criam seus filhos sem a ajuda de um cônjuge. A mulher, não mais confinada às atividades domésticas, conquista um espaço cada vez maior no mercado de trabalho - e, não raro, culpa-se por não dedicar aos filhos a atenção que julga dever dedicar.
Nas últimas décadas, as transformações tecnológicas têm engendrado mudanças sociais e psicológicas, configurando-se como um dos principais vetores de subjetivação da contemporaneidade. Os meios de comunicação ensinam às pessoas novas formas de agir e pensar. E as crianças, obviamente, não se excluem deste processo.
Há quem diga que a infância – revestida desta aura de pureza, inocência e ingenuidade - consiste numa invenção moderna, que está fadada a desaparecer. (Werneck, 2001.) Há ainda quem vá mais longe. Alguns pensadores localizam o surgimento e a crise deste conceito em dois marcos históricos específicos: em 1850 e 1950, respectivamente. (Steinberg & Kincheloe, 2001.) Em 1850, o trabalho infantil foi abolido das fábricas inglesas, no auge da Revolução Industrial - movimento crucial para a concretização dos interesses sociais burgueses. Quanto a 1950, é um ano que simboliza a criação e difusão de um aparato tecnológico que tem modificado a humanidade desde então: a televisão.
Na Idade Média, adultos e crianças dividiam o mesmo ambiente informacional - o da oralidade, para a qual todos estamos biologicamente aptos. Na Pós-Modernidade, a televisão é capaz de simular um ambiente informacional semelhante ao medieval. Melhor dizendo: para assistir à TV, basta ver e ouvir, habilidades a que adultos e crianças estão biologicamente aptos.
O processo de leitura, ao contrário, exige um esforço de aprendizagem que costuma durar anos, e está longe de ser instintivo. Antes de mais nada, deve-se desenvolver um autocontrole corporal que permita um exercício introspectivo de atenção e concentração. Deve-se memorizar as letras, seus respectivos sons, e depois compreender a estrutura das sílabas, das palavras, das frases… Mais tarde, deve-se entender o sentido geral de um parágrafo, de um texto, de um livro… E, enfim, aprender a ler criticamente – uma capacidade que, às vezes, não se adquire nem mesmo depois da adolescência. Portanto, a divisão das crianças por idade, nas séries escolares, atende às etapas deste processo.
Para assistir à televisão, é bastante diferente. Uma criança de dois anos – como aquela retratada por Ticiano em meio a um bacanal –pode apertar um simples botão e deparar-se com cenas de sexo explícito na telinha. Conseqüentemente, a televisão inviabiliza a proteção da criança (tão valorizada pelos modernos) do acesso aos “segredos adultos”, que antes se desvendavam apenas nos livros, ou pela experiência. Para certos autores, a televisão impossibilita que exista a infância como a fase do não saber, da pureza, inocência e ingenuidade.
O escritor norte-americano Neil Postman (1999), por exemplo, afirma que a criação da infância só foi possível pelo advento da prensa tipográfica, e proclama o desaparecimento da infância devido ao advento da televisão.
Entretanto, convém nos questionarmos: estaríamos diante do fim da infância ou de novas formas de ser criança? Como adultos, tendemos a pensar na criança de acordo com critérios coerentes à criança que nós fomos um dia. Contudo, a velocidade das transformações sociais e psicológicas, impulsionadas pelas transformações tecnológicas que testemunhamos, faz com que ser criança hoje seja diferente de ser criança poucas décadas atrás.
De alguns anos para cá, a programação televisiva, pelo menos no Brasil, tem exibido com maior freqüência os tais “segredos adultos”, em horários que teoricamente obedecem a uma censura imposta pelo Ministério da Justiça. Apenas teoricamente. Na prática, o sexo aparece na TV a qualquer hora do dia - ainda que implícito e sutil: nas dançarinas de biquíni que rebolam no cenário dos programas de auditório.
Crianças assistem a novelas e telejornais. Adultos assistem a programas infantis. Ao perceberem este fato, as emissoras televisivas passaram a veicular propagandas de produtos “para adultos” nos intervalos de programas infantis. Propagandas de cerveja com mulheres sensuais e seminuas. Chamadas de novelas, num trailler de cenas picantes. (Sampaio, 2000.)
Por outro lado, tem proliferado também, em diferentes horários, a quantidade de propagandas que falam diretamente à criança. Isso se explica por um fenômeno recente de incorporação da criança à sociedade de consumo: de filha do cliente, ela ascendeu ao status de cliente. (VEIGA, 2001.) E já pode desejar e consumir produtos como a sandalinha da Carla Perez, ou as roupas da grife lançada por ela, CP Girls, nos moldes da grife de Xuxa, O bicho comeu.
Na TV, a criança assiste ao Festival de Desenhos da Rede Globo. Na rua, depara-se com a foto da apresentadora, Deborah Secco, nua e numa pose sexy, no outdoor que anuncia a revista Playboy. (Aliás, Carla Perez e Xuxa também já posaram nuas para a foto de capa da mesma revista…)
Portanto, os universos simbólicos de adultos e crianças estão expostos, na televisão e em outras mídias, para ambos. E o controle do que é visto pelas crianças, que tradicionalmente caberia aos pais, é extremamente frágil: a TV, muitas vezes, transforma-se numa conveniente “babá eletrônica”, que mantém os filhos quietos enquanto os pais trabalham ou se ocupam com os afazeres domésticos. Além disso, é grande o número de crianças que assistem a programas em horários não recomendáveis para sua faixa etária.
As conseqüências desta situação se evidenciam na própria mídia. No programa do Gugu, crianças imitam o grupo É o tchan, em coreografias insinuantes e dublagens de letras de música do tipo: “Tá de olho no biquinho do peitinho dela…”. (Valladares, 1997.) Na vida, meninas escolhem para fantasias de carnaval o figurino sensual de Carla Perez, Tiazinha, ou outros símbolos sexuais televisivos.
Porém, estas não são as manifestações mais preocupantes da erotização infantil. Até aqui, constatamos apenas que estas crianças contrariam o ideal de infância concebido a partir da modernidade. Mais preocupante é saber que, atualmente, no Brasil, já é significativo o número de meninas que, mal ficam menstruadas, iniciam-se na vida sexual propriamente dita: no Censo de 2000, o IBGE inclui, pela primeira vez, a faixa etária de 10 a 14 anos nas suas estatísticas de maternidade.
Assim, torna-se claro que muitas crianças (considerando-se que, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, uma pessoa de até 12 anos ainda é uma criança) estão exercendo hoje uma sexualidade que, há um século, foi descrita por Freud como adulta. Em vez de se limitarem ao prazer perverso e polimorfo - seguido pela masturbação na puberdade para que, somente depois, venham a praticar o sexo com um parceiro - crianças transam com crianças, e dão à luz outras crianças.
Diante destes dados, cabe destacar dois pontos fundamentais no que se refere à Educação, seja ela escolar ou parental: 1) O hábito de se qualificarem as manifestações sexuais infantis como algo “terrível” e “cruel” – e a televisão como um “bicho papão” – não contribui, em si, à compreensão destas novas formas de ser criança. Pelo contrário: apenas afastam o educador de uma possibilidade de entender melhor esta questão e, por conseguinte, de lidar melhor com ela. E 2) a mobilização do educador, ou de qualquer pessoa preocupada com o processo de erotização da infância, deve resultar em ações voltadas antes para os resultados mais graves deste processo: a gravidez precoce, a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis etc.
Se for considerado “impróprio para menores” um bate-papo aberto sobre sexo, nas escolas ou em casa, os pequenos dificilmente receberão a orientação adequada sobre como proceder ao iniciar sua vida sexual.
BIBLIOGRAFIA
ARIÈS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
CASTRO, L. R. (org.) Infância e adolescência na cultura do consumo. Rio de Janeiro: Nau, 1998.
FREUD, S. Os três ensaios sobre a sexualidade. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: Edição Standard Brasileira. v. VII, Rio de Janeiro: Imago, 1989.
POSTMAN, N. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999.
SAMPAIO, I. S. V. Televisão, publicidade e infância. São Paulo: Annablume, 2000.
STEINBERG, S. R., KINCHELOE, J. L. (org.) Cultura infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
VALLADARES, R. O tchan infantil. Veja, 13 ago. 1997, p. 122-123.
VEIGA, A. Criança pensando como gente grande. Veja, 16 mai. 2001, p.70-72.
WERNECK, A. O fim da inocência. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 2 set. 2001, Caderno B, p. 1.
Fernanda Passarelli Hamann* é Jornalista e membro do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa da Subjetividade (GIPS), coordenado pela professora Solange Jobim e Souza, no Departamento de Psicologia da PUC-RJ
Erotização da infância: a história de uma nova forma de ser criança - Fernanda Passarelli Hamann Fonte: site MULTIRIO
http://www.multirio.rj.gov.br
Fernanda Passarelli Hamann*
Há quase um século, Sigmund Freud ousou relacionar dois temas que pareciam muito distantes entre si: sexualidade e infância. Em 1905, ele publicou Os três ensaios sobre a sexualidade, num dos quais abordava especificamente a sexualidade infantil - conceito fundamental para a Psicanálise, até os dias atuais.
Para Freud, a sexualidade da criança possui duas características principais: é perversa e polimorfa. Isto significa dizer que ela é auto-erótica e satisfeita através da estimulação de zonas erógenas no próprio corpo da criança. As fases do desenvolvimento infantil, segundo a teoria freudiana, estão ligadas ao deslocamento da libido (energia sexual) a cada uma dessas zonas.
Assim, a criança deve passar pela fase oral (obtendo prazer pela sucção do seio materno, da chupeta, do dedo, ou levando os objetos à boca), pela fase anal (quando aprende a controlar a atividade esfincteriana), e por outras, até chegar à puberdade. A auto-estimulação de zonas erógenas não se configura propriamente como uma masturbação - atividade característica da puberdade - e sim como um tipo de sexualidade especialmente infantil, diferente da adolescente e da adulta.
É fácil imaginar o escândalo provocado por essas idéias na sociedade vienense do início do século XX. Neste momento histórico, predominava uma concepção de infância associada a uma aura de pureza, inocência e ingenuidade. A criança deveria ser protegida dos ditos “segredos adultos”, como aqueles relativos à violência e ao sexo. E se definia, justamente, pelo não conhecimento desses “segredos”.
Em outras palavras, as crianças eram consideradas crianças uma vez que não sabiam de coisas que só os adultos sabiam, pela experiência ou pela leitura de livros escritos por outros adultos. Em oposição, os adultos, detentores deste saber proibido às crianças, seriam aqueles com a função de orientá-las e discipliná-las.
Mas não foi sempre assim.
Na Idade Média, os adultos tinham outras formas de se relacionar com as crianças. Sabe-se que o trabalho infantil (sobretudo a partir dos sete anos de idade) era encarado com naturalidade. Não havia preocupação em proteger a criança dos “segredos adultos”: falava-se de sexo, e quiçá fazia-se sexo, na presença de crianças - como sugere Ticiano no quadro Bacanal de las Andrians (1518-1519), onde o pintor retrata uma criança, aparentando dois anos de idade, no meio de adultos nus se tocando com luxúria.
A arquitetura medieval, inclusive dos palácios e castelos aristocráticos, revela um ambiente onde não há lugar para a privacidade: os cômodos eram interligados entre si, e as famílias, compostas por muitos membros - avós, tios, primos, agregados…
Adultos e crianças medievais compartilhavam não só dos mesmos ambientes sociais, mas também de um mesmo ambiente informacional, de um mesmo não saber: eram ambos analfabetos, já que a leitura era um privilégio restrito ao clero. Escolas eram raras ou inexistentes. Numa cultura da oralidade, não havia espaço para uma divisão nítida entre infância e idade adulta. Os valores e costumes sociais eram apreendidos pelos pequenos diretamente, a partir do contato com os adultos, que não demonstravam grandes preocupações acerca da educação infantil.
A criação moderna da prensa tipográfica, associada à alfabetização socializada, veio mudar este quadro. Passou-se a imprimir e publicar diversos livros, contendo saberes que se colocavam à disposição de quem soubesse ler.
Desta forma, surgiu um parâmetro claro e objetivo para diferenciar adultos e crianças: os primeiros seriam aqueles que sabem ler e escrever; as últimas, aquelas que deveriam passar por um processo gradual e lento, até adquirirem este saber. A função da escola, neste momento, ganhou uma fundamental importância: à escolarização se atribuiu a tarefa de ensinar às crianças a via de acesso aos saberes que circulavam no mundo adulto (a alfabetização) e, simultaneamente, prepará-las para este mundo através da disciplinarização.
Essa revisão histórica da civilização ocidental nos obriga a concluir que as formas de se conceber a infância variam, de tempo em tempo, de sociedade a sociedade. Muito além do fator biológico, que aponta para características anatômicas e fisiológicas específicas às crianças, cada contexto cultural é capaz de criar uma maneira particular de concepção de criança, no sentido que as formas de se relacionar com ela, e o próprio papel dela na sociedade, resultam de uma complexa rede de valores e regras predominantes nesta sociedade.
Na modernidade, a ascensão sócio-econômica da burguesia trouxe valores diferentes dos medievais, e um novo modelo de organização familiar. Modelo este que costuma ser chamado de família burguesa ou família nuclear - restrito ao núcleo pai-mãe-filho(s). Nesta família, mãe e pai ganharam funções muito bem definidas. A ela, caberia o cuidado com a casa, o marido e os filhos (atuando no espaço privado do lar); a ele, caberia o sustento da família através do trabalho remunerado (atuando no espaço público). Aos dois, caberia a obrigação de amar e educar seus filhos, investindo neles uma perspectiva de futuro, de progresso, condizente à conjuntura histórica da época.
Este modelo familiar, hoje, parece estar em crise. É crescente o número de casais separados ou divorciados, madrastas e padrastos, ou mães e pais que criam seus filhos sem a ajuda de um cônjuge. A mulher, não mais confinada às atividades domésticas, conquista um espaço cada vez maior no mercado de trabalho - e, não raro, culpa-se por não dedicar aos filhos a atenção que julga dever dedicar.
Nas últimas décadas, as transformações tecnológicas têm engendrado mudanças sociais e psicológicas, configurando-se como um dos principais vetores de subjetivação da contemporaneidade. Os meios de comunicação ensinam às pessoas novas formas de agir e pensar. E as crianças, obviamente, não se excluem deste processo.
Há quem diga que a infância – revestida desta aura de pureza, inocência e ingenuidade - consiste numa invenção moderna, que está fadada a desaparecer. (Werneck, 2001.) Há ainda quem vá mais longe. Alguns pensadores localizam o surgimento e a crise deste conceito em dois marcos históricos específicos: em 1850 e 1950, respectivamente. (Steinberg & Kincheloe, 2001.) Em 1850, o trabalho infantil foi abolido das fábricas inglesas, no auge da Revolução Industrial - movimento crucial para a concretização dos interesses sociais burgueses. Quanto a 1950, é um ano que simboliza a criação e difusão de um aparato tecnológico que tem modificado a humanidade desde então: a televisão.
Na Idade Média, adultos e crianças dividiam o mesmo ambiente informacional - o da oralidade, para a qual todos estamos biologicamente aptos. Na Pós-Modernidade, a televisão é capaz de simular um ambiente informacional semelhante ao medieval. Melhor dizendo: para assistir à TV, basta ver e ouvir, habilidades a que adultos e crianças estão biologicamente aptos.
O processo de leitura, ao contrário, exige um esforço de aprendizagem que costuma durar anos, e está longe de ser instintivo. Antes de mais nada, deve-se desenvolver um autocontrole corporal que permita um exercício introspectivo de atenção e concentração. Deve-se memorizar as letras, seus respectivos sons, e depois compreender a estrutura das sílabas, das palavras, das frases… Mais tarde, deve-se entender o sentido geral de um parágrafo, de um texto, de um livro… E, enfim, aprender a ler criticamente – uma capacidade que, às vezes, não se adquire nem mesmo depois da adolescência. Portanto, a divisão das crianças por idade, nas séries escolares, atende às etapas deste processo.
Para assistir à televisão, é bastante diferente. Uma criança de dois anos – como aquela retratada por Ticiano em meio a um bacanal –pode apertar um simples botão e deparar-se com cenas de sexo explícito na telinha. Conseqüentemente, a televisão inviabiliza a proteção da criança (tão valorizada pelos modernos) do acesso aos “segredos adultos”, que antes se desvendavam apenas nos livros, ou pela experiência. Para certos autores, a televisão impossibilita que exista a infância como a fase do não saber, da pureza, inocência e ingenuidade.
O escritor norte-americano Neil Postman (1999), por exemplo, afirma que a criação da infância só foi possível pelo advento da prensa tipográfica, e proclama o desaparecimento da infância devido ao advento da televisão.
Entretanto, convém nos questionarmos: estaríamos diante do fim da infância ou de novas formas de ser criança? Como adultos, tendemos a pensar na criança de acordo com critérios coerentes à criança que nós fomos um dia. Contudo, a velocidade das transformações sociais e psicológicas, impulsionadas pelas transformações tecnológicas que testemunhamos, faz com que ser criança hoje seja diferente de ser criança poucas décadas atrás.
De alguns anos para cá, a programação televisiva, pelo menos no Brasil, tem exibido com maior freqüência os tais “segredos adultos”, em horários que teoricamente obedecem a uma censura imposta pelo Ministério da Justiça. Apenas teoricamente. Na prática, o sexo aparece na TV a qualquer hora do dia - ainda que implícito e sutil: nas dançarinas de biquíni que rebolam no cenário dos programas de auditório.
Crianças assistem a novelas e telejornais. Adultos assistem a programas infantis. Ao perceberem este fato, as emissoras televisivas passaram a veicular propagandas de produtos “para adultos” nos intervalos de programas infantis. Propagandas de cerveja com mulheres sensuais e seminuas. Chamadas de novelas, num trailler de cenas picantes. (Sampaio, 2000.)
Por outro lado, tem proliferado também, em diferentes horários, a quantidade de propagandas que falam diretamente à criança. Isso se explica por um fenômeno recente de incorporação da criança à sociedade de consumo: de filha do cliente, ela ascendeu ao status de cliente. (VEIGA, 2001.) E já pode desejar e consumir produtos como a sandalinha da Carla Perez, ou as roupas da grife lançada por ela, CP Girls, nos moldes da grife de Xuxa, O bicho comeu.
Na TV, a criança assiste ao Festival de Desenhos da Rede Globo. Na rua, depara-se com a foto da apresentadora, Deborah Secco, nua e numa pose sexy, no outdoor que anuncia a revista Playboy. (Aliás, Carla Perez e Xuxa também já posaram nuas para a foto de capa da mesma revista…)
Portanto, os universos simbólicos de adultos e crianças estão expostos, na televisão e em outras mídias, para ambos. E o controle do que é visto pelas crianças, que tradicionalmente caberia aos pais, é extremamente frágil: a TV, muitas vezes, transforma-se numa conveniente “babá eletrônica”, que mantém os filhos quietos enquanto os pais trabalham ou se ocupam com os afazeres domésticos. Além disso, é grande o número de crianças que assistem a programas em horários não recomendáveis para sua faixa etária.
As conseqüências desta situação se evidenciam na própria mídia. No programa do Gugu, crianças imitam o grupo É o tchan, em coreografias insinuantes e dublagens de letras de música do tipo: “Tá de olho no biquinho do peitinho dela…”. (Valladares, 1997.) Na vida, meninas escolhem para fantasias de carnaval o figurino sensual de Carla Perez, Tiazinha, ou outros símbolos sexuais televisivos.
Porém, estas não são as manifestações mais preocupantes da erotização infantil. Até aqui, constatamos apenas que estas crianças contrariam o ideal de infância concebido a partir da modernidade. Mais preocupante é saber que, atualmente, no Brasil, já é significativo o número de meninas que, mal ficam menstruadas, iniciam-se na vida sexual propriamente dita: no Censo de 2000, o IBGE inclui, pela primeira vez, a faixa etária de 10 a 14 anos nas suas estatísticas de maternidade.
Assim, torna-se claro que muitas crianças (considerando-se que, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, uma pessoa de até 12 anos ainda é uma criança) estão exercendo hoje uma sexualidade que, há um século, foi descrita por Freud como adulta. Em vez de se limitarem ao prazer perverso e polimorfo - seguido pela masturbação na puberdade para que, somente depois, venham a praticar o sexo com um parceiro - crianças transam com crianças, e dão à luz outras crianças.
Diante destes dados, cabe destacar dois pontos fundamentais no que se refere à Educação, seja ela escolar ou parental: 1) O hábito de se qualificarem as manifestações sexuais infantis como algo “terrível” e “cruel” – e a televisão como um “bicho papão” – não contribui, em si, à compreensão destas novas formas de ser criança. Pelo contrário: apenas afastam o educador de uma possibilidade de entender melhor esta questão e, por conseguinte, de lidar melhor com ela. E 2) a mobilização do educador, ou de qualquer pessoa preocupada com o processo de erotização da infância, deve resultar em ações voltadas antes para os resultados mais graves deste processo: a gravidez precoce, a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis etc.
Se for considerado “impróprio para menores” um bate-papo aberto sobre sexo, nas escolas ou em casa, os pequenos dificilmente receberão a orientação adequada sobre como proceder ao iniciar sua vida sexual.
BIBLIOGRAFIA
ARIÈS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
CASTRO, L. R. (org.) Infância e adolescência na cultura do consumo. Rio de Janeiro: Nau, 1998.
FREUD, S. Os três ensaios sobre a sexualidade. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: Edição Standard Brasileira. v. VII, Rio de Janeiro: Imago, 1989.
POSTMAN, N. O desaparecimento da infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999.
SAMPAIO, I. S. V. Televisão, publicidade e infância. São Paulo: Annablume, 2000.
STEINBERG, S. R., KINCHELOE, J. L. (org.) Cultura infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
VALLADARES, R. O tchan infantil. Veja, 13 ago. 1997, p. 122-123.
VEIGA, A. Criança pensando como gente grande. Veja, 16 mai. 2001, p.70-72.
WERNECK, A. O fim da inocência. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 2 set. 2001, Caderno B, p. 1.
Fernanda Passarelli Hamann* é Jornalista e membro do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa da Subjetividade (GIPS), coordenado pela professora Solange Jobim e Souza, no Departamento de Psicologia da PUC-RJ
Erotização da infância: a história de uma nova forma de ser criança - Fernanda Passarelli Hamann Fonte: site MULTIRIO
http://www.multirio.rj.gov.br
8.27.2008
CARÁTER & SEXUALIDADE
O caráter é mais importante para definir a masculinidade do que atributos físicos e vida sexual, sugere uma pesquisa feita com 27 mil homens em oito países, inclusive o Brasil.
Publicada na edição desta semana da revista científica Journal of Sexual Medicine, a sondagem entrevistou homens entre 20 e 75 anos sobre os fatores que definem qualidade de vida e masculinidade. Entre os entrevistados, 16% sofriam de disfunção erétil.
Segundo os resultados, a maioria dos entrevistados (33%) considera que ser visto como um homem honrado e ter o controle da própria vida (28%) são os principais atributos da masculinidade. Em contrapartida, apenas uma minoria citou ser atraente (1%) e ter sucesso com as mulheres (1%) como fatores que definem a identidade masculina.
O estudo ressalta ainda que a percepção sobre a identidade masculina não é diferente para os homens impotentes entrevistados na pesquisa.
"As percepções dos homens sobre a masculinidade diferem de maneira significativa dos estereótipos da literatura".
"Ao contrário dos estereótipos, em todos os países analisados, atributos envolvendo respeito social foram citados com muito mais freqüência como fatores que definem a masculinidade do que aqueles apenas concentrados na sexualidade".
No Brasil, os pesquisadores entrevistaram cerca de 5 mil homens de diferentes faixas etárias.
Entre os brasileiros entrevistados, ser visto como um homem honrado foi citado como o atributo mais importante da identidade masculina para a maioria (41%).
Além da honra, fatores como a manutenção do controle da própria vida (27%) e ter um bom trabalho (12%) também foram citados como importantes na construção da masculinidade.
No entanto, atributos mais sexuais como ser atraente (0%) e ter sucesso com as mulheres (1%) parecem ter menos importância na definição da identidade masculina, citados por uma minoria dos entrevistados.
Além do Brasil, os homens entrevistados na Espanha, México, Estados Unidos e França também definem a honra como o principal atributo da masculinidade. Já na Alemanha, Reino Unido e Itália, ter o controle da própria vida foi citado como fator mais importante.
"O conjunto de resultados dessa pesquisa ressalta a importância para os homens dos aspectos não-sexuais na construção da identidade masculina", diz o estudo.
Qualidade de vida
Além dos fatores que contribuem para a construção da identidade masculina, o estudo também analisou a percepção dos homens sobre os atributos que definem uma boa qualidade de vida.
A maioria dos entrevistados (29%) citou "ser saudável" como o principal atributo de uma boa qualidade de vida, seguido por "harmonia na vida familiar"(26%) e "bom relacionamento com a parceira" (22%).
No entanto, aspectos mais materiais foram considerados menos importantes para a definição de uma boa qualidade de vida pelos homens entrevistados. Fatores como "vida sexual satisfatória" e "ter uma boa casa" foram citados por apenas 3% dos participantes.
Contribuição
De acordo com Julia Heiman, principal autora do estudo, os resultados podem contribuir para uma melhor compreensão acerca da opinião dos homens sobre sua própria identidade.
"Perguntar a vários homens o que engloba seu senso de masculinidade é muito útil para a mídia e para a pesquisa. Esses resultados sugerem que devemos prestar atenção e perguntar, ao invés de assumir que sabemos", afirma Heiman.
Segundo a autora, os resultados também podem contribuir para uma melhor compreensão acerca da opinião dos homens que sofrem de impotência e ajudar os médicos a elaborar melhor suas táticas de tratamento.
Isso porque não houve diferença na percepção sobre masculinidade entre daqueles que sofriam de disfunção erétil e os que não apresentavam problemas sexuais.
"Os resultados sugerem com clareza que os médicos devem reconsiderar o conceito de que a disfunção erétil e outros problemas sexuais abalam o centro da identidade masculina", afirma o estudo.
Publicada na edição desta semana da revista científica Journal of Sexual Medicine, a sondagem entrevistou homens entre 20 e 75 anos sobre os fatores que definem qualidade de vida e masculinidade. Entre os entrevistados, 16% sofriam de disfunção erétil.
Segundo os resultados, a maioria dos entrevistados (33%) considera que ser visto como um homem honrado e ter o controle da própria vida (28%) são os principais atributos da masculinidade. Em contrapartida, apenas uma minoria citou ser atraente (1%) e ter sucesso com as mulheres (1%) como fatores que definem a identidade masculina.
O estudo ressalta ainda que a percepção sobre a identidade masculina não é diferente para os homens impotentes entrevistados na pesquisa.
"As percepções dos homens sobre a masculinidade diferem de maneira significativa dos estereótipos da literatura".
"Ao contrário dos estereótipos, em todos os países analisados, atributos envolvendo respeito social foram citados com muito mais freqüência como fatores que definem a masculinidade do que aqueles apenas concentrados na sexualidade".
No Brasil, os pesquisadores entrevistaram cerca de 5 mil homens de diferentes faixas etárias.
Entre os brasileiros entrevistados, ser visto como um homem honrado foi citado como o atributo mais importante da identidade masculina para a maioria (41%).
Além da honra, fatores como a manutenção do controle da própria vida (27%) e ter um bom trabalho (12%) também foram citados como importantes na construção da masculinidade.
No entanto, atributos mais sexuais como ser atraente (0%) e ter sucesso com as mulheres (1%) parecem ter menos importância na definição da identidade masculina, citados por uma minoria dos entrevistados.
Além do Brasil, os homens entrevistados na Espanha, México, Estados Unidos e França também definem a honra como o principal atributo da masculinidade. Já na Alemanha, Reino Unido e Itália, ter o controle da própria vida foi citado como fator mais importante.
"O conjunto de resultados dessa pesquisa ressalta a importância para os homens dos aspectos não-sexuais na construção da identidade masculina", diz o estudo.
Qualidade de vida
Além dos fatores que contribuem para a construção da identidade masculina, o estudo também analisou a percepção dos homens sobre os atributos que definem uma boa qualidade de vida.
A maioria dos entrevistados (29%) citou "ser saudável" como o principal atributo de uma boa qualidade de vida, seguido por "harmonia na vida familiar"(26%) e "bom relacionamento com a parceira" (22%).
No entanto, aspectos mais materiais foram considerados menos importantes para a definição de uma boa qualidade de vida pelos homens entrevistados. Fatores como "vida sexual satisfatória" e "ter uma boa casa" foram citados por apenas 3% dos participantes.
Contribuição
De acordo com Julia Heiman, principal autora do estudo, os resultados podem contribuir para uma melhor compreensão acerca da opinião dos homens sobre sua própria identidade.
"Perguntar a vários homens o que engloba seu senso de masculinidade é muito útil para a mídia e para a pesquisa. Esses resultados sugerem que devemos prestar atenção e perguntar, ao invés de assumir que sabemos", afirma Heiman.
Segundo a autora, os resultados também podem contribuir para uma melhor compreensão acerca da opinião dos homens que sofrem de impotência e ajudar os médicos a elaborar melhor suas táticas de tratamento.
Isso porque não houve diferença na percepção sobre masculinidade entre daqueles que sofriam de disfunção erétil e os que não apresentavam problemas sexuais.
"Os resultados sugerem com clareza que os médicos devem reconsiderar o conceito de que a disfunção erétil e outros problemas sexuais abalam o centro da identidade masculina", afirma o estudo.
Tabagismo Passivo Mata
Inca divulga estimativa de mortalidade de não-fumantes expostos à fumaça
A cada dia, ao menos sete brasileiros morrem por doenças provocadas pela exposição passiva à fumaça do tabaco. De acordo com o estudo Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população brasileira (ppt) - realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ -, pelo menos 2.655 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil por doenças atribuíveis ao tabagismo passivo. A maioria das mortes ocorre entre mulheres (60,3%).
Na pesquisa, que estimou o número e a proporção de óbitos, foram consideradas apenas as três principais doenças relacionadas ao tabagismo passivo: câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração (como infarto) e acidentes vasculares cerebrais. Definiu-se como fumantes passivos as pessoas que nunca fumaram e que moravam com pelo menos um fumante no mesmo domicílio. Somente indivíduos na faixa etária de 35 anos ou mais foram alvo do estudo. Fumantes e ex-fumantes não fizeram parte da população avaliada.
De cada mil mortes por doenças cérebro-vasculares, 29 são atribuíveis à exposição passiva à fumaça do tabaco. A proporção é de 25 para mil no caso de doenças isquêmicas e de sete para mil mortes por câncer de pulmão. Os óbitos de mulheres são de 1,3 a três vezes mais elevados que os de homens. Das 2.655 mortes, 1.601 foram de mulheres. A faixa etária que registra maior ocorrência, tanto em homens quanto em mulheres, é de 65 anos ou mais.
Ineditismo
Primeira pesquisa do gênero realizada no Brasil, a Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana do Brasil estimou números somente para a população urbana. É importante ressaltar que os resultados representam apenas uma parcela da mortalidade atribuível à exposição passiva à fumaça do tabaco. Não foram objeto do estudo outras causas de óbito possivelmente associadas ao tabagismo passivo, como síndrome da morte súbita da infância e doenças respiratórias crônicas. Também não foram avaliadas patologias relacionadas à infância e ao período neonatal.
Metodologia
Os pesquisadores elegeram três patologias para as quais existem fortes evidências científicas de relação entre a exposição passiva à fumaça do tabaco e morte entre adultos, de acordo com o relatório do US Surgeon General, 2006: doenças isquêmicas do coração, câncer de pulmão e doenças cérebro-vasculares. Para calcular a mortalidade atribuível ao tabagismo passivo, foi preciso obter o número de óbitos por essas doenças, levantado no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, no período de 2002 a 2004.
Os cálculos incluem, além do número de mortes, dados sobre prevalência, ou seja, sobre a proporção da população exposta ao tabagismo passivo. A fonte dessas informações foi o Inquérito Domiciliar Sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis realizado em 15 capitais brasileiras e Distrito Federal pelo Inca e Secretaria de Vigilância em Saúde em 2003. A população de estudo do inquérito foi representada por 23.457 indivíduos, residentes em 10.172 domicílios.
A terceira informação necessária é o risco relativo de morte de não-fumantes expostos ao tabagismo passivo em relação aos não-expostos. Para isso, foram usados os parâmetros de três estudos internacionais de meta-análise.
O estudo Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana do Brasil foi realizado pelos pesquisadores Antonio José Leal Costa, do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ, e Valeska Figueiredo, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca. Participaram do relatório final Cláudio Noronha, coordenador da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca; Tânia Cavalcante, chefe da Divisão de Controle do Tabagismo, e as profissionais Vera Colombo e Liz de Almeida, também do Inca.
A cada dia, ao menos sete brasileiros morrem por doenças provocadas pela exposição passiva à fumaça do tabaco. De acordo com o estudo Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população brasileira (ppt) - realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ -, pelo menos 2.655 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil por doenças atribuíveis ao tabagismo passivo. A maioria das mortes ocorre entre mulheres (60,3%).
Na pesquisa, que estimou o número e a proporção de óbitos, foram consideradas apenas as três principais doenças relacionadas ao tabagismo passivo: câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração (como infarto) e acidentes vasculares cerebrais. Definiu-se como fumantes passivos as pessoas que nunca fumaram e que moravam com pelo menos um fumante no mesmo domicílio. Somente indivíduos na faixa etária de 35 anos ou mais foram alvo do estudo. Fumantes e ex-fumantes não fizeram parte da população avaliada.
De cada mil mortes por doenças cérebro-vasculares, 29 são atribuíveis à exposição passiva à fumaça do tabaco. A proporção é de 25 para mil no caso de doenças isquêmicas e de sete para mil mortes por câncer de pulmão. Os óbitos de mulheres são de 1,3 a três vezes mais elevados que os de homens. Das 2.655 mortes, 1.601 foram de mulheres. A faixa etária que registra maior ocorrência, tanto em homens quanto em mulheres, é de 65 anos ou mais.
Ineditismo
Primeira pesquisa do gênero realizada no Brasil, a Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana do Brasil estimou números somente para a população urbana. É importante ressaltar que os resultados representam apenas uma parcela da mortalidade atribuível à exposição passiva à fumaça do tabaco. Não foram objeto do estudo outras causas de óbito possivelmente associadas ao tabagismo passivo, como síndrome da morte súbita da infância e doenças respiratórias crônicas. Também não foram avaliadas patologias relacionadas à infância e ao período neonatal.
Metodologia
Os pesquisadores elegeram três patologias para as quais existem fortes evidências científicas de relação entre a exposição passiva à fumaça do tabaco e morte entre adultos, de acordo com o relatório do US Surgeon General, 2006: doenças isquêmicas do coração, câncer de pulmão e doenças cérebro-vasculares. Para calcular a mortalidade atribuível ao tabagismo passivo, foi preciso obter o número de óbitos por essas doenças, levantado no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, no período de 2002 a 2004.
Os cálculos incluem, além do número de mortes, dados sobre prevalência, ou seja, sobre a proporção da população exposta ao tabagismo passivo. A fonte dessas informações foi o Inquérito Domiciliar Sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis realizado em 15 capitais brasileiras e Distrito Federal pelo Inca e Secretaria de Vigilância em Saúde em 2003. A população de estudo do inquérito foi representada por 23.457 indivíduos, residentes em 10.172 domicílios.
A terceira informação necessária é o risco relativo de morte de não-fumantes expostos ao tabagismo passivo em relação aos não-expostos. Para isso, foram usados os parâmetros de três estudos internacionais de meta-análise.
O estudo Mortalidade atribuível ao tabagismo passivo na população urbana do Brasil foi realizado pelos pesquisadores Antonio José Leal Costa, do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ, e Valeska Figueiredo, da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca. Participaram do relatório final Cláudio Noronha, coordenador da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca; Tânia Cavalcante, chefe da Divisão de Controle do Tabagismo, e as profissionais Vera Colombo e Liz de Almeida, também do Inca.
Plantas terapêuticas na Amazônica
Estudantes descobrem plantas terapêuticas na Amazônica
Um grupo de estudantes da universidade americana de Yale afirma ter descoberto alguns microorganismos com potencial de utilização na saúde, em plantas colhidas na floresta amazônica. Segundo eles, muitas das espécies teriam de ser classificadas em um novo gênero taxonômico.
» Planta carnívora pode ser medicinal
» Extinção ameaça plantas medicinais
» Plantas reaparecem mais de cem anos depois
As plantas foram colhidas pelos estudantes de graduação durante uma viagem ao Peru organizada pelo departamento de Biofísica molecular e Bioquímica de Yale.
O extrato de endófito de uma das plantas analisadas pelos estudantes ajuda reduzir inflamações de pele.
A pesquisa foi publicada na revista científica PLoS One, da Public Library of Science.
"Apenas recentemente nós começamos a descobrir o potencial destes microorganismos", disse o professor Scott Strobel, que liderou a expedição.
As espécies de endófitos foram coletadas em março de 2007. Os estudantes passaram seis meses estudando e testando os organismos em laboratório.
Segundo os pesquisadores, os endófitos são pouco estudados por cientistas, mas ganharam notoriedade na década passada quando o taxol, um remédio para tratamento para câncer, foi criado a partir de fungos endófitos de árvores da costa do Pacífico da América do Norte.
BBC Brasil
Um grupo de estudantes da universidade americana de Yale afirma ter descoberto alguns microorganismos com potencial de utilização na saúde, em plantas colhidas na floresta amazônica. Segundo eles, muitas das espécies teriam de ser classificadas em um novo gênero taxonômico.
» Planta carnívora pode ser medicinal
» Extinção ameaça plantas medicinais
» Plantas reaparecem mais de cem anos depois
As plantas foram colhidas pelos estudantes de graduação durante uma viagem ao Peru organizada pelo departamento de Biofísica molecular e Bioquímica de Yale.
O extrato de endófito de uma das plantas analisadas pelos estudantes ajuda reduzir inflamações de pele.
A pesquisa foi publicada na revista científica PLoS One, da Public Library of Science.
"Apenas recentemente nós começamos a descobrir o potencial destes microorganismos", disse o professor Scott Strobel, que liderou a expedição.
As espécies de endófitos foram coletadas em março de 2007. Os estudantes passaram seis meses estudando e testando os organismos em laboratório.
Segundo os pesquisadores, os endófitos são pouco estudados por cientistas, mas ganharam notoriedade na década passada quando o taxol, um remédio para tratamento para câncer, foi criado a partir de fungos endófitos de árvores da costa do Pacífico da América do Norte.
BBC Brasil
INSULINA IMPORTADA DA UCRANIA POR FARMANGUINHOS / FIOCRUZ
Brasília, 22 de agosto de 2008 - 16h10
Nota de Esclarecimento
Em relação à insulina importada da Ucrânia pelo laboratório Farmanguinhos, por meio de convênio celebrado entre os governos do Brasil e da Ucrânia, a Anvisa esclarece:
- os lotes adquiridos, em 2007/2008, pelo Brasil junto à Empresa Ukraine CJSC Indar, em Kiev, Ucrânia, passaram pelo controle de qualidade do laboratório Farmanguinhos, responsável pela aquisição do produto. Esses lotes do medicamento estão, portanto, em conformidade com os quesitos de segurança e eficácia para o consumo;
- para a autorização do registro e aquisição dos lotes de insulina que se encontram no Brasil, no laboratório Farmanguinhos, a Anvisa, como determina a legislação, inspecionou a fábrica da Empresa Ukraine CJSC Indar, em Kiev, Ucrânia, e certificou a qualidade da produção do medicamento;
- não há nenhuma notificação no Sistema Nacional de Farmacovigilância sobre ocorrências de reações adversas ou de ineficácia terapêutica em relação à insulina já adquirida por Farmanguinhos junto à Empresa Ukraine CJSC Indar;
- a suspensão da importação de insulina da Empresa Ukraine CJSC Indar deve-se a modificações no processo produtivo da empresa, que necessita, novamente, ser inspecionada pela Anvisa para assegurar a qualidade e a eficácia do medicamento produzido na Ucrânia. Somente após esta certificação, o produto poderá ser adquirido para consumo no Brasil;
- a Anvisa reitera que a insulina, autorizada e em uso no Brasil, atende aos requisitos de qualidade e segurança estabelecidos em protocolos internacionais;
- portanto, a Resolução Nº. 2.962 de 20 de agosto de 2008 refere-se única e exclusivamente à suspensão da importação de novos lotes da insulina produzida pela fábrica da Ukraine CJSC Indar até que sejam finalizados os estudos na planta industrial.
Informações: Ascom/Assessoria de Imprensa
Nota de Esclarecimento
Em relação à insulina importada da Ucrânia pelo laboratório Farmanguinhos, por meio de convênio celebrado entre os governos do Brasil e da Ucrânia, a Anvisa esclarece:
- os lotes adquiridos, em 2007/2008, pelo Brasil junto à Empresa Ukraine CJSC Indar, em Kiev, Ucrânia, passaram pelo controle de qualidade do laboratório Farmanguinhos, responsável pela aquisição do produto. Esses lotes do medicamento estão, portanto, em conformidade com os quesitos de segurança e eficácia para o consumo;
- para a autorização do registro e aquisição dos lotes de insulina que se encontram no Brasil, no laboratório Farmanguinhos, a Anvisa, como determina a legislação, inspecionou a fábrica da Empresa Ukraine CJSC Indar, em Kiev, Ucrânia, e certificou a qualidade da produção do medicamento;
- não há nenhuma notificação no Sistema Nacional de Farmacovigilância sobre ocorrências de reações adversas ou de ineficácia terapêutica em relação à insulina já adquirida por Farmanguinhos junto à Empresa Ukraine CJSC Indar;
- a suspensão da importação de insulina da Empresa Ukraine CJSC Indar deve-se a modificações no processo produtivo da empresa, que necessita, novamente, ser inspecionada pela Anvisa para assegurar a qualidade e a eficácia do medicamento produzido na Ucrânia. Somente após esta certificação, o produto poderá ser adquirido para consumo no Brasil;
- a Anvisa reitera que a insulina, autorizada e em uso no Brasil, atende aos requisitos de qualidade e segurança estabelecidos em protocolos internacionais;
- portanto, a Resolução Nº. 2.962 de 20 de agosto de 2008 refere-se única e exclusivamente à suspensão da importação de novos lotes da insulina produzida pela fábrica da Ukraine CJSC Indar até que sejam finalizados os estudos na planta industrial.
Informações: Ascom/Assessoria de Imprensa
8.26.2008
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE
Introdução
Personalidade é definida pela totalidade dos traços emocionais e de comportamento de um indivíduo (caráter), pode - se dizer que é o jeito de ser de uma pessoa, o modo de sentir as emoções e a forma de agir.Para se falar de transtornos de personalidade é preciso entender o que vem a ser um traço de personalidade, o traço é um aspecto do comportamento duradouro da pessoa; é a sua tendência à sociabilidade ou ao isolamento; à desconfiança ou à confiança nos outros. Enquanto o normal seria a pessoa ser "um pouco de tudo", ou seja, ter um pouco de cada característica humana sem prevalecer patologicamente nenhuma delas.
Um transtorno de personalidade aparece quando esses traços são muitos inflexíveis e mal ajustados, ou seja, prejudica a adaptação do indivíduo as situações que enfrenta, esses transtornos geram pouco sofrimento ao portador, mas perturbam muito seus relacionamentos com as outras pessoas, caracterizam pessoas que não têm uma maneira absolutamente normal de viver (do ponto de vista estatístico e comparando com a média das outras pessoas) mas não chegam a preencher os critérios para um transtorno mental franco.
Geralmente aparecem no início da idade adulta e se tornam crônicos se não forem tratados. Existem múltiplas causas para esses transtornos, mas geralmente estão relacionados com vivências infantis e as da adolescência.
Desenvolvimento
Existem vários tipos de transtornos de personalidade:
Transtorno de Personalidade Anti-Social
Caracteriza-se pelo padrão social de comportamento irresponsável, explorador e insensível constatado pela ausência de remorsos. Essas pessoas não se ajustam às leis do Estado simplesmente por não quererem, riem-se delas, freqüentemente têm problemas legais e criminais por isso. Mesmo assim não se ajustam. Freqüentemente manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm um emprego ou um casamento por muito tempo.
Aspectos essenciais:
Insensibilidade aos sentimentos alheios
• Atitude aberta de desrespeito por normas, regras e obrigações sociais de forma persistente. Estabelece relacionamentos com facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas dificilmente é capaz de mantê-los. Baixa tolerância à frustração e facilmente explode em atitudes agressivas e violentas. Incapacidade de assumir a culpa do que fez de errado, ou de aprender com as punições. Tendência a culpar os outros ou defender-se com raciocínios lógicos, porém improváveis.
Transtorno de personalidade Narcisista
Caracterizam-se por possuírem um senso de superioridade e uma crença exagerada em seu próprio valor ou importância, a qual os psiquiatras denominam “grandiosidade”.
• Extremamente sensível ao fracasso, à derrota ou à crítica e, quando confrontado a um fracasso para comprovar a alta opinião de si mesmo, ele pode tornar-se irado ou profundamente deprimido.Os indivíduos com este transtorno acreditam ter necessidades especiais, que estão além do entendimento das pessoas comuns. Sua própria auto-estima é amplificada pelo valor idealizado que atribuem àqueles a quem se associam.Geralmente exigem admiração excessiva. Sua auto-estima é muito frágil. Eles podem preocupar-se com o modo como estão se saindo e no quanto são considerados pelos outros. Isto freqüentemente assume a forma de uma necessidade de constante atenção e admiração.
Transtorno de Personalidade Paranóide
Caracteriza-se pela tendência à desconfiança de estar sendo explorado, passado para trás ou traído, mesmo que não haja motivos razoáveis para pensar assim. A expressividade afetiva é restrita e modulada, sendo considerado por muitos como um indivíduo frio. A hostilidade, irritabilidade e ansiedade são sentimentos freqüentes entre os paranóide. O paranóide dificilmente ri de si mesmo ou de seus defeitos, ao contrário ofende-se intensamente, geralmente por toda a vida quando alguém lhe aponta algum defeito.
Aspectos essenciais
• Excessiva sensibilidade em ser desprezado. Tendência a guardar rancores recusando-se a perdoar insultos, injúrias ou injustiças cometidas. Interpretações errôneas de atitudes neutras ou amistosas de outras pessoas, tendo respostas hostis ou desdenhosas. Tendência a distorcer e interpretar maléficamente os atos dos outros. Combativo e obstinado senso de direitos pessoais em desproporção à situação real. Repetidas suspeitas injustificadas relativas à fidelidade do parceiro conjugal. Tendência a se autovalorizar excessivamente. Preocupações com fofocas, intrigas e conspirações infundadas a partir dos acontecimentos circundantes.
Transtorno de Personalidade Esquizóide
Caracteriza-se primariamente pela dificuldade de formar relações pessoais ou de expressar as emoções. A indiferença é o aspecto básico, assim como o isolamento e o distanciamento sociais. A fraca expressividade emocional significa que estas pessoas não se perturbam com elogios ou críticas. Aquilo que na maioria das vezes desperta prazer nas pessoas, não diz nada a estas pessoas, como o sucesso no trabalho, no estudo ou uma conquista afetiva (namoro). Esses casos não devem ser confundidos com distimia.
Aspectos essenciais
• Poucas ou nenhumas atividades produzem prazer. Frieza emocional, afetividade distante. Capacidade limitada de expressar sentimentos calorosos, ternos ou de raiva para como os outros. Indiferença a elogios ou críticas. Pouco interesse em ter relações sexuais. Preferência quase invariável por atividades solitárias. Tendência a voltar para sua vida introspectiva e fantasias pessoais. Falta de amigos íntimos e do interesse de fazer tais amizades. Insensibilidade a normas sociais predominantes como uma atitude respeitosa para com idosos ou àqueles que perderam uma pessoa querida recentemente
Transtorno de Personalidade Ansiosa (evitação)
Caracteriza-se pelo padrão de comportamento inibido e ansioso com auto-estima baixa. É um sujeito hipersensível a críticas e rejeições, apreensivo e desconfiado, com dificuldades sociais. É tímido e sente-se desconfortável em ambientes sociais. Tem medos infundados de agir tolamente perante os outros.
Aspectos essenciais
• *É facilmente ferido por críticas e desaprovações. Não costuma ter amigos íntimos além dos parentes mais próximos. Só aceita um relacionamento quando tem certeza de que é querido. Evita atividades sociais ou profissionais onde o contato com outras pessoas seja intenso, mesmo que venha a ter benefícios com isso. Experimenta sentimentos de tensão e apreensão enquanto estiver exposto socialmente. Exagera nas dificuldades, nos perigos envolvidos em atividades comuns, porém fora de sua rotina. Por exemplo, cancela encontros sociais porque acha que antes de chegar lá já estará muito cansado.
Transtorno de Personalidade Histriônica
Caracteriza-se pela tendência a ser dramático, buscar as atenções para si mesmo, ser um eterno "carente afetivo", comportamento sedutor e manipulador, exibicionista, fútil, exigente e lábil (que muda facilmente de atitude e de emoções).
Aspectos essenciais :
• Busca freqüentemente elogios, aprovações e reafirmações dos outros em relação ao que faz ou pensa. Comportamento e aparência sedutores sexualmente, de forma inadequada. Abertamente preocupada com a aparência e atratividade físicas. Expressa as emoções com exagero inadequado, como ardor excessivo no trato com desconhecidos, acessos de raiva incontrolável, choro convulsivo em situações de pouco importância. Sente-se desconfortável nas situações onde não é o centro das atenções. Suas emoções apesar de intensamente expressadas são superficiais e mudam facilmente. É imediatista, tem baixa tolerância a adiamentos e atrasos. Estilo de conversa superficial e vago, tendo dificuldades de detalhar o que pensa.
Transtorno de Personalidade Dependente
Caracterizam-se pelo excessivo grau de dependência e confiança nos outros. Estas pessoas precisam de outras para se apoiar emocionalmente e sentirem-se seguras. Permitem que os outros tomem decisões importantes a respeito de si mesmas. Sentem-se desamparadas quando sozinhas. Resignam-se e submetem-se com facilidade, chegando mesmo a tolerar maus tratos pelos outros. Quando postas em situação de comando e decisão essas pessoas não obtêm bons resultados, não superam seus limites.
Aspectos essenciais
É incapaz de tomar decisões do dia-a-dia sem uma excessiva quantidade de conselhos ou reafirmações de outras pessoas.
• Permite que outras pessoas decidam aspectos importantes de sua vida como onde morar, que profissão exercer. Submete suas próprias necessidades aos outros. Evita fazer exigências ainda que em seu direito. Sente-se desamparado quando sozinho, por medos infundados. Medo de ser abandonado por quem possui relacionamento íntimo. Facilmente é ferido por crítica ou desaprovação.
Transtorno de Personalidade Obsessiva (anancástica)
Caracteriza-se pela tendência ao perfeccionismo, comportamento rigoroso e disciplinado consigo e exigente com os outros. Emocionalmente frio. É uma pessoa formal, intelectualizada, detalhista. Essas pessoas tendem a ser devotadas ao trabalho em detrimento da família e amigos, com quem costuma ser reservado, dominador e inflexível. Dificilmente está satisfeito com seu próprio desempenho, achando que deve melhorar sempre mais. Seu perfeccionismo o faz uma pessoa indecisa e cheia de duvídas.
Aspectos essenciais :
• O perfeccionismo pode atrapalhar no cumprimento das tarefas, porque muitas vezes detém-se nos detalhes enquanto atrasa o essencial. Insistência em que as pessoas façam as coisas a seu modo ou querer fazer tudo por achar que os outros farão errado. Excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer. Expressividade afetiva fria. Comportamento rígido (não se acomoda ao comportamento dos outros) e insistência irracional (teimosia). Excessivo apego a normas sociais em ocasiões de formalidade. Relutância em desfazer-se de objetos por achar que serão úteis algum dia (mesmo sem valor sentimental) Indecisão prejudicando seu próprio trabalho ou estudo. Excessivamente consciencioso e escrupuloso em relação às normas sociais.
Transtorno de Personalidade Borderline (Limítrofe)
Caracteriza-se por um padrão de relacionamento emocional intenso, porém confuso e desorganizado. A instabilidade das emoções é o traço marcante deste transtorno, que se apresenta por flutuações rápidas e variações no estado de humor de um momento para outro sem justificativa real. Essas pessoas reconhecem sua labilidade emocional, mas para tentar encobri-la justificam-nas geralmente com argumentos implausíveis. Seu comportamento impulsivo freqüentemente é autodestrutivo. Estes pacientes não possuem claramente uma identidade de si mesmos, com um projeto de vida ou uma escala de valores duradoura, até mesmo quanto à própria sexualidade. A instabilidade é tão intensa que acaba incomodando o próprio paciente que em dados momentos rejeita a si mesmo, por isso a insatisfação pessoal é constante.
Aspectos essenciais
• Padrão de relacionamento instável variando rapidamente entre ter um grande apreço por certa pessoa para logo depois desprezá-la. Comportamento impulsivo inicialmente quanto a gastos financeiros, sexual, abuso de substâncias psicoativas, pequenos furtos, dirigir irresponsavelmente. Rápida variação das emoções, passando de um estado de irritação para angustiado e depois para depressão (não necessariamente nesta ordem). Sentimento de raiva freqüente e falta de controle desses sentimentos chegando a lutas corporais. Comportamento suicida ou auto-mutilante Sentimentos persistentes de vazio e tédio. Dúvidas a respeito de si mesmo, de sua identidade como pessoa, de seu comportamento sexual, de sua carreira profissional.
Diagnóstico
O médico baseia o diagnóstico de um distúrbio da personalidade na expressão de tipos de comportamento ou de pensamentos inadequados do indivíduo. Esses comportamentos tendem a manifestar-se porque o indivíduo resiste de maneira tenaz a mudá-los apesar de suas conseqüências inadequadas. Além disso, é provável que o médico perceba o uso inadequado dos mecanismos de enfrentamento, freqüentemente denominados mecanismos de defesa. Embora todos utilizem inconscientemente mecanismos de defesa, os indivíduos com distúrbios da personalidade os usam de forma inadequada ou imatura.
Conclusão
Tratamento
Embora os tratamentos variem de acordo com o tipo de distúrbio da personalidade, alguns princípios gerais podem ser aplicados a todos. Como a maioria dos indivíduos com distúrbio da personalidade não sente necessidade de tratamento, a motivação freqüentemente é originária de uma outra pessoa. O terapeuta destaca repetidamente as conseqüências indesejáveis dos padrões de pensamento e de comportamento do indivíduo, algumas vezes estabelece limites para o comportamento e confronta o indivíduo repetidamente com a realidade. O envolvimento familiar é muito útil e mesmo essencial, uma vez que a pressão do grupo pode ser eficaz.
Os indivíduos com um distúrbio da personalidade algumas vezes apresentam ansiedade e depressão, as quais eles esperam que sejam aliviadas com medicamentos. Entretanto, a ansiedade e a depressão decorrentes de um distúrbio da personalidade raramente são aliviados de modo satisfatório por medicamentos Além disso, a terapia medicamentosa freqüentemente é complicada pelo uso inadequado das medicações ou por tentativas de suicídio.A alteração de uma personalidade leva muito tempo. Nenhum tratamento a curto prazo pode ter êxito na cura de um distúrbio da personalidade, mas certas mudanças podem ser obtidas mais rapidamente que outras. As atitudes irresponsáveis, o isolamento social, a ausência de auto-afirmação ou as explosões temperamentais podem responder à terapia de modificação do comportamento. Contudo, a psicoterapia prolongada (terapia falada) com o objetivo de ajudar o indivíduo a compreender as causas de sua ansiedade e a identificar seu comportamento inadequado continua sendo a base da maioria dos tratamentos. Alguns distúrbios da personalidade, como os tipos narcisista e o obsessivo-compulsivo, podem ser mais bem tratados com a psicanálise. Outros, como os tipos anti-social e o paranóide, raramente respondem a qualquer tipo de terapia.
Enfermeira Sofia Ramos
Personalidade é definida pela totalidade dos traços emocionais e de comportamento de um indivíduo (caráter), pode - se dizer que é o jeito de ser de uma pessoa, o modo de sentir as emoções e a forma de agir.Para se falar de transtornos de personalidade é preciso entender o que vem a ser um traço de personalidade, o traço é um aspecto do comportamento duradouro da pessoa; é a sua tendência à sociabilidade ou ao isolamento; à desconfiança ou à confiança nos outros. Enquanto o normal seria a pessoa ser "um pouco de tudo", ou seja, ter um pouco de cada característica humana sem prevalecer patologicamente nenhuma delas.
Um transtorno de personalidade aparece quando esses traços são muitos inflexíveis e mal ajustados, ou seja, prejudica a adaptação do indivíduo as situações que enfrenta, esses transtornos geram pouco sofrimento ao portador, mas perturbam muito seus relacionamentos com as outras pessoas, caracterizam pessoas que não têm uma maneira absolutamente normal de viver (do ponto de vista estatístico e comparando com a média das outras pessoas) mas não chegam a preencher os critérios para um transtorno mental franco.
Geralmente aparecem no início da idade adulta e se tornam crônicos se não forem tratados. Existem múltiplas causas para esses transtornos, mas geralmente estão relacionados com vivências infantis e as da adolescência.
Desenvolvimento
Existem vários tipos de transtornos de personalidade:
Transtorno de Personalidade Anti-Social
Caracteriza-se pelo padrão social de comportamento irresponsável, explorador e insensível constatado pela ausência de remorsos. Essas pessoas não se ajustam às leis do Estado simplesmente por não quererem, riem-se delas, freqüentemente têm problemas legais e criminais por isso. Mesmo assim não se ajustam. Freqüentemente manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm um emprego ou um casamento por muito tempo.
Aspectos essenciais:
Insensibilidade aos sentimentos alheios
• Atitude aberta de desrespeito por normas, regras e obrigações sociais de forma persistente. Estabelece relacionamentos com facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas dificilmente é capaz de mantê-los. Baixa tolerância à frustração e facilmente explode em atitudes agressivas e violentas. Incapacidade de assumir a culpa do que fez de errado, ou de aprender com as punições. Tendência a culpar os outros ou defender-se com raciocínios lógicos, porém improváveis.
Transtorno de personalidade Narcisista
Caracterizam-se por possuírem um senso de superioridade e uma crença exagerada em seu próprio valor ou importância, a qual os psiquiatras denominam “grandiosidade”.
• Extremamente sensível ao fracasso, à derrota ou à crítica e, quando confrontado a um fracasso para comprovar a alta opinião de si mesmo, ele pode tornar-se irado ou profundamente deprimido.Os indivíduos com este transtorno acreditam ter necessidades especiais, que estão além do entendimento das pessoas comuns. Sua própria auto-estima é amplificada pelo valor idealizado que atribuem àqueles a quem se associam.Geralmente exigem admiração excessiva. Sua auto-estima é muito frágil. Eles podem preocupar-se com o modo como estão se saindo e no quanto são considerados pelos outros. Isto freqüentemente assume a forma de uma necessidade de constante atenção e admiração.
Transtorno de Personalidade Paranóide
Caracteriza-se pela tendência à desconfiança de estar sendo explorado, passado para trás ou traído, mesmo que não haja motivos razoáveis para pensar assim. A expressividade afetiva é restrita e modulada, sendo considerado por muitos como um indivíduo frio. A hostilidade, irritabilidade e ansiedade são sentimentos freqüentes entre os paranóide. O paranóide dificilmente ri de si mesmo ou de seus defeitos, ao contrário ofende-se intensamente, geralmente por toda a vida quando alguém lhe aponta algum defeito.
Aspectos essenciais
• Excessiva sensibilidade em ser desprezado. Tendência a guardar rancores recusando-se a perdoar insultos, injúrias ou injustiças cometidas. Interpretações errôneas de atitudes neutras ou amistosas de outras pessoas, tendo respostas hostis ou desdenhosas. Tendência a distorcer e interpretar maléficamente os atos dos outros. Combativo e obstinado senso de direitos pessoais em desproporção à situação real. Repetidas suspeitas injustificadas relativas à fidelidade do parceiro conjugal. Tendência a se autovalorizar excessivamente. Preocupações com fofocas, intrigas e conspirações infundadas a partir dos acontecimentos circundantes.
Transtorno de Personalidade Esquizóide
Caracteriza-se primariamente pela dificuldade de formar relações pessoais ou de expressar as emoções. A indiferença é o aspecto básico, assim como o isolamento e o distanciamento sociais. A fraca expressividade emocional significa que estas pessoas não se perturbam com elogios ou críticas. Aquilo que na maioria das vezes desperta prazer nas pessoas, não diz nada a estas pessoas, como o sucesso no trabalho, no estudo ou uma conquista afetiva (namoro). Esses casos não devem ser confundidos com distimia.
Aspectos essenciais
• Poucas ou nenhumas atividades produzem prazer. Frieza emocional, afetividade distante. Capacidade limitada de expressar sentimentos calorosos, ternos ou de raiva para como os outros. Indiferença a elogios ou críticas. Pouco interesse em ter relações sexuais. Preferência quase invariável por atividades solitárias. Tendência a voltar para sua vida introspectiva e fantasias pessoais. Falta de amigos íntimos e do interesse de fazer tais amizades. Insensibilidade a normas sociais predominantes como uma atitude respeitosa para com idosos ou àqueles que perderam uma pessoa querida recentemente
Transtorno de Personalidade Ansiosa (evitação)
Caracteriza-se pelo padrão de comportamento inibido e ansioso com auto-estima baixa. É um sujeito hipersensível a críticas e rejeições, apreensivo e desconfiado, com dificuldades sociais. É tímido e sente-se desconfortável em ambientes sociais. Tem medos infundados de agir tolamente perante os outros.
Aspectos essenciais
• *É facilmente ferido por críticas e desaprovações. Não costuma ter amigos íntimos além dos parentes mais próximos. Só aceita um relacionamento quando tem certeza de que é querido. Evita atividades sociais ou profissionais onde o contato com outras pessoas seja intenso, mesmo que venha a ter benefícios com isso. Experimenta sentimentos de tensão e apreensão enquanto estiver exposto socialmente. Exagera nas dificuldades, nos perigos envolvidos em atividades comuns, porém fora de sua rotina. Por exemplo, cancela encontros sociais porque acha que antes de chegar lá já estará muito cansado.
Transtorno de Personalidade Histriônica
Caracteriza-se pela tendência a ser dramático, buscar as atenções para si mesmo, ser um eterno "carente afetivo", comportamento sedutor e manipulador, exibicionista, fútil, exigente e lábil (que muda facilmente de atitude e de emoções).
Aspectos essenciais :
• Busca freqüentemente elogios, aprovações e reafirmações dos outros em relação ao que faz ou pensa. Comportamento e aparência sedutores sexualmente, de forma inadequada. Abertamente preocupada com a aparência e atratividade físicas. Expressa as emoções com exagero inadequado, como ardor excessivo no trato com desconhecidos, acessos de raiva incontrolável, choro convulsivo em situações de pouco importância. Sente-se desconfortável nas situações onde não é o centro das atenções. Suas emoções apesar de intensamente expressadas são superficiais e mudam facilmente. É imediatista, tem baixa tolerância a adiamentos e atrasos. Estilo de conversa superficial e vago, tendo dificuldades de detalhar o que pensa.
Transtorno de Personalidade Dependente
Caracterizam-se pelo excessivo grau de dependência e confiança nos outros. Estas pessoas precisam de outras para se apoiar emocionalmente e sentirem-se seguras. Permitem que os outros tomem decisões importantes a respeito de si mesmas. Sentem-se desamparadas quando sozinhas. Resignam-se e submetem-se com facilidade, chegando mesmo a tolerar maus tratos pelos outros. Quando postas em situação de comando e decisão essas pessoas não obtêm bons resultados, não superam seus limites.
Aspectos essenciais
É incapaz de tomar decisões do dia-a-dia sem uma excessiva quantidade de conselhos ou reafirmações de outras pessoas.
• Permite que outras pessoas decidam aspectos importantes de sua vida como onde morar, que profissão exercer. Submete suas próprias necessidades aos outros. Evita fazer exigências ainda que em seu direito. Sente-se desamparado quando sozinho, por medos infundados. Medo de ser abandonado por quem possui relacionamento íntimo. Facilmente é ferido por crítica ou desaprovação.
Transtorno de Personalidade Obsessiva (anancástica)
Caracteriza-se pela tendência ao perfeccionismo, comportamento rigoroso e disciplinado consigo e exigente com os outros. Emocionalmente frio. É uma pessoa formal, intelectualizada, detalhista. Essas pessoas tendem a ser devotadas ao trabalho em detrimento da família e amigos, com quem costuma ser reservado, dominador e inflexível. Dificilmente está satisfeito com seu próprio desempenho, achando que deve melhorar sempre mais. Seu perfeccionismo o faz uma pessoa indecisa e cheia de duvídas.
Aspectos essenciais :
• O perfeccionismo pode atrapalhar no cumprimento das tarefas, porque muitas vezes detém-se nos detalhes enquanto atrasa o essencial. Insistência em que as pessoas façam as coisas a seu modo ou querer fazer tudo por achar que os outros farão errado. Excessiva devoção ao trabalho em detrimento das atividades de lazer. Expressividade afetiva fria. Comportamento rígido (não se acomoda ao comportamento dos outros) e insistência irracional (teimosia). Excessivo apego a normas sociais em ocasiões de formalidade. Relutância em desfazer-se de objetos por achar que serão úteis algum dia (mesmo sem valor sentimental) Indecisão prejudicando seu próprio trabalho ou estudo. Excessivamente consciencioso e escrupuloso em relação às normas sociais.
Transtorno de Personalidade Borderline (Limítrofe)
Caracteriza-se por um padrão de relacionamento emocional intenso, porém confuso e desorganizado. A instabilidade das emoções é o traço marcante deste transtorno, que se apresenta por flutuações rápidas e variações no estado de humor de um momento para outro sem justificativa real. Essas pessoas reconhecem sua labilidade emocional, mas para tentar encobri-la justificam-nas geralmente com argumentos implausíveis. Seu comportamento impulsivo freqüentemente é autodestrutivo. Estes pacientes não possuem claramente uma identidade de si mesmos, com um projeto de vida ou uma escala de valores duradoura, até mesmo quanto à própria sexualidade. A instabilidade é tão intensa que acaba incomodando o próprio paciente que em dados momentos rejeita a si mesmo, por isso a insatisfação pessoal é constante.
Aspectos essenciais
• Padrão de relacionamento instável variando rapidamente entre ter um grande apreço por certa pessoa para logo depois desprezá-la. Comportamento impulsivo inicialmente quanto a gastos financeiros, sexual, abuso de substâncias psicoativas, pequenos furtos, dirigir irresponsavelmente. Rápida variação das emoções, passando de um estado de irritação para angustiado e depois para depressão (não necessariamente nesta ordem). Sentimento de raiva freqüente e falta de controle desses sentimentos chegando a lutas corporais. Comportamento suicida ou auto-mutilante Sentimentos persistentes de vazio e tédio. Dúvidas a respeito de si mesmo, de sua identidade como pessoa, de seu comportamento sexual, de sua carreira profissional.
Diagnóstico
O médico baseia o diagnóstico de um distúrbio da personalidade na expressão de tipos de comportamento ou de pensamentos inadequados do indivíduo. Esses comportamentos tendem a manifestar-se porque o indivíduo resiste de maneira tenaz a mudá-los apesar de suas conseqüências inadequadas. Além disso, é provável que o médico perceba o uso inadequado dos mecanismos de enfrentamento, freqüentemente denominados mecanismos de defesa. Embora todos utilizem inconscientemente mecanismos de defesa, os indivíduos com distúrbios da personalidade os usam de forma inadequada ou imatura.
Conclusão
Tratamento
Embora os tratamentos variem de acordo com o tipo de distúrbio da personalidade, alguns princípios gerais podem ser aplicados a todos. Como a maioria dos indivíduos com distúrbio da personalidade não sente necessidade de tratamento, a motivação freqüentemente é originária de uma outra pessoa. O terapeuta destaca repetidamente as conseqüências indesejáveis dos padrões de pensamento e de comportamento do indivíduo, algumas vezes estabelece limites para o comportamento e confronta o indivíduo repetidamente com a realidade. O envolvimento familiar é muito útil e mesmo essencial, uma vez que a pressão do grupo pode ser eficaz.
Os indivíduos com um distúrbio da personalidade algumas vezes apresentam ansiedade e depressão, as quais eles esperam que sejam aliviadas com medicamentos. Entretanto, a ansiedade e a depressão decorrentes de um distúrbio da personalidade raramente são aliviados de modo satisfatório por medicamentos Além disso, a terapia medicamentosa freqüentemente é complicada pelo uso inadequado das medicações ou por tentativas de suicídio.A alteração de uma personalidade leva muito tempo. Nenhum tratamento a curto prazo pode ter êxito na cura de um distúrbio da personalidade, mas certas mudanças podem ser obtidas mais rapidamente que outras. As atitudes irresponsáveis, o isolamento social, a ausência de auto-afirmação ou as explosões temperamentais podem responder à terapia de modificação do comportamento. Contudo, a psicoterapia prolongada (terapia falada) com o objetivo de ajudar o indivíduo a compreender as causas de sua ansiedade e a identificar seu comportamento inadequado continua sendo a base da maioria dos tratamentos. Alguns distúrbios da personalidade, como os tipos narcisista e o obsessivo-compulsivo, podem ser mais bem tratados com a psicanálise. Outros, como os tipos anti-social e o paranóide, raramente respondem a qualquer tipo de terapia.
Enfermeira Sofia Ramos
Empregos: Confira Aqui
PROPAGANDISTA MÉDICA
Principais atividades: Divulgação dos produtos - dermocosméticos - junto aos nossos principais clientes externos - os médicos. Perfil: Nível Superior Completo ou cursando em administração de empresas, Marketing, comunicação social ou áreas afins. Experiência mínima de 2 anos em divulgação de produtos dermatológicos. Habilidades: Pró ativo ; Dinâmico , Organizado e responsável. Reembolso Combustível + VR ( R$ 17, 00) + Aj. de custo. Interessados (as), favor encaminhar CV com pretensão salarial para amendes@dermage.com.br, colocando no campo assunto: PROPAGANDISTA. Favor informar se possui carro próprio.
ESTAGIÁRIA DE PROPAGANDA MÉDICA
Principais atividades: Divulgação sob supervisão dos produtos - dermocosméticos - junto aos nossos principais clientes externos - os médicos. Perfil: Cursando administração de empresas, Marketing, comunicação social ou áreas afins. Experiência em vendas e / ou atenbdimento à clientes. Habilidades: Pró ativo ; Dinâmico , Organizado e responsável. Reembolso Combustível + VR ( R$ 17, 00) + Aj. de custo. Interessados (as), favor encaminhar CV com pretensão salarial para amendes@dermage.com.br, colocando no campo assunto: ESTAG. PROPAGANDA MÉDICA. Favor informar se possui carro próprio.
ENGENHEIRO II
Somos uma empresa multinacional Alemã, situada em São Gonçalo - Niterói, com posição destacada no mercado Médico/Hospitalar, reconhecida por sua alta tecnologia e pela qualidade dos seus produtos, seleciona o seguinte profissional: (DIVISÃO: MEIO AMBIENTE - SISTEMA DA QUALIDADE). Formação: Engenharia Ambiental, Mecânica, Química ou Produção. Experiência e/ou formação complementar em Gestão Ambiental. Conhecimento da Legislação Ambiental para condução de questões regulatórias com órgão ambientais. Conhecimento das Normas série ISO 14.000. Inglês para comunicação oral e escrita. Os candidatos interessados deverão encaminhar currículos com urgência para kilze.araujo@bbraun.com indicando no assunto a vaga de interesse.
FARMACÊUTICO III e/ou ENGENHEIRO III
Somos uma empresa multinacional Alemã, situada em São Gonçalo - Niterói, com posição destacada no mercado Médico/Hospitalar, reconhecida por sua alta tecnologia e pela qualidade dos seus produtos, seleciona o seguinte profissional: (DIVISÃO: SISTEMA DA QUALIDADE - REGULATORY AFFAIRS). Conhecimento de legislação sanitária; Prática na elaboração de relatórios técnicos de produtos para Saúde (prótese ortopédica ) para submissão da ANVISA. Domínio dos idiomas inglês e espanhol. Os candidatos interessados deverão encaminhar currículos com urgência para kilze.araujo@bbraun.com indicando no assunto a vaga de interesse.
ENGENHEIRO V
Somos uma empresa multinacional Alemã, situada em São Gonçalo - Niterói, com posição destacada no mercado Médico/Hospitalar, reconhecida por sua alta tecnologia e pela qualidade dos seus produtos, seleciona o seguinte profissional: (DIVISÃO: SISTEMA DA QUALIDADE - METROLOGIA). Formação em Engenharia Mecânica, Química, Eletrônica ou de Produção. Formação e experiência em Lean / Sigma (Black Belt ); Conhecimento e/ou experiência com gestão da qualidade; Desejável conhecimento em Metrologia. Os candidatos interessados deverão encaminhar currículos com urgência para kilze.araujo@bbraun.com indicando no assunto a vaga de interesse.
--- 19/08/2008 --
ENCARREGADO(A) DE LABORATÓRIO
Estamos selecionando candidatos para um de nossos clientes para o cargo de ENCARREGADO(A) DE LABORATÓRIO, cujo o principal objetivo é garantir a produção do laboratório. Requisitos: Formação completa em Técnico em Química. Profissional com experiência de chefia e liderança de equipe composta de no mínimo 10 pessoas, distribuição e controle das atividades, acompanhamento das análises químicas, validação de resultados e requisição de insumos, conhecimentos de controle de qualidade, GMP. Local: Zona Norte. Horário: segunda a sexta de 08:00 as 17:30h. Salário: informar último salário e pretensão salarial. Benefícios: Plano de saúde (extensivo aos dependentes) e vale refeição. Pedimos aos interessados enviarem currículos para virtuerh@gmail.com e informar no assunto ENC. LABORATÓRIO.
DIRETOR DE ASSUNTOS REGULATÓRIOS
Experiência anterior, relacionamento com a Anvisa; Graduação em Farmácia; Inglês fluente; Para atuar no Rio de Janeiro, empresa multinacional de grande porte. A Captativa é uma consultoria de Recursos Humanos que busca e seleciona profissionais do ramo farmacêutico. Para maiores informações acessem o site www.captativa.com.br. Seguem algumas vagas em aberto. Interessados, cadastrar o currículo no nosso banco de dados: www.captativa.com.br ou enviar cv para rh@captativa.com.br Atenção para os requisitos, que são exigidos pelos nossos clientes.
GERENTE DE PRODUTO
Experiência em marketing ou clínica médica; Superior completo em Medicina ou Farmácia; Inglês fluente; Para atuar no Rio de Janeiro, empresa multinacional de grande porte. A Captativa é uma consultoria de Recursos Humanos que busca e seleciona profissionais do ramo farmacêutico. Para maiores informações acessem o site www.captativa.com.br. Seguem algumas vagas em aberto. Interessados, cadastrar o currículo no nosso banco de dados: www.captativa.com.br ou enviar cv para rh@captativa.com.br Atenção para os requisitos, que são exigidos pelos nossos clientes.
GERENTE DE FORMAÇÃO
Conhecimento em treinamentos, palestras, sala de aula (trabalhará com a equipe de mkt); Superior completo em Medicina ou Farmácia; Inglês fluente; Para atuar no Rio de Janeiro, empresa multinacional de grande porte. A Captativa é uma consultoria de Recursos Humanos que busca e seleciona profissionais do ramo farmacêutico. Para maiores informações acessem o site www.captativa.com.br. Seguem algumas vagas em aberto. Interessados, cadastrar o currículo no nosso banco de dados: www.captativa.com.br ou enviar cv para rh@captativa.com.br Atenção para os requisitos, que são exigidos pelos nossos clientes.
AUXILIAR DE PRODUÇÃO
(desenvolvendo as funções de recebimento de materiais, pesagem de matérias-primas, auxiliar na embalagem de produtos, estocar o almoxarifado e separar pedidos para a expedição). Horário de trabalho: Segunda: 7:30 - 17:30. Terça à Sexta: 7:30 - 17:15. Oferecemos: vale transporte e o almoço. Salário: 607,00. Enviar o curriculum até sexta-feira: 22/08/2008 para o e-mail: indfarmaceutica@hotmail.com
FARMACÊUTICO (A)
para atuar no controle de qualidade (desenvolvendo as seguintes funções: validação de métodos analíticos, estabilidade e supervisionar o departamento). Ter experiência em análise de rotina de microbiologia, para atuar neste departamento também. Obs: somos uma empresa de pequeno porte com poucos produtos, com uma demanda pequena, assim, dá para conciliar estas tarefas acima. Horário de trabalho: Segunda à Sexta: 8:00 - 17:00. Oferecemos: vale transporte e o almoço. Salário: 2.000,00. Enviar o curriculum até sexta-feira: 22/08/2008 para o e-mail: indfarmaceutica@hotmail.com
SUPERVISOR DE PRODUÇÃO
com 2º grau completo ou superior incompleto (na área de engenharia de produção ou engenharia química ou curso técnico químico). com alguma experiência em galvanoplastia e em produção não seriada com conhecimento básico de excel para comandar o processo de produção, coordenando os setores diversos de uma oficina de galvanoplastiacom características de liderença, dinamismo, iniciativa. benefícios: convênio com o SESI, cesta básica. Salário: a combinar. Entrar em contato por e-mail: metalurgicabotafogorj@yahoo.com.br
TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
HR Oil, a Divisão de RH da Empresa G-Comex, recruta para seu Cliente, Empresa Multinacional do ramo de Petróleo o seguinte perfil: Inglês Fluente. Experiência embarcado (2 anos). Atividades exercidas: O Profissional deverá ser qualificado e certificado como Técnico de Segurança do Trabalho, com registro no Ministério do Trabalho. Conhecimento em sistema de Gestão integrado, experiência trabalhando embarcado (2 anos). Candidatos interessados e no perfil acima, favor encaminhar CV em Português e Inglês para hroil@hroil.com.br - informando a pretensão salarial e o cargo que está se candidatando no título do e-mail.
TÉCNICO DE INSTRUMENTAÇÃO
HR Oil, a Divisão de RH da Empresa G-Comex, recruta para seu Cliente, Empresa Multinacional do ramo de Petróleo o seguinte perfil: Inglês intermediário. Experiência embarcado (2 anos). Atividades exercidas: O Profissional deverá ser qualificado e certificado como Técnico de Elétrica/Instrumentação com experiência mínima de 2 anos na função. Deverá ter atuado com elétrica e instrumentação porque atuará nas duas áreas. É importante que esteja com os certificados em dia. Candidatos interessados e no perfil acima, favor encaminhar CV em Português e Inglês para hroil@hroil.com.br - informando a pretensão salarial e o cargo que está se candidatando no título do e-mail.
Principais atividades: Divulgação dos produtos - dermocosméticos - junto aos nossos principais clientes externos - os médicos. Perfil: Nível Superior Completo ou cursando em administração de empresas, Marketing, comunicação social ou áreas afins. Experiência mínima de 2 anos em divulgação de produtos dermatológicos. Habilidades: Pró ativo ; Dinâmico , Organizado e responsável. Reembolso Combustível + VR ( R$ 17, 00) + Aj. de custo. Interessados (as), favor encaminhar CV com pretensão salarial para amendes@dermage.com.br, colocando no campo assunto: PROPAGANDISTA. Favor informar se possui carro próprio.
ESTAGIÁRIA DE PROPAGANDA MÉDICA
Principais atividades: Divulgação sob supervisão dos produtos - dermocosméticos - junto aos nossos principais clientes externos - os médicos. Perfil: Cursando administração de empresas, Marketing, comunicação social ou áreas afins. Experiência em vendas e / ou atenbdimento à clientes. Habilidades: Pró ativo ; Dinâmico , Organizado e responsável. Reembolso Combustível + VR ( R$ 17, 00) + Aj. de custo. Interessados (as), favor encaminhar CV com pretensão salarial para amendes@dermage.com.br, colocando no campo assunto: ESTAG. PROPAGANDA MÉDICA. Favor informar se possui carro próprio.
ENGENHEIRO II
Somos uma empresa multinacional Alemã, situada em São Gonçalo - Niterói, com posição destacada no mercado Médico/Hospitalar, reconhecida por sua alta tecnologia e pela qualidade dos seus produtos, seleciona o seguinte profissional: (DIVISÃO: MEIO AMBIENTE - SISTEMA DA QUALIDADE). Formação: Engenharia Ambiental, Mecânica, Química ou Produção. Experiência e/ou formação complementar em Gestão Ambiental. Conhecimento da Legislação Ambiental para condução de questões regulatórias com órgão ambientais. Conhecimento das Normas série ISO 14.000. Inglês para comunicação oral e escrita. Os candidatos interessados deverão encaminhar currículos com urgência para kilze.araujo@bbraun.com indicando no assunto a vaga de interesse.
FARMACÊUTICO III e/ou ENGENHEIRO III
Somos uma empresa multinacional Alemã, situada em São Gonçalo - Niterói, com posição destacada no mercado Médico/Hospitalar, reconhecida por sua alta tecnologia e pela qualidade dos seus produtos, seleciona o seguinte profissional: (DIVISÃO: SISTEMA DA QUALIDADE - REGULATORY AFFAIRS). Conhecimento de legislação sanitária; Prática na elaboração de relatórios técnicos de produtos para Saúde (prótese ortopédica ) para submissão da ANVISA. Domínio dos idiomas inglês e espanhol. Os candidatos interessados deverão encaminhar currículos com urgência para kilze.araujo@bbraun.com indicando no assunto a vaga de interesse.
ENGENHEIRO V
Somos uma empresa multinacional Alemã, situada em São Gonçalo - Niterói, com posição destacada no mercado Médico/Hospitalar, reconhecida por sua alta tecnologia e pela qualidade dos seus produtos, seleciona o seguinte profissional: (DIVISÃO: SISTEMA DA QUALIDADE - METROLOGIA). Formação em Engenharia Mecânica, Química, Eletrônica ou de Produção. Formação e experiência em Lean / Sigma (Black Belt ); Conhecimento e/ou experiência com gestão da qualidade; Desejável conhecimento em Metrologia. Os candidatos interessados deverão encaminhar currículos com urgência para kilze.araujo@bbraun.com indicando no assunto a vaga de interesse.
--- 19/08/2008 --
ENCARREGADO(A) DE LABORATÓRIO
Estamos selecionando candidatos para um de nossos clientes para o cargo de ENCARREGADO(A) DE LABORATÓRIO, cujo o principal objetivo é garantir a produção do laboratório. Requisitos: Formação completa em Técnico em Química. Profissional com experiência de chefia e liderança de equipe composta de no mínimo 10 pessoas, distribuição e controle das atividades, acompanhamento das análises químicas, validação de resultados e requisição de insumos, conhecimentos de controle de qualidade, GMP. Local: Zona Norte. Horário: segunda a sexta de 08:00 as 17:30h. Salário: informar último salário e pretensão salarial. Benefícios: Plano de saúde (extensivo aos dependentes) e vale refeição. Pedimos aos interessados enviarem currículos para virtuerh@gmail.com e informar no assunto ENC. LABORATÓRIO.
DIRETOR DE ASSUNTOS REGULATÓRIOS
Experiência anterior, relacionamento com a Anvisa; Graduação em Farmácia; Inglês fluente; Para atuar no Rio de Janeiro, empresa multinacional de grande porte. A Captativa é uma consultoria de Recursos Humanos que busca e seleciona profissionais do ramo farmacêutico. Para maiores informações acessem o site www.captativa.com.br. Seguem algumas vagas em aberto. Interessados, cadastrar o currículo no nosso banco de dados: www.captativa.com.br ou enviar cv para rh@captativa.com.br Atenção para os requisitos, que são exigidos pelos nossos clientes.
GERENTE DE PRODUTO
Experiência em marketing ou clínica médica; Superior completo em Medicina ou Farmácia; Inglês fluente; Para atuar no Rio de Janeiro, empresa multinacional de grande porte. A Captativa é uma consultoria de Recursos Humanos que busca e seleciona profissionais do ramo farmacêutico. Para maiores informações acessem o site www.captativa.com.br. Seguem algumas vagas em aberto. Interessados, cadastrar o currículo no nosso banco de dados: www.captativa.com.br ou enviar cv para rh@captativa.com.br Atenção para os requisitos, que são exigidos pelos nossos clientes.
GERENTE DE FORMAÇÃO
Conhecimento em treinamentos, palestras, sala de aula (trabalhará com a equipe de mkt); Superior completo em Medicina ou Farmácia; Inglês fluente; Para atuar no Rio de Janeiro, empresa multinacional de grande porte. A Captativa é uma consultoria de Recursos Humanos que busca e seleciona profissionais do ramo farmacêutico. Para maiores informações acessem o site www.captativa.com.br. Seguem algumas vagas em aberto. Interessados, cadastrar o currículo no nosso banco de dados: www.captativa.com.br ou enviar cv para rh@captativa.com.br Atenção para os requisitos, que são exigidos pelos nossos clientes.
AUXILIAR DE PRODUÇÃO
(desenvolvendo as funções de recebimento de materiais, pesagem de matérias-primas, auxiliar na embalagem de produtos, estocar o almoxarifado e separar pedidos para a expedição). Horário de trabalho: Segunda: 7:30 - 17:30. Terça à Sexta: 7:30 - 17:15. Oferecemos: vale transporte e o almoço. Salário: 607,00. Enviar o curriculum até sexta-feira: 22/08/2008 para o e-mail: indfarmaceutica@hotmail.com
FARMACÊUTICO (A)
para atuar no controle de qualidade (desenvolvendo as seguintes funções: validação de métodos analíticos, estabilidade e supervisionar o departamento). Ter experiência em análise de rotina de microbiologia, para atuar neste departamento também. Obs: somos uma empresa de pequeno porte com poucos produtos, com uma demanda pequena, assim, dá para conciliar estas tarefas acima. Horário de trabalho: Segunda à Sexta: 8:00 - 17:00. Oferecemos: vale transporte e o almoço. Salário: 2.000,00. Enviar o curriculum até sexta-feira: 22/08/2008 para o e-mail: indfarmaceutica@hotmail.com
SUPERVISOR DE PRODUÇÃO
com 2º grau completo ou superior incompleto (na área de engenharia de produção ou engenharia química ou curso técnico químico). com alguma experiência em galvanoplastia e em produção não seriada com conhecimento básico de excel para comandar o processo de produção, coordenando os setores diversos de uma oficina de galvanoplastiacom características de liderença, dinamismo, iniciativa. benefícios: convênio com o SESI, cesta básica. Salário: a combinar. Entrar em contato por e-mail: metalurgicabotafogorj@yahoo.com.br
TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
HR Oil, a Divisão de RH da Empresa G-Comex, recruta para seu Cliente, Empresa Multinacional do ramo de Petróleo o seguinte perfil: Inglês Fluente. Experiência embarcado (2 anos). Atividades exercidas: O Profissional deverá ser qualificado e certificado como Técnico de Segurança do Trabalho, com registro no Ministério do Trabalho. Conhecimento em sistema de Gestão integrado, experiência trabalhando embarcado (2 anos). Candidatos interessados e no perfil acima, favor encaminhar CV em Português e Inglês para hroil@hroil.com.br - informando a pretensão salarial e o cargo que está se candidatando no título do e-mail.
TÉCNICO DE INSTRUMENTAÇÃO
HR Oil, a Divisão de RH da Empresa G-Comex, recruta para seu Cliente, Empresa Multinacional do ramo de Petróleo o seguinte perfil: Inglês intermediário. Experiência embarcado (2 anos). Atividades exercidas: O Profissional deverá ser qualificado e certificado como Técnico de Elétrica/Instrumentação com experiência mínima de 2 anos na função. Deverá ter atuado com elétrica e instrumentação porque atuará nas duas áreas. É importante que esteja com os certificados em dia. Candidatos interessados e no perfil acima, favor encaminhar CV em Português e Inglês para hroil@hroil.com.br - informando a pretensão salarial e o cargo que está se candidatando no título do e-mail.
8.25.2008
CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA
Na Resolução nº 417, de 29 de setembro de 2004, publicada em 17 de novembro de 2004, no Diário Oficial da União, Seção 1, pp. 306/307; leiam-se as seguintes retificações:
Resolução nº 417 de 29 de setembro de 2004
Ementa: Aprova o Código de Ética da Profissão Farmacêutica.
O CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, no exercício das atribuições que lhe confere o artigo 6º, alínea "g", da Lei n° 3.820, de 11 de novembro de 1960, RESOLVE:
Art. 1º - Aprovar o CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA, nos termos do Anexo desta Resolução, da qual faz parte.
Art. 2° - Esta Resolução entra em vigor na data da publicação, revogando-se as disposições em contrário e, em especial, os termos da Resolução nº 290/96 do Conselho Federal de Farmácia.
ANEXO
CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO
FARMACÊUTICA
PREÂMBULO
O FARMACÊUTICO É UM PROFISSIONAL DA SAÚDE, CUMPRINDO-LHE EXECUTAR TODAS AS ATIVIDADES INERENTES AO ÂMBITO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO, DE MODO A CONTRIBUIR PARA A SALVAGUARDA DA SAÚDE PÚBLICA E, AINDA, TODAS AS AÇÕES DE EDUCAÇÃO DIRIGIDAS À COMUNIDADE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE.
TÍTULO I
Do Exercício Profissional
CAPÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º - O exercício da profissão farmacêutica, como todo exercício profissional, tem uma dimensão ética que é regulada por este código e pelos diplomas legais em vigor, cuja transgressão resultará em sanções disciplinares por parte do Conselho Regional de Farmácia, após apuração pelas suas Comissões de Ética, independentemente das penalidades estabelecidas pelas leis do País.
Art. 2° - O farmacêutico atuará sempre com o maior respeito à vida humana, ao meio ambiente e à liberdade de consciência nas situações de conflito entre a ciência e os direitos fundamentais do homem.
Art. 3° - A dimensão ética da profissão farmacêutica é determinada, em todos os seus atos, pelo benefício ao ser humano, à coletividade e ao meio ambiente, sem qualquer discriminação.
Art. 4º - Os farmacêuticos respondem pelos atos que praticarem ou pelos que autorizarem no exercício da profissão.
Art. 5° - Para que possa exercer a profissão farmacêutica com honra e dignidade, o farmacêutico deve dispor de boas condições de trabalho e receber justa remuneração por seu desempenho.
Art. 6° - Cabe ao farmacêutico zelar pelo perfeito desempenho ético da Farmácia e pelo prestígio e bom conceito da profissão.
Art. 7° - O farmacêutico deve manter atualizados os seus conhecimentos técnicos e científicos para aperfeiçoar, de forma contínua, o desempenho de sua atividade profissional.
Art. 8° - A profissão farmacêutica, em qualquer circunstância ou de qualquer forma, não pode ser exercida exclusivamente com objetivo comercial.
Art. 9° - Em seu trabalho, o farmacêutico não pode se deixar explorar por terceiros, seja com objetivo de lucro, seja com finalidade política ou religiosa.
Art. 10 - O farmacêutico deve cumprir as disposições legais que disciplinam a prática profissional no País, sob pena de advertência.
CAPÍTULO II
Dos Deveres
Art. 11 - O farmacêutico, durante o tempo em que permanecer inscrito em um Conselho Regional de Farmácia, independentemente de estar ou não no exercício efetivo da profissão, deve:
I. comunicar às autoridades sanitárias e profissionais, com discrição e fundamento, fatos que caracterizem infringência a este Código e às normas que regulam o exercício das atividades farmacêuticas;
II. dispor seus serviços profissionais às autoridades constituídas, se solicitado, em caso de conflito social interno, catástrofe ou epidemia, independentemente de haver ou não remuneração ou vantagem pessoal;
III. exercer a assistência farmacêutica e fornecer informações ao usuário dos serviços;
IV. respeitar o direito de decisão do usuário sobre sua própria saúde e bem-estar, excetuando-se o usuário que, mediante laudo médico ou determinação judicial, for considerado incapaz de discernir sobre opções de tratamento e/ou decidir sobre sua própria saúde e bem-estar;
V. comunicar ao Conselho Regional de Farmácia e às autoridades sanitárias a recusa ou a demissão de cargo, função ou emprego, motivada pela necessidade de preservar os legítimos interesses da profissão, da sociedade ou da saúde pública;
VI. guardar sigilo de fatos que tenha conhecimento no exercício da profissão, excetuando-se os de dever legal, amparados pela legislação vigente, os quais exijam comunicação, denúncia ou relato a quem de direito;
VII. respeitar a vida humana, jamais cooperando com atos que intencionalmente atentem contra ela ou que coloquem em risco sua integridade física ou psíquica;
VIII. assumir, com responsabilidade social, sanitária, política e educativa, sua função na determinação de padrões desejáveis do ensino e do exercício da Farmácia;
IX. contribuir para a promoção da saúde individual e coletiva, principalmente no campo da prevenção, sobretudo quando, nessa área, desempenhar cargo ou função pública;
X. adotar postura científica, perante as práticas terapêuticas alternativas, de modo que o usuário fique bem informado e possa melhor decidir sobre a sua saúde e bem-estar;
XI. selecionar, nos limites da lei, os auxiliares para o exercício de sua atividade;
XII. denunciar às autoridades competentes quaisquer formas de poluição, deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, prejudiciais à saúde e à vida;
XIII. evitar que o acúmulo de encargos prejudique a qualidade da atividade farmacêutica prestada.
Art. 12 - O farmacêutico deve comunicar ao Conselho Regional de Farmácia, por escrito, o afastamento de suas atividades profissionais das quais detém responsabilidade técnica, quando não houver outro farmacêutico que, legalmente, o substitua.
§ 1º - A comunicação ao Conselho Regional de Farmácia deverá ocorrer no prazo máximo de 5 (cinco) dias após o afastamento, quando este ocorrer por motivo de doença, acidente pessoal, óbito familiar, ou outro, a ser avaliado pelo CRF.
§ 2º - Quando o afastamento for motivado por doença, o farmacêutico ou seu procurador deverá apresentar à empresa ou instituição documento datado e assinado, justificando sua ausência, a ser comprovada por atestado, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º - Quando o afastamento ocorrer por motivo de férias, congressos, cursos de aperfeiçoamento, atividades administrativas ou outras atividades, a comunicação ao Conselho Regional de Farmácia deverá ocorrer com antecedência mínima de 1 (um) dia.
CAPÍTULO III
Das Proibições
Art. 13 - É proibido ao farmacêutico:
I. participar de qualquer tipo de experiência em ser humano, com fins bélicos, raciais ou eugênicos, pesquisa clínica ou em que se constate desrespeito a algum direito inalienável do ser humano;
II. exercer simultaneamente a Medicina;
III. praticar procedimento que não seja reconhecido pelo Conselho Federal de Farmácia;
IV. praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou psicológico ao usuário do serviço, que possa ser caracterizado como imperícia, negligência ou imprudência;
V. deixar de prestar assistência técnica efetiva ao estabelecimento com o qual mantém vínculo profissional, ou permitir a utilização do seu nome por qualquer estabelecimento ou instituição onde não exerça pessoal e efetivamente sua função;
VI. realizar, ou participar de atos fraudulentos relacionados à profissão farmacêutica, em todas as suas áreas de abrangência;
VII. fornecer meio, instrumento, substância ou conhecimento para induzir a prática (ou dela participar) de eutanásia, de tortura, de toxicomania ou de qualquer outra forma de procedimento degradante, desumano ou cruel em relação ao ser humano;
VIII. produzir, fornecer, dispensar, ou permitir que seja dispensado meio, instrumento, substância e/ou conhecimento, medicamento ou fórmula magistral, ou especialidade farmacêutica, fracionada ou não, que não contenha sua identificação clara e precisa sobre a(s) substância(s) ativa(s) contida(s), bem como suas respectivas quantidades, contrariando as normas legais e técnicas, excetuando-se a dispensação hospitalar interna, em que poderá haver a codificação do medicamento que for fracionado, sem, contudo, omitir o seu nome ou fórmula;
IX. obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades sanitárias ou profissionais;
X. aceitar remuneração abaixo do estabelecido como o piso salarial, mediante acordos ou dissídios da categoria;
XI. declarar possuir títulos científicos ou especialização que não possa comprovar;
XII. permitir interferência nos resultados apresentados como perito ou auditor;
XIII. aceitar ser perito ou auditor quando houver envolvimento pessoal ou institucional;
XIV. exercer a profissão farmacêutica quando estiver sob a sanção disciplinar de suspensão;
XV. expor, dispensar, ou permitir que seja dispensado medicamento em contrariedade à legislação vigente;
XVI. exercer a profissão em estabelecimento que não esteja devidamente registrado nos órgãos de fiscalização sanitária e do exercício profissional;
XVII. aceitar a interferência de leigos em seus trabalhos e em suas decisões de natureza profissional;
XVIII. delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivos da profissão farmacêutica;
XIX. omitir-se e/ou acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Farmácia, ou com profissionais ou instituições farmacêuticas que pratiquem atos ilícitos;
XX. assinar trabalhos realizados por outrem, alheio à sua execução, orientação, supervisão ou fiscalização, ou ainda assumir responsabilidade por ato farmacêutico que não praticou ou do qual não participou efetivamente;
XXI. prevalecer-se do cargo de chefia ou de empregador para desrespeitar a dignidade de subordinados;
XXII. pleitear, de forma desleal, para si ou para outrem, emprego, cargo ou função que esteja sendo exercido por outro farmacêutico, bem como praticar atos de concorrência desleal;
XXIII. fornecer, ou permitir que forneçam, medicamento ou fármaco para uso diverso da sua finalidade;
XXIV. exercer a Farmácia em interação com outras profissões, concedendo vantagem, ou não, aos demais profissionais habilitados para direcionamento de usuário, visando ao interesse econômico e ferindo o direito do usuário de livremente escolher o serviço e o profissional;
XXV. receber remuneração por serviços que não tenha efetivamente prestado;
XXVI. exercer a fiscalização profissional e sanitária, quando for sócio ou acionista de qualquer categoria, ou interessado por qualquer forma, bem como prestar serviços a empresa ou estabelecimento que explore o comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, laboratórios, distribuidoras, indústrias, com ou sem vínculo empregatício.
Art. 14 - Quando atuante no serviço público, é vedado ao farmacêutico:
I. utilizar-se do serviço ou cargo público para executar trabalhos de empresa privada de sua propriedade ou de outrem, como forma de obter vantagens pessoais;
II. cobrar ou receber remuneração do usuário do serviço;
III. reduzir, irregularmente, quando em função de chefia, a remuneração devida a outro farmacêutico.
CAPÍTULO IV
Da Publicidade e dos Trabalhos Científicos
Art. 15 - É vedado ao farmacêutico:
I. divulgar assunto ou descoberta de conteúdo inverídico;
II. publicar, em seu nome, trabalho científico do qual não tenha participado ou atribuir-se autoria exclusiva quando houver participação de subordinados ou outros profissionais, farmacêuticos ou não;
III. promover publicidade enganosa ou abusiva da boa fé do usuário;
IV. anunciar produtos farmacêuticos ou processos por meios capazes de induzir ao uso indiscriminado de medicamentos;
V. utilizar-se, sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, de dados ou informações, publicados ou não;
VI. promover pesquisa na comunidade, sem o seu consentimento livre e esclarecido, e sem que o objetivo seja a proteção ou a promoção da saúde.
CAPÍTULO V
Dos Direitos
Art. 16 - São direitos do farmacêutico:
I. exercer a profissão sem ser discriminado por questões de religião, raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, condição social, opinião política ou de qualquer outra natureza;
II. interagir com o profissional prescritor, quando necessário, para garantir a segurança e a eficácia da terapêutica farmacológica, com fundamento no uso racional de medicamentos;
III. exigir dos demais profissionais de saúde o cumprimento da legislação sanitária vigente, em especial quanto à legibilidade da prescrição;
IV. recusar-se a exercer a profissão em instituição pública ou privada, onde inexistam condições dignas de trabalho ou que possam prejudicar o usuário, com direito a representação junto às autoridades sanitárias e profissionais, contra a instituição;
V. opor-se a exercer a profissão, ou suspender a sua atividade, individual ou coletivamente, em instituição pública ou privada, onde inexistam remuneração ou condições dignas de trabalho ou que possam prejudicar o usuário, ressalvadas as situações de urgência ou de emergência, devendo comunicá-las imediatamente ao Conselho Regional de Farmácia e às autoridades sanitárias e profissionais;
VI. negar-se a realizar atos farmacêuticos que, embora autorizados por lei, sejam contrários aos ditames da ciência e da técnica, comunicando o fato, quando for o caso, ao usuário, a outros profissionais envolvidos ou ao respectivo Conselho Regional de Farmácia.
TÍTULO II
Das Relações Profissionais
Art. 17 - O farmacêutico, perante seus colegas e demais profissionais da equipe de saúde, deve comprometer-se a:
I. obter e conservar alto nível ético em seu meio profissional e manter relações cordiais com a sua equipe de trabalho, prestando-lhe apoio, assistência e solidariedade moral e profissional;
II. adotar critério justo nas suas atividades e nos pronunciamentos sobre serviços e funções confiados anteriormente a outro farmacêutico;
III. prestar colaboração aos colegas que dela necessitem, assegurando-lhes consideração, apoio e solidariedade que reflitam a harmonia e o prestígio da categoria;
IV. prestigiar iniciativas dos interesses da categoria;
V. empenhar-se em elevar e firmar seu próprio conceito, procurando manter a confiança dos membros da equipe de trabalho e do público em geral;
VI. limitar-se às suas atribuições no trabalho, mantendo relacionamento harmonioso com outros profissionais, no sentido de garantir unidade de ação na realização de atividades a que se propõe em benefício individual e coletivo;
VII. denunciar, a quem de direito, atos que contrariem os postulados éticos da profissão.
TÍTULO III
Das Relações com os Conselhos
Art. 18 - Na relação com os Conselhos, obriga-se o farmacêutico a:
I. acatar e respeitar os Acórdãos e Resoluções do Conselho Federal e os Acórdãos e Deliberações dos Conselhos Regionais de Farmácia;
II. prestar, com fidelidade, informações que lhe forem solicitadas a respeito de seu exercício profissional;
III. comunicar ao Conselho Regional de Farmácia em que estiver inscrito, toda e qualquer conduta ilegal ou antiética que observar na prática profissional;
IV. atender convocação, intimação, notificação ou requisição administrativa no prazo determinado, feita pelos Conselhos Regionais de Farmácia, a não ser por motivo de força maior, comprovadamente justificado.
Art. 19 - O farmacêutico, no exercício profissional, fica obrigado a informar, por escrito, ao respectivo Conselho Regional de Farmácia (CRF) todos os seus vínculos, com dados completos da empresa (razão social, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - C.N.P.J., endereço, horário de funcionamento e de Responsabilidade Técnica - RT), mantendo atualizado o seu endereço residencial e os horários de responsabilidade técnica ou de substituição.
TÍTULO IV
Das Infrações e Sanções Disciplinares
Art. 20 - As sanções disciplinares consistem em:
I. de advertência ou censura;
II. de multa de (um) salário-mínimo a 3 (três) salários-mínimos regionais;
III. de suspensão de 3 (três) meses a um ano;
IV. de eliminação.
TÍTULO V
Das Disposições Gerais
Art. 21 - As normas deste Código aplicam-se aos farmacêuticos, em qualquer cargo ou função, independentemente do estabelecimento ou instituição onde estejam prestando serviço.
Art. 22 - A verificação do cumprimento das normas estabelecidas neste Código é atribuição do Conselho Federal de Farmácia, dos Conselhos Regionais de Farmácia e suas Comissões de Ética, das autoridades da área de saúde, dos farmacêuticos e da sociedade em geral.
Art. 23 - A apuração das infrações éticas compete ao Conselho Regional de Farmácia em que o profissional está inscrito ao tempo do fato punível em que incorreu, por meio de sua Comissão de Ética.
Art. 24 - O farmacêutico portador de doença que o incapacite para o exercício da farmácia, apurada pelo Conselho Regional de Farmácia em procedimento administrativo com perícia médica, terá suas atividades profissionais suspensas enquanto perdurar sua incapacidade.
Art. 25 - O profissional condenado por sentença criminal, definitivamente transitada em julgado, por crime praticado no uso do exercício da profissão, ficará suspenso da atividade enquanto durar a execução da pena.
Art. 26 - Prescreve em 24 (vinte e quatro) meses a constatação fiscal de ausência do farmacêutico no estabelecimento, através de auto de infração ou termo de visita, para efeito de instauração de processo ético.
Art. 27 - Aplica-se o Código de Ética a todos os inscritos no Conselho Regional de Farmácia.
Art. 28 - O Conselho Federal de Farmácia, ouvidos os Conselhos Regionais de Farmácia e a categoria farmacêutica, promoverá a revisão e a atualização deste Código, quando necessário.
Art. 29 - As condições omissas neste Código serão decididas pelo Conselho Federal de Farmácia.
Na Resolução nº 417, de 29 de setembro de 2004, publicada em 17 de novembro de 2004, no Diário Oficial da União, Seção 1, pp. 306/307; leiam-se as seguintes retificações:
Resolução nº 417 de 29 de setembro de 2004
Ementa: Aprova o Código de Ética da Profissão Farmacêutica.
O CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, no exercício das atribuições que lhe confere o artigo 6º, alínea "g", da Lei n° 3.820, de 11 de novembro de 1960, RESOLVE:
Art. 1º - Aprovar o CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA, nos termos do Anexo desta Resolução, da qual faz parte.
Art. 2° - Esta Resolução entra em vigor na data da publicação, revogando-se as disposições em contrário e, em especial, os termos da Resolução nº 290/96 do Conselho Federal de Farmácia.
ANEXO
CÓDIGO DE ÉTICA DA PROFISSÃO
FARMACÊUTICA
PREÂMBULO
O FARMACÊUTICO É UM PROFISSIONAL DA SAÚDE, CUMPRINDO-LHE EXECUTAR TODAS AS ATIVIDADES INERENTES AO ÂMBITO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO, DE MODO A CONTRIBUIR PARA A SALVAGUARDA DA SAÚDE PÚBLICA E, AINDA, TODAS AS AÇÕES DE EDUCAÇÃO DIRIGIDAS À COMUNIDADE NA PROMOÇÃO DA SAÚDE.
TÍTULO I
Do Exercício Profissional
CAPÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º - O exercício da profissão farmacêutica, como todo exercício profissional, tem uma dimensão ética que é regulada por este código e pelos diplomas legais em vigor, cuja transgressão resultará em sanções disciplinares por parte do Conselho Regional de Farmácia, após apuração pelas suas Comissões de Ética, independentemente das penalidades estabelecidas pelas leis do País.
Art. 2° - O farmacêutico atuará sempre com o maior respeito à vida humana, ao meio ambiente e à liberdade de consciência nas situações de conflito entre a ciência e os direitos fundamentais do homem.
Art. 3° - A dimensão ética da profissão farmacêutica é determinada, em todos os seus atos, pelo benefício ao ser humano, à coletividade e ao meio ambiente, sem qualquer discriminação.
Art. 4º - Os farmacêuticos respondem pelos atos que praticarem ou pelos que autorizarem no exercício da profissão.
Art. 5° - Para que possa exercer a profissão farmacêutica com honra e dignidade, o farmacêutico deve dispor de boas condições de trabalho e receber justa remuneração por seu desempenho.
Art. 6° - Cabe ao farmacêutico zelar pelo perfeito desempenho ético da Farmácia e pelo prestígio e bom conceito da profissão.
Art. 7° - O farmacêutico deve manter atualizados os seus conhecimentos técnicos e científicos para aperfeiçoar, de forma contínua, o desempenho de sua atividade profissional.
Art. 8° - A profissão farmacêutica, em qualquer circunstância ou de qualquer forma, não pode ser exercida exclusivamente com objetivo comercial.
Art. 9° - Em seu trabalho, o farmacêutico não pode se deixar explorar por terceiros, seja com objetivo de lucro, seja com finalidade política ou religiosa.
Art. 10 - O farmacêutico deve cumprir as disposições legais que disciplinam a prática profissional no País, sob pena de advertência.
CAPÍTULO II
Dos Deveres
Art. 11 - O farmacêutico, durante o tempo em que permanecer inscrito em um Conselho Regional de Farmácia, independentemente de estar ou não no exercício efetivo da profissão, deve:
I. comunicar às autoridades sanitárias e profissionais, com discrição e fundamento, fatos que caracterizem infringência a este Código e às normas que regulam o exercício das atividades farmacêuticas;
II. dispor seus serviços profissionais às autoridades constituídas, se solicitado, em caso de conflito social interno, catástrofe ou epidemia, independentemente de haver ou não remuneração ou vantagem pessoal;
III. exercer a assistência farmacêutica e fornecer informações ao usuário dos serviços;
IV. respeitar o direito de decisão do usuário sobre sua própria saúde e bem-estar, excetuando-se o usuário que, mediante laudo médico ou determinação judicial, for considerado incapaz de discernir sobre opções de tratamento e/ou decidir sobre sua própria saúde e bem-estar;
V. comunicar ao Conselho Regional de Farmácia e às autoridades sanitárias a recusa ou a demissão de cargo, função ou emprego, motivada pela necessidade de preservar os legítimos interesses da profissão, da sociedade ou da saúde pública;
VI. guardar sigilo de fatos que tenha conhecimento no exercício da profissão, excetuando-se os de dever legal, amparados pela legislação vigente, os quais exijam comunicação, denúncia ou relato a quem de direito;
VII. respeitar a vida humana, jamais cooperando com atos que intencionalmente atentem contra ela ou que coloquem em risco sua integridade física ou psíquica;
VIII. assumir, com responsabilidade social, sanitária, política e educativa, sua função na determinação de padrões desejáveis do ensino e do exercício da Farmácia;
IX. contribuir para a promoção da saúde individual e coletiva, principalmente no campo da prevenção, sobretudo quando, nessa área, desempenhar cargo ou função pública;
X. adotar postura científica, perante as práticas terapêuticas alternativas, de modo que o usuário fique bem informado e possa melhor decidir sobre a sua saúde e bem-estar;
XI. selecionar, nos limites da lei, os auxiliares para o exercício de sua atividade;
XII. denunciar às autoridades competentes quaisquer formas de poluição, deterioração do meio ambiente ou riscos inerentes ao trabalho, prejudiciais à saúde e à vida;
XIII. evitar que o acúmulo de encargos prejudique a qualidade da atividade farmacêutica prestada.
Art. 12 - O farmacêutico deve comunicar ao Conselho Regional de Farmácia, por escrito, o afastamento de suas atividades profissionais das quais detém responsabilidade técnica, quando não houver outro farmacêutico que, legalmente, o substitua.
§ 1º - A comunicação ao Conselho Regional de Farmácia deverá ocorrer no prazo máximo de 5 (cinco) dias após o afastamento, quando este ocorrer por motivo de doença, acidente pessoal, óbito familiar, ou outro, a ser avaliado pelo CRF.
§ 2º - Quando o afastamento for motivado por doença, o farmacêutico ou seu procurador deverá apresentar à empresa ou instituição documento datado e assinado, justificando sua ausência, a ser comprovada por atestado, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 3º - Quando o afastamento ocorrer por motivo de férias, congressos, cursos de aperfeiçoamento, atividades administrativas ou outras atividades, a comunicação ao Conselho Regional de Farmácia deverá ocorrer com antecedência mínima de 1 (um) dia.
CAPÍTULO III
Das Proibições
Art. 13 - É proibido ao farmacêutico:
I. participar de qualquer tipo de experiência em ser humano, com fins bélicos, raciais ou eugênicos, pesquisa clínica ou em que se constate desrespeito a algum direito inalienável do ser humano;
II. exercer simultaneamente a Medicina;
III. praticar procedimento que não seja reconhecido pelo Conselho Federal de Farmácia;
IV. praticar ato profissional que cause dano físico, moral ou psicológico ao usuário do serviço, que possa ser caracterizado como imperícia, negligência ou imprudência;
V. deixar de prestar assistência técnica efetiva ao estabelecimento com o qual mantém vínculo profissional, ou permitir a utilização do seu nome por qualquer estabelecimento ou instituição onde não exerça pessoal e efetivamente sua função;
VI. realizar, ou participar de atos fraudulentos relacionados à profissão farmacêutica, em todas as suas áreas de abrangência;
VII. fornecer meio, instrumento, substância ou conhecimento para induzir a prática (ou dela participar) de eutanásia, de tortura, de toxicomania ou de qualquer outra forma de procedimento degradante, desumano ou cruel em relação ao ser humano;
VIII. produzir, fornecer, dispensar, ou permitir que seja dispensado meio, instrumento, substância e/ou conhecimento, medicamento ou fórmula magistral, ou especialidade farmacêutica, fracionada ou não, que não contenha sua identificação clara e precisa sobre a(s) substância(s) ativa(s) contida(s), bem como suas respectivas quantidades, contrariando as normas legais e técnicas, excetuando-se a dispensação hospitalar interna, em que poderá haver a codificação do medicamento que for fracionado, sem, contudo, omitir o seu nome ou fórmula;
IX. obstar, ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades sanitárias ou profissionais;
X. aceitar remuneração abaixo do estabelecido como o piso salarial, mediante acordos ou dissídios da categoria;
XI. declarar possuir títulos científicos ou especialização que não possa comprovar;
XII. permitir interferência nos resultados apresentados como perito ou auditor;
XIII. aceitar ser perito ou auditor quando houver envolvimento pessoal ou institucional;
XIV. exercer a profissão farmacêutica quando estiver sob a sanção disciplinar de suspensão;
XV. expor, dispensar, ou permitir que seja dispensado medicamento em contrariedade à legislação vigente;
XVI. exercer a profissão em estabelecimento que não esteja devidamente registrado nos órgãos de fiscalização sanitária e do exercício profissional;
XVII. aceitar a interferência de leigos em seus trabalhos e em suas decisões de natureza profissional;
XVIII. delegar a outros profissionais atos ou atribuições exclusivos da profissão farmacêutica;
XIX. omitir-se e/ou acumpliciar-se com os que exercem ilegalmente a Farmácia, ou com profissionais ou instituições farmacêuticas que pratiquem atos ilícitos;
XX. assinar trabalhos realizados por outrem, alheio à sua execução, orientação, supervisão ou fiscalização, ou ainda assumir responsabilidade por ato farmacêutico que não praticou ou do qual não participou efetivamente;
XXI. prevalecer-se do cargo de chefia ou de empregador para desrespeitar a dignidade de subordinados;
XXII. pleitear, de forma desleal, para si ou para outrem, emprego, cargo ou função que esteja sendo exercido por outro farmacêutico, bem como praticar atos de concorrência desleal;
XXIII. fornecer, ou permitir que forneçam, medicamento ou fármaco para uso diverso da sua finalidade;
XXIV. exercer a Farmácia em interação com outras profissões, concedendo vantagem, ou não, aos demais profissionais habilitados para direcionamento de usuário, visando ao interesse econômico e ferindo o direito do usuário de livremente escolher o serviço e o profissional;
XXV. receber remuneração por serviços que não tenha efetivamente prestado;
XXVI. exercer a fiscalização profissional e sanitária, quando for sócio ou acionista de qualquer categoria, ou interessado por qualquer forma, bem como prestar serviços a empresa ou estabelecimento que explore o comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, laboratórios, distribuidoras, indústrias, com ou sem vínculo empregatício.
Art. 14 - Quando atuante no serviço público, é vedado ao farmacêutico:
I. utilizar-se do serviço ou cargo público para executar trabalhos de empresa privada de sua propriedade ou de outrem, como forma de obter vantagens pessoais;
II. cobrar ou receber remuneração do usuário do serviço;
III. reduzir, irregularmente, quando em função de chefia, a remuneração devida a outro farmacêutico.
CAPÍTULO IV
Da Publicidade e dos Trabalhos Científicos
Art. 15 - É vedado ao farmacêutico:
I. divulgar assunto ou descoberta de conteúdo inverídico;
II. publicar, em seu nome, trabalho científico do qual não tenha participado ou atribuir-se autoria exclusiva quando houver participação de subordinados ou outros profissionais, farmacêuticos ou não;
III. promover publicidade enganosa ou abusiva da boa fé do usuário;
IV. anunciar produtos farmacêuticos ou processos por meios capazes de induzir ao uso indiscriminado de medicamentos;
V. utilizar-se, sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa, de dados ou informações, publicados ou não;
VI. promover pesquisa na comunidade, sem o seu consentimento livre e esclarecido, e sem que o objetivo seja a proteção ou a promoção da saúde.
CAPÍTULO V
Dos Direitos
Art. 16 - São direitos do farmacêutico:
I. exercer a profissão sem ser discriminado por questões de religião, raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, condição social, opinião política ou de qualquer outra natureza;
II. interagir com o profissional prescritor, quando necessário, para garantir a segurança e a eficácia da terapêutica farmacológica, com fundamento no uso racional de medicamentos;
III. exigir dos demais profissionais de saúde o cumprimento da legislação sanitária vigente, em especial quanto à legibilidade da prescrição;
IV. recusar-se a exercer a profissão em instituição pública ou privada, onde inexistam condições dignas de trabalho ou que possam prejudicar o usuário, com direito a representação junto às autoridades sanitárias e profissionais, contra a instituição;
V. opor-se a exercer a profissão, ou suspender a sua atividade, individual ou coletivamente, em instituição pública ou privada, onde inexistam remuneração ou condições dignas de trabalho ou que possam prejudicar o usuário, ressalvadas as situações de urgência ou de emergência, devendo comunicá-las imediatamente ao Conselho Regional de Farmácia e às autoridades sanitárias e profissionais;
VI. negar-se a realizar atos farmacêuticos que, embora autorizados por lei, sejam contrários aos ditames da ciência e da técnica, comunicando o fato, quando for o caso, ao usuário, a outros profissionais envolvidos ou ao respectivo Conselho Regional de Farmácia.
TÍTULO II
Das Relações Profissionais
Art. 17 - O farmacêutico, perante seus colegas e demais profissionais da equipe de saúde, deve comprometer-se a:
I. obter e conservar alto nível ético em seu meio profissional e manter relações cordiais com a sua equipe de trabalho, prestando-lhe apoio, assistência e solidariedade moral e profissional;
II. adotar critério justo nas suas atividades e nos pronunciamentos sobre serviços e funções confiados anteriormente a outro farmacêutico;
III. prestar colaboração aos colegas que dela necessitem, assegurando-lhes consideração, apoio e solidariedade que reflitam a harmonia e o prestígio da categoria;
IV. prestigiar iniciativas dos interesses da categoria;
V. empenhar-se em elevar e firmar seu próprio conceito, procurando manter a confiança dos membros da equipe de trabalho e do público em geral;
VI. limitar-se às suas atribuições no trabalho, mantendo relacionamento harmonioso com outros profissionais, no sentido de garantir unidade de ação na realização de atividades a que se propõe em benefício individual e coletivo;
VII. denunciar, a quem de direito, atos que contrariem os postulados éticos da profissão.
TÍTULO III
Das Relações com os Conselhos
Art. 18 - Na relação com os Conselhos, obriga-se o farmacêutico a:
I. acatar e respeitar os Acórdãos e Resoluções do Conselho Federal e os Acórdãos e Deliberações dos Conselhos Regionais de Farmácia;
II. prestar, com fidelidade, informações que lhe forem solicitadas a respeito de seu exercício profissional;
III. comunicar ao Conselho Regional de Farmácia em que estiver inscrito, toda e qualquer conduta ilegal ou antiética que observar na prática profissional;
IV. atender convocação, intimação, notificação ou requisição administrativa no prazo determinado, feita pelos Conselhos Regionais de Farmácia, a não ser por motivo de força maior, comprovadamente justificado.
Art. 19 - O farmacêutico, no exercício profissional, fica obrigado a informar, por escrito, ao respectivo Conselho Regional de Farmácia (CRF) todos os seus vínculos, com dados completos da empresa (razão social, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - C.N.P.J., endereço, horário de funcionamento e de Responsabilidade Técnica - RT), mantendo atualizado o seu endereço residencial e os horários de responsabilidade técnica ou de substituição.
TÍTULO IV
Das Infrações e Sanções Disciplinares
Art. 20 - As sanções disciplinares consistem em:
I. de advertência ou censura;
II. de multa de (um) salário-mínimo a 3 (três) salários-mínimos regionais;
III. de suspensão de 3 (três) meses a um ano;
IV. de eliminação.
TÍTULO V
Das Disposições Gerais
Art. 21 - As normas deste Código aplicam-se aos farmacêuticos, em qualquer cargo ou função, independentemente do estabelecimento ou instituição onde estejam prestando serviço.
Art. 22 - A verificação do cumprimento das normas estabelecidas neste Código é atribuição do Conselho Federal de Farmácia, dos Conselhos Regionais de Farmácia e suas Comissões de Ética, das autoridades da área de saúde, dos farmacêuticos e da sociedade em geral.
Art. 23 - A apuração das infrações éticas compete ao Conselho Regional de Farmácia em que o profissional está inscrito ao tempo do fato punível em que incorreu, por meio de sua Comissão de Ética.
Art. 24 - O farmacêutico portador de doença que o incapacite para o exercício da farmácia, apurada pelo Conselho Regional de Farmácia em procedimento administrativo com perícia médica, terá suas atividades profissionais suspensas enquanto perdurar sua incapacidade.
Art. 25 - O profissional condenado por sentença criminal, definitivamente transitada em julgado, por crime praticado no uso do exercício da profissão, ficará suspenso da atividade enquanto durar a execução da pena.
Art. 26 - Prescreve em 24 (vinte e quatro) meses a constatação fiscal de ausência do farmacêutico no estabelecimento, através de auto de infração ou termo de visita, para efeito de instauração de processo ético.
Art. 27 - Aplica-se o Código de Ética a todos os inscritos no Conselho Regional de Farmácia.
Art. 28 - O Conselho Federal de Farmácia, ouvidos os Conselhos Regionais de Farmácia e a categoria farmacêutica, promoverá a revisão e a atualização deste Código, quando necessário.
Art. 29 - As condições omissas neste Código serão decididas pelo Conselho Federal de Farmácia.