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7.25.2009

Perigo para a saúde dos bebês: Produtos industrializados antes dos 3 meses de idade

Perigo para a saúde dos bebês
Pesquisa mostra que 67% das crianças experimentaram produtos industrializados antes dos 3 meses de idade

Rio - Uma grande parte dos pais brasileiros está trocando a alimentação saudável de seus filhos menores de 2 anos por comestíveis ricos em gorduras e açúcares, que fazem mal à saúde. A conclusão é de pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de SP), feita com 270 pais de menores frequentadores de berçários e creches públicas da capital paulista. O estudo aponta que 67% dos bebês experimentaram, antes dos três meses de idade, alimentos industrializados como macarrão instantâneo, açúcar refinado, suco de frutas artificial e até mesmo salgadinhos e embutidos.

De acordo com Maysa Helena de Aguiar Toloni, nutricionista e autora da pesquisa, os resultados preocupam, já que a obesidade infantil é considerada um problema de saúde pública no Brasil: cerca de 10% das crianças e 20% dos adolescentes estão acima do peso.

A pesquisa mostra que, até os três meses de vida, 31% dos pais afirmaram ter oferecido açúcar ao filho; 49%, chás e, 18%, mel. Até os doze meses, o açúcar atinge o índice de 87%; o chá, 88%, e, o mel, 73%. Outro dado que chama a atenção é a idade com que as crianças começam a conhecer os refrigerantes: entre o primeiro e o sexto mês de vida, 12% já experimentaram. Até os nove meses, o índice sobe para quase 20% e mais da metade (56,5%) já teve a bebida incluída no cardápio até o primeiro ano de vida. “Somente depois dos seis meses é que a criança está apta a receber, de forma gradual, outros alimentos adequados à idade, mas mantendo o leite materno até os dois anos”, diz Maysa.

Diabetes, hipertensão e obesidade

A ingestão precoce de gorduras e açúcar está associada ao abandono do aleitamento materno e ao baixo consumo de frutas, legumes, cereais e hortaliças. Esse tipo de alimentação compromete o crescimento e desenvolvimento e pode desencadear alergias, diz a nutricionista. Ela destaca, ainda, a possibilidade de surgimento, cada vez mais cedo, das chamadas ‘doenças crônicas não transmissíveis’: diabetes, hipertensão arterial, obesidade, dislipidemias, acidente vascular cerebral, diversos tipos de cânceres, artroses e enfisema pulmonar, entre outras.

“Vale lembrar que 60% das crianças e adolescentes obesos já sofrem de hipertensão e dislipidemia, que é o aumento do nível de gordura no sangue e que está ligada à doenças coronarianas”.

O Dia

Fenômeno climático "El Niño" pode trazer seca ao nordeste e à Amazônia e provocar enchentes no sul do Brasil

El Niño pode trazer seca ao nordeste e à Amazônia, diz agência dos EUA
Fenômeno climático também poderá provocar enchentes no sul do país entre 2009 e 2010.

Acordo mundial sobre clima só será possível com apoio da China, diz ONU Instituto recebe supercâmera que vigiará Amazônia do espaço Greenpeace registra degelo na Groenlândia Países ricos 'precisarão de US$10 bi para ajudar pobres a lidar com mudanças climáticas'

A chegada do fenômeno climático El Niño poderá provocar seca no nordeste brasileiro e na região amazônica e enchentes no sul do país entre o fim deste ano e o começo de 2010, segundo avaliação da agência nacional e atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês).

Após registrar um aumento constante das temperaturas da superfície do Oceano Pacífico central nos últimos seis meses, a NOAA confirmou o início do El Niño.

O fenômeno climático é caracterizado pelo aumento das temperaturas na zona equatorial do Pacífico, que ocorre a cada quatro ou cinco anos e afeta o clima em todo mundo.

Para muitos, a simples menção ao El Niño é um sinal de alarme. Há pouco mais de uma década, entre 1997 e 1998, ocorreu um dos mais fortes El Niño da história, com catástrofes climáticas que deixaram milhares de mortos.

Danos

As inundações nas Américas (que afetaram principalmente vastas regiões do Chile, da Bolívia, do Equador e dos Estados Unidos) e na África destruíram colheitas na maioria dos países afetados.

As secas se propagaram pela Austrália e partes do sudeste asiático, provocando incêndios florestais. O fenômeno afetou ainda a pesca na América do Sul, por conta da redução nos estoques de peixes.

O furacão Mitch, em 1998, cuja força também foi relacionada ao fenômeno climático, provocou intensas inundações na América Central que deixaram mais de 9 mil mortos.

Calcula-se que os danos totais provocados pelo El Niño em todo o mundo chegaram a US$ 34 bilhões.

Prognósticos

Ainda é cedo para prever se o fenômeno neste ano terá uma força semelhante à da década passada, mas os prognósticos da NOAA refletem um consenso sobre o seu crescimento e o seu desenvolvimento.

"As condições atuais e as tendências recentes favorecem o desenvolvimento contínuo de um fortalecimento de leve a moderado do El Niño até o outono de 2009 no hemisfério norte, com possibilidade de fortalecimento a partir de então", diz a agência.

Segundo Michelle L'Heureux, diretora da NOAA para Previsão do El Niño, se a potência do fenômeno climático for de moderada a forte, "as condições no centro e no leste da Bacia Amazônica serão mais áridas que o normal entre novembro de 2009 e março de 2010, e entre janeiro e maio de 2010 estarão mais secas no nordeste do Brasil".

"Ao mesmo tempo, as condições estarão mais úmidas na costa oeste da América do Sul. O Equador e o norte do Peru o sentirão entre janeiro e abril de 2010, e o Uruguai, o nordeste da Argentina e o sul do Brasil entre novembro de 2009 e fevereiro de 2010", disse L'Heureux à BBC.

Efeitos positivos

A pesar de a chegada do El Niño ser vista por muitos como um anúncio de tragédia a caminho, a especialista explica que os seus efeitos positivos ou negativos devem depender de sua força.

"O El Niño pode, por exemplo, trazer chuvas benéficas no fim do ano ao sudeste do Texas, que atualmente enfrenta uma seca. Mas se chover demais, isso pode se converter em uma ameaça, por causa das possíveis inundações", diz L'Heureux.

Outro possível efeito positivo, segundo ela, seria a redução da intensidade dos furacões no Caribe.

L'Heureux diz ainda que não existem ainda evidências de que a incidência do El Niño poderia estar sendo reforçada pelo aquecimento global.

"O El Niño é um fenômeno natural que vem ocorrendo há milhares de anos. Até o momento não há evidências de uma relação entre esse fenômeno e as mudanças climáticas", diz ela.

"O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas diz claramente que não há indícios consistentes sobre futuras mudanças na amplitude ou na freqUência do El Niño no século 21", conclui.

Globo.com
BBC

7.23.2009

Sarampo, caxumba e rubéola – Tríplice viral





O sarampo é uma doença infecciosa aguda, viral, transmissível
e muito comum na infância. Os sintomas iniciais
são: febre acompanhada de tosse persistente, irritação
ocular e corrimento do nariz. Após estes sintomas, geralmente
há o aparecimento de manchas avermelhadas no
rosto, que progridem em direção aos pés, com duração
mínima de três dias. Além disso, pode causar infecção nos
ouvidos, pneumonia, ataques (convulsões e olhar fixo), lesão
cerebral e morte. As bactérias podem atingir as vias
respiratórias, causar diarréias e até infecções no encéfalo.
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, geralmente
por tosse, espirros, fala ou respiração. A suscetibilidade
ao vírus do sarampo é geral e a única forma de prevenção
é a vacinação. Apenas os lactentes cujas mães já tiveram
sarampo ou foram vacinadas possuem, temporariamente,
anticorpos transmitidos pela placenta, que conferem imunidade
geralmente ao longo do primeiro ano de vida. Com
o reforço das estratégias de vacinação, vigilância e demais
medidas de controle que vêm sendo implementadas em
todo o continente americano desde o final dos anos 90, o
Brasil e os demais países das Américas vêm conseguindo
manter suas populações livres do sarampo. Atualmente,
há o apenas registro de casos importados. Os principais
grupos de risco desta doença são as pessoas de seis meses
a 39 anos de idade.
A caxumba tem um período de incubação de duas ou três
semanas. Seus primeiros sintomas são febre, calafrios,
dores de cabeça, musculares e ao mastigar ou engolir,
além de fraqueza. Uma das principais características da
doença é o aumento das glândulas salivares próximas
aos ouvidos, que fazem o rosto inchar. Nos casos graves,
a caxumba pode causar surdez, meningite e, raramente,
levar à morte. Após a puberdade, pode causar inflamação
e inchaço doloroso dos testículos (orquite) nos homens ou
dos ovários (ooforite) nas mulheres e levar à esterilidade.
A caxumba é altamente contagiosa e causada pelo vírus
Paramyxovirus, transmitido por
contato direto com gotículas de
saliva ou perdigotos de pessoas
infectadas. A melhor maneira de
evitar a caxumba é através da vacinação
aos 15 meses de vida.
A rubéola é uma doença infectocontagiosa,
causada pelo Rubella
vírus e acomete, principalmente,
crianças entre cinco e nove anos.
A transmissão acontece de uma pessoa a outra, geralmente
pelas secreções respiratórias dos doentes. Após um período
de incubação, que varia de duas a três semanas, mostra
seus primeiros sintomas: febre baixa, surgimento de
gânglios linfáticos e de manchas rosadas que se espalham
primeiro pelo rosto e depois pelo resto do corpo. Apesar de
não ser grave, a rubéola é particularmente perigosa na forma
congênita. Neste caso, pode deixar seqüelas irreversíveis
no feto como: glaucoma, catarata, malformação cardíaca,
retardo no crescimento, surdez e outras. A imunidade
é adquirida pela infecção natural ou por vacinação, sendo
duradoura após infecção natural e permanecendo por quase
toda a vida após a vacinação. Para diminuir a circulação
do vírus da rubéola, vacinar é essencial. Todos os adolescentes
e adultos (homens e mulheres) também precisam
tomar a vacina tríplice viral ou a vacina dupla viral (contra
difteria e tétano), especialmente mulheres que não tiveram
contato com a doença. As mulheres em idade fértil devem
evitar a gestação por 30 dias após a vacinação e gestantes
não podem ser vacinadas.
As crianças devem tomar duas doses da vacina combinada
contra rubéola, sarampo e caxumba (tríplice viral): a primeira,
com um ano de idade; a segunda dose, entre quatro e
seis anos. Os adolescentes, adultos (homens e mulheres) e,
principalmente, no contexto atual do risco de importação de
casos, os pertencentes ao grupo de risco, também devem
tomar a vacina tríplice viral ou dupla viral (contra tétano e
difteria). A vacina combinada contra sarampo, caxumba e rubéola
(tríplice viral) é injetável. Trata-se de uma preparação
mista liofilizada das cepas de vírus atenuados de sarampo
(cepa Schwarz), caxumba (cepa RIT 4385, derivada da cepa
Jeryl Lynn) e rubéola (cepa Wistar RA 27/3), separadamente
obtidas por propagação, em culturas de tecido de ovos embrionados
de galinha (caxumba e sarampo) ou células diplóides
humanas MRC5 (rubéola). A vacina é apresentada em
frasco-ampola de dez doses.
Fonte: Biomanguinhos

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Vacina Contra Tríplice Viral
(sarampo, caxumba e rubéola)


A vacina tríplice viral é preparada a partir de vírus vivos atenuados do sarampo (cepas Schwarz, Moraten e Edmonston Zagreb), da caxumba (cepas Jeryl Lynn, L-3 Zagreb e Urabe AM9) e da rubéola (cepa Wistar RA27/3). Existem três combinações vacinais de diferentes cepas de sarampo e caxumba com o vírus da rubéola. Esta vacina é indicada no Brasil para crianças a partir dos 12 meses de idade, idealmente aplicada aos 15 meses, devendo receber uma dose única de 0,5 ml pela via subcutânea na região do deltóide. Os profissionais da saúde podem receber uma dose única desta vacina com o objetivo de prevenir as três doenças. Todos os três componentes desta vacina são altamente imunogênicos e eficazes, dando imunidade duradoura por praticamente toda a vida. A proteção inicia-se cerca de duas semanas após a vacinação e a soroconversão é em torno de 95%.

As vacinas com vírus vivos atenuados não devem ser aplicadas em crianças com deficiência adquirida ou congênita, exceto os pacientes HIV positivos que poderão ser vacinados. As mulheres vacinadas deverão evitar a gravidez durante três meses, embora as gestantes quando vacinadas não deverão considerar a interrupção da gravidez. As crianças com neoplasias malígnas e sob efeito de corticosteróides, imunossupressores e/ou radioterapia só devem ser vacinadas após três meses da suspensão da terapêutica. Está contra-indicada a vacina para os indivíduos alérgicos ao ovo de galinha, à neomicina e à kanamicina.

Deve-se adiar a vacinação quando o paciente apresentar doença febril aguda grave, quando estiver sob uso de corticosteróides, imunossupressores e/ou radioterapia (adia-se a vacinação por três meses). A vacina só deve ser aplicada duas semanas antes ou cerca de três meses após o uso de derivados do sangue (plasma, imunoglobulinas, sangue total).

Entre as manifestações locais da vacina salienta-se ardência no local da injeção, eritema, hiperestesia, enduração, linfadenopatia regional. O tratamento deve ser feito com analgésicos e compressas frias ou quentes. Não há contra-indicação de se aplicar as doses subseqüentes da vacina.

Entre as manifestações sistêmicas gerais observam-se de 0,5 a 4% de aumento de temperatura corporal, irritabilidade, conjuntivite e sintomas catarrais (5 a 12 dias após). Cinco a 12% desenvolvem febre acima de 39,5º C. Neste caso pode ocorrer convulsões. O exantema está presente em cerca de 5% dos casos (7 a 10 dias após) e a linfadenopatia em menos de 1% e aparece entre 7 e 21 dias após a aplicação. O tratamento deve ser feito com analgésicos e compressas frias ou quentes. Não há contra-indicação de doses subseqüentes da vacina.

Entre as manifestações relativas ao sistema nervoso central salienta-se a meningite, a encefalite e a pan-encefalite esclerosante subaguda. A meningite em geral é causada pelo vírus da caxumba em geral da cepa Urabe AM9. A encefalite pode ser causada tanto pelo vírus da caxumba, quanto pelo do sarampo. A pan-encefalite esclerosante subaguda está relacionada com o vírus selvagem do sarampo, embora a vacina não esteja totalmente isenta deste efeito colateral. Outras manifestações nervosas tais como ataxia cerebelar, mielite transversa, meningite asséptica, síndrome de Reye, síndrome de Guillain-Barré, surdez e retinopatia raramente têm sido relatadas. A avaliação clínica por especialista (neurologista, pediatra ou infectologista) deve sempre ser indicada. Nestes casos há contra-indicação de doses subseqüentes da vacina.

Além disso, tem sido relatado púrpura trombocitopênica (causada pela cepa do vírus do sarampo), orquite, parotidite e pancreatite (vírus da caxumba - em geral cepa Urabe). As reações articulares tais como artrite e artralgias são causadas pela cepa viral da rubéola (Wistar RA27/3).

Apesar dos eventos adversos relatados, trata-se de uma vacina bastante segura e deve ser preconizada para todas as crianças a partir dos 12 meses de idade.

Fonte: vacinas.org.br

Farmanguinhos estuda novos modelos de gestão


Farmanguinhos estuda novos modelos de gestão
22 de julho de 2009
Com o objetivo de elaborar um novo modelo de gestão para Farmanguinhos/Fiocruz, o diretor da unidade, Hayne Felipe criou uma comissão formada por representantes de diversos setores, que investigará os impactos causados pelas possíveis mudanças provocadas pela troca do atual modelo de gestão.

A Assessoria de Projetos Especiais está à frente desse estudo, que acontecerá de forma esclarecedora e democrática. Segundo o assessor de Projetos Especiais, Antônio Celso da Costa Brandão, Farmanguinhos deve elaborar a proposta de um novo modelo de gestão para apresentar no Congresso Interno da Fiocruz, em 2010. Para esclarecer ao conjunto de funcionários do Instituto serão realizadas palestras em conjunto com a Escola Nacional de Saúde Pública e a ASFOC, onde especialistas apresentarão diferentes modelos de gestão.

“Se não modificarmos o modelo atual corremos o risco de ficarmos parados no tempo sem atender as reais demandas da sociedade. O novo modelo, que será discutido democraticamente pela unidade, deve ser pautado no trabalho descentralizado, feito em equipe e de acordo com a natureza das diferentes tarefas que se desenvolvem na Instituição. As organizações devem ter flexibilidade para definir suas estruturas”, diz Antônio Brandão.

A comissão é presidida por Antônio Celso Brandão e tem como membros Lucimar Gomes Pereira, Lúcio Ribeiro Guerra, Roberto Pierre Chagon e Marcus Vinícius Silva.

Intranet Farmanguinhos
Denise Monteiro

7.22.2009

Quando tudo dá errado / Nturalmente Obcecado / ciência e cientistas / celula - troco e o cãncer

Quando tudo dá errado

Não tinha desculpas, havia sido alertado anteriormente, horas antes, para ser mais preciso. A protuberante barriga de minha vizinha, que não via há anos desde que saí do país, não era gravidez. O tempo, a força da gravidade e algumas guloseimas a mais haviam transformado uma delicada e desejada barriguinha em um avantajado calo estomacal que insistia em não se esconder por detrás das roupas.

O diálogo abaixo aconteceu tão logo eu desci do carro, após uma cansativa viagem pela Marginal Pinheiros, do aeroporto até a casa:
Dá pra imaginar o embaraço da cena - como me saí dessa fica para uma outra vez. Por hora confesso que eu me esforçara mentalmente para evitar a constrangedora situação e de nada havia adiantado. O pior aconteceu, como se fosse o oposto do que eu desejasse.
Numa outra ocasião, observava um pai ensinando o filho a andar de bicicleta pela primeira vez num parque de estacionamento. Após diversas tentativas, o garoto finalmente havia adquirido o equilíbrio necessário para executar a complexa, e tipicamente humana, atividade que é pedalar sem auxílio. Confiante, o pimpolho se arriscava cada vez mais pelo amplo e absolutamente vazio espaço do parque, que só era interrompido por um poste de luz no centro. Ao perceber a ousadia do filho, o pai grita para que rodeie o parque, mas se mantenha afastado do poste no centro.
Como que por mágica ou alguma força irônica do destino, a bicicleta do moleque começa a ir exatamente em direção ao poste.

O pai grita para que desvie do poste. Mas, de novo, o oposto acontece, e a bicicleta acerta em cheio o alvo improvável. Para aqueles que ainda não vivenciaram o drama de um selim no escroto, resta dizer que a dor e a vermelhidão nos testículos permanecem por um longo tempo.
As duas situações apresentam algumas características em comum. Primeiro, tanto eu quanto o garoto estávamos nos esforçando mentalmente para evitar uma situação indesejada. Além disso, estávamos mentalmente ocupados, eu pelo cansaço da viagem e premeditando os próximos compromissos e o garoto concentrado em manter a velocidade, o equilíbrio, as orientações do pai etc.
Aparentemente, o cérebro age de forma estranha quanto tentamos reprimir um determinado pensamento. Curiosamente, o fenômeno é mais claro quando envolve situações sociais. O mais simples exemplo desse ato contraintuitivo acontece quando tentamos suprimir um pensamento, por exemplo, um elefante rosa.

A imagem do elefante rosa inevitavelmente aparece na nossa mente e fica retornando pelo menos uma vez por minuto. Esse protótipo tem aplicações práticas.
Fumantes e alcoólatras sabem muito bem disso quando se esforçam para tentar largar o vício. O esforço para evitar o vício acaba por trazer à mente diversas razões para quebrar o hábito, o desejo torna-se mais forte. Notou-se que, aparentemente, esses “erros irônicos ou contraintencionais” ocorriam principalmente em situações de estafa mental ou estresse.
Para testar se isso realmente acontece, um grupo de pesquisadores organizou o seguinte experimento.

Voluntários foram instruídos a não pronunciar uma determinada palavra enquanto tinham que ler diversas outras palavras em voz alta. Inevitavelmente, o ato falho acontecia e, cedo ou tarde, a palavra proibida saia inconscientemente.

Curiosamente, esse tipo de experimento também funciona no nível físico.
Quando pessoas segurando um pêndulo tentam evitar que ele balance numa determinada direção, o pêndulo acaba balançando justamente na direção não desejada. E, como predito pela teoria do processo irônico, o experimento funciona melhor quando os voluntários repetem o experimento contando 1.000 de trás para frente.

O fenômeno já é conhecido nos esportes. No futebol, câmeras que filmaram a direção do olhar de um jogador instruído a evitar um canto do gol ao cobrar um pênalti, revelaram que eles acabam por se denunciar e miram justamente no canto a ser evitado. O mesmo efeito funciona no controle da dor. Normalmente, pessoas expostas a estímulos dolorosos reportam níveis mais altos de dor quando a atenção esta focada na dor.

O efeito irônico foi usado em situações experimentais e mostrou ser efetivo.
Apesar dos mecanismos neurológicos e evolutivos ainda nãos estarem claros, algumas coisas podem ser feitas para evitar traumas causados por esses atos falhos. Aceitar os sintomas ao invés de tentar lutar contra eles é uma solução. Terapias direcionadas para um melhor controle mental ainda não foram comprovadas cientificamente, e é preciso cuidado ao extrapolar situações de laboratório para a vida real.
As pesquisas atuais indicam apenas que, em determinadas situações, é melhor evitar pensar no pior, evitando evitar pensamentos negativos.

Complicado? Então a melhor opção é trabalhar sempre para se manter num contexto ou circunstância sem distração ou estafa mental quando é preciso exercer algum controle mental. Acredite, é melhor não dar um fora do que tentar se livrar dele depois.


Naturalmente obcecado

Existem alguns cientistas que são naturalmente obcecados. São esses os que possuem uma ansiedade que não passa nunca. Ansiedade que só consegue ser levemente atenuada pelo prazer de uma descoberta. Tudo começa novamente instantes depois.
O que me faz acordar cedo todos os dias é a esperança de que hoje eu vou ter a reposta para a pergunta que busco. Então eu terei mais questões para ir atrás. É um desafio diário, você quer saber por que isso funciona ou como isso funciona. Você fica obcecado por um problema e não consegue parar de trabalhar ou de pensar naquilo até você chegar à descoberta, à resposta para sua pergunta. No momento da descoberta você é único, é a única pessoa no mundo que sabe daquilo, que tem aquele conhecimento. A obsessão é ainda maior se a motivação está na cura de uma doença ou se o cientista tem uma razão pessoal para o problema estudado. Muitos cientistas são movidos pela paixão de descobrir algo que auxilie a vida de milhares de pessoas. Outros buscam fama ou reconhecimento. A vaidade faz parte da personalidade do cientista.
Ciência não é fácil e não é para qualquer um. Não existe ninguém que te acompanha ou motiva no laboratório a cada instante. Ninguém marca ponto quando chega ou sai. Você acha que está livre, mas o problema te acompanha. Você fica preso e ansioso, sempre. Você não relaxa nunca. Não existe final de semana, feriado, Natal, cedo ou tarde. Esses são conceitos temporais do mundo exterior ao laboratório. Ao final de um período, você será julgado pelos resultados produzidos. Ninguém está nem aí se você ficou trabalhando por doze ou duas horas. Os melhores cientistas trabalham duro. Os medíocres também trabalham duro. O trabalho por longas horas do dia não é o diferencial, mas é imprescindível.
Chefes de laboratório são, em geral, cientistas obcecados. Outros derivam, acabam partindo para carreiras menos obsessivas ou permanecem ligados à ciência de forma superficial. Os que ficam acabam contratando alunos e pesquisadores para acelerar a pesquisa. O sucesso dos alunos influencia o sucesso do pesquisador principal, que se reverte em melhores condições para o laboratório. Por isso mesmo, o interesse é que todos os membros do laboratório sejam produtivos. Ao contrário do Brasil, nos EUA a situação é ainda mais complicada, pois o salário dos pesquisadores muitas vezes vem direto dos projetos. Ou seja, o salário não é estável e depende da produtividade. Avaliações de desempenho acontecem anualmente. É estressante, mas o sistema acaba por se autoajustar e eliminar os mais acomodados.
Esse estresse e essa obsessão muitas vezes tornam o cientista frio e direto. Em ciência, ao contrário do que ocorre no mundo fora do laboratório, a forma direta de criticar e apontar os erros é corriqueira e não deve ser vista como algo pessoal. Cientistas de fato até gostam de críticas; mesmo as não construtivas são bem-vindas. Obviamente que existem limites, e um comportamento negativo ou pejorativo por parte dos cientistas mais seniores afasta jovens estudantes.
Estudantes são a locomotiva dos laboratórios. São eles que, literalmente, colocam a mão na massa e realizam os experimentos. Talvez mais importante seja o fato de que novos estudantes chegam sem os vícios daqueles que estão no mesmo laboratório por mais tempo. Essa rotatividade é essencial para manter o dinamismo de ideias e projetos, trazendo perspectivas únicas. Em algumas ocasiões, o estudante acaba por estabelecer caminhos próprios, criando novas linhas de pesquisa.
Estudantes muitas vezes têm um projeto individual, menos ambicioso, que faz parte de um projeto mais abrangente, desenhado pelo chefe do laboratório. Noutras vezes, fazem parte de uma rede de colaboração. Questões fundamentais ou de impacto direto para a humanidade atraem investimentos maiores e têm maior competitividade. Quando isso acontece, é comum encontrar diversos grupos trabalhando numa mesma área. Eventualmente um dos grupos chega à resposta antes. Eles publicam em revistas científicas de maior impacto, e só resta aos competidores a publicação em revistas inferiores, se possível. Essa competição acadêmica pelo conhecimento é feroz.

Trabalho de anos pode perder o valor da noite pro dia. Carreiras inteiras podem ser desmanteladas por uma semana de diferença.

Ver isso acontecendo na frente dos seus olhos é frustrante.
É interessante notar que os experimentos realizados no laboratório serão eventualmente incorporados em livros didáticos no futuro. A responsabilidade e o prazer de saber que você é responsável pelo conhecimento e aprendizado de outros é extremamente gratificante para alguns cientistas.
O laboratório é um mundo que a maioria das pessoas, lendo esta coluna, nunca vivenciou. Milhares de outros fatores estão envolvidos, como os dramas pessoais, a relação com a mídia, com a religião, o convívio dentro do laboratório etc. Infelizmente, nunca ninguém escreveu sobre isso ou se preocupou em representar esse mundo. Sabemos desde pequeno o que um advogado faz, o dia-a-dia de um médico, um policial etc., mas o cientista é sempre caricato. Em geral, associado a algum experimento maluco ou antiético.
Fico feliz em poder terminar esse texto receitando um documentário exatamente sobre o cotidiano de um laboratório de biologia molecular. “Naturally Obsessed: the making of a scientist” (http://www.naturallyobsessed.com) foi produzido por Richard e Carole Rifkind. Eles frequentaram o ambiente de um laboratório de pesquisa na Universidade Columbia, em Nova York, por três anos.

A edição do filme levou mais de um ano e finalmente está pronta. É a história de como a ciência é feita, quem são os cientistas, as frustrações, a paixão e o prazer.
Infelizmente, não acredito que o filme chegue às telonas. Questiono se é falta de interesse do público, pois acho que muita gente tem interesse em saber como o conhecimento é produzido e aplicado. De qualquer forma, é um começo que deve estimular projetos semelhantes em outras partes do globo.

Avaliando revistas de ciência e cientistas

O progresso na ciência é fruto da publicação de novas ideias e experimentos, na maioria das vezes em periódicos ou revistas científicas que se baseiam na revisão anônima por outros cientistas da mesma área. Existem diversas opiniões sobre quais são as revistas científicas mais influentes. Infelizmente, tem sido difícil encontrar um método métrico simples para quantificar esse impacto.
A maioria dos cientistas acaba confiando no já desgastado Fator de Impacto (FI), que é publicado virtualmente pelo portal ISI Web of Knowledge.
O FI consiste na média do número de citações num determinado ano dos trabalhos científicos publicados em revistas nos dois anos prévios. Diversos fatores podem influenciar o FI, como o número total de citações ou número total de trabalhos publicados por ano.
Um recente trabalho de estatística concluiu que nenhum dos parâmetros usados atualmente reflete com clareza a influência das revistas científicas (Bollen e colegas, e-Print Archive 2009).
No entanto, um novo parâmetro foi recentemente proposto, o Eigenfactor, que tenta classificar a importância das revistas de uma maneira semelhante à usada pelo algoritmo do portal de buscas do Google. Durante a busca, o Google mostra os resultados baseando-se na frequência de acesso aos links relacionados à palavra-chave utilizada. Dessa forma, classifica os links mais utilizados como os mais relevantes, colocando-os no começo da página que mostra os resultados da busca.

Na prática, o Eigenfactor tem uma correlação forte com o número de citações recebidas por uma determinada revista. Por exemplo, o gráfico ao lado mostra o Eigenfactor de 2007 das 200 revistas mais citadas, contra o número total de citações (Alan Fersht, PNAS, 2009). Para quem está acostumado com os periódicos científicos, o resultado é um tanto inusitado. Três revistas se destacam das outras como as mais influentes em ciência: “Nature”, “PNAS” e “Science”. Uma das surpresas é a “PNAS”, que publica alguns artigos sem a revisão por pares - privilégio esse restrito a membros da academia americana de ciências. Outra surpresa fica por conta da revista “Cell”, cuja reputação é respeitadíssima no meio acadêmico, e que aparece numa posição bem inferior a outros jornais tidos como de baixo impacto.
O terrível legado do FI é que ele tem sido empregado para avaliar cientistas, e não as revistas em si. Essa percepção é, a meu ver, totalmente equivocada. A avaliação de um pesquisador deve ser feita através da análise cuidadosa de sua produção científica ao longo dos anos por cientistas experientes em áreas semelhantes. Infelizmente, burocratas buscam uma fórmula métrica simples. A ênfase no FI aumenta com a falta de avaliadores competentes em determinadas áreas.
Um exemplo extremo disso acontece em alguns países europeus, que avaliam seus cientistas e a qualidade dos trabalhos dando valor zero aos trabalhos publicados em revistas com FI menor que 5 e valores acima de zero aos trabalhos publicados em revistas com FI maiores que 5. Segundo essa lógica, um trabalho publicado na revista “Journal of Molecular Biology” não vale nada, mesmo sendo essa uma das melhores revistas na área de estrutura de proteínas.
Vale lembrar que todas as revistas têm um amplo espectro de citações nos trabalhos lá publicados. Mesmo as revistas de maior FI já publicaram trabalhos que nunca foram citados, trabalhos fraudulentos e mesmo alguns que são bem ruins. Dessa forma, fica ridículo julgar um cientista baseando-se apenas no tipo de revista em que publica seus achados.
Talvez a melhor das piores maneiras métricas de se julgar a contribuição de um cientista seja pelo índice h, que classifica a influência do pesquisador levando em conta o número de citações que este recebe pelo número de trabalhos publicados. Um “h” de 100 significa que 100 trabalhos publicados foram citados pelo menos 100 vezes cada (Hirsch J., PNAS 2005). Curiosamente, o trabalho do índice “h” já teve um assombroso número de acessos pela internet comparado ao número de citações (262) desde a publicação em 2005. O sistema do índice “h” também não é perfeito. Por exemplo, uma descoberta fenomenal pode levar tempo até ser reconhecida pela comunidade científica e ficar sem receber citações por um tempo longo.
Conforme a ciência avança e se especializa cada vez mais, fica difícil fazer uma avaliação justa da produção cientifica de um pesquisador num espaço de tempo curto. Daí a tentação de usar sistemas métricos. Por isso mesmo, é importante não se basear num sistema único. Afinal de contas, ciência é sempre relacionada com progresso social que, em última instância, é um fator baseado no julgamento humano.


Papo animal

Durante um curto período da minha infância, lembro que confessava segredos de colégio ao meu único amigo canino, Rex. Antes de continuar, devo declarar que a originalidade do nome deve ser creditada ao meu irmão mais velho, primeiro responsável quando o assunto era o cão da família.
Rex sabia da menina de quem eu gostava e quem era o verdadeiro culpado por urinar na porta da sala dos professores, infernizando as freiras do colégio. O fato de saber que Rex jamais revelaria meus segredos era, certamente, confortável. Infelizmente, o cão não permaneceu conosco por muito tempo, insistia em cavoucar os vasos da Dona Vitória…
Muitas pessoas cultivam esse desejo de se comunicar com animais. Imagine então se realmente pudéssemos ouvi-los responder. No último volume da famosa revista científica “Cell”, um grupo de cientistas alemães acredita que deu um pequeno passo nessa direção, ao criar um camundongo carregando um gene relacionado com a linguagem humana (Enard, W. e colegas, “Cell”, 137: 961-971, 2009).
O gene em questão, o FOXP2, foi descoberto em 1998 porque, numa família inglesa, ele continha mutações que causavam um bloqueio na articulação da linguagem. A descoberta empolgou evolucionistas e estudiosos da linguagem, pois outros animais também possuem o gene FOXP2. No entanto, a versão humana difere da dos camundongos e chimpanzés na seqüência do DNA, como se espera de um gene que tenha sido selecionado evolutivamente para ter um papel importante na linguagem. O que os cientistas fizeram foi substituir o gene do camundongo pelo gene humano usando técnicas tradicionais de engenharia genética.
Acredita-se que diversos genes contribuam para a linguagem humana, pois não só tivemos que modificar a anatomia de nossa garganta e cordas vocais como também usamos várias conexões cerebrais para formar e compreender sentenças e vocabulário durante uma conversa. Existem diversas evidências apontando para o fato de que a linguagem não é produto de um único gene. Dessa forma, seria surpreendente se o camundongo com a cópia genética humana alterasse a forma como se comunica com outros camundongos ou mesmo modificasse algumas estruturas cerebrais envolvidas com a comunicação verbal. Pois foi exatamente isso que o grupo alemão diz ter conseguido.
Para começo de conversa, a substituição do gene FOXP2 pela versão humana no camundongo não trouxe grandes alterações físicas ou fisiológicas no camundongo. Foram analisadas cerca de 300 características nos roedores, e elas simplesmente não são diferentes daqueles animais com a versão não-humana. No entanto, no cérebro, o grupo detectou uma pequena diferença na região conhecia como gânglio basal. Essa região está envolvida com o processamento da linguagem em humanos. Segundo os autores do trabalho, nos camundongos humanizados, essa região do cérebro parece conter neurônios com estruturas mais complexas. Neurônios são células ultraespecializadas e bem diversificadas do cérebro. Alguns neurônios são simples e outros possuem uma arborização bem ramificada. Acredita-se que, quanto mais complexo ou ramificado o neurônio, maior o número de conexões em que ele estaria envolvido.
E para saber se essas alterações possuíam alguma implicação funcional, o grupo usou um conhecido teste comportamental em roedores. Ao isolar os bebês-camundongo de suas mães, esses passam a emitir uma vocalização característica de alerta, apenas detectada por ultra-som. O som emitido é usado pela mãe como um auxilio para achar e identificar sua prole dispersa. O grupo alemão detectou que nos camundongos “humanizados”, o grunhido emitido era ligeiramente diferente do produzido pelo grupo controle normal.
Parece fenomenal, não? Com mais de 20 milhões de diferenças entre o genoma de humanos e chimpanzés, a alteração de um único gene humano ser capaz de modificar a “fala” de camundongos é realmente intrigante. Tão intrigante que eu resolvi ler o trabalho para maiores detalhes e acabei me decepcionando. Talvez a principal razão do meu descontentamento seja que os principais resultados foram extrapolados de um número reduzido de amostras de neurônios em cultura. Ora, quando retirados os neurônios do seu ambiente natural no cérebro, esses estão sujeitos a diversos artefatos. Isso pode ser controlado, e o grupo certamente usou controles adequados, mas as diferenças observadas são tão pequenas que me questiono se continuariam sendo significativas caso fossem aumentados os números amostrais.
Além disso, ao observar os resultados das outras figuras, noto estatísticas semelhantes, sugerindo que o grupo formou conclusões baseando-se em uma série de diferenças sutis, nenhuma individualmente forte o suficiente, o que diminuiu drasticamente meu entusiasmo pelo trabalho. O grupo fora liderado pelo respeitado pesquisador alemão Svante Pääbo, cuja reputação é mundialmente conhecida por trabalhos cientificamente bem fundamentados, como a publicação de partes do genoma do homem de Neandertal. Estaria esse trabalho apoiado nessa reputação ou será que os quase 300 resultados negativos sensibilizaram os editores? Será esse mais um caso de um trabalho da “Cell” impossível de se reproduzir?
Talvez alguns leitores achem que eu estou sendo muito duro com o trabalho, mas acredito que as implicações propostas pelo grupo alemão são de grande impacto e, portanto, devem passar por rigorosas críticas científicas. Enquanto a publicação aguarda a validação do tempo e o surgimento de novos modelos animais para estudar evolução humana, continuo a imaginar o que seria de mim se o Rex conseguisse algumas cópias humanas do gene FOXP2…
Você já passou pela sensação de querer se desligar um pouco? Talvez sua vida estivesse tão complicada que você gostaria de entrar num estado de hibernação, para depois retornar quando tudo estivesse melhor. Ou então optar for ficar congelado enquanto a cura para sua doença não chega?
No filme “Vanilla Sky” (uma refilmagem americana do original espanhol), o protagonista opta pelos serviços de suspensão animada com “sonhos lúcidos” oferecidos por uma firma de biotecnologia, após sofrer um acidente que deforma sua face. Assim, permanecerá em suspensão animada até um futuro quando a tecnologia de reconstrução facial esteja mais avançada. Mas algo dá errado com seus sonhos, e ele tem de chamar a assistência técnica…
Diversos animais são capazes de, literalmente, desligar seu organismo por um tempo utilizando uma flexibilidade metabólica.

Assim, conseguem reduzir o metabolismo e os batimentos cardíacos dependendo do ambiente em que se encontram. Essa flexibilidade tem, obviamente, um custo evolutivo, pois essas espécies acabam por ficar vulneráveis durante essa suspensão.

Mas e no caso de humanos? Seria possível quebrar esse dogma médico? Relatos de casos isolados de indivíduos que treinaram mente e corpo durante anos para chegar nesse estágio podem ser encontrados na internet. Seria isso fato ou ficção?
Abre tus ojosNo começo de 2001, Erika Nordby, um bebê de apenas 1 ano de idade, saiu engatinhando de sua casa no Canadá durante uma noite gelada de 0 grau Celsius. Quando sua mãe a encontrou congelada, duas horas depois, o coração de Erika tinha parado de bater, sua respiração cessado e sua temperatura corpórea tinha abaixado para 16oC (a temperatura fisiológica do corpo humano é 37oC).

Erika foi levada as pressas ao hospital, onde foi ressuscitada e hoje não tem nenhuma sequela do incidente.
Em outubro de 2006, Mitsutaka Uchikoshi, 35 anos, adormeceu enquanto escalava a montanha gelada Rokko, nos arredores de Kobe, Japão. Ele foi considerado morto ao ser resgatado, 24 dias depois do ocorrido, com a temperatura corpórea de 21oC, sem pulsação, sem comida ou água. Entretanto, ao chegar ao Hospital Geral da Cidade de Kobe, algo fantástico ocorreu: Mitsutaka acordou.

Mais impressionante ainda, ele não havia sofrido nenhum dano cerebral.
Em maio de 1999, a esquiadora norueguesa Anna Bagenholm ficou submersa em águas geladas por mais de 1 hora, sendo considerada clinicamente morta.

Sem batimentos cardíacos, sem respiração e temperatura corpórea de 13oC, ela foi ressuscitada poucas horas mais tarde no hospital (Gilbert, M e colegas. “The Lancet”, 2000).
Tanto o bebê quanto o japonês e a norueguesa foram capazes de driblar a morte entrando em um estado conhecido como animação suspensa, no qual a maquinaria vital reduz sua atividade ao mínimo necessário, mas sem parar completamente. Esse estado é comparável à hibernação em alguns mamíferos e, em geral, é acompanhado de redução da temperatura corpórea ou hipotermia.

O estudo desses casos isolados fez especialistas concluir que, em condições especiais, o homem também poderia hibernar.
Ainda que a hipotermia não esteja sendo explorada por completo na medicina, já são conhecidos os benefícios de diminuir a temperatura abaixo de 37 graus Celsius em casos de parada cardíaca na recuperação das funções vitais, evitando danos no sistema nervoso centr
Ovo podreEssa capacidade de flexibilidade metabólica entre a vida e a morte através da hipotermia chamou a atenção de Mark Roth, pesquisador do Centro de Estudos do Câncer Fred Hutchinson, em Seatle, EUA. Ele queria encontrar uma forma química (consequentemente mais rápida e prática) de induzir o estado de animação suspensa.
Roth refletiu que outra maneira de reduzir a atividade metabólica em mamíferos seria restringindo o consumo de oxigênio (hipoxia). Foi então que ele teve uma ideia, enquanto assistia a um documentário sobre escavações em cavernas no México. Trabalhadores das minas mexicanas tinham de utilizar máscaras constantemente, para se proteger do gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio (símbolo químico: H2S).

Em altas concentrações, esse gás pode matar em minutos, pois bloqueia os receptores de oxigênio das células, que não conseguem mais absorver o oxigênio.
Daí veio a sacada de Roth: o H2S é um produto do metabolismo celular que está naturalmente presente no sangue e só apresenta riscos vitais em altas doses. Se administrado em concentrações mínimas, o H2S teria, em princípio, o potencial de reduzir profundamente a demanda de oxigênio, a ponto de diminuir o metabolismo celular e proporcionar um estado de animação suspensa. Para quem acha que nunca respirou gás sulfídrico, ledo engano… A grande maioria de nós já teve a chance (infelizmente) de sentir o cheirinho desagradável de ovos podres.
Voltando ao Roth, ele imediatamente resolveu expor seus camundongos a baixas concentrações de H2S e foi capaz de induzir até 6 horas de hibernação reversiva. Seus resultados foram publicados na prestigiosa revista “Science” (Blackstone e colegas, 2005) e uma fila de investidores veio bater na porta do seu laboratório. Em pouco tempo, havia acumulado 10 milhões de dólares para financiar seus próximos experimentos.
Pílulas de hibernaçãoMuito mais do que uma curiosidade biológica, a manutenção do estado de animação suspensa em humanos tem o potencial de ser uma poderosa ferramenta clínica. Desde a publicação original em 2005, a empresa farmacêutica americana Ikaria (nome inspirado na ilha grega cujas fontes sulfurosas foram associadas à medicina regenerativa) reformulou o H2S em líquido injetável que está sendo utilizado nos primeiros testes clínicos.
As aplicações de dessa tecnologia extraordinária podem ser imensas. Imagine se pudéssemos induzir o estado de hibernação em um acidentado enquanto esperamos o socorro que não chega? E soldados em batalha, será que teriam mais chances se ganhassem mais tempo durante o transporte? Ou então para manter pacientes na fila dos transplantes enquanto esperam? Carregaríamos no bolso pílulas de hibernação assim como carregamos aspirinas. Parece ficção científica nos dias atuais, mas talvez não em 50 anos. Lembre-se disso da próxima vez que cheirar ovo podre!


O humanzé e os bolcheviques: a tentativa de mandar a igreja pros infernos

A possibilidade de cruzamento entre humanos e outros primatas tem sido discutida tanto na ficção quanto na literatura científica há séculos. A possibilidade de cruzar a fronteira que separa os humanos das outras espécies é um campo fértil para diferentes pontos de vista e viola diversos tabus culturais e éticos.
O interesse nesse assunto sempre acompanha certo medo e aversão. De certa forma, essa reação faz sentido. Afinal, estamos aprendendo que a relação próxima de humanos com outros animais pode favorecer a transmissão de microrganismos fatais à espécie humana, como no caso do vírus causador da Aids, o HIV. Porém, sabemos dessa conseqüência hoje em dia apenas. No passado, experimentos para estudar um possível híbrido entre humanos e chimpanzés foram propostos. O que pouca gente sabe é que, de fato, ocorreram, e com consentimento da sociedade.
Estamos em fevereiro de 1926, quando o governo da então União Soviética, com o apoio de sua Academia de Ciências, enviou uma curiosa expedição para a África. O objetivo era inseminar artificialmente chimpanzés fêmeas com esperma humano e obter, caso viável, um híbrido das duas espécies. O líder dessa expedição era o respeitado professor russo Ilya Ivanov.
Ivanov era um nome de peso na área de reprodução no começo do século (1907). Com seus experimentos de inseminação artificial (um sacrilégio na época), conseguiu exterminar a idéia de que o ato sexual era necessário para a reprodução. Ivanov desenvolveu instrumentos que permitiam uma operação simples e rápida no campo, conseguindo colocar a Rússia em posição de destaque na pecuária. Logo, sua tecnologia estava sendo aplicada em cavalos e outros animais de interesse. Esse sucesso foi conseguido por causa do constante apoio financeiro que recebia dos ministérios russos e da aristocracia da época. Mais tarde, Ivanov ganharia seu próprio laboratório, recebendo cartas de recomendação de Pavlov, o primeiro prêmio Nobel da Rússia.
O trabalho experimental de Ivanov sofreu influências da genética, ciência que começava a surgir em solo russo, fazendo com que se interessasse por questões fundamentais sobre a fertilização de diferentes espécies animais. A fertilização artificial permitia o cruzamento de animais diferentes, construindo novas formas de vida que não existiam na natureza. Diversos experimentos foram feitos, resultando em híbridos exóticos. Em 1910, Ivanov comenta publicamente que o uso da inseminação artificial poderia gerar um híbrido entre humano e outros primatas. No entanto, não existem evidências de que estaria planejando algo assim, talvez pela falta de acesso direto às espécies para experimentos. A situação mudaria drasticamente após a Revolução Russa de 1917.
O radicalismo do comunismo bolchevique chegou destruindo o sistema de terras privadas e toda a hierarquia da sociedade russa. No entanto, a revolução respeitava o significado da ciência e seus especialistas. A revolução eliminou a rede de apoio financeiro que Ivanov tinha, principalmente da aristocracia e realeza. Para seguir seus estudos, Ivanov acabou indo para a Alemanha e depois para a França, onde lançou a ideia dos experimentos de hibridização de humanos e chimpanzés aos diretores do Instituto Pasteur. Curiosamente, os diretores permitiram que Ivanov utilizasse as instalações da estação de primatas em Kindia, na Guiana Francesa.
Com o apoio francês, Ivanov pediu permissão para sua missão aos bolcheviques. A aceitação dos experimentos e da proposta foi feita com base no fato de que, caso ele gerasse um híbrido, esse seria usado como propagando do partido contra os ensinamentos religiosos e para a libertação dos trabalhadores do poder da Igreja Ortodoxa. Literalmente, o que o partido queria era esfregar na cara dos religiosos um híbrido primata, meio humano, meio chimpanzé, como evidência crucial da teoria evolutiva de Darwin.
A definição de humanos como superiores aos outros animais influenciou diversos pensamentos racistas, classistas e machistas. O estado “degenerado”, também considerado como primitivo ou animal, era visto como um ataque moral à espécie humana. O programa revolucionário socialista tentava aniquilar esses conceitos, destruindo tabus sociais e culturais. Era mais fácil falar em experimentos cruzando espécies dentro desse contexto bolchevique.
O medo de que a Rússia não se industrializasse tão rapidamente quanto o Ocidente tinha como principal razão a falta de cultura e analfabetismo da população, parcialmente causada pelo forte contexto religioso. Assim, a elitização da ciência e principalmente o experimento de hibridização proposto por Ivanov seriam fortes aliados para “iluminar” a população. A ressonância pública de tal híbrido seria uma forma de o comunismo derrotar visões religiosas. Darwin, em particular, tinha um valor político direto como ferramenta de propaganda antirreligiosa. Curiosamente, não existem evidências sobre qualquer discussão a respeito do aspecto ético de tal experimento. Aparentemente, o fato de que os experimentos seriam executados longe da “sociedade civilizada” era suficiente para que as questões éticas e morais fossem deixadas de lado.
No primeiro semestre de 1927, Ivanov, auxiliado por seu filho, já havia inseminado três chimpanzés fêmeas, mas nunca obteve um híbrido. As descrições das inseminações nos animais extraídas do diário de Ivanov mostram claramente o trato brutal com os animais, muitas vezes causado pela pressa em realizar os experimentos, longe do olhar crítico do pessoal que trabalhava na estação e que não tinha a capacidade mental para entender tais experimentos. A natureza do esperma também não é clara. Se por um lado Ivanov havia escrito que esperma de um “negro” poderia funcionar melhor, é possível que tenha usado esperma do próprio filho. A falta de sensibilidade de Ivanov durante os experimentos talvez reflita a necessidade de se distanciar psicologicamente de um bebê híbrido em potencial.
Aparentemente, a razão do fracasso em Kindia foi atribuída ao fato de que os animais usados eram pré-adolescentes, fato desconhecido na época. O financiamento inicial de Ivanov estava chegando ao final, mas ele esperava que, se conseguisse obter ao menos um híbrido, garantiria fundos futuros. Quando seu período terminou, Ivanov levou alguns primatas para Sukhum, uma estação de primatas com clima subtropical no território soviético.
Nessa etapa, Ivanov tentou continuar seus experimentos, mas desta vez usando mulheres voluntárias que seriam inseminadas com o esperma de um orangotango macho, conhecido como Tarzan. Num primeiro momento, Ivanov estaria disposto a fazer os experimentos sem o consentimento das mulheres, mas foi vetado pela Academia de Ciências Russa. A única opção viável seria executar os experimentos com voluntárias.
Interessante notar que, ao mesmo tempo em que a Revolução Russa buscava uma sociedade sem classes, também buscava a igualdade entre os sexos. Mulheres deveriam ter participação política e liberdade para divórcio ou aborto. Milhares de jovens mulheres participavam das campanhas de emancipação promovidas pelo Partido Comunista. E foi nesse contexto que foi anunciada a necessidade de voluntárias para o experimento de Ivanov, o qual buscava mulheres “iluminadas pelo comunismo e livres de tabus supersticiosos”. Ivanov e os cientistas da época ignoravam completamente que uma voluntária poderia se afeiçoar sentimentalmente ao bebê. Por incrível que pareça, Ivanov conseguiu uma voluntária.
Em carta destinada a Ivanov, a voluntária se mostrava desesperada com problemas particulares e só via razão em existir ao servir a ciência. A análise microscópica do esperma de Tarzan mostrou espermatozoides ativos. Infelizmente, Tarzan morreu de forma inesperada de uma hemorragia cerebral. O experimento teve de ser adiado e novos animais foram requisitados.
Ivanov estava numa posição delicada. Se por um lado a revolução cultural russa tornou seus experimentos ideologicamente aceitáveis, por outro o colocava em risco pessoal. Ivanov era considerado um dos “tradicionais especialistas” e corria o risco de sofrer críticas políticas e repressão. De fato, Ivanov acabou sendo acusado e exposto por seus antigos assistentes, um padrão comum usado pelo partido para afastar antigos cientistas que haviam servido à aristocracia.
Os experimentos de Ivanov terminaram quando foi aprisionado pelo serviço secreto russo em 1930, acusado de atividades antirrevolucionárias. Foi liberado no ano seguinte, mas morreu com 61 anos sem ter publicado nada sobre suas tentativas de gerar um híbrido. Documentos referentes a isso ficaram esquecidos em antigos arquivos durante anos. Até que algum roteirista de Hollywood se interesse pela história, a grande maioria das pessoas não saberá nada sobre os experimentos de Ivanov.
Nas décadas seguintes, diversos pesquisadores propuseram que esses experimentos fossem realizados, mas eles estavam cada vez mais impossíveis do ponto de vista ético: o que aconteceria se o experimento fosse um sucesso? O híbrido seria considerado humano ou animal? Poderíamos usar a definição de “humano” para os híbridos?
Uma vez que os humanos diferem de outros primatas no número de cromossomos, é possível que eventuais híbridos sejam estéreis. Hoje se sabe que, muito provavelmente, a inseminação de esperma humano em outros primatas não resulta em fecundação, pois o esperma humano é imunogênico, sendo atacado prontamente pelo sistema imune de primatas não-humanos. No entanto, o inverso pode não ser verdade. Aliás, hoje em dia a fertilização in vitro poderia, em tese, gerar embriões híbridos em laboratório e implantados diretamente no útero. Acredita-se que o embrião não conseguiria se desenvolver por muito tempo por causa da incompatibilidade genética.

Apesar de termos cerca de 99% de nosso DNA semelhante ao dos chimpanzés, as duas espécies seguiram caminhos evolutivos muito distintos.
Muito provavelmente esses experimentos nunca foram realizados. O sentimento de aversão que surge na maioria das pessoas quando expostas a essa idéia não tem uma explicação clara. Parte disso parece estar ligada a um resíduo na crença de que o material humano é sagrado. Mesmo um dos maiores racistas de todos os tempos, Adolph Hitler, expressou indignação sobre possíveis experimentos de hibridização humana, acreditando que qualquer mistura levaria à degeneração da espécie.
Do ponto de vista cientifico, vejo pouco fundamento em tais experimentos. Mas o fato de que eles foram plenamente justificados por uma sociedade humana é um alerta que faz pensar. Valores morais não são estáticos.


Células-tronco e câncer

Uma das ideias mais quentes na área de células-tronco é a hipótese de que o processo cancerígeno seja originado a partir de algumas células-tronco que se replicariam rapidamente, dando origem à massa tumoral com células mais diferenciadas.
A idéia surgiu há uns 15 anos, quando o pesquisador canadense John Dick descobriu que nem todas as células do câncer são iguais. Com uma estratégia bem elegante, seu grupo demonstrou que apenas uma pequena parcela de uma população de células oriundas de um paciente com leucemia era capaz de gerar tumores. Essa pequena parcela tinha como característica a capacidade de se expandir rapidamente quando comparada com as outras células, mais vagarosas. Essas células foram então batizadas de células-tronco de câncer.
O modelo foi revigorado em 2003, com a demonstração de que cânceres sólidos também continham uma pequena fração de células com o potencial de gerar novos tumores (Al-Hajj e colegas, “PNAS”, 2003). Desde então, o isolamento dessas células-tronco em diversos outros tumores, incluindo cérebro, pulmão e pâncreas, vêem reforçando a idéia original. A excitação de médicos e pesquisadores com essa idéia é óbvia. Afinal, bastaria atingir as células-tronco do câncer para impedir que o tumor prolifere.
DesafioEm 2007, um grupo de Harvard publicou dados que confrontavam essa teoria. No trabalho, o grupo mostrou diversas diferenças genéticas entre as ditas células-tronco de um câncer de mama e outra população de células mais diferenciadas do mesmo tumor. Acabaram por descobrir que as populações eram geneticamente diferentes, sugerindo que cada uma teria uma origem distinta e não que as células-tronco do câncer fossem o foco originário da massa tumoral (Shipitsin e colegas, “Cancer Cell”, 2007).
Esse novo dado sugere que, ao contrário da teoria das células-tronco cancerígenas, as células do tumor teriam origem clonal. Eu explico: seriam necessários eventos isolados que levariam uma única célula a perder o controle da proliferação celular. Assim, essa única célula daria origem a outras que poderiam sofrer novas alterações genéticas, criando populações de células geneticamente distintas (clones) que competiriam entre si. Dessa forma, eliminar as potenciais células-tronco do tumor não seria suficiente, pois as células restantes ainda poderiam sofrer novas alterações, contribuindo para o crescimento do tumor.
Apesar da dicotomia entre essas duas idéias, é possível que a carcinogênese seja uma mistura desses dois fenômenos. Afinal, a teoria das células-tronco de câncer não exclui o surgimento de novas mutações em células mais diferenciadas. Além disso, essas células-tronco não são homogêneas entre si e já foi relatado que podem surgir variantes genéticas com o tempo.
Outro conceito instável atualmente é o de que as células-tronco seriam extremamente raras. No ano passado, o grupo de Sean Morrison demonstrou que bastaria apenas 1 em 4 células para iniciar um processo tumoral em um modelo animal para melanomas humanos (Quintana e colegas, Nature 2008). A percepção original era de 1 em 1 milhão de células!
Faltam modelosInfelizmente, um dos problemas nessa área é a falta de modelos biológicos relevantes. Normalmente, esses modelos são criados com a injeção ou transplante de células tumorais humanas em camundongos geneticamente modificados para manter o sistema imune deficiente, evitando a rejeição. Funciona, mas está longe de reproduzir o que realmente acontece no corpo humano. Por isso mesmo, existe uma série de pesquisadores e indústrias farmacêuticas interessados em desenvolver modelos animais mais semelhantes aos seres humanos.
É bem provável que, dependendo do tipo de câncer, uma teoria ou a outra se aplique. Também é possível que surjam novas idéias para explicar por que alguns tumores são mais resistentes e agressivos que outros, e que não envolva nenhum desses dois conceitos. O campo de pesquisa na área é fértil e profissionais de diversas áreas serão necessários para entender um dos maiores mistérios da medicina: afinal, o que causa o câncer?

Mazelas do marketing científico
A divulgação de dados científicos é uma das formas mais comuns de que a sociedade dispõe para se educar a respeito do que se passa nos laboratórios de pesquisa, amplamente financiados com dinheiro público, fortalecendo a confiança da sociedade em seus cientistas.
Quando um resultado científico é divulgado através da mídia, a sociedade acaba por aceitar a informação como correta. Isso porque ela não possui conhecimento suficiente para questionar experimentos sofisticados ou ultraespecializados. Acaba confiando demasiadamente no jornalista e/ou meio de comunicação, assumindo que está lidando com dados científicos, comprovados, revisados e publicados. Infelizmente, hoje em dia essa é uma atitude passiva e não combina com o rápido crescimento do conhecimento gerado através das novas tecnologias.
Um dos problemas é a divulgação de resultados preliminares ou ainda não publicados em revistas científicas de impacto internacional. Em geral, esses dados preliminares estão sempre reportando grandes avanços ou descobertas fenomenais. Infelizmente, a maioria dessas pesquisas acaba por não passar pelo crivo da revisão por pares (forma que os cientistas encontraram de julgar a qualidade de um trabalho científico) e nem chega a ser publicada. Outras acabam por alterar as conclusões originais, invalidando o que foi previamente divulgado.
Quando isso acontece, as conseqüências são sérias. Cada vez que a mídia divulga algo errado, acaba por abalar a credibilidade de ambos: cientistas e jornalistas. Além disso, pode-se causar pânico ou esperança desnecessária, uma vez que as pessoas começam a imaginar as conseqüências da nova descoberta, como a descoberta de um vírus mortal ou a cura para uma doença. Por último, diria que as agências de fomento ou doadores filantrópicos em potencial podem evitar o investimento em determinada área científica, atrasando o conhecimento. Todo mundo perde.
Em alguns casos, o estrago é difícil de consertar. Vou exemplificar com um caso conhecido e que, apesar de ter sido solucionado cientificamente, ainda não está claro para a sociedade em quem acreditar. Em 1998, a famosa revista médica inglesa “The Lancet” publicou um artigo de autoria de Andrew Wakefield sobre uma possível ligação entre autismo e a vacina contra sarampo. Essa ligação nunca foi confirmada, e diversos trabalhos científicos foram publicados posteriormente negando qualquer correlação entre vacinação e incidência de autismo. Infelizmente, o mal já estava feito, e os dados preliminares originais foram amplamente divulgados pela mídia inglesa e mundial. Pais assustados com a nova informação deixaram de vacinar seus filhos, aumentando drasticamente o número de casos de sarampo na Inglaterra.
A história tem um apelo quase novelístico, mantendo-se na mídia quase diariamente. Os pais de crianças autistas têm, finalmente, uma explicação conveniente para justificar o desenvolvimento da doença. Alguns até hoje acreditam que essa é realmente a causa, rejeitando qualquer outro dado científico que mostre o contrário. Preferem acreditar que exista uma conspiração mundial para esconder a verdade. A história rende.
Mas não quero passar a impressão que sempre a culpa é do jornalista, que não entende o que, nós, nobres cientistas, querem dizer. Muitas vezes, o cientista também se apóia na mídia. Esse apoio, em geral, tende a ser saudável, auxiliando a compreensão e digestão das novas descobertas pela sociedade, que passa então a julgar se a pesquisa é relevante ou não. Agências de fomento estimulam, corretamente, os cientistas a divulgar seus dados na mídia. O problema é quando a divulgação acontece antes da publicação ou confirmação dos dados. Essa é uma área cinza e, a meu ver, só existe uma solução: jamais divulgar dados não publicados. Lembro de um orientador que costumava dizer que dados não publicados simplesmente não existem. É verdade, na ciência é assim. Nos EUA, onde a competição e a massa crítica científica são maiores, isso é levado muito a sério, e a divulgação antes da hora é vista quase como charlatanismo. Além de perder potenciais diretos de patente, o cientista perde o respeito de colegas e da instituição de vínculo que, dependendo do estrago, pode até repreender o pesquisador com a expulsão.
Jornalistas também poderiam adotar medida semelhante, colocando o sarrafo na mesma altura. Aliás, a sociedade poderia elevar o nível e se proteger ao exigir que as matérias de divulgação científica mencionem sempre onde o trabalho foi, ou está, sendo publicado.

Reparem que toda grande matéria, ou respeitável jornalista, menciona a publicação dos dados como referência para maiores detalhes, caso o leitor deseje saber mais. Ao perambular pelos dois mundos, eu mesmo tenho me deparado com leitores exigindo as referências corretas das pesquisas que cito nos textos. Os leitores dessa coluna estão corretos e passei a me preocupar ainda mais com isso quando escrevo um texto de divulgação científica.
A excitação com os resultados preliminares é perfeitamente natural, mas não justifica os potenciais danos sociais.

Além disso, que lição estaríamos dando aos novos pesquisadores? Que é suficiente ou melhor publicar no jornal ou na TV do que numa revista científica? E aos novos jornalistas? Que pouco importa se o trabalho foi publicado ou não? Que o furo é melhor do que o conteúdo? Infelizmente, tanto jornalistas quanto cientistas são seres humanos, vaidosos, que dividem um medo em comum: o medo da insignificância, de passar desapercebido.

A fórmula contra esse medo é achar valor no próprio trabalho. Para os cientistas esse valor pode estar na publicação nas melhores revistas. Para os jornalistas, na matéria imortal.

Eliminando memórias

Imagine que exista vida após a morte. Imagine agora que, antes de partir para essa outra vida, você fosse direcionado para um lugar especial, um lugar onde você teria um tempo para refletir sobre sua existência e escolher apenas uma memória que o acompanharia para todo o sempre. Todas as outras memórias seriam cuidadosamente “apagadas” do seu cérebro. Qual seria a memória que você escolheria? Escolher uma única memória, ou apagar outras, pode significar a redescoberta de sua própria vida. Memórias são importantes, representam quem você é ou foi. Esse é justamente o roteiro do belo filme “After Life”, de Hirozaku Kore-eda.
Curiosamente, a escolha de memórias pelas personagens do filme estava vinculada à remoção de outras memórias do cérebro. Até recentemente, não sabíamos se a remoção de memórias específicas do cérebro seria ou não possível. Semana passada, um artigo publicado na prestigiosa revista especializada “Science” (Han e colegas, 2009) relatou experimentos em camundongos mostrando ser possível apagar seletivamente memórias do cérebro.
Acredita-se que as memórias são armazenas em redes neurais, “dentro” de um grupo restrito de neurônios que se comunicam. No entanto, a exata correlação entre grupos de neurônios e memórias nunca havia sido demonstrada de forma convincente.
No estudo da “Science”, o grupo de pesquisa gerou uma memória de “medo” num grupo de camundongos. A memória foi gerada a partir do condicionamento do animal ao som de um apito com um pequeno choque elétrico nas patas. Logo depois de ouvir o apito, o animal levava um pequeno choque. Após algumas sessões, bastava ouvir o apito que o animal já se colocava em um comportamento característico: literalmente congelava de medo, como se ficasse esperando pelo choque.

Amígdala
Sabia-se que o medo estava correlacionado com atividades de neurônios da amígdala lateral (uma região do cérebro, não na garganta…). Depois de gerar a memória de medo nos animais, o grupo usou uma estratégia genética para ativar uma toxina que atacava preferencialmente os neurônios dessa região do cérebro. Após eliminar de 10% a 20% desses neurônios, a memória de medo foi eliminada por completo do cérebro dos animais. Comportavam-se ao ouvir o apito como se nunca tivessem sido expostos aos choques: os animais não apresentavam o comportamento característico de medo. Como se tivessem esquecido que, ao ouvir o apito, levariam um choque.
Num estudo publicado anteriormente, já havia sido mostrado que, estimulando esses neurônios, conseguia-se amplificar a memória do medo. Juntos, esses dois experimentos confirmam o papel da amígdala no conteúdo emocional da resposta ao medo e começam a determinar quais seriam as redes neuronais envolvidas. Em humanos, a síndrome de Kluver-Bucy, um distúrbio comportamental que ocorre quando regiões da amígdala são retiradas por algum motivo, os indivíduos tornam-se mais dóceis, menos estressados e perdem a capacidade de avaliar situações de perigo.
O mais intrigante do estudo da Science é que nenhuma outra memória foi, aparentemente, atingida. Mesmo memórias de outros medos não foram apagadas. O procedimento também não interferiu em nada com a capacidade dos animais de adquirirem novas memórias. Os animais foram inclusive capazes de reaprender a memória do medo dos choques depois de um período novo de treinamento. Os resultados obtidos foram específicos, potentes e duradouros.
Apesar dos avanços, não estamos nem perto de apagar memórias em humanos. Memórias constituem a base do aprendizado e personalidade de cada um de nós. Na verdade, devemos pensar direito que memórias apagaríamos se tivéssemos realmente essa oportunidade. Apagar memórias ruins não é nada trivial, afinal elas existem por uma razão: hoje em dia você não coloca a mão no fogo ou na tomada, correto?
Por outro lado, eliminar memórias deletérias para a saúde humana, como no caso de episódios de estresse pós-traumático, poderia funcionar como uma nova terapia. Ainda chegaremos lá.


O cérebro moral

O recente caso da menina de 9 anos, estuprada pelo padrasto e que interrompeu a gravidez, comoveu o mundo. Mas comoção maior veio depois das críticas e julgamento moral de grupos religiosos contra médicos e familiares que consentiram com o aborto.

O episódio ilustra uma das questões filosóficas mais antigas e que está sendo trabalhada pela neurociência: o que é certo e o que é errado? Esse valor moral é particular dos humanos ou outros animais também o possuem?
A questão da origem do valor moral intrigou grandes pensadores, e basicamente três fontes foram cogitadas. Primeiro, o que é certo ou errado tem origem em uma autoridade divina. Os seres humanos não interferem nisso, apenas aceitam a opção da divindade. Segundo, o que a origem estaria na razão, ou seja, seria através da troca de argumentos que se chegaria a uma conclusão para cada caso.

Por último, cogitou-se que a origem da moral estaria na biologia de cada espécie, no seu conjunto genético, mas passível de interações com o ambiente.
A primeira hipótese foi contestada por Sócrates, que se baseou no fato de que culturas que vivem sem um “Deus”, ou entidade divina definida, possuem valores morais. Da mesma forma, culturas politeístas também possuem valores morais. Seu outro argumento foi a falta de se conseguir identificar uma linguagem clara da divindade.

Afinal, diversas pessoas começavam a defender pontos de vista discrepantes baseando-se apenas no fato de que era o mesmo “Deus” que havia assim ordenado. Como saber quem fala a verdade e quem mente?
Já Aristóteles identificou os humanos como animais sociais e sugeriu que a moral ajudaria a resolver conflitos sociais, trazendo uma satisfação para os elementos envolvidos. Esse ponto foi muito bem aproveitado por Darwin, que argumentou que a moral humana deveria ter origem nos instintos sociais, nos hábitos e na razão. Pensando assim, o isolamento social teria um custo alto para o indivíduo, da mesma forma que a falta de confiança entre membros do grupo. Ou seja, indivíduos que se ajustariam às redes sociais se dariam melhor na vida, deixando mais descendentes.

O caso do vampiro pidão
Morcegos-vampiro costumam viver juntos, são animais altamente sociais. À noite, saem em busca de sangue e voltam carregados para alimentar seus filhotes. Os menos afortunados pedem sangue aos vizinhos, que têm a opção de doar ou não um pouco do que conseguiram coletar. Aí vem o fato curioso: ao negar alimento ao vizinho, o elemento é rapidamente marcado e não receberá nenhuma ajuda futura de nenhum outro membro da comunidade. Basta um curto período sem alimento e os indivíduos de toda a família morrerão de fome, na presença indiferente de todo o resto.
O caso do roedor ricardãoApenas 3% dos mamíferos são monogâmicos. Inclui-se aí uma espécie de roedor que, quando encontra seu par, permanece fiel até que a morte os separe. Machos membros de uma outra espécie, quase indistinguíveis entre si, são exatamente o contrário e não conseguem ficar com a mesma fêmea, estão sempre trocando de parceiras, sempre preferindo a novidade quando a escolha é apresentada. A diferença entre essas duas espécie está na ação de um único gene, o receptor do hormônio oxitocina. Elevados níveis de oxitocina foram relacionados com um aumento de confiança, redução da ansiedade e pressão sanguínea e redução dos mecanismos de defesa. É justamente esse o hormônio liberado na lactação, responsável por manter mãe e filho unidos. Assim, nos roedores fiéis, a presença elevada dos receptores no cérebro elevam a sensação de prazer ao se associar a uma fêmea única. Ao contrário dos machos infiéis, cujas redes nervosas foram geneticamente criadas para não se saciar nunca.
O caso do macaco descoladoO cultivo da confiança entre os membros de uma sociedade pode ser uma qualidade em alguns primatas. Nas comunidades de babuínos, a reciprocidade e a reputação contam muito para o estabelecimento de redes sociais. Curiosamente, o sucesso social nesse caso está diretamente relacionado com o sucesso reprodutivo.
O caso da cenoura americanaMas no caso dos humanos tudo é mais complicado, pois alteramos constantemente as forças seletivas “naturais” (veja coluna passada). Um número grande de amigos no Orkut não necessariamente coloca você em vantagem reprodutiva e pode até ser visto como algo negativo. As sociedades humanas se organizam de formas distintas. Criamos instituições e essas estão sempre a julgar os comportamentos sociais, seja com base na vontade divina (mulheres acusadas de bruxaria já tiveram que segurar uma barra de ferro quente, só Deus poderia intervir e fazê-las suportar caso fossem inocentes), na vontade monárquica ou na vontade de um júri popular.
Uma explicação para o surgimento de intuições desse tipo pode ser o grande número de indivíduos nos agrupamentos humanos. E quanto maior o grupo, mais difícil de selecionar novos membros. Estudos recentes de comportamento humano e em outros primatas apontam para o valor inconsciente dos gestos. A imitação dos pares parece ser crítica, pois sugere um funcionamento normal do cérebro e eventual lealdade com o grupo. Empresas americanas costumam perguntar em entrevistas de emprego que tipo de vegetal você seria. Por mais louco que possa parecer, 90% do inconsciente americano responde “cenoura”, de primeira. Respostas próximas, de vegetais que lembrem cenouras, são aceitáveis, mas respostas muito diferentes indicariam um desligamento social ou ausência da capacidade de trabalhar em grupo. O candidato pode até ser supercriativo e competente. Mas, se não veste a camisa do time, não será contratado.
As regras sociais humanas também variam muito, mesmo dentro do mesmo grupo social, algo não muito comum em outros animais. Crianças aprendem desde cedo que mentir é ruim, mas conforme crescem e ampliam as redes sociais, a mentira passa a ter um outro valor. Criou-se até o termo “mentira branca” para mentiras que supostamente não causam danos. Na complexidade das relações humanas, o julgamento moral também fica mais complexo.
Voltando ao triste caso da menina: como deveríamos agir como sociedade se fosse descoberto causas genéticas que justificassem o comportamento do padrasto? O mesmo valeria para os padres acusados de abuso de crianças? O que é pior: estupro ou aborto? Não acredito que a ciência vá gerar respostas para essas questões. É função dos cientistas gerar dados, mas a função da sociedade é decidir o que fazer com eles. Costumo discutir sobre questões éticas com pessoas com que me relaciono no dia-a-dia, desde o parceiro de trabalho ao motorista do ônibus. A tentativa é ampliar o pouco espaço para a reflexão e pensamento crítico nas redes sociais. Em geral, esse espaço é massacrado pelas respostas enlatadas que vêm dos jornais ou das novelas.

Globo.com

Como evitar pressão alta em mulheres

Médico dá dicas sobre como evitar a pressão alta em mulheres
Receita envolve controle de peso, menos sal, exercícios e ácido fólico.Se todos os fatores forem controlados, risco cai cerca de 80%.

A hipertensão arterial, conhecida como pressão alta, é uma das doenças crônicas mais comuns na sociedade. Se não evitada ou tratada adequadamente, pode levar a complicações importantes, como infartos do coração e insuficiência renal.
Uma pesquisa publicada na revista "Journal of the American Medical Association" aponta que 6 fatores comportamentais podem ser responsáveis por 78% de diminuição na aparecimento da pressão alta para mulheres.
Os dados vêm de um estudo que acompanhou por mais de 14 anos um grupo com 80 mil mulheres de 27 a 44 anos de idade.
Todas as participantes eram saudáveis quando entravam no estudo, o que permitiu a identificação das doenças à medida em que apareciam. O aparecimento da hipertensão depende de fatores de risco modificáveis e outros como raça, sexo, história familiar de hipertensão e uso de contraceptivos orais.
A lista de fatores modificáveis inclui índice de massa corporal, não seguir as recomendações dietéticas para evitar a hipertensão, uso frequente de analgésicos, sedentarismo, consumo excessivo de álcool e não consumir a quantidade recomendada de ácido fólico por dia.
O fator mais importante dentre esses foi o Índice de Massa Corporal.
O controle do peso responde pela metade dos casos de pressão alta na sociedade. Mulheres obesas, ou seja, com IMC acima de 25, têm 48% mais chance de ter hipertensão.
Os outros fatores respondem por aumentos menores do risco. Para cada fator evitado, menor o risco de se apresentar a hipertensão.
Se todos os 6 fatores puderem ser controlados, o que acontecia com cerca de 0,3% do grupo estudado, o risco pode ser diminuído em 78%. Além de controlar o peso, as mulheres que desejam evitar a pressão alta devem:
- Evitar o uso de analgésicos frequentemente, ou seja, mais de uma vez por semana. Isso pode diminuir em 17% o risco.
- Seguir as recomendações de uma dieta saudável para o coração, com pouco sal, e consumir muitas frutas e vegetais pode cortar em 14% o risco.
- Fazer 30 minutos de exercícios vigorosos todos os dias pode evitar 14% dos casos de hipertensão.
- O consumo de mais de um drinque por dia é responsável por 10% do risco de pressão alta.
- Por último as mulheres devem consumir pelo menos 400 mg de ácido fólico todos os dias e diminuir seu risco em 4%.
Apesar de difícil, quanto mais fatores de risco forem controlados, menos casos de hipertensão. O estudo mostra que esses fatores dependem de decisão pessoal mas também podem influenciados por políticas públicas.
A existência de áreas que favoreçam a prática de exercícios, legislação que controle o processamento de alimentos, como o uso de gorduras trans, por exemplo, podem ajudar. Isso aponta para uma combinação entre ações públicas e privadas. As doenças cardiovasculares consomem uma parte substancial dos recursos gastos em saúde e cortam anos de vida das pessoas. Cuide-se.
Globo.com

O PODER DAS AGULHAS

O PODER DAS AGULHAS
16/07/2009
Técnica chinesa, a acupuntura se mostra eficaz no alívio de dores e pode ajudar pacientes a obter melhores resultados no tratamento de várias doenças. Com a chegada do frio, é comum que as dores pelo corpo se intensifiquem. Não por acaso, nessa época, cresce também a procura nos consultórios por acupuntura. Afinal, a milenar técnica chinesa que consiste na inserção de agulhas em pontos específicos do corpo já provou ser bastante eficaz no tratamento de dores, além de poder ser usada no combate a diversos outros males. Reconhecido pelo Ministério da Saúde desde 2006, quando o tratamento passou a ser oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o método pode ser usado também para diminuir a incidência de determinadas doenças e suavizar distúrbios psicológicos. É importante destacar, porém, que a técnica não substitui os tratamentos convencionais, principalmente no caso de problemas mais graves. Mesmo assim, a combinação da acupuntura com a medicina tradicional costuma trazer melhoras significativas para o paciente. Exemplo disso é o caso de Olga Sakkis, 51 anos. "Eu comecei a fazer por recomendação do meu ortopedista quando tive a primeira crise de coluna, há oito anos. Ele me indicou fisioterapia aliada à acupuntura", conta a servidora pública. De acordo com a acupunturista Rose Porto, 39 anos, muitos dos pacientes que a procuram atualmente vêm por indicação de médicos, principalmente clínicos-gerais. "Também tem muita gente que vem por conta própria", revela. Há oito anos, a professora Ilma Gentil, 54 anos, decidiu buscar um método alternativo para minimizar as dores causadas por três hérnias de disco. Os médicos já haviam dito que, mesmo com a realização de uma cirurgia, o desconforto provavelmente continuaria. "Como eu não teria resultado positivo com a cirurgia e estava sentindo muita dor, comecei a fazer acupuntura", lembra. Tanto Ilma quanto Olga são enfáticas ao dizer que as agulhadas trouxeram melhoras na qualidade de vida. "Além da hérnia de disco, tenho artrose e fibromialgia, entre outros problemas. Com a acupuntura, eu consigo conviver muito bem com as dores e acabei me tornando uma pessoa mais equilibrada", assegura a professora. Olga, por sua vez, afirma que seu organismo responde muito bem ao tratamento: "Sinto uma melhora grande na dor muscular, de estômago e de cabeça. Também ajuda nas crises de labirintite", enumera. Além de agulhas, podem ser usados na técnica laser, sementes, massagens, ventosas, entre outros objetos. Logo, mesmo quem tem medo de ser espetado pode ser tratado. A acupunturista Sandra de Almeida, 49 anos, afirma que a acupuntura, a princípio, não dói. Além disso, existem formas de dessensibilizar um pouco os pacientes mais temerosos. "Eu não gosto de dor e acho que ninguém gosta, então tento minimizar o efeito desagradável", diz. OPINIÃO DOS ESPECIALISTAS - Comentam sobre a necessidade ou não de o acupunturista ter formação em medicina. "A acupuntura é reconhecida pelo ministério da Saúde, pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira como especialidade médica, ou seja, só pode ser feita por médico com formação específica na área. Só um médico formado saberá, em uma avaliação clínica, se a acupuntura é ou não a melhor indicação de tratamento para o paciente." - Ruy Tanigawa, acupunturista e membro da Associação Médica Brasileira de Acupunturistas. "Eu sou graduada em biomedicina e estou fazendo uma pós em acupuntura agora. Faço parte da primeira turma, que se forma em outubro. Toda pessoa formada em qualquer faculdade da área de saúde pode fazer pós em acupuntura, seja psicólogo, biomédico, biólogo, fisioterapeuta. A faculdade onde faço meu curso é reconhecida pelo Ministério da Educação." - Flávia Gonçalves, pós-graduanda em acupuntura. -
Fonte: Correio Braziliense - Portal Médico

7.21.2009

Dieta para emagrecer

Dieta para emagrecer

A expressão dietas provavelmente trás à mente refeições de alface e queijo cottage. Por definição, dieta refere-se a o que uma pessoa come ou bebe durante o curso do dia. Dietas que, para promover a perda de peso, limitam as porções a um tamanho muito pequeno, ou excluem completamente alguns alimentos, podem não ser eficientes em longo prazo. Mais exatamente, você estará mais propenso a sentir falta de algumas comidas e achar esse tipo de dieta difícil de seguir por muito tempo. Por outro lado, geralmente é útil mudar gradualmente os tipos e quantidades de alimentos que você ingere e manter essas mudanças para o resto da sua vida. A dieta ideal é aquela que leva em conta seus gostos e inclui uma ampla variedade de alimentos com calorias e nutrientes suficientes para uma boa saúde.
Como as dietas podem dificultar o controle do peso?
Quando alguém emagrece e depois ganha mais peso do que havia perdido, diz-se que ocorreu um rebote. Ele é muito freqüente em quem faz dietas, principalmente quando estas dietas são desequilibradas. Quando a pessoa não obtém em sua alimentação as quantidades necessárias de nutrientes, é muito provável que ela perca, além de gordura, uma quantidade considerável de massa muscular. O músculo, ao contrário do tecido adiposo, é metabolicamente ativo. Quanto maior a massa muscular, maior o gasto metabólico basal, que é a quantidade de energia consumida pelo organismo para manter as funções vitais. Este gasto metabólico basal geralmente representa mais da metade do total de calorias queimadas pelo nosso organismo. Esta é a principal explicação para o chamado efeito ioiô: dieta rigorosa leva a perda de músculo, que leva a diminuição do gasto metabólico basal, que leva a um peso maior que o registrado antes que se iniciasse a dieta. No ciclo vicioso das dietas, o excesso de peso tende a tornar-se cada vez mais grave.
O que são as dietas de moda?
A palavra dieta vem do grego, com o significado original de estilo de vida. Hoje o emprego mais comum tem sido o de “privação total ou parcial da alimentação, prescrita pelo médico”. Quase sempre assume conotações de sacrifício, privação física e social, fome e sofrimento. O tipo de dieta que mais prejudica as pessoas que lutam contra o excesso de peso é a chamada dieta de moda. A cada ano, mais e mais pessoas aparecem na mídia com “receitas” espetaculares para o emagrecimento. Essas dietas da moda são então difundidas entre os obesos, que as utilizam sem se preocupar em descobrir sua procedência ou se existe alguma comprovação científica de sua eficácia. Algumas delas acarretam inclusive riscos para a saúde das pessoas que as utilizam, pois partem de teorias sem sentido com o objetivo de produzir resultados impossíveis. Mas se as dietas de moda não funcionam como explicar o sucesso que fazem? A resposta é fácil. No início qualquer dieta pode fazer emagrecer, simplesmente porque impõe uma restrição alimentar qualquer. Qualquer que seja esta restrição, muita gente vai perder peso no início, mesmo que não exista uma explicação científica que justifique esta restrição.
A Dieta do Dr. Atkins.
Foi criada nos Estados Unidos pelo médico Robert Atkins na década de 70, voltando a fazer sucesso recentemente. Esta dieta consiste em estimular o consumo de alimentos ricos em proteína e gorduras, retirando deste modo quase todos os carboidratos da alimentação. Apesar da perda de peso rápida, as pessoas o recuperam geralmente mais rápido ainda, pois não conseguem manter este comportamento alimentar por muito tempo, voltando aos maus hábitos alimentares anteriores aos tratamentos. Como o consumo de gorduras foi estimulado, muitas vezes o hábito alimentar torna-se ainda pior.
A Dieta das Proteínas:
Variante da Dieta do Dr. Atkins, que esteve na moda durante os anos 70, tem o grande inconveniente de estimular o consumo de gorduras, presente em grande quantidade em diversos alimentos ricos em proteínas, como carnes vermelhas, bacon, ovos e frios (presunto, queijo, salame), além de condenar o consumo de alimentos ricos em carboidratos, como pães, grãos e massas. Já o consumo de frutas e verduras fica restrito a pequenas porções por dia. O alto consumo de alimentos ricos em proteína animal pode levar a um aumento importante nos níveis de colesterol e triglicérides. Este aumento do colesterol, por sua vez, pode levar a um aumento na formação das placas de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos, predispondo a pessoa a diversas doenças, como o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral, ou melhor, o derrame. Além disso, esta grande quantidade de proteína ingerida poderá levar as alterações na função do fígado e dos rins. Tais órgãos são os responsáveis pela metabolização das substâncias e terão que “trabalhar dobrado” para eliminar o excesso de proteína consumido. Deve-se também lembrar que a pequena ingestão de fibras que ocorre nesta dieta, pode levar a uma alteração no funcionamento do intestino, diminuindo a velocidade de formação do bolo fecal e aumentando o contato de substância carcinogênico (que podem levar ao aparecimento de câncer) com a parede do intestino. Já existem também estudos comprovando que os carboidratos são os principais responsáveis pelo controle da saciedade. A redução da ingesta de carboidratos pode levar as alterações na regulação do mecanismo de saciedade a nível cerebral. A falta de alimentos ricos em carboidratos também pode levar à compulsão alimentar, que vai dificultar ainda mais o processo de emagrecimento. Proteínas são fundamentais para uma alimentação saudável, mas deve limitar-se a apenas 15 a 20% do total de calorias ingerido. Não se deve deixar de consumir frutas, legumes e verduras em quantidades adequadas, porque estes alimentos possuem quantidades necessárias de vitaminas e minerais.
A Dieta de Bervelly Hills:
Criada pela americana Judy Mazel, esta dieta baseia-se no estimulo ao consumo apenas de um tipo de fruta por dia, no período de 15 dias. Esta dieta, além de desequilibrada, sem nenhuma base de conhecimentos científicos, pode levar a carências de todos os tipos de nutrientes (proteínas, vitaminas, sais minerais, etc.), causando vários problemas de saúde. A quase completa ausência de proteínas faz com que a pessoa perca não somente tecido gorduroso, mas também tecido muscular, o que é muito prejudicial. É o gasto energético do tecido muscular um dos principais responsáveis pelo gasto de energia do nosso corpo, facilitando a queima de gordura. Se o corpo perde músculo, a pessoa terá uma dificuldade cada vez maior para emagrecer.
A Dieta da Sopa:
Esta dieta estimula o consumo de um tipo de sopa, preparada com alguns tipos de legumes, por 1 semana. Pode-se chegar a perder até 4 kg em uma semana. Esta dieta não pode ser considerada saudável, pois não é nutricionalmente completa. As sopas devem ser usadas como entrada de pratos principais ou substituir 1 única refeição por dia. Não se deve, nem se consegue manter está dieta por um tempo prolongado. Quando a pessoa voltar a se alimentar como antes poderá engordar rapidamente, porque dietas líquidas são muito pobres em calorias e em nutrientes e levam a diminuição do metabolismo (que são um conjunto de reações químicas que transformam a energia presente nos alimentos em energia disponível para exercermos nossas atividades). A falta de alguns nutrientes pode levar ao aparecimento de tonteiras e falta de disposição para a prática de atividades diárias.
Dieta da Lua:
Esta dieta adota o esquema de uma alimentação líquida (sopas, chás, sucos, etc), nos dias em que a lua muda de fase. Não há nenhum fundamento cientifico que possa justificar este comportamento alimentar. A ingestão apenas de líquidos pode levar a deficiência de vários nutrientes e acarreta riscos para a saúde. Dietas deste tipo baseiam-se em períodos pré-definidos de tempo para impor severas restrições à alimentação de uma pessoa. Apesar de ser possível manter tais restrições no início, é impossível manter por um período longo de tempo. Ao interromper tais dietas, as pessoas voltam a se alimentar como antes e tem uma tendência a ganhar ainda mais peso do que tinham inicialmente (efeito sanfona ou ioiô).
Volumetrics:
Esta dieta foi criada pela nutricionista Bárbara Rolls. Ela baseia-se na elaboração de um cardápio de baixas calorias e com alimentos que tem alto poder de saciedade. Geralmente a pessoa ingere um total de 500 kcal por dia (uma pessoa normal ingere entre 2000 a 2500 Kcal/dia). Esta dieta é rica em fibras, frutas e vegetais, permitindo também o consumo de grãos massas e pães (exatamente o oposto da dieta das proteínas). Deve-se ter um acompanhamento adequado com a nutricionista para evitar que o alto consumo de alimentos ricos em fibras não interfira na absorção de alguns nutrientes, principalmente os sais minerais. A falta de consumo de proteínas animais pode levar também a diminuição da quantidade de tecido muscular, ocasionando os problemas já citados acima.
A Dieta do Tipo Sangüíneo:
No livro A dieta do tipo sanguíneo, o médico americano Peter D’Adamo defende a existência de uma alimentação ideal para cada tipo de sangue (A, B, AB e O), sem levar em consideração o fator Rh negativo ou positivo. A dieta mostra os alimentos que reduzem ou aumentam o peso, partindo de uma avaliação histórica de cada tipo sanguíneo. O primeiro tipo sanguíneo da história seria o O, que representa os homens essencialmente carnívoros de 50 mil anos atrás. Assim, para pessoas com sangue do tido O, a carne vermelha é recomendada como um dos alimentos que facilitam a perda de peso. A dieta é mais uma novidade na esteira dos modismos e também não garante uma alimentação equilibrada. Na há qualquer evidência científica que justifique recomendações deste tipo.
A Dieta dos Exterminadores de Açúcar:
Criada por Médicos Americanos Autores do Livro Sugar Busters, esta dieta orienta pessoas a cortar o consumo de açúcar e de carboidratos de forma radical, com o objetivo de provocar diminuição da secreção de insulina e aumentar a “queima” de gordura. Retirar o açúcar pode ser benéfico para promover perda de peso, mas a retirada total de alimentos fonte de carboidratos pode provocar sérios problemas de saúde. Os carboidratos são os alimentos preferências para fornecer energia para o corpo. A diminuição acentuada de carboidratos pode aumentar a sensação de ansiedade e pode levar a compulsão alimentar.
Dietas com Shakes e kits para emagrecer:
Estas dietas estimulam a substituição de refeições por diversos tipos de “shakes” disponíveis no mercado geralmente sob a forma de kits. Este método não é recomendado, porque além de ser monótono pode ocasionar sérias carências nutricionais. Os “shakes” não são alimentos criados com o objetivo de substituir uma refeição completa e, portanto, não contêm nutrientes em quantidade e qualidade suficiente. Por mais que uma pessoa goste de consumir tais produtos, ela não será capaz de manter tal alimentação por um tempo prolongado, pois logo estará enjoada. Ao interromper a utilização, ela tenderá a se alimentar como antes e retomará o ganho de peso.
O plano alimentar:
A literatura científica tem demonstrado resultados ruins com tratamentos fundamentados em dietas rígidas. Planos alimentares mais flexíveis têm produzido resultados muito melhores, com menor risco de compulsão alimentar e maior facilidade na manutenção de um peso saudável. Só através de um hábito alimentar equilibrado é possível manter-se em longo prazo o peso desejado.
Como utilizar estas recomendações?
Em primeiro lugar, é importante ter-se em mente que toda orientação contida neste texto é genérica, ou seja, não representa uma recomendação individualizada para alguém que precisa perder peso. Só um profissional de saúde pode preparar um plano alimentar específico, identificando os principais erros alimentares e elaborando uma estratégia adequada para a consolidação de hábitos alimentares saudáveis e compatíveis com a manutenção de um peso bom. E o contato pessoal não pode ser dispensado nesse processo. Toda informação aqui obtida, portanto, deve ser encarado como princípios básicos de um hábito alimentar saudável.
Elementos básicos do plano alimentar:
- Fazer várias refeições ao dia. O ideal é fazer de quatro a seis. O hábito do desjejum, principalmente, parece ser muito importante para um tratamento bem sucedido.
- Evitar os alimentos mais gordurosos.
- Comer carboidratos em todas as refeições (pão, feijão, arroz, batata, etc.), sem exagerar.
- Comer bastante verdura, legume e fruta (exceção para abacate e açaí, que são gordurosos).
- Usar moderadamente e de forma esporádica açúcar, doces, bebidas alcoólicas e gorduras, principalmente as de origem animal.
- Participar ativamente na elaboração dos cardápios e na escolha dos alimentos.
O plano alimentar na prática:
As duas primeiras regras do plano alimentar são: Nunca ficar muito tempo sem se alimentar - Para seguir a primeira regra, é importante prevenir situações em que se torna difícil interromper alguma atividade para fazer uma refeição, como acontece freqüentemente nos horários de trabalho ou aula. Vale a pena então ter sempre à mão uma fruta, uma barra de cereais, umas bolachas ou torradas. Evitar os alimentos mais gordurosos - A segunda regra só depende de escolhas certas, dando-se preferência sempre a opções menos gordurosas. Veja alguns exemplos de como evitar os alimentos mais gordurosos:
DAR PREFERÊNCIA A EM VEZ DE
Carnes brancas (frango, peixe, peru) Carnes gordurosas (vaca, porco)
Queijos brancos (ricota, cottage, frescal, minas) Queijos amarelos, manteigas ou margarinas
Requeijão light Requeijão comum
Cozidos, assados ou grelhados Frituras
Leite desnatado Leite integral
Habitue-se a comer com freqüência:
Emagrecer não é fechar a boca. A alimentação deve ser voltada para o equilíbrio do metabolismo. É importante saber reconhecer os alimentos mais gordurosos para poder evitá-los. Também é importante distribuir adequadamente as refeições. Os horários não precisam ser obedecidos rigorosamente, mas não se deve ficar mais de 4 horas sem comer. Um programa de alimentação ideal deveria conter seis refeições diárias - desjejum (café da manhã), colação (refeição leve entre o desjejum e o almoço), almoço, lanche, jantar e ceia. Se você tem o hábito de dormir logo após o jantar, não é necessário incluir a ceia. São muito comuns as pessoas saltarem refeições sempre que estão sem fome, tentando desta forma obter resultados mais rápidos, o que não é recomendável. Uma parte importante do nosso gasto energético vem da própria metabolização dos alimentos. Além disso, ficando muito tempo sem comer carboidratos, pode ocorrer uma diminuição nos níveis cerebrais de uma substância chamada serotonina, que regula o apetite e a saciedade. Com a queda desta substância, o risco de compulsão alimentar aumenta. Sabendo escolher bem pela qualidade, não é preciso se preocupar tanto com a quantidade. Utilizando a tabela a seguir fica fácil reconhecer os alimentos que mais engordam e aqueles que podem ser consumidos sem tanta preocupação. Os alimentos estão listados em grupos, divididos de acordo com seu teor de carboidratos, gorduras e proteínas.
Dicas para uma alimentação saudável:
Uma dieta equilibrada é de fundamental importância no nosso dia-a-dia, sobretudo de uma alimentação saudável, porém nem sempre nos atentamos a isso na hora das refeições, por isso aqui vão algumas dicas para que sua alimentação seja o mais saudável possível: Inclua frutas em sua alimentação. A fruta é uma ótima fonte de vitaminas, carboidratos, fibras e vários outros nutrientes, que são encontrados em grandes variedades dependendo da fruta. Comer fruta diariamente ajuda a manter um peso equilibrado, prevenindo contra doenças coronárias, por exemplo. Reduza o colesterol com ajuda da Berinjela. Além de um ótimo ingrediente para as refeições diárias, a berinjela é há muito tempo usado para reduzir os níveis de colesterol no sangue. Consulte seu médico. Consulte o seu médico ou vá à farmácia para medir os níveis de colesterol antes e depois deste processo, para ter forma de comparação e saber se os resultados estão sendo satisfatórios. Se estiver a tomar qualquer medicamento para nivelar os níveis de colesterol no sangue, continue a fazê-lo. Esta receita em nada substitui a medicação prescrita pelo seu médico.
Frutas e Hortaliças: Oferecidas no café da manhã nos sucos nas colações e lanches possuem grande quantidade de fibras e antioxidantes (como beta-caroteno, licopeno, vitaminas E e C) previnem o câncer e auxiliam na redução do colesterol.
Cereais (Arroz, Pães e Massas): Sempre em pequenas quantidades fornecem energia para o organismo; e se forem integrais, possuem fibras, vitaminas do Complexo B, vitamina E e selênio.
Leguminosas (Lentilha, Feijão e Grão de bico): São fonte de proteínas vegetais e fibras. As fibras regulam o funcionamento intestinal, evitam o câncer do cólon e reto (regiões do intestino grosso) e diminuem o nível do colesterol “ruim” (LDL) prevenindo o aparecimento das doenças coronárias.
Frutas Oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas): Por possuírem ácidos graxos poli e monoinsaturados, as oleaginosas contribuem para evitar a alta concentração de colesterol (LDL) no sangue. Possuem antioxidantes, que combatem o envelhecimento celular, e também auxiliam na prevenção de alguns tipos de câncer.Porém não devem ser consumidas em excesso, já que apesar das inúmeras vantagens, elas são muito calóricas.
Peixes: São ricos em ácidos graxos ômega – 3 que atuam contra o aparecimento de diversas doenças como: hipertensão, doenças do coração, aterosclerose e câncer.
Azeite de Oliva: É rico em substâncias antioxidantes e em ácidos graxos monoinsaturados que aumentam a taxa do colesterol “bom” (HDL), favorecendo nosso coração. É permitida 01 colher de sobremesa de azeite na forma crua, para finalização de pratos e como temperos de saladas. O consumo não deve ser exagerado, já que o azeite é um tipo de gordura e tem alto valor calórico.
Iogurte Desnatado: Além de serem fonte de cálcio, contém lactobacilos vivos. O cálcio contribui para a prevenção da osteoporose e os lactobacilos beneficiam a flora intestinal, combatendo os microorganismos patogênicos que possam estar presentes no nosso intestino.
Vinho Tinto: Por possuir uma alta quantidade de flavonóides (antioxidantes), o vinho tinto evita a formação de placas de gorduras na parte interna dos vasos sanguíneos, diminuindo assim, o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. No jantar do Spa é permitida 01 taça de 150ml de vinho tinto que equivale a 90kcal, já que o excesso de álcool não é benéfico ao organismo.
Conclusão:
Então tome cuidado porque algumas dietas para emagrecer não fazem bem a saúde, então faça sempre aquela dieta que os médicos indicam, pois são criadas por nutricionistas que estarão a orientá-lo e indicar as verdadeiras procedências a serem tomadas.
Fique atento:
Então fique esperto (a), pois as Dietas para Emagrecer estão em alta e as pessoas precisam de informações para que não tome atitudes que iram prejudica-los.
Confira aqui, tudo sobre as Dietas para Emagrecer e saiba de tudo sobre benefícios e malefícios que ela pode trazer a sua saúde.