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10.14.2009

Boas práticas de armazenamento e distribuição de medicamentos

Boas práticas de armazenamento e distribuição de medicamentos


“Nome da Distribuidora”
Responsável Técnico: XXXXXXXXX CRF -XXXX

1 OBJETIVOS

Garantir a integridade dos produtos armazenados, desde a recepção até a distribuição, produzindo informações qualificadas para uso no monitoramento das atividades operacionais e no controle gerencial.
Assegurar condições satisfatórias de conservação do produto.
Reduzir custos com estocagem.
Eliminar perdas.
Manter níveis de estoque compatíveis com equilíbrio aquisição/estoque/entrega.
Produzir informação.
2 ESTRUTURA FISICA
A localização da distribuidora é de fácil acesso para o recebimento e distribuição dos produtos.Está localizada em um prédio...
As instalações e equipamentos estão adequados para a conservação e distribuição de medicamentos. Os dispositivos de monitorização são permanentes.Equipamentos: Termo-Higrômetro digital, Condicionador de Ar...
Piso: O piso é liso, lavável, de fácil higienização, resistente para suportar o peso dos produtos e movimentação dos equipamentos.Tipo de piso: lajotas, granilite, paviflex...
Paredes: As paredes são de cor branca, com pintura lavável, isentas de infiltrações e umidade.Tipos de Paredes: azulejo, tinta látex hospitalar...
Ventilação: As diferentes áreas possuem aberturas, protegidas por telas milimétricas, que permitem a ventilação dos recintos.Janelas com telas nas sala....
Pé direito: A altura, do piso ao teto, é suficientemente alto para permitir o empilhamento dos produtos e a ventilação do ambiente.Altura do pé direito:
Rede elétrica; Toda rede elétrica possui aterramento e quadro de disjuntores apropriado ao porte das instalações e equipamentos.
Iluminação: A iluminação é adequada ao desenvolvimento das atividades, feita com lâmpadas frias, colocadas no teto.
Sanitários: São XX sanitários, sem comunicação direta com a área de estocagem. Os ralos dos sanitários são protegidos com telas. Os sanitários possuem toalhas descartáveis, sabonete líquido e lixeiras com tampa. Um dos sanitários, o maior, serve como vestiário para os funcionários.
A área física está dividida em:
a) Área de recepção.
b) área administrativa.
c) área de separação/expedição.
d) área de estocagem/armazenamento.
e) área de segregação.
f) Sanitários.
3 RECEPÇÃO
A área de recepção está montada de modo a proteger as remessas. A área de recepção é separada da área de armazenamento.
As remessas são examinadas durante a recepção para verificar se os conteúdos não estão danificados e se a remessa corresponde à encomenda. Utilizamos um procedimento operacional padrão. (ANEXO 2 )
4 ESTOCAGEM / ARMAZENAMENTO
Os medicamentos são estocados em local distinto e nas condições especificadas pelo fabricante, para evitar a sua deterioração pela luz, umidade ou temperatura. Utilizamos um procedimento operacional padrão. (ANEXO 3)
5 TEMPERATURA / UMIDADE
A temperatura e a umidade são diariamente monitorizadas e registradas.Os registros são regularmente analisados. Utilizamos uma tabela de anotação afixada ao lado do termômetro. (ANEXO 4 )
O controle é adequado para manter todas as partes da área de armazenamento dentro do intervalo de temperaturas especificado.
6 LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
As instalações estão sempre limpas e sem detritos, poeiras e agentes infestantes, e são adotadas precauções quanto à entrada de insetos e roedores. Na parte superior das divisórias, estão colocadas telas de proteção que impedem a entrada de insetos, mas permitem a circulação de ar. A limpeza geral é realizada uma vez por semana por funcionário especifico para esta tarefa, e o material de limpeza é armazenado em local separado. Utilizamos um procedimento operacional padrão.
7 SEPARAÇÃO / EXPEDIÇÃO
Existe um sistema de rotação dos estoques (primeiro a entrar, primeiro a sair), sujeito a verificações periódicas e freqüentes.
Os produtos com o prazo de validade a dois meses do seu término, ou com esse prazo já ultrapassado, são separados, em local apropriado (área de segregação) e não são vendidos ou fornecidos, mas imediatamente devolvidos ao fornecedor.
8 SEGREGAÇÃO
Os medicamentos cuja embalagem tenha sido danificada ou relativamente aos quais haja suspeita de contaminação são retirados do estoque e colocados na área de segregação. Utilizamos um procedimento operacional padrão.
9 PESSOAL
O Farmacêutico Responsável técnico assegura que o sistema de qualidade seja concretizado e mantido. O farmacêutico é devidamente habilitado pelo Conselho Regional de Farmácia do RS.
Os funcionários envolvidos no armazenamento de medicamentos receberam treinamento por parte do responsável técnico, inclusive instruções de higiene relevantes às suas atividades, além de motivação para manutenção dos padrões de qualidade. Todos os funcionários realizaram exames médicos, em casos de suspeita ou confirmação de enfermidades, o funcionário é afastado temporariamente ou definitivamente de suas atividades, obedecendo à legislação específica.
Todo funcionário recebe informações sobre as tarefas que lhe são atribuídas.
Não é permitido fumar, realizar refeições ou manter substâncias ou objetos pessoais, que possam contaminar os produtos, dentro do estabelecimento.
10 EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS
Computador com software específico para controle, processamento e gerenciamento de medicamentos a serem distribuídos, material de administração, material de escritório, termômetros de máxima e mínima, com controle de umidade, extintores de incêndio, prateleiras e estrados ....
11 LIXO
Os recipientes para armazenagem de lixo são identificados e protegidos com sacos plásticos, tampa, e descarregados sempre que necessário.
12 EPI
Os funcionários utilizam uniforme de proteção individual.
Murais de avisos: cada área específica possui quadro de avisos de fácil visualização, onde constam as normas de procedimentos e segurança exigidas.
13 DOCUMENTAÇÃO
Toda a documentação esta acessível às autoridades competentes.
Os medicamentos são adquiridos por fornecedores reconhecidos, autorizados, e com comprovação de regularidade, assim como de controle de qualidade.
Existem procedimentos escritos para as várias operações susceptíveis de afetar a qualidade dos produtos ou da distribuição. (ANEXOS 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9,10 e 11)
Estes procedimentos foram Elaborados, assinados e datados pelo responsável técnico.
Registros: Os registros são efetuados simultaneamente com as operações que lhes dão lugar de forma que seja possível reconstituir todas as atividades ou acontecimentos significativos e serão mantidos durante pelo menos cinco anos.

São mantidos os registros de todas as compras e vendas, os quais indicam a data da compra ou fornecimento, o nome do medicamento e a quantidade recebida ou fornecida, bem como o nome e endereço do fornecedor ou destinatário.
No que respeita às transações entre fabricantes e a distribuidora, os registros asseguram a identificação da origem e destino dos produtos, nomeadamente através dos números de lote, o que torna possível determinar todos os fornecedores e os potenciais destinatários de um medicamento.
Fornecimentos aos clientes: Somente são efetuados fornecimentos a outros estabelecimentos autorizados e habilitados a adquirir medicamentos.
Para todos os fornecimentos a uma entidade autorizada ou habilitada a adquirir medicamentos existe um registro que possibilita determinar a data, o nome, a forma farmacêutica e o lote do medicamento, a quantidade fornecida e o nome e endereço do fornecedor e do destinatário. (ANEXO 7)
14 TRANSPORTE
Os medicamentos são transportados por empresa autorizada e com controle de qualidade, em todo o seu circuito por forma que:
a) Não se perca a sua identificação;
b) Não contaminem nem sejam contaminados por outros produtos ou materiais;
c) Sejam adotadas precauções especiais contra danos, perdas ou roubos;
d) Estejam em condições de segurança e não sejam sujeitos a condições inapropriadas de calor, frio, luz, umidade ou outros fatores adversos, nem à ação de microrganismos ou agentes infestantes.
Os medicamentos que necessitem de controle da temperatura durante o armazenamento são igualmente exigidos a serem transportados em condições especiais adequadas.
15 RECOLHIMENTO
Devoluções de medicamentos não defeituosos: Para evitar a sua redistribuição, os medicamentos sem problemas de qualidade que sejam ou tenham de ser devolvidos são separados do estoque, até que seja adotada uma decisão quanto ao seu destino. Utilizamos um procedimento operacional padrão (ANEXO 8)
São mantidos registros das devoluções e o responsável técnico aprova formalmente a reintegração das mercadorias nos estoques, não comprometendo o funcionamento eficaz do sistema (primeiro que entra, primeiro que saí).
Plano de emergência de recolhimento: Existe um procedimento escrito relativo a um plano de emergência de recolhimento, sendo coordenado pelo responsável técnico. Utilizamos um procedimento operacional padrão (ANEXO 8)

Todos os pedidos de recolhimento são registrados na altura em que se efetuem.
Os registros estão à disposição das autoridades competentes dos locais onde os produtos tenham sido distribuídos.
Para assegurar a eficácia do plano de emergência, o sistema de registro de fornecimentos possibilita a identificação e contactos imediatos de todos os destinatários de um dado medicamento.
Em caso de pedido de recolhimento, por parte dos fornecedores, comunica-se ao serviço de Vigilância Sanitária.
Em caso de recolhimento de um lote, todos os clientes, a quem o lote tenha sido distribuído são imediatamente informados.
Os medicamentos recolhidos são imediatamente retirados dos estoques e armazenados numa área separada própria (área de segregação), até que sejam devolvidos de acordo com as instruções do fornecedor ou da vigilância Sanitária.
Medicamentos falsificados: os medicamentos falsificados presentes na rede de distribuição, quando identificados, são mantidos separados dos restantes medicamentos para evitar confusões, e na a sua rotulagem é indicado claramente que não se destinam a ser comercializados. As autoridades competentes e o fornecedor do produto original são imediatamente informados.
Qualquer operação de devolução, rejeição ou recolha e recepção de produtos falsificados é devidamente registrada, e os registros ficam à disposição das autoridades competentes.
Em todos os casos é adotada uma decisão formal, pelo responsável técnico, documentada e registrada sobre o destino destes produtos.
16 AUTO-INSPEÇÕES
São efetuadas e registradas auto-inspeções para monitorizar a implementação e observância das presentes normas e garantir a limpeza e organização do estabelecimento. Utilizamos um procedimento operacional padrão

10.13.2009

O futuro sera comandado pela nanotecnologia?

O que é a nanotecnologia?
A nanotecnologia está associada a diversas áreas (como a medicina, eletrônica, ciência da computação, física, química, biologia e engenharia dos materiais) de pesquisa e produção na escala nano (escala atômica). O princípio básico da nanotecnologia é a construção de estruturas e novos materiais a partir dos átomos.
É uma área promissora, mas que dá apenas seus primeiros passos, mostrando, contudo, resultados surpreendentes (na produção de semicondutores, Nanocompósitos, Biomateriais, Chips, entre outros). Criada no Japão, a nanotecnologia busca inovar invenções, aprimorando-as e proporcionando uma melhor vida ao homem.
O objetivo principal não é chegar em um controle preciso e individual dos átomos.
a nanotecnologia desenvolveu-se graças aos contributos de várias áreas de investigação. Existem atualmente 3 abordagens distintas à nanotecnologia: uma abordagem de cima para baixo que consiste na construção de dispositivos por desgaste de materiais macroscópicos; a construção de dispositivos que se formam espontaneamente a partir de componentes moleculares; a de materiais átomo a átomo.

A primeira abordagem é a abordagem utilizada em microelectrônica para produzir chips de computadores e mais recentemente para produzir testes clínicos em miniatura.
A segunda abordagem recorre às técnicas tradicionais de química e das ciências dos materiais.
A terceira abordagem é aquela que levará mais tempo a produzir resultados significativos porque requer um controle fino da matéria só possíveis com o aperfeiçoamento da tecnologia.
[editar] Utilizações mais radicais
Outras utilizações mais radicais da nanotecnologia, seria a sua utilização nas ciências computacionais, como por exemplo na nanofotonica, em que nanocristais seriam criados de modo a permitir uma capacidade de busca na ordem dos milhares ou dezenas de milhares de bits.

[editar] Montador Molecular ou Nanomontador
Um montador molecular ou nanomontador (nanoassem) é uma máquina nanotecnológica de tamanho bastante reduzido capaz de organizar átomos e moléculas de acordo com instruções dadas. Para fazer esta tarefa é necessário energia, suprimento de matéria-prima (building blocks) bem como a programação a ser executada pelo montador.

Um montador molecular pode atuar de forma isolada ou em conjunto com vários outros montadores moleculares. Podendo, neste caso, ser capaz de construir objetos macroscópicos. Para isto é necessário um sistema de comunicação entre os montadores bem como um sistema de organização que permitam que eles trabalhem em conjunto.

Existe a possibilidade de se construir um montador universal. Este teria a capacidade de construir qualquer objeto possível, incluindo um outro montador. Assim este poderia se replicar de forma semelhante aos seres vivos. Uma vez construído o primeiro montador ele poderia se reproduzir várias vezes até o número necessário para executar uma determinada tarefa como, por exemplo, a construção de várias toneladas de um nanomaterial. Esta capacidade de reprodução é uma das grandes vantagens de um montador molecular e também é um dos seus grandes riscos. Um montador poderia se reproduzir descontroladamente e ameaçar vidas humanas de forma semelhante a epidemias. Um risco poderia ser a colonização de toda a terra por montadores moleculares, extinguindo toda a vida na terra. Só restariam os próprios montadores em uma massa (provavelmente) cinza chamada de "greygoo". Drexler argumenta que este cenário é bastante difícil uma vez nenhum ser vivo conhecido consegue se reproduzir alem do limite imposto pela quantidade de energia e matéria-prima disponíveis. Apesar disto, especialistas advertem que é necessário tomar precauções pois os riscos para a saúde humana não são conhecidos.

A construção de um montador molecular ainda está longe de ocorrer. Vários problemas persistem como a dificuldade de trabalhar com átomos individuais necessários para a construção do montador. Além disto é difícil modelar o comportamento de objetos complexos em escala nanométrica que obedecem as leis quânticas.

Possíveis problemas
Um dos possíveis problemas é a nanopoluição que é gerada por nanomateriais ou durante a confecção destes. Este tipo de poluição, formada por nanopartículas que podem ser muito perigosas uma vez que flutuem facilmente pelo ar viajando por grandes distâncias. Devido ao seu pequeno tamanho, os nanopoluentes podem entrar nas células de seres humanos, animais e plantas. Como a maioria destes nanopoluentes não existe na natureza, as células provavelmente não terão os meios apropriados de lidar com eles, causando danos ainda não conhecidos. Estes nanopoluentes poderiam se acumular na cadeia alimentar como os metais pesados e o DDT.
Produtos e serviços que já estariam no mercado
Um levantamento sumário nas publicações que circulam sobre nanotecnologia aponta para os seguintes produtos e serviços que já estariam no mercado:

Tecidos resistentes a manchas e que não amassam;
Raquetes e bolas de tênis;
Capeamento de vidros e aplicações antierosão a metais;
Filtros de proteção solar;
Material para proteção (“screening”) contra raios ultravioleta;
Tratamento tópico de herpes e fungos;
Nano-cola, capaz de unir qualquer material a um outro;
Pó antibactéria;
Diversas aplicações na medicina como cateteres, válvulas cardíacas, marca-passo, implantes ortopédicos;
Produtos para limpar materiais tóxicos;
Produtos cosméticos;
Sistemas de filtração do ar e da água.
Microprocessadores e equipamentos eletrônicos em geral;
Polimento de faces e superfícies com nanotecnologia sem micro-riscos.

Produtos em desenvolvimento
As aplicações mais simples da nanotectologia talvez sejam as mais promissoras. A criação do material mais escuro do mundo, que absorve mais de 99,9% de toda a luz que recebe[1] pode permitir um novo patamar no aproveitamento da radiação solar para geração de energia elétrica. Outra área de desenvolvimento promissor da nanotecnologia é a geração de eletricidade em termopar (Efeito Seebeck) semicondutor.
Semicondutores não são indicados para um termopar de energia elétrica através do calor na escala macroscópica. Sabe-se, contudo, que junções semicondutoras podem gerar energia elétrica através da luz recebida em células fotovoltaicas e nesse sentido estuda-se converter calor diretamente em energia elétrica com semicondutores na escala da nanotecnologia. Na mesma linha estuda-se refrigerar um ambiente através de termopares da nanotecnologia em efeito análogo (Efeito Peltier)


O Mundo da nanotecnologia.


"Os princípios da física, pelo que eu posso perceber, não falam contra a possibilidade de manipular as coisas átomo por átomo. Não seria uma violação da lei ; é algo que, teóricamente, pode ser feito mas que, na prática, nunca foi levado a cabo porque somos grandes de mais" - Richard Feynman.

O que é a nanotecnologia? Por qué é precisso um uso responsável?

A nanotecnologia é a capacidade potencial de criar coisas a partir do mais pequeno, usando as técnicas e ferramentas que estam a ser desenvolvidas nos dias de hoje para colocar cada átomo e cada molécula no lugar desejado. Se conseguirmos este sistema de engenheria molecular, o resultado será uma nova revolução industrial. Além disso, teria também importantes consequências económicas, sociais, ambientais e militares.

Aquando Eric Drexler (direita) popularizou a palavra "nanotecnologia", nos anos 80, referia-se à construção de máquinas à escala molecular, de apenas uns nanómetros de tamanho: motores, braços de robô, inclusive computadores inteiros, muito mais pequenos do que uma célula. Drexler passou os seguintes dez anos a descrever e analisar esses incríveis aparelhos e a dar resposta às acusações de ficção científica. No entanto, a tecnologia convencional estáva a desenvolver a capacidade de criar estructuras simples à escala reduzida. Conforme a nanotecnología se converteu num conceito aceite, o significado da palavra mudou para abranger os tipos mais simples de tecnologia à escala nanométrica. A Iniciativa Nacional de Nanotecnologia dos Estados Unidos foi criada para financiar esse tipo de nanotecnologia: a sua definição inclui qualquer elemento inferior a 100 nanómetros com propriedades novas.

Fála-se com frequência da nanotecnologia como uma "tecnologia de objectivos gerais". Isso deve-se ao facto de que na súa fase madura terá um impacto significativo na maioria de industrias e áreas da sociedade. Melhorará os sistemas de contrucção e possibilitará a fabricação de productos mais duráveis, limpos, seguros e inteligentes, tanto para a casa, como para as comunicações, os transportes, a agricultura e a industria em geral.
Imagine-se dispositivos médicos com capacidade para circular na corrente sanguínea e detectar e reparar células cancerígenas antes de que se estendam.

Imagine-se o que seria "encolher" todo o conteúdo da Biblioteca Nacional num dispositivo do tamanho de um cubo de açúcar. Ou então desenvolver materiais dez vezes mais resistentes que o aço e com apenas uma fracção do peso. - U.S. National Science Foundation

Tal como já aconteceu com a electricidade ou os computadores, a nanotecnologia melhorará em grande medida quase todas as facetas da vida diária. Como tecnologia de objetivos gerais, porém, teria um uso duplo, ou seja, teria múltiplas aplicações comerciais e também militares : seria possível produzir, por exemplo, armas e aparelhos de vigilância muito mais potentes . A nanotecnologia representa, portanto, incríveis vantagens para a humanidade mas também graves riscos.

A base da nanotecnologia é o facto de que não só oferece produtos aperfeiçoados como também uma ampla variedade de melhores meios de produção. Um computador pode fazer cópias de ficheiros de dados; basicamente tantas cópias como quisermos a um custo muito reduzido ou mesmo inexistente. Pode ser apenas uma questão de tempo até que a fabricação de produtos se torne tão barata como a cópia de ficheiros. Aquí reside a verdadeira importância da nanotecnologia, por isso é vista às vezes como " a próxima revolução industrial ".

A revolução nanotecnológica tem o potencial de mudar América numa escala igual, senão maior, do que a revolução informática. - U.S. Senator Ron Wyden (D-Ore.)

Seria possível condensar o poder da nanotecnologia num aparelho, na aparência simples, chamado nanofábrica, cheio de minúsculos processadores químicos, computadores e robôs e que poderia ir colocado no seu computador pessoal. Os produtos seriam fabricados directamente a partir dos projectos e, portanto, tratar-se-ia de um processo rápido, limpo e barato.

A nanotecnologia não só permitiria a fabricação de produtos de alta qualidade a um custo muito reduzido como também a criação de novas nanofábricas com o mesmo custo e velocidade. É mesmo por essa capacidade única de auto-reprodução (para além da biologia, evidentemente) pelo que a nanotecnologia se denomina " tecnologia exponencial ". Refere-se a um sistema de fabricação que, por sua vez, seria capaz de produzir mais sistemas de fabricação-fábricas que produzem outras fábricas- de maneira rápida, barata e limpa. Os meios de produção poder-se-iam reproduzir exponencialmente. Portanto, em apenas umas semanas, poderiamos passar de um reduzido número de nanofábricas para vários bilhões. Constitui, então, um tipo de tecnologia revolucionário, transformador, potente mas também com muitos riscos - ou vantagens - potenciais.

Quanto tempo demorará a ser uma realidade? Os analistas mais prudentes falam num período de 20 ou 30 anos a partir de agora, ou ainda mais tarde. No entanto, o CRN receia que possa acontecer muito antes, provávelmente durante a próxima década. Isto é devido ao rápido avanço das novas tecnologias como, por ejemplo, no campo da óptica, nanolitografía, mecânoquímica e criação de protótipos em 3D . Caso chegar tão rápido, talvez não estejamos prontos e poderia ter graves consequências.

Julgamos que não é cedo demais para começar a colocar uma série de questões e abordar os seguintes temas:

A quem pertencerá a tecnologia?
Estará altamente restringida, ou amplamente disponível?
Cómo afectará ao fosso entre ricos e pobres?
Cómo poderão ser controladas as armas perigosas e prevenir corridas armamentistas?

Muitas destas questões já foram colocadas há mais de uma década e ainda não receberam resposta. Caso não abordarmos essas questões de maneira deliberada, as respostas chegarão sozinhas e podem apanhar-nos de surpresa; e a surpresa provávelmente não seja agradável.

É difícil antecipar com certeza quanto tempo tardará esta tecnologia em madurar, em parte porque poderia acontecer que já estejam a ser desenvolvidos dende há anos programas industriais ou militares clandestinos sem o nosso conhecimento (especialmente em países que não têm sociedades abertas).

Não podemos garantir que a nanotecnologia não será desenvolvida plenamente nos próximos dez anos ou inclusive cinco anos. Embora poderia levar mais tempo, a prudência -e possívelmente a nossa sobrêvivencia - exige que pensemos no cenário mais antecipado e que, portanto, nos preparemos já.

Novo dispositivo (nano-imã) poderá curar câncer

A incrível criação, fruto do trabalho de várias equipes de pesquisadores britânicos, utiliza partículas microscópicas de ferro para aquecer e destruir tumores.
O nano-imã poderá começar a ser testado em pacientes dentro de três anos, e é uma boa notícia para pacientes que não têm resultados com o tratamento tradicional.

Além disso, os cientistas criadores do tratamento acreditam que ele poderá ter um bom custo-benefício. A técnica basicamente “cozinha” as células cancerosas com um dispositivo que aplica um campo magnético em nanopartículas de ferro que são inseridas no tumor. Aquecer as células em apenas seis graus é suficiente para fazer com que elas entrem em choque e morram.

O melhor do tratamento em nanoescala é que ele não prejudica tecidos próximos nem células normais. O tratamento semanal com esta técnica deve ter uma duração de meia hora.

Nanotecnologia destrói câncer em ratos, sem efeitos colaterais Uma das técnicas abordadas para a inserção do ferro nos tumores utiliza células-tronco ósseas, que podem ser facilmente identificadas em exames de ressonância magnética. Isso permite que os médicos mapeiem exatamente onde estão as nanopartículas e o câncer. As células-tronco têm uma conexão ainda não explicada por especialistas com as células cancerosas. Quando são inseridas na corrente sanguínea, rapidamente se ligam com os tumores.

De acordo com Quentin Pankhurst, professor de física da Universidade College de Londres, uma vez que as partículas de ferro estejam nas células cancerosas, o tratamento pode ser repetido várias vezes.

Além disso, o ferro é geralmente não-tóxico e tem um papel importante em processos naturais do corpo. Os testes com ratos mostraram que o tratamento foi eficiente na eliminação do crescimento de câncer de pulmão em 40% dos casos.

10.12.2009

Para escapar do sexo: Dorzinha na hora H

Dorzinha na hora H
Para escapar do sexo, 30% das mulheres que nunca têm enxaqueca inventam dor de cabeça. As que sofrem da doença mentem menos: 10%

Rio - Estudo comprova: a dor de cabeça é, sim, desculpa para a recusa do sexo. Três em cada dez mulheres que nunca sofreram de enxaqueca já mentiram dizendo que estavam com dor de cabeça para se esquivarem de uma relação sexual, segundo estudo que será divulgado no XXIII Congresso Brasileiro de Cefaléia. O trabalho, realizado no Núcleo de Pesquisa e Assistência em Cefaléia do Ceará, aponta que as que têm enxaqueca, no entanto, usam muito menos a desculpa: uma em cada 10 admite já ter alegado dor de cabeça para não fazer sexo.

“As mulheres que sofrem de enxaqueca usam muito menos este clichê. Estudos anteriores mostram que elas têm mais fantasias sexuais porque a doença está ligada à serotonina, neurotransmissor relacionado ao prazer. Então, as que sofrem de enxaqueca não precisam mentir porque gostam mais de sexo. Quando elas dizem que estão com dor é porque realmente não estão bem”, explica o neurologista João José Carvalho, coordenador do trabalho.

O estudo apontou ainda que a enxaqueca prejudica a vida sexual de 67% das mulheres que têm esse tipo de dor. Porém somente 24% já interromperam uma relação sexual por causa de uma crise.

“Isso mostra que elas começaram a fazer sexo apesar da dor. E a maioria das entrevistadas falou que se a crise estiver forte, o sexo faz a dor ficar mais intensa”, diz o neurologista, acrescentando que cerca de 80% dos homens acreditam e entendem quando as mulheres que têm enxaqueca alegam que estão com dor.

SOFRIMENTO INTENSO

Segundo Carvalho, 18% das mulheres e 6% dos homens adultos tiveram ou têm o problema. “A enxaqueca é um distúrbio biológico que envolve mecanismos cerebrais associados ao mecanismo da dor. É como se o cérebro estivesse desregulado. A pessoa pode ter uma dor pior do que a provocada por um tumor cerebral sem nunca ter tido um”, diz. A doença se caracteriza por dor latejante, unilateral, que piora com esforço e provoca náusea.

O Dia

Longas horas por dia no computador causam síndrome ocular

Longas horas por dia no computador causam síndrome ocular

Rio - Dor de cabeça, irritação e desconforto nos olhos. Sintomas que costumam ser confundidos com um simples cansaço podem esconder algo mais sério: a Síndrome de Visão de Computador, doença que pode comprometer o rendimento no trabalho. Especialistas alertam que passar duas horas seguidas em frente à máquina já favorece o surgimento do problema.

A imagem apresentada na tela é formada por pequenos pontos (pixels) que os olhos não conseguem focar de imediato, o que exige trabalho reforçado das vistas. Segundo Juan Jimenez, integrante do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, quando se está com a atenção voltada ao computador, o número de piscadas se reduz, deixando os olhos ressecados. “Recebo muitas pessoas com essa síndrome. A luz do monitor favorece o fechamento da pupila e isso faz o músculo dos olhos trabalhar muito. As pessoas ficam com o rendimento no trabalho comprometido”, alerta

Além do ressecamento, os sintomas mais comuns são sensação de areia, vermelhidão e ‘peso’ nos olhos, dor de cabeça e lacrimejamento. Jimenez lembra que é importante trabalhar com a tela do computador com pouco brilho. Afastar as vistas do monitor a cada meia hora e olhar por uma janela durante 30 segundos também ajuda, pois relaxa a musculatura dos olhos. Além disso, fechar os olhos diversas vezes ao longo do trabalho os umedece.

O tratamento para casos avançados é feito com óculos especiais e exercícios para os olhos. “Os filtros de proteção de tela não adiantam. Pelo contrário: geram imagem dupla e forçam mais a vista”, explica.

O fotógrafo Pablo Nicolas, 31 anos, passa muitas horas por dia em frente ao computador, mas procura descansar os olhos. “Quando fico com os olhos ressecados devido ao excesso de computador, eu levanto um pouco, bebo uma água e tento dar um tempo”.


Dor de cabeça, irritação e desconforto nos olhos. Sintomas que costumam ser confundidos com um simples cansaço podem esconder algo mais sério: a Síndrome de Visão de Computador, doença que pode comprometer o rendimento no trabalho. Especialistas alertam que passar duas horas seguidas em frente à máquina já favorece o surgimento do problema.

A imagem apresentada na tela é formada por pequenos pontos (pixels) que os olhos não conseguem focar de imediato, o que exige trabalho reforçado das vistas. Segundo Juan Jimenez, integrante do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, quando se está com a atenção voltada ao computador, o número de piscadas se reduz, deixando os olhos ressecados. “Recebo muitas pessoas com essa síndrome. A luz do monitor favorece o fechamento da pupila e isso faz o músculo dos olhos trabalhar muito. As pessoas ficam com o rendimento no trabalho comprometido”, alerta

Além do ressecamento, os sintomas mais comuns são sensação de areia, vermelhidão e ‘peso’ nos olhos, dor de cabeça e lacrimejamento. Jimenez lembra que é importante trabalhar com a tela do computador com pouco brilho. Afastar as vistas do monitor a cada meia hora e olhar por uma janela durante 30 segundos também ajuda, pois relaxa a musculatura dos olhos. Além disso, fechar os olhos diversas vezes ao longo do trabalho os umedece.

O tratamento para casos avançados é feito com óculos especiais e exercícios para os olhos. “Os filtros de proteção de tela não adiantam. Pelo contrário: geram imagem dupla e forçam mais a vista”, explica.

O fotógrafo Pablo Nicolas, 31 anos, passa muitas horas por dia em frente ao computador, mas procura descansar os olhos. “Quando fico com os olhos ressecados devido ao excesso de computador, eu levanto um pouco, bebo uma água e tento dar um tempo”.

O Dia

Crianças que apanham ficam menos inteligentes

Crianças que apanham ficam menos inteligentes
Palmadas não deixam apenas marcas no corpo e na alma dos pequenos.
Pesquisa comprova que também diminuem o Q.I.
Bater em criança está longe de ser uma forma de educar. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de New Hampshire e do Centro de Pesquisa e Prevenção em Berkeley, nos Estados Unidos, mostrou que as surras têm efeito contrário. O Q.I. (quociente de inteligência) de crianças entre 2 e 4 anos que apanhavam regularmente caiu 5,5 pontos ao longo de quatro anos, comparado com o daquelas que não foram vítimas de castigo físico. Entre aqueles com idades entre 5 e 9 anos, o Q.I. dos que não apanharam ficou, em média, 2 pontos maior, diz o estudo.

“Esse trabalho deve fazer as pessoas repensarem e se convencerem de que a violência não educa, não melhora comportamento. Bater não dá qualquer benefício. Muito pelo contrário. A criança que apanha tem prejuízos cognitivos, na atenção e na memória, porque fica mais inibida, acuada, fechada e tem maior dificuldade de se desenvolver plenamente”, explica Fabio Barbirato, chefe do serviço de psiquiatria infanto-juvenil da Santa Casa. “A criança teme até fazer perguntas na escola.”

Presidente do Comitê de Segurança da Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro (Soperj), a médica Anna Tereza Soares de Moura afirma que errar faz parte do desenvolvimento infantil e que o papel dos pais deve ser o de incentivador. “Faz parte do aprendizado errar, cair, não ir bem na escola. Se uma criança que está aprendendo a andar cai, e apanha por isso, ela vai ter medo. Já se ela recebe o apoio dos pais, vê o sorriso da mãe, ela se sente mais confiante, mais segura para tentar”, explica, acrescentando que o exemplo pode ser usado em outras situações, como na escola. “Cada vez mais estudos evidenciam que violência diminui o desenvolvimento emocional, motor e cognitivo.”

ORIENTAÇÃO SEM PALMADA

O importante é orientar. “Muitas vezes, a criança apanha sem saber a razão. Se os pais não explicarem que ela agiu errado, ela não vai saber, não vai aprender. Ela não consegue relacionar que apanhou porque fez uma coisa errada”, diz Barbirato, autor do livro ‘A mente do seu filho’, que será lançado dia 21 na Livraria da Travessa, em Ipanema. Anna lembra que além de não entender a razão pela qual está apanhando, os meninos perdem a segurança na família a cada vez que levam uma surra. “Isso é muito negativo porque se a criança não confia nos pais que deveriam cuidar dela, como confiar no mundo?”

Outra possibilidade é que as crianças agredidas em casa tornem-se agressivas. “Se ela apanha quando faz algo errado, ela pode reproduzir esse comportamento na escola e bater num colega que faz algo que ela não gosta”, diz Barbirato.

Limite, tempo e paciência: receita certa

“Limite” é a palavra de ordem entre pais e filhos. Segundo Barbirato, os pais devem investir muito tempo e paciência na educação dos filhos. As crianças devem ter metas e entender que os prêmios são conquistados, diz o psiquiatra.

“Elas devem perceber desde cedo que precisam seguir regras e cumprir metas. Elas têm que guardar os brinquedos e fazer o dever de casa para ver televisão”, diz. “Quando um pai chega a bater no filho é porque perdeu completamente o limite”.

Barbirato diz que os pais devem acompanhar de perto o desenvolvimento dos filhos. “Isso requer tempo, investimento pessoal e nem sempre os pais querem abdicar de várias coisas”.

Fonte: O Dia

Prêmio Nobel de Medicina


Foto: Paul Sakuma/AP Elizabeth Blackburn (Foto: Paul Sakuma/AP)Elizabeth H. Blackburn, Carol W. Greider e Jack W. Szostak receberam nesta segunda-feira (5) o Prêmio Nobel de Medicina por sua descoberta dos mecanismos de proteção dos cromossomos por meio dos telômeros. Essas estruturas de proteínas e DNA não codificante formam as extremidades dos cromossomos. Este é o 100º Nobel de medicina concedido. Ao todo, 192 cientistas já receberam o prêmio.

Foto: Rob Carr/AP Carol Greider (Foto: Rob Carr/AP)Mas a telomerase também está presente nas células cancerígenas (que têm uma capacidade ilimitada de multiplicação). Ou seja: a enzima da imortalidade também tem sérios efeitos negativos. Compreendê-la lança luz sobre o processo de envelhecimento e também ajuda na luta contra o câncer.

Mas a telomerase também está presente nas células cancerígenas (que têm uma capacidade ilimitada de multiplicação). Ou seja: a enzima da imortalidade também tem sérios efeitos negativos. Compreendê-la lança luz sobre o processo de envelhecimento e também ajuda na luta contra o câncer.

Pesquisa sobre proteção dos cromossomos recebe Nobel de medicina
Premiados são Elizabeth Blackburn, Carol Greider e Jack Szostak.
Australiana, americana e inglês estudam ação dos telômeros.


Rune Toftgard apresenta os ganhadores do Nobel de medicina 2009 no Fórum Nobel do Instituto Karolinska, em Estocolmo, Suécia (Foto: AP/Scanpix Sweden/Bertil Ericson)



O trio trabalha nos Estados Unidos. Elizabeth pesquisa na Universidade da Califórnia; Carol, na Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins; Szostak, no Instituto Médico Howard Hughes, na Faculdade de Medicina de Harvard e no Hospital-Geral de Massachusetts.



Os telômeros atuam como dispositivo protetor embutido nos cromossomos. Em 1984, Elizabeth e Carol, então sua aluna, descobriram e batizaram a telomerase, enzima reguladora dos telômeros que já chegou a ser chamada de "enzima da imortalidade".


Em 1999, por exemplo, cientistas do Centro Médico da Universidade do Texas conseguiram matar células tumorais humanas inibindo a telomerase . Eles desenvolveram pequenos inibidores sintéticos antitelomerase. Quando esses inibidores foram introduzidos nas células cancerígenas, causaram encurtamento progressivo dos telômeros e, finalmente, a morte celular. O estudo, publicado em dezembro daquele ano na "Proceedings of the National Academy of Sciences", validava a telomerase como alvo para drogas contra o câncer.


Foto: Stephan Savoia/AP Jack Szostak (Foto: Stephan Savoia/AP)Elizabeth nasceu na Austrália em 1948. Graduou-se em em bioquímica na Universidade de Melbourne (Austrália) e fez pós-doutorado em biologia molecular e celular na Universidade Yale (EUA). Carol é americana, nascida em 1961. Fez doutorado na Universidade da Califórnia e é membro do departamento de biologia molecular e genética. Szostak é inglês, nascido em 1952. Estudou biologia celular na Universidade McGill, em Montreal, Canadá, e fez doutorado em bioquímica na Universidade Cornell (EUA). Cada um receberá um terço do prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 2,5 milhões).



Segundo o Instituto Karolinska, que anuncia o prêmio, o trio "resolveu um importante problema na biologia". Ainda segundo a instituição, "as descobertas adicionaram uma nova dimensão ao nosso entendimento da célula, clarificaram mecanismos de doenças e estimularam o desenvolvimento de novas terapias".

Contribuições

Elizabeth e Carol identificaram a enzima telomerase, que forma os telômeros. Enquanto isso, pesquisas de Szostak e Elizabeth elucidaram de que modo o encurtamento dos telômeros está vinculado ao envelhecimento. Desde então, os estudos sobre a telomerase se transformaram em um dos campos mais disputados do desenvolvimento de novos medicamentos, principalmente para câncer, uma vez que, acredita-se, que a enzima exerce um papel ao permitir que as células tumorais se reproduzam sem controle. Veja o vídeo ao lado para entender melhor a importância dessa área de estudos.



"(As pesquisas) têm amplas implicações médicas para (o tratamento) de câncer, certas doenças hereditárias e para o envelhecimento", afirmou Rune Toftgard, professor do Instituto Karolinska.



Carol afirmou hoje por meio de nota que a pesquisa que rendeu o Nobel de medicina deste ano ilustra a importância dos “descobrimentos motivados por pura curiosidade”. “Quando iniciamos este trabalho, não tínhamos ideia de que a telomerase estaria envolvida com o câncer, simplesmente tínhamos curiosidade sobre como os cromossomos se mantinham intactos.”



Criado em 1901, o prêmio tem o objetivo de reconhecer pessoas que tiveram atuações marcantes nas área da física, da química, da medicina, da literatura, da paz e, desde 1968, também da economia. O prêmio foi concebido pelo cientista e inventor sueco Alfred Nobel, criador da dinamite, que morreu em 1895. Todos os prêmios são concedidos em Estocolmo, capital da Suécia, a não ser o da paz, que é dado em Oslo, capital da Noruega.



Os premiados são escolhidos de uma lista de nomeados, que não é divulgada previamente. Portanto, apesar de haver sempre muitos palpites e "favoritos", é muito difícil saber quem vai vencer.


Fonte: Globo.com

MENINGITE


O exame do líquido cefalorraquidiano é um passo indispensável na diagnose da meningite bacteriana ou por fungos e o LCR deve ser sempre considerado como um exame prioritário que requer atenção imediata da equipe do laboratório.
O LCR normal é estéreo e claro, geralmente contém 3 ou menos leocócitos por mm3 e ausência de hemácias.
A composição química e citológica do LCR se altera com inflamações cerebrais ou de meninges, isto é, meningite ou encefalite.
Os mais importantes agentes causadores de meningite estão correlacionados com a idade do paciente, mas deve-se lembrar que existe alguma sobreposição.






MENINGITE
É uma infecção dentro espaço subaracnóide causada por processos infecciosos e não infecciosos.



MENINGITE BACTERIANA

Evolução Rápida
Aproximadamente 25% das meningites bacterianas em adultos são de evolução rápida e sem notável doença respiratória.

Evolução Lenta
Aproximadamente 33% dos pacientes com meningite bacteriana podem ter uma evolução lenta, freqüentemente com algum sintoma de infecção no trato respiratório superior

MENINGITE NÃO BACTERIANA

Nas meningites não bacterianas, os pacientes podem exibir sinais similares àqueles das meningites bacterianas. Doze por cento dos pacientes com meningite asséptica podem ter disfunções sérias no sistema nervoso central: coma e transtornos motores e sensoriais.
Pacientes com meningite por fungos e por M. tuberculosis tendem a ter sinais crônicos, lentamente progressivos. Contudo, rigidez de nuca e outros sinais neurológicos de doença avançada não são infreqüentes.
Virais: o período prodrômico usualmente é prolongado (vários dias).
Fungos e Micobactérias: possuem a mesma lentidão diagnóstica (de semanas a meses).
Algumas vezes o tratamento é instituído sem o resultado do laboratório.

ENCEFALITE

É uma inflamação do parênquema cerebral, usualmente é resultado de uma infecção viral.
Inflamação concomitante das meninges freqüentemente ocorrem nesta situação, às quais é então chamada de meningoencefalite. No passado, pacientes que apresentavam sintoma de meningite e o LCR não mostrava crescimento na cultura, era considerado um caso de meningite asséptica. Devemos nestes casos considerar o tratamento prévio.
Com novas tecnologias e disponibilidade de culturas virais podemos ter um diagnóstico de certeza.

DOENÇAS ASSOCIADAS À MENINGITE

Certos pacientes apresentam um risco maior para desenvolverem meningite. Esses incluem pacientes com:

Otite média e ou sinusite (freqüentemente recorrentes).
Infecção do trato respiratório superior.
Infecção do trato respiratório inferior.
Faringite
Recentes cirurgias neurológicas

....Outros fatores:

.... Alcoolismo
.... Diabetes
.... Quimioterapia para câncer


ACHADOS FÍSICOS

São úteis mas não estabelecem ou excluem um diagnóstico.

Rigidez de nuca e kernigs ou sinais de Brudzinski’s
......Ocorrem em 80% dos casos.
Sinais neurológicos (níveis de consciência)
......Aparecem em 50% dos casos.
Petéquias
......Ocorrem em cerca de 66% dos pacientes. A presença de Petéquias, embora sugerindo
......infecção meningocócica pode aparecer em outras etiologias: m. bacteriana, m. viral,
......bacteriermias e ou endocardites.
Outros rashes cutâneos
......M. meningocócica também pode se manifestar através de outros tipos de rashes, tais
......como púrpura ou lesões vasculíticas.

LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO

Definição
..... É um líquido aquoso, incolor e estéril, que contém 3 ou menos células por mm3 e
..... preenche o espaço subaracnóide e as cavidades ventriculares

Circulação
..... A circulação do LCR é extremamente lenta e são ainda discutidos os fatores que a
..... determinam:

..... A produção do LCR em uma extremidade e a sua absorção em outra já são
..... ... suficientes para causar a sua movimentação.
..... Pulsação das artérias intracranianas

..... Observação: o LCR é absorvido pelas vilosidades aracnóides; a reabsorção
.............................. ocorre por difusão.
Volume

..... O volume do LCR é de 0,3 mL por minuto ou 400 mL por dia.
..... Adulto: 90 - 150 mL
..... Primeira Infância: 40 - 60 mL

..... Observação: a quarta parte do LCR preenche a cavidade ventricular e o
...............................restante subaracnóide. O LCR é absorvido pelas vilosidades
...............................aracnóides; a.reabsorção ocorre por difusão.

Aspecto
.... Em condições normais o LCR apresenta-se límpido. À medida que haja partículas em
.... suspensão, o líquido pode apresentar uma leve opalescência, principalmente quando o
.... número de células está acima de 350 / m3 ou mesmo pela presença de grande bactérias
.... em grande quantidades.
....
.... O aspecto límpido pode ser encontrado em muitas condições patológicas:
.... Processos meta-sifilíticos
.... Encefalites
.... Doenças degenerativas, metabólicas e vasculares

.... À medida que os elementos em suspensão se elevam, podemos ter o LCR de aspecto
.... turvo ou purulento (M. bacteriana).
.... Pode se apresentar também como hemorrágico após acidentes vasculares hemorrágicos
.... ou em acidente de punção.


Cor
.... O LCR normalmente apresenta-se incolor, mas em certas ocasiões devido a presença
.... de pigmentos, principalmente derivados da hemoglobina, podemos ter líquidos:

.... Xantocrômicos
.... Eritrocrômicos ou Citrinos

.... Observação:
.... ..... A eritrocromia ocorre durante as primeiras horas do acidente hemorrágico, enquanto a
.... ..... xantocromia, que é a conseqüência da transformação da oxihemoglobina em bilirrubina
.... ..... aparece após algum tempo maior (mais ou menos 20 horas). A coloração do liquor
.... ..... deve ser observada no sobrenadante, após centrifugação.


COLETA E TIPO DE PUNÇÕES

Punção Lombar
.... Executada no fundo do saco lombar. É realizada com o paciente em decúbito lateral ou
.... sentado, entre a 3ª e 4ª , 4ª e 5ª vértebras lombares, ou ainda entre a 5ª e a 1ª sacra.

Punção Subocciptal
.... Executada na cisterna magna, entre a 1ª vértebra cervical e o osso occiptal, estando o
.... paciente em decúbito lateral.

Punção Ventricular
.... Executada até o 1º ano de vida, através da fontanela bregmática e após esta idade e no
.... adulto, por trepanação.

.... Observação:
.... ..... A quantidade de LCR a ser coletada, depende da pressão inicial, do
.... ..... aspecto do LCR e das necessidades de investigações. Nos casos em que a extração
.... ..... deve ser mínima, o clínico deve orientar o analista para as pesquisas mais objetivas
.... ..... com a suspeita ou hipótese diagnóstica do paciente.


INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES DAS PUNÇÕES
O orifício produzido pela agulha na dura-máter, pode provocar extravasamento do LCR, ocasionando hipotensão intracraniana na posição ortostática. Nesses casos, deve-se manter o paciente deitado por algum tempo.
A punção subocciptal exige maior segurança de técnica, pelos riscos que pode apresentar (lesão do tronco cerebral), entretanto a flexibilidade da dura-máter, nesse ponto é maior.

Critérios para realização de uma boa punção

Lavagem da região lombar com água e sabão (se o paciente estiver sujo)
Desengorduramento da pele com éter se necessário; assepsia com álcool iodado (efeito
..... imediato) ou PVPI (efeito em 2 minutos).

..... Observação:
........... O uso de mercúrio, principalmente em excesso, pode elevar à introdução da
............substância no canal medular, resultando em alguns casos lesões neurológicas graves.


FUNÇÕES DO LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO

Proteção mecânica do sistema nervoso central, formando um verdadeiro coxim líquido
..... entre este e o estojo ósseo.
Proteção contra agentes infecciosos pela presença de leucócitos e anticorpos.
Age metabolicamente como vetor de catabólitos.
É condutor dos hormônios da hipófise.
Função laboratorial: pelo fato de ser o espécime usado como meio diagnóstico das
..... afeccções do sistema nervoso central


CRITÉRIOS PARA BAIXA PROBABILIDADE DE SIGNIFICÂNCIA DE UM ISOLADO NO LCR

Múltiplos isolados no espécime.
Isolamento de difteróides.
Isolamento de anaeróbios.
Isolamento de Streptococcus outros do que o Streptococcus pneumoniae e o Streptococcus
..... agalactieae.
Isolamento de Bacillus ou micélios de fungos.
Isolamento de Staphylococcus epidermidis após 48 horas de incubação. afeccções do
..... sistema nervoso central


MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS AGENTES INFECCIOSOS

Coloração de Gram.
Coloração de Ziehl-Neelsen.
Exame a fresco (tinta da China).
Procedimentos culturais: semeadura primária e provas de identificações bioquímicas
Aglutinação pelo látex (AL).
Contraimunoeletroforese (CIE)
Reação em cadeia da polimerase (PCR)

COLORAÇÃO DE GRAM .............

A clássica coloração de Gram deve ser desenvolvida em todos os sedimentos do LCR. Após misturar completamente todo o sedimento, uma alçada é colocada em uma lâmina nova desengordurada. Aplicar uma segunda alçada sobre a primeira já seca. Isso aumentará a concentração do liquor. O sedimento nunca deverá ser espalhado sobre a superfície da lâmina, já que este procedimento aumentará as dificuldades de visualizar pequenos números de microorganismos. Falsos resultados podem ocorrer pelo uso de lâmina contaminada.


DISCUSSÕES E CONSIDERAÇÕES:

A coloração de Gram mostra resultados positivos em somente 60/80% dos casos de cultura
..... positiva em meningite bacteriana.
Resultados falsos positivos podem ser devidos as precipitações de corantes e presença
..... de restos bacterianos provenientes de esfregaços anteriores (lâminas mal lavadas. Outras
..... causas de erros são devidas a restos bacterianos e fungos nos tubos de coleta e reagentes.
O Gram é um método insensível e ineficiente para àqueles liquores com contagem baixas.
A presença de bactéria ou fungo em um Gram de um paciente clinicamente suspeito, é
..... fortemente sugestivo de meningite.




GRAM - CONSIDERAÇÕES:

A falta de familiaridade com o procedimento ou com a aparência morfológica dos
.....microorganismos pode levar a erros na interpretação.
Algumas bactérias se desdobram mais prontamente do que outras e podem parecer
.....gram-negativas, embora sejam gram-positivas.
Quando bactérias gram-positivas morrem, podem perder sua habilidade de reter o
.....cristal-violeta e portanto aparecerem gram-negativa.
Bactérias mortas podem também diminuírem de tamanho levando o microscopista a
.....conclusões errôneas.


UTILIDADES DA COLORAÇÃO DE GRAM

Características diferenciais.
..... Está baseada no conteúdo lipídico da parede celular e na diminuição da permeabilidade
......da parede aos corantes orgânicos.

Usos
Ajuda diagnóstica
Controle de qualidade da amostra
Presença de pus no espécime
Quantificação de bactérias


FATORES QUE AFETAM NA INTERPRETAÇÃO DO ESFREGAÇO

Incompleta descolorização
.... Resultará em uma excessiva gram-positividade da célula e da batéria. Estes aparecerão
.... escuros e os organismos gram-negativos poderão ser confundidos com gram-positivos. Se
.... houver inadequada descolorização, preparar novo esfregaço. Se o espécime clínico não
.... estiver mais disponível, remover o óleo de imersão com xilol e repetir a descolorização e
.... contracorar.

Descolorização Excessiva
.... Pode levar organismos gram-positivos parecerem gram-negativos.

Precipitação de corantes
.... Pode levar à interpretações errôneas. Normalmente os precipitados são de tamanho
.... irregular.

Variações gram-lábeis
.... Os organismos gram-positivos podem aparecerem gram-negativos, ou ambos, gram-
.... positivos e gram-negativos. Isso acontece quando os organismos são velhos ou expostos a
.... um ambiente ácido e ou antibióticos. Alguns são naturalmente gram-lábeis.

Morfologia (arranjo)
.... A presença de cocos gram-positivos pode dificultar um específico diagnóstico etiológico.
.... Estafilocos podem não aparecerem agrupados, mas podem serem vistos isolados e aos
.... pares.


IDENTIFICAÇÃO PRELIMINAR

Crescimento em placas de ágar MacConkey sugere a presença de enterobactérias e
.... deve-se prosseguir a identificação usando os métodos recomendados para patógenos
.... entéricos.

Colônias de cocos gram-positivos com uma estreita zona de ?-hemólise pode ser S.
.... agalactiae (estreptococos do grupo B). Isto deve ser confirmado pelo teste CAMP.

Colônias achatadas com um centro côncavo e uma pequena zona de hemólise verde (alfa)
.... provavelmente são de S. pneumoniae. Para a confirmação, usar discos de 6 mm de
.... optoquina. Devem ser colocados em placa de ágar sangue inoculada com uma cultura pura
.... da cepa suspeita. Após uma incubação de um dia para outro, os pneumococos exibirão
.... uma zona de inibição de mais de 14 mm ao redor do disco de optoquina.

Colônias de H. influenzae crescerão somente em ágar chocolate e em ágar sangue como
.... colônias satélites aos traços de estafilococos. A identificação mais detalhada pode ser
.... feita usando-se anti-soro anti-H. influenzea tipo b.

Os diplococos gram-negativos que crescem em ágar sangue chocolate e evidenciam teste
.... positivo de oxidase, podem ser considerados meningococos. A confirmação é feita por
.... tipificação como o teste de aglutinação em lâmina, usando-se anti-soros apropriados contra
.... N. meningitidis (A, B, C). Um teste de aglutinação negativo não exclui os meningococos, pois
.... existem pelo menos mais quatro grupos adicionais. Se o teste de aglutinação for negativo, o
.... teste de consumo de carboidratos deve ser realizado e as culturas enviadas para o laboratório
.... central de referência. Um relatório preliminar deve ser fornecido ao médico a cada estágio de
.... identificação (coloração de Gram, crescimento, aglutinação, etc...) comunicando que seguirá
.... um relatório final.

Colônias de bastonetes gram-positivos em ágar sangue com uma zona estreita de
.... ß- hemólise podem ser Listeria monocytogenes. São sugeridos os seguintes testes para
.... confirmação: positividade de catalase, motilidade em MIO, e bíli-esculina positivo.


COLORAÇÃO DE ZIEHL-NEELSEN

Mesmo que sua sensibilidade não seja grande, o exame do sedimento ou do tecido de fibrina pela coloração de Ziehl-Neelsen deve ser indicado quando o médico suspeita de meningite tuberculose. A positividade em LCR é bastante rara e isto deve-se principalmente a seguinte explicação:
Na meningite tuberculosa os bacilos tendem à penetração no tecido nervoso formando focos encistados, chamados tuberculomas.


EXAME A FRESCO (TINTA DA CHINA)

O Cryptococcus neoformans, em virtude da larga cápsula de polissacarídeos que servem como mecanismo de virulência na patogênese da meningite pode freqüentemente ser visualido pelo uso da tinta da China.
A nigrosina pode ser protegida contra contaminação adicionando 0,05 ml de thimerosal.


CONTRAIMUNOELETROFORESE

É um método imunológico para a detecção de antígenos solúveis ou anticorpos em vários líquidos.

Empregos:
Detecção de antígenos microbianos em fluídos corporais
Titulação de anticorpos
Identificação microbiana

Reações Cruzadas
..... O teste é bastante específico, mas reações cruzadas têm sido observadas somente
..... quando uma grande carga antigênica está presente. Também reações cruzadas têm sido
..... observadas com certos organismos:

Neisseria meningitedis tipo b com Eschirichia coli k1
Streptococcus do grupo b com eschirichia coli (raça easter)

Vantagens
..... Uma vantagem adicional da CIE é que o diagnóstico etiológico pode ser feito mesmo em
..... pacientes que tenham sido parcialmente tratados com antibióticos e cujas culturas foram
..... negativas.

..... Comparada com a microscopia direta e cultural, contraimunoeletroforese detecta 55% dos
..... agentes etiógicos.
..... A microscopia direta 77%
..... A microscopia + CIE = 85%

USO DO DEPO-PROVERA - ADVERTÊNCIAS E PRECAUÇÕES

No caso de perdas sangüíneas vaginais inesperadas durante o tratamento com Depo®
Provera® (acetato de medroxiprogesterona) 150 mg, aconselha- se investigação diagnóstica.
Depo® Provera® 150 mg pode causar algum grau de retenção hídrica, portanto, deve-se ter cautela ao tratar pacientes com condições médicas preexistentes que possam ser
agravadas pelo acúmulo de líquidos tais como: epilepsia22, enxaqueca13, asma23 e distúrbio cardíaco ou renal.

Pacientes com história de tratamento para depressão devem ser monitoradas
cuidadosamente durante o tratamento com Depo® Provera® 150 mg.
Algumas pacientes recebendo acetato de medroxiprogesterona podem apresentar uma
diminuição na tolerância à glicose12. Portanto, pacientes diabéticas devem ser
cuidadosamente observadas durante terapia com Depo® Provera® 150 mg.
Havendo necessidade de exame histológico endometrial ou endocervical, o patologista (ou laboratório) deve ser informado de que a paciente está sob tratamento com Depo®
Provera® 150 mg.

O médico/laboratório deve ser informado de que o uso de Depo® Provera® 150 mg pode
diminuir os níveis dos seguintes biomarcadores endócrinos:
• esteróides plasmáticos/urinários (cortisol, estrogênio, pregnanodiol, progesterona,
testosterona);
• gonadotrofinas plasmáticas/urinárias (LH e FSH);
• globulina ligada a hormônios sexuais.
Se ocorrer perda completa ou parcial súbita da visão ou no caso de instalação súbita de proptose, diplopia24 ou enxaqueca13, a medicação não deve ser re- administrada até realização de exame. Se o exame revelar papiledema ou lesões vasculares retinianas, a medicação não deve ser readministrada.
Embora o acetato de medroxiprogesterona não tenha apresentado associação causal com a indução de distúrbios trombóticos ou tromboembólicos (tromboflebite21, embolia25 pulmonar, alterações cerebrovasculares e trombose26 da retina27), qualquer paciente com história ou instalação desse tipo de evento durante o tratamento com Depo® Provera® 150 mg deve ter sua condição e necessidade de tratamento cuidadosamente avaliadas antes de se continuar a terapia.

Expectativa mais baixa e taxas típicas de falha, expressas como percentual de mulheres que engravidam acidentalmente no primeiro ano de uso contínuo de métodos anticoncepcionais.

O médico deve estar alerta para a possibilidade de ocorrer gravidez ectópica nas pacientes tratadas com Depo® Provera® 150 mg que engravidarem ou se queixarem de dor abdominal intensa.

O exame físico preliminar da paciente e seu acompanhamento devem incluir uma avaliação adequada da mama e de órgãos pélvicos, bem como o teste de Papanicolau28.
O uso de Depo® Provera® 150 mg pode mascarar o aparecimento do climatério.

Devido à sua ação prolongada e à conseqüente dificuldade em prever o tempo de
sangramento após a injeção, Depo® Provera® 150 mg não é recomendado para tratamento de amenorréia secundária ou sangramento uterino funcional. Nessas condições recomendase a terapia por via oral.

Este medicamento pode interromper a menstruação por período prolongado e/ou
causar sangramentos intermenstruais severos.

DEPO-PROVERA - Advertências e Precauções Especiais

Perda da Densidade Mineral Óssea
O uso de acetato de medroxiprogesterona injetável reduz os níveis de estrógeno sérico e está associado a perda significativa da densidade mineral óssea devido ao ajuste do metabolismo ósseo para um nível mais baixo de estrógeno. Esta perda da densidade mineral óssea é particularmente preocupante durante a adolescência e início da fase adulta, um período crítico do crescimento ósseo. A perda óssea é maior com o aumento da duração do uso e pode não ser completamente reversível. Não se sabe se o uso de acetato de medroxiprogesterona injetável irá reduzir o pico de massa óssea em mulheres mais jovens e aumentar o risco de fraturas osteoporóticas ao longo da vida. Tanto em mulheres adultas e adolescentes, a redução da densidade mineral óssea parece ser pelo menos parcialmente reversível após a descontinuação de injeções de acetato de medroxiprogesterona e o aumento da produção de estrógeno ovariano .
Um estudo está em andamento para avaliar a reversibilidade da perda da densidade mineral óssea em meninas adolescentes.
O acetato de medroxiprogesterona injetável deve ser utilizado como método contraceptivo a longo-prazo (mais do que 2 anos), apenas se outros métodos contraceptivos forem inadequados. A densidade mineral óssea deve ser avaliada quando uma mulher precisar utilizar o acetato de medroxiprogesterona a longo- prazo. Nas adolescentes, a interpretação dos resultados de densidade mineral óssea deve ser feita levando em conta a idade da paciente e a maturidade esquelética.
Outro método contraceptivo deve ser considerado na análise risco/benefício no uso de
acetato de medroxiprogesterona injetável em mulheres com fator de risco29 para osteoporose.
A injeção de acetato de medroxiprogesterona pode promover um risco adicional em
pacientes com fatores de risco para osteoporose2 (ex: doença do metabolismo ósseo, uso crônico de álcool e/ou tabaco, anorexia nervosa, história familiar forte de osteoporose2 ou uso crônico de medicamentos que podem reduzir a massa óssea como anticonvulsivantes ou corticosteróides).
É recomendado que todas as pacientes tenham uma ingestão adequada de cálcio e
vitamina5 D.

DEPO-PROVERA - Contracepção

Na maioria das mulheres que utilizam Depo® Provera® 150 mg observa- se uma
modificação do seu padrão de sangramento menstrual (por ex.: sangramento irregular ou imprevisível, raramente, sangramento contínuo ou abundante). Quando as mulheres
continuam a usar Depo® Provera® 150 mg, poucas apresentam sangramento irregular e
muitas apresentam amenorréia. No caso de sangramento persistente ou grave, deve ser
realizada uma investigação apropriada para descartar a possibilidade de doença orgânica, devendo o tratamento adequado ser instituído quando necessário.
Após injeções repetidas, a amenorréia e a anovulação podem persistir por até 18 meses e, em raros casos, por períodos ainda mais longos.
Recomenda- se que o médico alerte a paciente no início do tratamento, que seu ciclo
menstrual pode sofrer alterações, podendo ocorrer hemorragia31 ou sangramentos
intermenstruais imprevistos, mas que, com o decorrer do tratamento com Depo® Provera® 150 mg, esses efeitos geralmente diminuem até chegar à amenorréia, sem que haja necessidade de qualquer outra terapia.
O levantamento de casos controlados de usuárias de Depo® Provera® 150 mg por tempo
prolongado, constatou aumento discreto ou nulo do risco global de câncer de mama e
nenhum aumento do risco geral de câncer ovariano, de fígado ou de colo uterino, bem como um efeito prolongado protetor, no sentido de reduzir o risco de câncer do endométrio na população de usuárias. O aumento do risco relativo (RR) de 2,19 (Intervalo de Confiança = IC de 95% de 1,23 a 3,89) foi associado ao uso de Depo® Provera® por mulheres nas quais a primeira exposição ao medicamento ocorreu nos 4 anos anteriores e com idade inferior a 35 anos. Entretanto, o RR global para usuárias freqüentes do Depo® Provera® 150 mg foi de apenas 1,2 (IC de 95% de 0,96 a 1,52).
Outras análises recentes mostraram resultados semelhantes no RR de câncer de mama associado ao uso de Depo® Provera® 150 mg.
Depo® Provera® 150 mg possui efeito contraceptivo prolongado. O tempo médio da
concepção (para pacientes com capacidade para tal) após a suspensão do medicamento é de 10 meses após a última injeção, com uma variação de 4 a 31 meses, independentemente da duração do uso.
Pacientes em terapia com Depo® Provera® 150 mg apresentaram tendência de aumento de peso durante o tratamento.
No caso de surgimento de icterícia, deve- se considerar a não re-administração do fármaco.
As pacientes devem ser alertadas para o fato de que esta medicação não protege contra a infecção pelo HIV14 (AIDS), nem contra outras doenças sexualmente transmissíveis.

DEPO-PROVERA - Uso durante a Gravidez

Depo® Provera® 150 mg é contra- indicado a mulheres grávidas.
Alguns relatos sugerem uma associação entre a exposição intra-uterina a fármacos
progestacionais durante o primeiro trimestre da gravidez4 e anormalidades genitais em fetos do sexo masculino e feminino.
Crianças nascidas de mães com gravidez acidental um a dois meses após a injeção de
acetato de medroxiprogesterona suspensão injetável, podem estar sob risco aumentado de baixo peso ao nascer que, por sua vez, está associado ao risco aumentado de morte
neonatal. O risco atribuível é baixo, uma vez que tais gestações são incomuns. Se Depo® Provera® 150 mg for utilizado durante a gravidez4 ou se a paciente engravidar enquanto estiver utilizando o fármaco, ela deve ser informada do risco potencial para o feto.
Este medicamento causa malformação ao bebê durante a gravidez.
Depo® Provera® é um medicamento classificado na categoria X de risco de gravidez4.
Portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que
possam ficar grávidas durante o tratamento.

DEPO-PROVERA - Uso durante a Lactação

O acetato de medroxiprogesterona e seus metabólitos são excretados no leite materno. Não há evidência sugerindo que esse fato determine qualquer dano ao lactente32.
Efeitos na Habilidade de Dirigir e Operar Máquinas
Os efeitos de Depo® Provera® 150 mg na habilidade de dirigir e operar máquinas não foram sistematicamente avaliados.

DEPO-PROVERA - INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

A administração concomitante de aminoglutetimida e altas doses de Depo® Provera®
(acetato de medroxiprogesterona) 150 mg, pode diminuir significativamente os níveis séricos do acetato de medroxiprogesterona. As usuárias de altas doses de Depo® Provera® 150 mg devem ser alertadas para a possibilidade de redução da eficácia com o uso de aminoglutetimida.

Interações em Testes Laboratoriais
Certos testes de função endócrina e, possivelmente, hepática, podem ser afetados pelo tratamento com Depo® Provera® 150 mg. Portanto, se esses testes resultam anormais em
pacientes sob terapia com essa medicação, recomenda- se que sejam repetidos após a
retirada do fármaco.
O patologista clínico deve ser informado do tratamento progestágeno, quando forem
enviadas amostras relevantes.

Os seguintes resultados laboratoriais podem ser afetados pelo uso de progestágenos,
inclusive Depo® Provera® 150 mg:

Aumento do iodo ligado à proteína, aumento do iodo ligado à proteína extraível pelo butanol e diminuição dos valores de captação de T3; aumento dos valores dos testes de coagulação para a protrombina (Fator II) e Fatores VII, VIII, IX e X; aumento nos testes de bromossulftaleína e outros testes de função hepática; alteração nos testes de tolerância à glicose e no teste de metirapona. Os efeitos do acetato de medroxiprogesterona no metabolismo lipídico são inconsistentes: foram observados tanto aumentos quanto reduções nos níveis de colesterol33 total, dos triglicérides e do colesterol33 das lipoproteínas de baixa (LDL34) e alta densidade (HDL35); diminuição da concentração de hormônio sexual ligado à globulina; diminuição dos níveis de gonadotrofina; diminuição dos níveis de esteróides plasmáticos e urinários (por ex. progesterona, estradiol, pregnanodiol, testosterona, cortisol).

DEPO-PROVERA - REAÇÕES ADVERSAS

Infecções e infestações: vaginite.
Metabolismo e nutrição: retenção hídrica, variações de peso.
Psiquiátrico: diminuição da libido ou anorgasmia, insônia.
Sistema nervoso36: convulsões, depressão, tontura, cefaléia, nervosismo, sonolência.
Vascular: distúrbios tromboembólicos, ondas de calor.
Gastrintestinal: dor ou desconforto abdominal, distensão abdominal, náusea.
Hepatobiliar: distúrbios da função hepática, icterícia.
Pele e Tecido subcutâneo: acne, alopecia, hirsutismo39, prurido40, rash, urticária.
Musculoesquelético e tecido38 conjuntivo e ósseo: artralgia42, dor nas costas, cãibras nas pernas.
Sistema reprodutivo e mama: sangramento uterino anormal (irregular, aumento, redução), amenorréia, leucorréia, dor pélvica, anovulação prolongada, galactorréia, mastodinia, sensibilidade nas mamas.

Geral e local da administração: reações de hipersensibilidade (por ex.: reações de anafilaxia9 e anafilactóides, angioedema10), fadiga, astenia43, reações no local da injeção, pirexia.

Laboratorial: redução da tolerância à glicose12, perda da densidade mineral óssea.
Reações Adversas Pós- comercialização
Na experiência pós-comercialização foram relatados casos raros de osteoporose2, incluindo fraturas osteoporóticas relatadas por pacientes utilizando acetato de medroxiprogesterona IM.

DEPO-PROVERA - POSOLOGIA

O frasco- ampola e a seringa1 pré-enchida de Depo® Provera® (acetato de
medroxiprogesterona) 150 mg, devem ser vigorosamente agitados antes do uso, para
garantir que a dose a ser administrada represente uma suspensão uniforme.
A dose recomendada para contracepção (supressão da ovulação) é de 150 mg de acetato de medroxiprogesterona (1 mL de Depo® Provera® 150 mg) a cada 3 meses, administrada por injeção intramuscular profunda nos músculos glúteo ou deltóide.
Para assegurar que a paciente não esteja grávida no momento da primeira administração, é importante que a injeção seja aplicada durante os 5 primeiros dias após o início de um ciclo menstrual normal; ou nos 5 primeiros dias pós- parto se a paciente não estiver amamentando a criança ao seio. Caso a paciente esteja amamentando exclusivamente, a administração de Depo® Provera® 150 mg deve ser realizada somente a partir da 6ª semana pós-parto.
Se o período entre as injeções for maior do que 13 semanas, o médico deve certificar-se
que a paciente não esteja grávida antes da administração da medicação. A eficácia do
tratamento depende da adesão ao esquema de dosagem de Depo® Provera® 150 mg.
A dose não necessita ser ajustada ao peso corporal.

Uso em Crianças

O acetato de medroxiprogesterona IM não é indicado antes da menarca15.
Existem dados disponíveis em meninas adolescentes (12- 18 anos) (vide "Propriedades
Farmacodinâmicas - Estudos de Densidade Mineral Óssea"). Excluindo aspectos
relacionados à perda da densidade mineral óssea, espera- se que a segurança e eficácia do acetato de medroxiprogesterona IM sejam a mesma para adolescentes pós-menarca15 e
mulheres adultas.

Instruções Especiais para o Uso da Seringa1 Pré- enchida

Agitar vigorosamente para homogeneizar a suspensão. Remover o protetor da seringa1, e
encaixar cuidadosamente a agulha. Remover o protetor da agulha e aplicar a injeção. A
seringa1 pré- enchida destina-se a uso único.

Incompatibilidades

As formas injetáveis não devem ser misturadas com qualquer outro agente.

DEPO-PROVERA - SUPERDOSAGEM

O tratamento de superdosagem deve ser sintomático e de suporte.


LABORATÓRIOS PFIZER LTDA.

CALVÍCIE NA MULHER E ALOPECIA ANDROGENÉTICA (CALVÍCIE)


Propedêutica das Doenças dos Cabelos e do Couro Cabeludo


CALVÍCIE NA MULHER

A calvície, conhecida na medicina como alopecia androgenética,(“andro” por causa dos andrógenos, que são hormônios masculinos e “genética” obviamente pela condição genética) acomete cerca de 90% dos homens, em alguma fase de sua vida. A calvície no homem é mais devastadora, em poucos anos o homem pode ficar com grandes áreas sem cabelos. Ao contrário do que se pensa, as mulheres também podem ter calvície, esta cifra pode chegar a 80% delas. Porém na mulher a calvície é mais discreta, a queda é difusa, sem formar áreas sem cabelos. Muitas vezes elas nem chegam a perceber o problema pois a queda de cabelos não chega a afetar a estética. As diferenças clínicas da calvície no homem e mulher se devem aos diferentes níveis de hormônios presentes em seu organismo, principalmente os hormônios masculinos. Interessante é que mesmo em casos avançados, tanto nos homens como nas mulheres, uma grande maioria destes nunca procuraram um médico para avaliação.

Na mulher a calvície recebe várias denominações: calvície comum, alopecia padrão masculino, alopecia androgenética padrão feminino, alopecia difusa crônica, alopecia difusa feminina, calvície clássica, alopecia androgênica e alopecia seborréica.

Normalmente a paciente começa a ter um afinamento dos cabelos no alto do couro cabeludo, na região parietal e frontal, e com o tempo ao caírem não há reposição adequada. Em alguns casos pode haver discreto clareamento dos fios. Esse quadro começa logo após a puberdade, porém as alterações clínicas só são observadas após muitos anos, em geral após os trinta anos. Clinicamente uma rarefação de cabelos só é observada quando a paciente já perdeu cerca 30% de seus cabelos. Muitas vezes a queda de cabelos pode ser muito intensa porém, muitas vezes a paciente nem sequer percebe uma queda de cabelos. Na realidade a paciente está ficando calva porque os seus cabelos não estão repondo.

Após a menopausa o quadro tende a se acelerar.

Para se fazer um diagnóstico preciso de uma calvície é fundamental uma história detalhada, sobre como começou a doença, forma de evolução, e presença de casos familiares. O exame físico deve ser rigoroso. Vários exames laboratoriais devem ser feitos, porém o tricograma é um dos pontos básicos para se fazer um estudo adequado dos cabelos.

O primeiro passo para se tratar uma AA na mulher é abordar seu conteúdo psicológico sob dois aspectos. Em primeiro lugar, o fator emocional sendo poderoso desencadeador ou agravante da doença, logo, seu stress, suas angústias, desavenças etc, devem na medida que possível, ser muito bem avaliadas e tratadas. Em segundo lugar, sucede-se o contrário, ou seja a alopecia em evolução que causa dano psicológico. Ao perceber que sua alopecia está se tornando visível, a paciente sofre um grande impacto emocional. Ao ver sua imagem alterada, ela pode desencadear psicopatias latentes.

O tratamento medicamentoso a ser instituído deve ser muito bem avaliado de acordo com a gravidade e particularidades de cada caso, e o tempo de duração do tratamento deve durar anos.
Os principais medicamentos usados para a AA são:
Antiandrógenos , que são substâncias que inibem os hormônios masculinos. Em média estabilizam o processo em 50% das pacientes, porém nenhum promovem crescimento de novos cabelos.
Nesta categoria, o tratamento mais específico para a calvície é a finasterida(Propécia) , porém seu uso deve ser cauteloso em mulheres em idade fértil, pois o uso da finasteride durante a gravidez pode inibir a formação dos genitais em fetos masculinos.
A progesterona pode ser usada topicamente com resultados bastante expressivos.

Algumas medicações sem guardar nenhuma relação com a parte hormonal também podem ser usadas. A mais conhecida delas é o minoxidil, usado isoladamente por via tópica ou associado ao ácido retinóico. Outra medicação deste grupo é o extrato de proteínas marinhas associado à sílica(Viviscal). Este produto tem tido boa aceitação pois além de estabilizar o processo, também pode engrossar o cabelo, dando impressão de maior volume.

Diariamente novas drogas são estudadas para o tratamento da calvície, porém deve ficar claro para a paciente, que o tratamento deve ser feito o mais precocemente possível, deverá ser feito por toda a vida, e todo e qualquer tratamento a ser instituído deverá apenas estabilizar a progressão da doença, e não recuperação dos cabelos perdidos.


Tratamento da Calvície
PERSPECTIVAS PARA O TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA ALOPECIA ANDROGENÉTICA(CALVÍCIE)

Alopecia é um termo genérico que significa simplesmente falta ou diminuição dos cabelos ou pêlos em uma determinada região da pele. Inúmeras situações podem levar um paciente a perder cabelos, ou seja desenvolver uma alopecia, entre elas citamos: regimes para emagrecimento, febre, infecções virais ou bacterianas, pós doenças sistêmicas, pós parto, alterações endocrinológicas, anemia, stress físico ou emocional, etc.
Porém, sem dúvida alguma, a causa mais freqüentemente de alopecia no couro cabeludo é a calvície, conhecida na medicina como alopecia androgenética (AA), (“andro” por causa dos andrógenos, que são hormônios masculinos e “genética” obviamente pela influência genética) que pode ocorrer tanto nos homens como em mulheres. Estima-se que 60% dos homens tem algum grau de calvície, e nas mulheres esta cifra pode chegar a 80%.
No homem a instalação da calvície é clássica, com rarefação inicial pela regiões temporais e vértex do couro cabeludo, evoluindo posteriormente para uma perda total dos cabelos no alto do couro cabeludo. Já na mulher, a doença se manifesta de uma forma difusa por todo o couro cabeludo. Provavelmente estas expressões clínicas são devidas a níveis diferentes de hormônios masculinos nas mulheres e homens e a diferentes qualidades e quantidades de receptores hormonais no folículo piloso.

A causa da calvície é genética. O fator genético faz com que o folículo piloso fique sensível aos hormônios masculinos, em particular à testosterona. No homem, após a puberdade, quando os níveis destes hormônios começam a aumentar, e quando geneticamente predisposto, a calvície se manifesta. Na mulher, a calvície não se manifesta com tanta intensidade, pois nela os níveis de testosterona são muito baixos. Porém se a mulher tiver um distúrbio endócrino, com aumento da testosterona, a calvície se manifesta nos padrões masculinos, e nestes casos a mulher deve ser submetida a um minucioso exame endocrinológico.

Seja qual for a causa, a perda de cabelos, trás um verdadeiro desconforto para o ser humano, e tentativas de combatê-la é descrita desde a mais remota antigüidade, e parece ser um dos maiores desafios do Homo Sapiens Sapiens.

HISTÓRICO

Arqueologistas descobriram em papiros egípcios, como os de Ebers e Hearst fórmulas datadas de 4.000 aC para combater a calvície. Dentre elas 3 se destacavam. A primeira consistia em cozinhar pata de cachorro com casco de asno e fazer uma mistura com óleo. A segunda preconizava uma mistura de partes iguais de gordura de leão, hipopótamo, crocodilo, ganso, cobra e cabrito montês e finalmente a terceira usava dente de asno triturado em óleo. Estas fórmulas eram usadas friccionando diretamente no couro cabeludo. Cleópatra não gostava da calvície de Júlio César, e o obrigava a usar fórmulas à base de rato doméstico cozido, dente de cavalo, gordura de urso e medula de cervo. O egípcio Hakiem-El-Demagh, considerado o primeiro especialista em doenças do couro cabeludo, idealizou várias fórmulas para a AA e o próprio Hipócrates em seu respectivo tempo receitava para quadros iniciais massagens de láudano com óleo de rosa, de linho ou de oliva verdes. Em casos mais avançados prescrevia cataplasma à base de cominho, fezes de pombo, alho socado e urtiga. Por toda a idade média vários medicamentos foram sugeridos, inclusive urina de cachorro, poções dos mais variados animais, e infusões de inúmeros vegetais, e até rituais de exorcismo. Porém, uma fórmula que se tornou muito famosa, foi idealizada por volta do ano de 1.600, e era feita de várias plantas medicinais, vinho, semente de rabanete, bago de uva, óleo de linhaça, trigo, etc. Esta fórmula foi adotada na época pelo exército alemão, porém adicionaram saliva de cavalo como complemento. Enfim, em todos os tempos sempre houve preocupação com o tratamento da AA, obviamente as portas foram abertas para a exploração comercial e não deixaram de existir os aproveitadores, charlatões, curiosos e inúmeras outras modalidades de promessas de cura para a doença.

PRIMEIROS ESTUDOS

Hipócrates há 460 aC observou que crianças e eunucos não desenvolviam AA. Estudos científicos sobre a doença, tomaram impulso com os trabalhos de J.B.Hamilton, que no início da década de 40, mostrou que a AA não desenvolvia antes da puberdade, em eunucos e em pacientes que por um distúrbio hormonal qualquer não produziam a testosterona. Além do mais os pacientes sempre tinham um ancestral calvo. Daí concluiu que a AA é resultante da ação do hormônio masculino, a testosterona, em folículos pilosos geneticamente predispostos. Estudos bioquímicos mostraram que a testosterona, em nível de folículo piloso, sofre a ação de uma enzima redutora a 5 alfa redutase que a transforma na dehidrotestosterona, que teria uma ação ativa sobre o folículo piloso, provavelmente inibindo a adenilciclase com conseqüentes distúrbios metabólicos locais levando à AA.

TRATAMENTO DA ALOPECIA ANDROGENÉTICA

Neste trabalho, serão discutidos os principais tratamentos medicamentosos da AA para o homem. A calvície na mulher assume algumas características próprias tanto do ponto de vista clínico, etiológico como terapêutico, por isso merece um capítulo à parte.
Pela própria etiopatogenia da AA as drogas ideais seriam aquelas que de alguma forma inibissem a ação dos hormônios sobre os folículos pilosos. Estas drogas seriam os antiandrógenos. Segundo Dorfman, um antiandrógeno seria uma “substância que inibiria a expressão de um andrógeno em sua célula alvo sem interferir na sua síntese e nem em seu controle via hipotálamo ou hipófise”.
Teoricamente um antiandrógeno pode agir em vários locais: inibir a síntese da enzima 5 alfa redutase; inibir a ação desta enzima sobre a testosterona ou competir diretamente com a dehidrotestosterona junto aos receptores celulales. Pelo que se sabe, não existe um antiandrógeno puro, ou seja, que tenha uma ação específica em um destes locais. Geralmente eles tem maior ação sobre uma passagem hormonal, mas podem agir em todos os níveis. Antiandrógenos como acetato de ciproterona, benorterone, flutamida e outros não são usados no homem. Um inibidor da 5 alfa redutase, a finasteride (PROPECIA) é uma medicação nova no mercado e estudos clínicos são bastante encorajadores, porém seus efeitos colaterais merecem atenção. Outra medicação que agiria sobre a mesma enzima seria o TUROSTERIDE. A ESPIRONOLACTONA também tem sido usada como antiandrógeno, e em alguns casos com boa resposta terapêutica, e também como todo antiandrógeno deve ser dada com cautela. Um antiandrógeno que tem merecido destaque pela sua ação benéfica e por ser de uso tópico é o RU58841, que em breve deverá ser comercializado. Um redutor do colesterol, com fraca ação antiandrógena também tem sido testado, é o SIMVASTIN.
Embora à primeira vista a etiopatogenia da AA parece estar claro, é curioso como uma infinidade de medicamentos tem sido lançados para o seu tratamento e com as mais diversificadas ações, e a maioria deles sem a menor relação com atividades hormonais, porém seus resultados clínicos são surpreendentes.
Foi suposto que o óxido nítrico estimula o crescimento dos cabelos. Radicais superóxidos, resultantes do metabolismo, inibem o óxido nítrico, induzindo a fase telógena com conseqüente queda do fio de cabelo. Um grupo de substâncias conhecido como superóxido dismutases inibe os radicais superóxidos, liberando o óxido nítrico, recuperando a fase anágena, obviavente restituindo o ciclo biológico normal dos cabelos por restaurar a fase anágena. Os principais superóxido desmutases são à base de cobre ligado a um pepitídeo, e entre eles posso citar FOLLIGEN, TRICOMIN, IAMIN, GRAFTCYTE e TEMPOL. Dentro desta modalidade de tratamento, é preconizado o uso com medicações que contenham a L-ARGININA. Este aminoácido, considerado não essencial, é um precursor do óxido nítrico, logo sua presença é fundamental para a síntese e manutenção de níveis adequados de óxido nítrico. Algumas medicações podem imitar a ação do óxido nítrico e dentre elas a mais conhecida é o minoxidil (REGAINE), um produto usado contra hipertensão, cujo efeito colateral freqüente é a hipertricose, daí o seu aproveitamento para o tratamento da calvície. Outras drogas semelhantes ao minoxidil, do grupo piridine N-óxidos, são o NANO, DILANTIN, PROXIPHEN-N e o DIAZÓXIDO, este último muito pesquisado no Japão.
Uma proposta interessante para explicar a AA, é a teoria de que uma fibrose perifolicular altera a fisiologia do folículo piloso levando-o à atrofia com conseqüente calvície. Foi criada uma substância que seria uma “molécula antifibrose”, que reverteria esta fibrose recuperando o folículo, seria o aminexil(DERCAP) que tem se destacado no mercado francês.
Alguns autores acreditam que a dehidrotestosterona de alguma forma altera o folículo piloso, estimulando o sistema imunológico a agredi-lo, levando a uma inflamação local. Seria a teoria imunológica da AA, fato que explicaria melhora da calvície quando se usa a CICLOSPORINA ou outros imunossupressores.
Finlandeses descobriram grandes quantidades de testosterona e dehidrotestosterona ativos na secreção sebácea e afirmaram que uma potente substância desengordurante (POLISORBATE 60 e o POLISORBATE 80) ajudaria no combate à calvície pois removeria aqueles hormônios.
Loções à base de ervas também são tradicionais. Estudos científicos bem controlados com um produto feito com ervas chinesas(FABAO) tem dado bons resultados. Este medicamento está sendo produzido comercialmente na Holanda com o nome de DABAO.
Drogas que agem no metabolismo celular, em particular o do potássio, que estimula a síntese de DNA, o BRL34915 (CROMAKALIM), e o pinacidil(PINDAC), segundo seus pesquisadores agem beneficamente nos pacientes com AA.
Agentes inibidores da aromatase, como o aminoglutetimide (CYTADREN) também tem sido citadas.
Uma teoria ainda não muito clara e confusa, porém com notável sensacionalismo, seria o tratamento genético, que promete “cura” para a calvície. Seria o LIPOSOMAL GENE THERAPY, produzido nos EEUU pelo AntiCancer, Inc.
PILIEL um remédio de ação angiogênica descoberto em Israel, obtido a partir de extrato de cultura de células, tem merecido grande atenção, pois além de deter a progressão da calvície, engrossa os cabelos e para surpresa de seus próprios descobridores, a medicação estimula a melanogênese e os cabelos quando brancos recuperam sua cor natural.
Uma substância chamada “saw palmetto” extraída de uma planta natural da Flórida a Serenoa Repens, tem uma ação antiandrogênica muito parecida com a finasteride, porém além de inibir a 5 alfa redutase também inibe da dehidrotestosterona, e é comercializada com o nome de PERMIXON, para hiperplasia benigna da próstata, e tem sido preconizada para o tratamento da AA.
Inúmeros produtos à base de nutrientes tem sido testados. Entre eles posso mencionar a biotina, Vitamina C, inositol, PABA, L-cisteína. Uma associação de aminoácidos, vitaminas e cálcio, o PIL-FOOD, é dentro deste grupo de substâncias a mais popular, porém parece ter pouca ação sobre a calvície.
Medicações que agem sobre a circulação sanguínea também tem seu lugar no arsenal terapêutico da calvície, uma vez que por muito tempo acreditou-se que a vascularização do couro cabeludo era importante para manutenção dos cabelos. Entre elas cito: ECRINAL, FOLICURE, FONTENE, KEVIS, NUTRIOL, VIVAGEN E VIPROSTOL.
Uma droga angiogênica(OMEXIN), que aumentaria a oxigenação folicular, também deve ser citada pela sua ação sobre a calvície.
Uma medicação desenvolvida na Finlândia, que tem merecido atenção pelo seu efeito de estabilizar a queda de cabelos e promover uma boa recuperação de cabelos na AA e isenta de efeitos colaterais, é associação de um extrato de cartilagem de peixes com sílica(VIVISCAL).
O extrato de cartilagem é obtido de cartilagem de peixes cartilagenosos marinhos como Raia e Lamna Cornubica e é rico em aminoácidos nobres. A sílica é obtidida de uma planta conhecida popularmente como shavegrass(horsetail), e em botânica como Equisetum arvense , considerada um reservatório natural de sílica e usada tradicionalmente nos EEUU e Europa como “fortificante” para os cabelos e unhas.

CONCLUSÃO

Ainda não existe uma medicação ideal para o tratamento da calvície. Dentro da literatura existem inúmeras drogas sendo comercializadas e outras sendo testadas. Muitas delas com grandes esperanças e outras sem menor expressão.
Com certeza várias delas serão descartadas pelo próprio tempo. Muitas que suportarem a pressão da evolução natural da AA, abrirão novas portas para o esclarecimento da etiopatogenia da doença, logo com maior possibilidade de descoberta da cura.

Acredito que a calvície é desencadeada pelos hormônios masculinos, porém sua evolução depende de vários outros fatores, principalmente o emocional. Nunca devemos esquecer que em qualquer tratamento proposto para a AA, o controle com placebo também apresenta melhora expressiva. Uma medicação única no tratamento da calvície talvez seja inviável. As associações de medicações que interfiram em vários setores provavelmente seja o caminho natural para o controle da AA.


Dicas sobre Cabelo

O pêlo é formado em uma estrutura chamada de folículo piloso. É como um tubo perpendicular à pele, dentro do qual o cabelo é fabricado. No fundo deste tubo está um grupo de células, chamado de raiz, onde o cabelo é constantemente formado e empurrado para cima. A haste do pêlo é formada por 3 partes, como se fosse um lápis. A parte mais interna é a medula, que corresponderia ao grafite do lápis. Depois vem a córtex, que corresponde a 95% do cabelo, seria a madeira do lápis e finalmente a cutícula do pêlo que seria o verniz que envolve o pêlo. Todas as três camadas é formada pela raiz.

A haste é praticamente formada pela córtex e é muito frágil e quebradiça. Quem dá consistência ao pêlo é a cutícula, que é uma membrana com aproximadamente 5 a 7 células de espessura. Uma cutícula íntegra gera um cabelo brilhante e lustroso. A perda da cutícula deixa o cabelo muito quebradiço e seco.

Anexo ao folículo piloso, que é o tubo que contém o cabelo, existe uma glândula sebácea, que produz uma substância oleosa, que ao desembocar no folículo piloso serve para lubrificar e dar defesas ao cabelo.

“UMA CUTÍCULA ÍNTEGRA E UMA SECREÇÃO SEBÁCEA NORMAL QUE MANTÉM O CABELO COM BOA APARÊNCIA, SAUDÁVEL E COM BRILHO. QUALQUER FATOR QUE ALTERE A CUTÍCULA OU A SECREÇÃO SEBÁCEA, ALTERARÁ A QUALIDADE DOS CABELOS”.

Um cabelo cresce em média 0,33 milímetros por dia. Isso significa que um fio de cabelo cresce em média 1 centímetro por mês, ou 12 cm por ano. Uma pessoa com cabelo com cerca de 60 cm, significa que o cabelo está crescendo há 5 anos.

Um fio de cabelo não cresce constantemente. Uma raiz produz cabelo durante 2 a 6 anos em média. Isso é determinado geneticamente. Após este tempo a raiz pára de produzir o pêlo, o pêlo entra numa fase de repouso que dura de 4 a 6 meses, período em que o pêlo não cresce. Após este tempo a raiz começa a produzir um novo pêlo que empurrará o velho para fora.

Em média uma pessoa substitui de 50 a 100 fios por dia, sem haver prejuízo na qualidade e quantidade total de cabelos.

Um cabelo longo, com aproximadamente 60 cm, significa que este cabelo está crescendo há 5 anos, ou seja cerca de 1800 dias. Se a pessoa lava os cabelos a cada 2 dias, estes cabelos foram lavados cerca de 900 vezes. Se ela escova ou penteia em média 15 vezes por dia, no final deste tempo terá manipulado os cabelos quase que 30.000 vezes. Isso pode causar um dano muito grande à cutícula.

Logo o cabelo fica áspero, perde o brilho, fica quebradiço e as pontas ficam lesadas, com pontas bifurcadas. Os cabelos ficando ásperos, ao penteá-los cria-se uma eletrostática o que torna os cabelos difíceis de pentear.

Quando a pessoa frequenta muito piscinas, o Sol, o mar, saunas, etc, é claro que esta situação tende a piorar muito.
No verão a pessoa lava muito mais, frequenta muito mais piscinas, mares, etc, por isso perde muito mais intensamente a lubrificação natural e a cutícula.

O Sol, ou melhor os raios ultravioleta, agridem a melanina, destruindo-a, por isso os cabelos quanto tomam muito Sol tende a ficar cada vez mais claros, pois perdem melanina, independente da cor. O uso de fotoprotetores capilares é aconselhado para evitar este clareamento.

Normalmente manipulações cosméticas como tingir, fazer permanente, alisar, etc, podem deixar os cabelos mais frágeis. Tingir é colocar um pigmento dentro da córtex. Descolorir é destruir a melanina. Alisar ou fazer permanente é mudar a estrutura da córtex. Note que todos estes procedimentos envolve a córtex, e para atingir a córtex é necessário atravessar a cutícula, daí a probabilidade de estrago à cutícula com danos em potencial aos cabelos.


História da Tricologia
O cabelo é muito importante socialmente ao ser humano. A partir de hoje darei vária dicas sobre tricologia, ou seja, estudo sobre cabelos. Entenderemos porque os cabelos caem, quais as principais doenças, como diagnosticar etc., porém primeiramente vou contar um pouco a história da tricologia:

HISTÓRICO:

Desde o início da humanidade o Homem tem se preocupado com seus cabelos. Além da proteção do crânio contra traumatismos e radiações solares, os cabelos desempenham um importante adorno sexual, por isso a veneração aos cabelos invadiu os impérios, a religião, a mitologia, a cultura, classes sociais e a ciência, logo sua perda afeta diretamente o âmago das pessoas. Em todas as culturas, em todos os tempos, os cabelos são adorados.

O Homem além de não gostar de ver sua própria imagem sem cabelos, também não consegue criar um deus sem cabelos. Avaliando todas as religiões e mitologias percebe-se que não existe um deus sem cabelos. Buda, cinco séculos antes de Cristo, ainda jovem, em um passeio encontrou um ancião, um enfermo e um cadáver, que lhe fizeram ver as misérias da humanidade. Contra a vontade do pai, abandonou o palácio, a luxúria, os prazeres, vestiu-se de andrajos e retirou-se para Urulviva. Sua expressão máxima como renúncia aos bens materiais foi cortar os seus cabelos.

Pode ser coincidência, porém, os grandes líderes mundiais como presidentes, quando escolhidos pelo povo, na esmagadora maioria nunca são calvos. Levantamento de 522 políticos de alto escalão, governadores e senadores, nos Estados Unidos, mostrou uma mínima percentagem de calvos. É provável que os eleitores não votem em pessoas calvas. Realmente é difícil ver um presidente de um pais calvo.
Inúmeras lendas, contos mitológicos e fábulas envolvem em suas estórias fantásticas a presença marcante dos cabelos. Assim ocorreu com Sansão personagem bíblica, um dos juízes de Israel, em sua luta contra os filisteus, narrada no Livro dos Juízes. Sansão revelou à Dalila que sua força residia em seus longos cabelos. Numa noite, enquanto ele dormia, ela os cortou, e Sansão perdeu sua força, ficando a mercê dos filisteus. Outra estória curiosa é de Rapunzel, personagem criada pelos irmãos Grimm, que ao ser presa em uma torre, jogava suas longas tranças para que sua guardiã subisse até ela. Outra estória que envolve os cabelos é a de Berenice rainha do Egito. Seu marido Ptolomeu Evergete estava em em uma missão militar na Síria. Berenice ansiosa pela volta de Ptolomeu prometeu a Vênus(Afrodite) os seus longos e belos cabelos. Ptolomeu ao voltar ficou irado com o gesto de sua esposa, principalmente quando soube que seu cabelo havia desaparecido do templo de Vênus. Porém só se acalmou quando o matemático e astrônomo Cônon de Samos lhe informou que os deuses haviam transformado a cabeleira de sua amada em estrelas. E lá no céu boreal, junto à Ursa Maior, encontramos a constelação “Coma Berenices” – Cabeleira de Berenice. Esta constelação foi cantada por Calímaco num poema.

Através dos tempos os cabelos fascinam toda humanidade e inúmeras fórmulas, poções mágicas, medicamentos exóticos e milagrosos, foram criados para a sua manutenção, embelezamento e o tratamento de sua perda.

Papiros egípcios com mais de 4000 anos, tais como Ebers e de Hearst, já citavam anatomia do couro cabeludo e fórmulas para a alopecia, como por exemplo mistura em partes iguais de gordura de leão, hipopótamo, crocodilo, ganso e cobra. Cleópatra já receitava para seu amado Júlio César, que era calvo, rato doméstico (nunca selvagem), dente de cavalo, gordura de urso e medula de veado. O egípcio Hakiem-El-Demagh, considerado o primeiro especialista em doenças do couro cabeludo, idealizou várias fórmulas para calvície. O próprio Hipócrates receitava massagens com láudano com óleo de rosas, de linho, ou de olivas verdes e, até urtiga com excremento de pombos para crescer cabelos.

Por toda a idade média vários medicamentos foram sugeridos para a calvície, inclusive urina de cachorro, poções dos mais variados animais, e infusões de inúmeros vegetais, e até rituais de exorcismo. Porém, uma fórmula que se tornou muito famosa, foi idealizada por volta do ano de 1.600 dC, era feita de várias plantas medicinais, vinho, semente de rabanete, bago de uva, óleo de linhaça, trigo, etc. Esta fórmula foi adotada na época pelo exército alemão, porém adicionaram saliva de cavalo como complemento. Enfim, em todos os tempos sempre houve preocupação com o tratamento dos cabelos, obviamente as portas foram abertas para a exploração comercial e não deixaram de existir os aproveitadores, charlatões, curiosos e inúmeras outras modalidades de promessas de cura para doenças capilares.

Dr Jose Marcos Pereira