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4.19.2012

Dieta da USP

O que propõe

Antes de tudo é importante esclarecer que, apesar do nome, essa dieta não tem nada a ver com a Universidade de São Paulo (USP). Inclusive não se sabe por qual motivo esse programa alimentar recebeu esse nome. Agora, vamos aos detalhes. A dieta da USP segue o mesmo princípio da dieta da proteína ou do Dr. Atkins (ou cetogênica), isto é, recomenda baixo consumo de alimentos que contenham carboidratos (massas, farinhas, arroz, aveia, pão, milho, batatas, barra de cereal, macarrão, frutas frescas e secas, cará, inhame) e aumento dos itens ricos em proteínas (carnes, ovos, peixes, embutidos e leite integral e derivados do leite) e gorduras (todos os alimentos de origem animal contêm gordura na sua composição).
“Metabolicamente isso leva o organismo não só a queimar mais gorduras como também massa magra (músculos) e a eliminar mais líquidos, o que não é bom para a saúde e nem para o metabolismo que fica completamente alterado”, justifica a nutricionista Anielle D’Angelo Sanjar, especialista em fisiologia do exercício, da Clínica Tércio Rocha, do Rio de Janeiro. A falta de carboidratos, ou de glicose, acelera a queima de gorduras. Mas a partir do momento em que não há glicose disponível, o metabolismo desvia a gordura e as proteínas armazenadas para a via de oxidação (queima). Um dos problemas desse processo, no entanto, é que com o tempo, a queima de gorduras fica limitada porque a prioridade passa a ser as proteínas da massa magra (principalmente os músculos) para a produção de glicose. Além disso, a ausência de carboidratos nos faz "desinchar" por conta da redução de armazenamento de água dentro das células.“Dessa forma, o indivíduo ao se pesar percebe uma diminuição rápida de seu peso corporal, o que não significa necessariamente redução do percentual de gordura corporal”, explica a especialista.

Como é feita

O programa inicial tem duração de sete dias, após esse período é indicado dar uma pausa de pelo menos um dia, comer o que tiver vontade e se for esse o objetivo retomar o cardápio de novo por mais sete dias. As quantidades não são controladas. Água, café sem açúcar (pode usar adoçante) e chás estão liberados. Lanches intermediários não são permitidos, assim como a ceia.
O café da manhã inclui café, limão e biscoito salgado tipo cream cracker; no almoço é permitido clara de ovo cozida, frango, peixes (principalmente salmão, atum e sardinha que são ricos em ômega-3 e potentes antiinflamatórios naturais) e carne vermelha grelhados, queijo branco, cenoura, tomate, vagem e ervas desintoxicantes (agrião, chicória e alface); e por fim, o jantar inclui salada (com os vegetais citados anteriormente), presunto, ovo cozido, iogurte natural. A partir do quinto dia, as frutas são liberadas. E a partir do oitavo dia já é possível comer o que tiver vontade. Não é permitido bebida alcoólica nem doces (mas a partir do quinto dia, doces à base de fruta natural com adoçante já podem entrar no cardápio). “No entanto já que trata-se de um programa alimentar muito restritivo, é bom lançar mão de algumas dicas para melhorar a qualidade do cardápio como, por exemplo, usar e abusar dos chás de ervas como hortelã, erva-cidreira, capim-limão e erva-doce que diminuem a retenção de líquidos por serem digestivos”, sugere Anielle. Os chás preto, mate, verde e branco têm ainda a propriedade de acelerar o metabolismo. “Para deixar as saladas mais saborosas, principalmente as de folhas verdes – que são ricas em fibras que auxiliam na saciedade e melhoram a função intestinal – tempere com ervas desidratadas e azeite extra-virgem, que uma importante fonte de gorduras monoinsaturadas (gorduras boas)”, aconselha a nutricionista. Para terminar, saiba que o iogurte natural é excelente para o controle da flora bacteriana e aumenta as defesas do organismo. Portanto, é indicado que se consuma à vontade.

Promessa

Pode chegar a menos 10 kg em 15 dias. “A perda de peso vai depender de uma série de fatores como metabolismo de cada um, estilo de vida, se pratica ou não exercícios, idade e adesão à dieta”, lembra Anielle.

Contraindicação

Na realidade a pessoa perde muita água e massa muscular. Ao atingir seu objetivo e relaxar, isto é, voltar à alimentação habitual, não vai conseguir manter o peso conquistado com a dieta por muito tempo. “Isso é comum, já que não é um programa alimentar que pode ser seguido por um período prolongado”, destaca a nutricionista.
Como todas as dietas “milagrosas“ e que prometem uma perda grande em um período de tempo curto, efeitos colaterais podem surgir. Os mais comuns são dor de cabeça, desatenção, prisão de ventre, mau hálito (devido à cetose metabólica), cansaço, fraqueza muscular, alterações no sono, estresse físico e emocional. Não devem fazer essa dieta gestantes, atletas, indivíduos com colesterol alterado, disfunções nos rins, intestinos ou no fígado e também com distúrbios de humor.
 

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