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7.13.2013

São Paulo tarja preta

 

Circulou esta semana a informação segundo a qual um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta São Paulo como a cidade, entre 24 pesquisadas em todo o mundo, que possui mais habitantes com algum tipo de transtorno mental: exatos 29,6%
Dos males detectados, a ansiedade desponta como o mais frequente.
Os dados podem não ser novos, mas suscitam uma boa discussão.
Não costuma ser muito comum o entendimento, por parte de nós leigos, de que a ansiedade seja um problema mental, uma doença. Em geral atribuída fatores específicos, a momentos de estresse ou, como se dizia antigamente, aos desgastes da vida moderna, a ansiedade no entanto aparece descrita como moléstia nos manuais de medicina e pode se tornar algo grave e imobilizante.
Num país em que os problemas mentais são encarados como se fossem algo contagioso ou vergonhoso e no qual consumo de medicamentos de venda controlada se tornou indicativo de que aquele usuário é praticamente um cidadão de segunda classe, a tendência é minimizar, esconder ou relevar até mesmo doenças graves, como depressão ou pânico.
Imagine então algo descrito nos dicionários como agonia, aflição, impaciência, receio...
O problema é que estes sintomas, agravados por fatores diversos, como a opressão urbana característica de São Paulo, podem derivar para estados recorrentes de inquietação profunda, medo persecutório, fatalismo, fadiga, insônia, inapetência, e passar a subsistir independentemente dos contextos. Com todos os prejuízos pessoais, sociais e profissionais que sucedem a partir daí.
Ou seja, alguém começa a ficar ansioso por conta de um trabalho desgastante, deslocamentos longos no trânsito da cidade, falta de dinheiro, escassez de tempo e de lazer, mas a ansiedade instalada pode passar a sobreviver independentemente de tudo isso, tornando a vida do cidadão um inferno.
Uma das cidades mais dinâmicas e culturalmente ricas do planeta, São Paulo é cruel, cobra um preço alto de seus habitantes, quem vive aqui sabe bem disso.
Que o digam estes 30% de ansiosos crônicos detectados pela OMS que, além de tudo, têm que enfrentar o estigma de "tarja preta"...
Luiz Caversan Luiz Caversan

Anvisa suspende chá e remédios fitoterápicos emagrecedores

Três produtos, desenvolvidos por duas empresas distintas, foram afetados.
Falta de registro e presença de substâncias não autorizadas foram motivos.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a venda de um chá e de dois produtos emagrecedores nesta sexta-feira (12). O chá misto solúvel Funchinane, da empresa Naturelife, foi suspenso pela constatação da presença de substâncias que não são permitidas em chás: maltodextrina, sucralose e dióxido de silício.
A empresa afirmou, em nota, que "vai atender a determinação da Anvisa e todas as medidas legais serão adotadas com base na legislação vigente".
Já os medicamentos emagrecedores Bio Waist Spirulina em cápsulas e Bio Waist QS – Quitosana e Spirulina em cápsulas, da empresa La Mata Laboratório Botânico Ltda, foram suspensos por não terem registro na Anvisa.
Segundo a empresa La Mata, que trabalha com fitoterápicos, “devido ao fato de as exigências da Anvisa serem grandes com relação a medicamentos dessa área, a empresa vai voltar para o segmento de alimentos e está se adequando para obter o  registro dos produtos como suplementos alimentares”.
Recentemente, a Anvisa iniciou uma discussão para definir mudanças no registro de fitoterápicos. Em maio, abriu uma consulta pública para atualizar uma lista de fitoterápicos que poderão ter um registro simplificado. A proposta inclui uma diferenciação entre produtos que tiveram sua eficácia comprovada por testes clínicos e produtos tradicionais. A consulta fica aberta até o dia 22 de julho.

Como a ciência explica o pessimismo?

Estudos indicam que comportamento pessimista pode ser explicado por fatores genéticos e que quem é otimista vive mais.



Michael Mosley Da BBC

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Estudos indicam que comportamento pessimista pode ser explicado por fatores genéticos e que quem é otimista vive mais. (Foto: BBC)Estudos indicam que comportamento pessimista
pode ser explicado por fatores genéticos e que
quem é otimista vive mais. (Foto: BBC)
Muitos de nós nos consideramos ou pessimistas ou otimistas. Mas será que a ciência é capaz de explicar por que nos sentimos assim - e se podemos mudar?
Vejamos o exemplo das gêmeas idênticas Debbie e Trudi: elas têm muito em comum, salvo pelo fato de Trudi ser animada e otimista, enquanto Debbie passa por momentos de profunda depressão.
Ao estudar um grupo de gêmeos idênticos como Debbie e Trudi, o professor Tim Spector, do Hospital St Thomas, em Londres, tenta responder questões fundamentais sobre a formação de nossa personalidade. Por que algumas pessoas são mais positivas do que outras a respeito da vida?
Fator genético
Spector identificou alguns genes em funcionamento em um dos gêmeos e não no outro.

Estudos com gêmeos indicam que, quando se trata de personalidade, cerca de metade das diferenças entre as pessoas são decorrentes de fatores genéticos. Mas Spector ressalta que, ao longo de nossas vidas - e em resposta a fatores ambientais -, nossos genes estão constantemente sendo ajustados, em um processo conhecido como epigenética.
Em casos como o de Debbie e Trudi, os cientistas encontraram diferenças em apenas cinco genes no hipocampo. É isso, acreditam eles, que desencadeou a depressão em Debbie.
Spector, que se descreve como otimista, espera que sua pesquisa ajude a melhorar os tratamentos disponíveis para depressão e ansiedade.
'Costumávamos dizer que não podíamos mudar nossos genes', diz ele. 'Agora sabemos que existem esses pequenos mecanismos para 'ligá-los' ou 'desligá-los'.'
Ainda mais surpreendente é a pesquisa que identificou mudanças na atividade genética causadas pela presença ou ausência do amor materno.
O professor Michael Meaney, da Universidade McGill (Canadá), está pesquisando maneiras de medir a ativação dos receptores de glicocorticóides nos nossos cérebros. Isso porque o número desses receptores é um indicativo da habilidade de cada um em suportar o estresse.
E também é uma medida de o quanto fomos cuidados por nossas mães durante a infância - ao refletir o quão ansiosas e estressadas eram as nossas mães e o impacto disso na quantidade de afeto que recebemos quando pequenos.
'Estado mental afetivo'
Elaine Fox, da Universidade de Essex, na Grã-Bretanha, é outra pesquisadora interessada em como o nosso 'estado mental afetivo' - a maneira como vemos o mundo - nos molda.

Além de usar questionários, ela e sua equipe investigam padrões específicos na atividade cerebral. Sua pesquisa indica, por exemplo, que uma pessoa com mais atividade elétrica na parte frontal direita do córtex (em relação à esquerda) tem mais tendência ao pessimismo e à ansiedade. Outros testes adicionais ajudam a confirmar ou não essa percepção.
Pessoas pessimistas, constantemente à espera de coisas que podem dar errado, costumam ter mais estresse e ansiedade. E isso é mais do que um estado de espírito - é algo fortemente ligado à nossa saúde.
Em um estudo iniciado em 1975, cientistas pediram que mais de mil pessoas na cidade de Oxford, Ohio (EUA), preenchessem um questionário sobre empregos, saúde, família e perspectivas para a velhice.
Décadas depois, Becca Levy, cientista da Universidade Yale, monitorou os entrevistados. Ao observar as certidões de óbito ela notou que as pessoas mais otimistas quanto à velhice haviam vivido, em média, sete anos e meio a mais do que os pessimistas.
A impressionante descoberta levou em conta outras explicações possíveis, como o fato de pessoas mais pessimistas possivelmente terem sido influenciadas por doenças prévias ou depressão.
Freiras
Resultados semelhantes foram notados em um estudo da Universidade de Kentucky, que analisou os diários de 180 freiras católicas, escritos quando elas entraram no convento, nos anos 1930.

Freiras que vivem em comunidades fechadas são um bom objeto de estudo científico porque compartilham experiências ambientais semelhantes, algo que permite comparações realistas.
Nos diários, os cientistas procuraram indícios de otimismo e pessimismo entre as freiras. Ao pesquisar suas vidas, eles descobriram que as que expressavam emoções mais positivas durante a juventude viveram até dez anos mais do que as que não tinham essa mesma perspectiva de vida.
A boa notícia é que, mesmo na idade adulta, você pode mudar suas percepções sobre a vida. Até mesmo para pessimistas, isso é motivo de celebração.
 

Otimismo X pessimismo


Otimismo X pessimismo
"Os pessimistas são meros espectadores: Os otimistas são os que transformam este mundo".
François Guizo
Você já notou como algumas pessoas parecem felizes, não importa o que esteja acontecendo em suas vidas? Existe uma certa leveza na personalidade delas. Seus rostos, suas palavras e mesmo a sua maneira de andar parecem exalar um campo de energia brilhante.
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Outras pessoas parecem predispostas a pensamentos tristes e negativos, em todas as situações. Se, num belo dia de verão você disser: "o dia está lindo, adoro esse tipo de clima". Elas imediatamente responderão que detestam calor. "Terrível, muito suor, não dá para trabalhar, difícil de se concentrar. Só serve para plantas tropicais".
No dia seguinte chove. A srta. Positiva almoça com um amigo negativo. "Adoro chuva", diz ela. "Alivia o calor, você não acha?". O sr. Negativo resmunga: "Você está brincando? É ainda pior do que ontem. Só serve para os patos".
Irmãos podem crescer em uma mesma família, em um mesmo ambiente e, ainda assim, se tornarem pessoas completamente diferentes. Em algum ponto do caminho um deles escolhe ver a vida como se tudo fosse possível. O outro decide que a vida é um fardo, acha as outras pessoas detestáveis e não gosta do mundo.
Embora a "historinha" que vou contar seja uma ficção, ela ilustra bem o que estou querendo dizer, isto é, que a maneira de olhar as coisas governa nossa reação a elas. É uma história sobre dois menininhos, gêmeos idênticos, um deles otimista inveterado e o outro pessimista incorrigível.
Bem, os pais estavam preocupados com isso, e levaram os meninos a um psicólogo infantil, que disse: "Acho que sei o que fazer. No próximo aniversário deles, dêem ao pessimistazinho os melhores brinquedos que puderem comprar e ao otimista, um saco de esterco. Isso os colocará no mesmo plano".
E foi o que os pais fizeram. Colocaram os meninos em quartos separados com seus "presentes". Quando foram espiar no quarto do pessimista, viram o menino olhando com desânimo para seus lindos brinquedos e se queixando: "Não gosto dessa cor. Isso aqui provavelmente vai quebrar. Conheço um menino que tem uma calculadora melhor que essa". Os pais olharam um para o outro e soltaram um gemido.
Em seguida, atravessaram o corredor e deram uma olhada no quarto do otimista. Ele estava na maior alegria, atirando o esterco para o alto e dizendo: "vocês não me enganam! Onde existe tanto esterco assim, só pode haver um pônei por perto!".
Esses dois tipos de personalidades são geralmente, chamados de otimistas e pessimistas. Enquanto os primeiros tendem a ver o bem em tudo, os últimos vêem o mal. Apesar de termos capacidade de ver, tanto o bem quanto o mal, a atenção dada a um deles costuma definir nossa experiência de vida.
O dicionário define pessimismo como uma doutrina ou crença de que o mundo é o pior possível. Que, na vida há mais mal do que bem, além de dar ênfase ao lado escuro das coisas.
Seu oposto, o otimismo, é definido como uma doutrina ou crença de que o mundo é o melhor possível. Que o bem sempre triunfa sobre o mal e que a tendência é ver as coisas sob uma ótica esperançosa e alegre, esperando os melhores resultados possíveis.
Ambas as realidades são subjetivas, pois não dizem respeito aos fatos, e sim às nossas atitudes. São formas de acreditar em nós mesmos e no mundo, que, ou nos limitam ou nos libertam. É importante considerar que temos um poder de escolha sobre nossas atitudes, e que essa escolha pode ou não colorir nossa percepção da vida.
Poucos argumentariam que a escolha do otimismo tornaria nossa vida mais feliz. E o pessimista diria: "Se você não acreditar nem esperar o melhor, nunca terá decepções. Esperando o pior, não há nada a perder". Um dos problemas do pessimismo, entretanto, é a falta de direcionamento da vida rumo as metas alcançáveis, ou seja, o rumo subconsciente é em direção ao fracasso.
Não se pode subestimar o poder de nossa mente. Ao longo da história, a vontade humana vem superando obstáculos aparentemente intransponíveis. O pensamento positivo já provou, repetidas vezes, que quase tudo é possível, desde façanhas físicas, como escalar o Monte Everest, até casos documentados de salvamentos heróicos por pessoas normalmente muito frágeis.
Todos os grandes empreendimentos são liderados por pessoas otimistas. Sem otimismo, Magellan jamais poderia ter navegado ao redor do globo. Sem otimismo, Charles Lindbergh jamais teria atravessado o Atlântico num teco-teco, abrindo caminho para as viagens aéreas intercontinentais. E sem a crença de que as coisas podem melhorar, as reformas políticas ou sociais, em muitos países, jamais teriam acontecido.
O otimista também é um sonhador. Sem ele, jamais teríamos descoberto a eletricidade. Os inventores, por definição, são pessoas que acreditam na realidade de algo que não podem ver. Procuram também concretizar seus sonhos à luz dos fatos constatados. Um pessimista não poderia ser um inventor, pois perdeu a capacidade de sonhar.
Todos os dias fazemos opções sobre como reagiremos aos acontecimentos. Escolher o bem cria uma atitude mental positiva, introduzindo equilíbrio em nossas vidas.
A concentração no que funciona bem em nossas vidas traz uma abertura, através da qual qualquer coisa, mesmo os milagres, pode acontecer.
comentário: Esqueceram dos filósofos pessimistas, como Arthur Schopenhauer, Nietzsche e outros... Os pessimistas tem mais senso critico do que os otimistas, pois o otimista está contente como o mundo que tem. Não e´atoa que a origem do pensamento humano é devido a melancolia (crise existencial). O homem inconformado e angustiado com o desconhecimento de mundo. O pessimismo também colabora muito, vc simplesmente citou um tipo de pessimismo, mas existem vários tipo, assim como o otimismo. Existe pessimismo, auto-incapacidade, inconformidade com uma realidade, previsões ruins de reações de ações, e pode fazer um homem muito cauteloso e etc., e existem tbm existem outros otimismo, como o utópico, conformidade com a realidade, e previsões boas de reações de ações, e pode fazer um homem negligente. Cada um tem suas parte boa e ruim.



 

Infecção urinária

Um terço das mulheres sofre de infecção urinária recorrente

Ardência na hora de urinar, dor abdominal e sangramento podem ser sinais de infecção urinária Foto: Getty Images
Ardência na hora de urinar, dor abdominal e sangramento podem ser sinais de infecção urinária
Foto: Getty Images
Quase 80% das mulheres terão algum episódio de infecção urinária na vida e cerca de um terço delas pode desenvolver infecção urinária de repetição, que significa que a paciente teve ao menos dois episódios nos últimos seis meses ou três durante o ano. Essa é a conclusão apresentada pelo Centro de Referência em Saúde do Homem, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, que também atende ao público feminino. Segundo o urologista Marcelo Pitelli, as filhas de mulheres que sofrem com o problema estão mais suscetíveis a desenvolver a doença.  

A infecção urinária é mais comum em mulheres, pois a uretra feminina é mais curta e próxima ao ânus do que a dos homens, o que potencializa o risco da passagem de bactérias do ânus para a viagem. Outros fatores de risco também envolvem alterações da flora vaginal durante a gestação, questões hormonais, diabetes, imunodepressão e questões genéticas. Além de doenças crônicas, a atividade sexual intensa pode aumentar as chances de desenvolver a doença.

Os principais sintomas da infecção urinária são ardência e dor ao urinar, dor na região mais baixa do abdômen, aumento do ritmo para urinar, sangue e odor forte na urina. Nas mulheres com diabetes os sintomas podem não aparecer.

“É necessário que, ao perceber esses sinais, a mulher procure um urologista para ter um diagnóstico adequado, pois a infecção urinária de repetição tem tratamento”, explica o médico. Marcelo ainda ressalta que, quando a doença não é tratada corretamente, as bactérias podem subir para o rim e gerar várias complicações como infecção generalizada, que pode até levar ao óbito.

Aprenda cuidados para evitar infecção urinária:

1. Aumentar a ingestão de água para pelo menos um litro e meio por dia. 2. Fazer a higiene íntima sempre no sentido da frente para trás para evitar a contaminação com bactérias. 3. Cuidar da alimentação para evitar prisão de ventre, que potencializa o risco de contaminação. 4. Evitar manter a bexiga cheia, urinando pelo menos uma vez a cada quatro horas (exceto à noite). 5. Higienizar a área íntima antes da relação sexual. E após, urinar para expulsar as bactérias que possam ter penetrado na uretra e na bexiga. 

Infecção urinária: tire 10 dúvidas sobre o problema

A infecção urinária é mais comum entre as mulheres Foto: Getty Images
A infecção urinária é mais comum entre as mulheres
Foto: Getty Images
Fazer xixi o tempo todo é motivo de alerta? É possível transmitir infecção urinária sexualmente? Por que o problema é mais comum entre as mulheres? Se você não sabe responder algumas dessas perguntas, mantenha a calma! As causas, sintomas e tratamentos da infecção urinária ainda geram dúvidas, mas acredite, o problema é mais frequente do que se imagina. “É a infecção mais comum no ser humano. Perde apenas para as gripes, que são causadas por vírus e não bactérias”, explica o urologista Conrado Alvarenga, do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

Para tirar suas dúvidas sobre esse tipo de infecção, o Terra respondeu dez perguntas corriqueiras com a ajuda de Conrado e dos urologistas Adriano Cardoso Pinto, do Hospital São Camilo de São Paulo, e de Milton Skaff Junior, da Beneficência Portuguesa. Confira a seguir.

O que causa a infecção urinária?
A infecção urinária é a presença de bactérias no trato urinário, que vem acompanhada de alguns sintomas incômodos. Quando essa infecção acomete a bexiga é chamada de cistite e quando afeta os rins, pielonefrite. No geral, o problema é causado principalmente por germes vindos do intestino. Tanto que, segundo o urologista Milton Skaff Junior, em 85% dos casos, o problema é provocado por uma bactéria intestinal chamada Escherichia coli.


Pode ser transmitida sexualmente?
De acordo com o urologista Adriano Cardoso Pinto, a causa mais comum da infecção urinária não é a transmissão sexual, mas sim uma transmissão ambiental. Ainda assim, vale tomar cuidado. “Mesmo que a transmissão por via sexual seja menos frequente, é preciso lembrar que toda vez em que existir uma bactéria em um dos parceiros, ela pode ser transmitida sexualmente. Se alguém tiver uma infecção urinária com um germe chamado clamídia, por exemplo, ela pode sim comprometer a via urinária e sexual”, alertou.


Existem pessoas com predisposição a ter infecções urinárias?
Sim. Há vários motivos que podem facilitar esse problema. Segundo o urologista Milton Skaff Junior, é preciso ficar atento com casos na família, já que os fatores hereditários aumentam as possibilidades, além da baixa resistência e doenças como aids, diabetes e câncer, que também são agravantes. “Outros fatores que estão associados à infecção urinária são uso de espermicidas, múltiplos parceiros, cálculo urinário, resíduo urinário elevado e uso de sondas urinárias”.


Quais são os sintomas?
Dependendo do quadro da infecção, os sintomas podem variar. “Quando a infecção é inicial e só acomete a bexiga, os sintomas são ardência para urinar, aumento da frequência de ir ao banheiro urinar e urgência para urinar. Estes sintomas são típicos da cistite, ou seja, a infecção urinária que acomete apenas a bexiga e não os rins. Quando uma cistite se transforma em uma pielonefrite, ou seja, a infecção no rim, os sintomas são mais fortes e o quadro mais sério e potencialmente grave. Geralmente há febre, vômitos, dores nas costas e o estado geral fica muito comprometido”, explica o urologista Conrado Alvarenga.


Como é feito o diagnóstico?
A partir do momento em que o paciente apresentar sintomas da infecção urinária e tiver suspeitas do problema, é recomendado procurar um médico. No geral, o diagnóstico é feito por meio do exame de urina, que mostra a quantidade de germes presentes no trato urinário.


Por que a infecção urinária é mais comum entre as mulheres?
Aproximadamente 15% ou 20% dos casos de infecção urinária são em homens e 80% afetam as mulheres, segundo o urologista Adriano Cardoso Pinto. E isso acontece porque o principal reservatório de bactérias do organismo é o intestino. “Como o ânus é muito próximo da vagina, essa região pode acabar colonizada com bactérias que acabam no sistema urinário. A distância entre o ânus e a vagina é muito menor que o ânus e o canal da uretra no pênis. E esse é o principal fator que diminui os riscos de infecção urinária nos homens”, explicou.


Qual o tratamento para a infecção urinária?
Normalmente, o tratamento é feito com antibióticos e a escolha deve ser baseada no resultado do exame de urina. Nos casos mais leves, o medicamento pode ser ingerido por via oral. Já nos mais graves, devem ser administrados na veia.


O que acontece quando a infecção urinária não é tratada?
Quando não tratada, a infecção tende a evoluir. “Uma infecção urinaria simples, como uma cistite, quando não tratada adequadamente ou no tempo certo, pode se transformar em uma pielonefrite, que pode gerar um quadro de infecção generalizada, conhecido como sepse. Além disso pode levar a formação de abscessos no rim”, alertou Conrado Alvarenga.


Como evitar a infecção urinária?
Apesar de alguns fatores contribuírem para o surgimento da infecção urinária, é possível prevenir o problema com algumas medidas. “As principais dicas são beber muita água - de forma que a urina saia de forma límpida -, urinar depois da relação sexual, não segurar urina por muito tempo e caso este seja um problema recorrente, procurar um urologista para investigar outros fatores que possam estar relacionados a infecção urinária de repetição”, aconselha Milton Skaff Junior.


O urologista Conrado Alvarenga também indica ter uma boa qualidade de vida. “Manter a imunidade preservada também é muito importante, com boa alimentação, bom sono e menos estresse. Aquelas que sempre têm infecção após o ato sexual recomendamos um comprimido de antibiótico em dose baixa sempre após o sexo”, disse.

Vale lembrar que é fundamental ter uma boa higiene para as bactérias não entrarem em contato com a uretra e nunca ter relações sexuais anais sem preservativo.

É verdade que a infecção pode causar alucinação em idosos?
De um modo geral, pessoas com mais idade respondem de maneiras diferentes que adultos e crianças aos processos infecciosos. “É comum que idosos não tenham febre com infecções, por exemplo. O idoso com infecção urinária fica mais frágil. Se ele tiver alguma alteração cerebral, pode desencadear em alguma alucinação, mas isso não faz parte da infecção. É apenas uma reação diferente do organismo”, disse Adriano Cardoso Pinto.


Terra

Novo medicamento para câncer recebe incentivo do governo


O medicamento é inovador no mundo e se baseia em estudos feitos a partir da genética do carrapato


Agência Brasil

Segundo informou o banco, por meio de sua assessoria de imprensa, o medicamento é inovador no mundo e se baseia em estudos feitos a partir da genética do carrapato Amblyoma cajannense, que detectaram a existência de uma proteína na saliva do parasita que tem ação anticoagulante, com potencial anticancerígeno.
A coordenadora do estudo no Instituto Butantan, doutora Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, disse, por e-mail, àAgência Brasil que toda a pesquisa básica para a descoberta da molécula, entendimento do mecanismo de ação e obtenção dessa mesma molécula em escala laboratorial, já foi feita no Laboratório de Bioquímica e Biofísica do instituto.
A operação contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A entidade contribuiu ainda para as etapas que resultam na execução de testes, bem como para a implantação de infraestrutura.
Os recursos do BNDES permitirão que a molécula seja obtida por meio de protocolos escalonáveis. Ana Marisa destacou que esses protocolos “permitirão tanto o desenvolvimento de todos os testes de segurança farmacológica, exigidos pelos órgãos regulatórios, como o desenvolvimento de tecnologia e capacitação de pessoal para a transferência do processo à empresa parceira neste projeto (União Química) que produzirá o medicamento”. Trata-se, segundo a pesquisadora, de um financiamento para etapas “muito importantes e críticas para o desenvolvimento de uma molécula, caracterizado como inovação radical”.
As experiências conduzidas até agora resultaram na obtenção da molécula na forma recombinante, ressaltou a coordenadora da pesquisa. “Conhecemos seu mecanismo de ação tanto in vitro [em vidro] como in vivo, isto é, em pequenos animais, sabemos o alvo molecular e, inclusive, entendemos que se trata de uma molécula seletiva para células tumorais. Os estudos até agora demonstram baixíssima toxicidade”. Acrescentou que a etapa ora em curso objetiva obter material por protocolos escalonáveis, para complementar os testes de segurança farmacológica e a transferência de tecnologia.
Indagada sobre os tipos de cânceres que poderão ser tratados com o medicamento, Ana Marisa informou que as primeiras experiências em camundongos mostraram que houve regressão de células tumorais e tumores do tipo melanoma, entre os quais se incluem tumores de pele, rins, pâncreas e mama. Observou, entretanto, que somente após os resultados dos testes toxicológicos, que determinarão a segurança de tratamento para seres humanos, é que se poderá prever o tratamento.
A União Química Farmacêutica Nacional, parceira do Instituto Butantan no projeto, deverá desenvolver as fases de produção industrial e fases clínicas, em caso de sucesso das pesquisas. A União Química é cotitular da patente e detém o licenciamento para comercialização, informou a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa. Outro parceiro é o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), que participará do protocolo de produção.
Ana Marisa disse, ainda, que a molécula já tem patente concedida em diversos países, entre os quais os Estados Unidos, o Japão, a Austrália e a China, além do bloco da União Europeia

Medicamento que ajudou a curar câncer de Dilma é vetado em parecer de comissão do SUS

Rituximabe, medicamento usado para tratamento de linfoma não Hodgkin, não ganhou aprovação para combater versão folicular da doença

Comunidade médica e pacientes protestam contra documento, ainda preliminar. Tipo de linfoma afetado representa 20% dos casos


A então ministra Dilma Rousseff, em imagem de 2009, quando iniciou seu tratamento contra câncer linfático em São Paulo. A presidente usou rituximabe em seu tratamento
Foto: Eduardo Knapp / Agência O Globo
A então ministra Dilma Rousseff, em linda imagem de 2009, quando iniciou seu tratamento contra câncer linfático em São Paulo. A presidente usou rituximabe em seu tratamento 
RIO- Um medicamento usado pela presidenta Dilma Rousseff para o tratamento do câncer no sistema linfático que teve em 2009, o rituximabe, foi vetado em caráter preliminar pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para ser prescrito a pacientes da rede pública. O documento, da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec), esteve até esta segunda-feira em consulta pública e causou protestos de médicos e da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale). Já na rede privada, o mesmo medicamento tem licença da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para ser receitado desde 1998.
Dilma foi curada de um linfoma não Hodgkin de grandes células B. Para este tipo de linfoma — um entre os 20 tipos existentes e que acomete 30% dos pacientes com a doença — o SUS já aprovou o uso do rituximabe. Mas para o linfoma não Hodgkin folicular, responsável por outros 20% dos casos, o parecer prévio da Conitec informou que não foram encontradas evidências que justificassem o uso do remédio. Em média, o tratamento completo com o medicamento custa cerca de R$ 50 mil, de acordo com a Abrale.
A Conitec fez o parecer usando informações da Roche, farmacêutica que fabrica o remédio e pediu à comissão a licença para fornecer o remédio à rede do SUS.
Agora, terminado o prazo para consulta pública, a comissão do SUS terá que divulgar se mudou de ideia ou manterá o medicamento fora da lista fornecida pela rede pública. De acordo com o Ministério da Saúde, o parecer final deverá ser anunciado entre os meses de maio e junho.
— A comunidade médica internacional inteira recomenda o uso deste medicamento para o tratamento da doença. É como prescrever penicilina para tratar pneumonia. Não foi usado um critério médico, mas sim econômico para vetar o uso do rituximabe — afirma o oncologista Daniel Tabak, ex-diretor do Instituto Nacional do Câncer.
Diretor da Sociedade Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia celular, Carlos Sérgio Chiattone demonstrou perplexidade com o parecer técnico da Cointec. O hematologista diz que o documento distorce estudos científicos que comprovam o efeito do medicamento no tratamento do linfoma folicular, associado à quimioterapia:
— É de absoluto conhecimento da comunidade científica no mundo desenvolvido da prescrição da imunoterapia (classe de medicamento à qual pertence o rituximabe) para o linfoma não Hodgkin folicular. Até os planos privados, que costumam ser altamente restritivos com custos, aceitam o tratamento.
Chiattone diz que a Conitec conseguiu ir na contramão inclusive do que prescreve a Rede Nacional de Compreensão sobre o Câncer, dos EUA (NCCN, na sigla em inglês), entidade que usa informações das 23 principais instituições de estudo de câncer do mundo.
— É razoável que o governo diga eventualmente que não tem dinheiro para determinado remédio e prefira usar o recurso para outro fim, mas com argumentos honestos. Nestes termos que a Cointec usou, é inaceitável.
No Brasil, o linfoma não Hodgkin é diagnosticado em cerca de 10 mil pessoas por ano e 3.500 pessoas, em média morrem da doença no mesmo período.
—Toda semana, entre 10 e 15 pacientes entram em contato conosco com dificuldades em obter o remédio. Acabam entrando na Justiça para consegui-lo, o que acaba sendo mais oneroso para o governo. É uma tristeza ver um paciente ter que vencer a burocracia para ter garantido um direito constitucional — disse Merula Steagall, presidente da Abrale — que submeteu à comissão do SUS uma lista mais de 61 mil assinaturas colhidas na internet contra o parecer.

SAPATOS

Seis recomendações antes de comprar sapatos 


  RG - 14/01/2012 - Rio de Janeiro(RJ) Loja de Botafogo.Gustavo Stephan Agência Globo Foto: Gustavo Stephan / Agência O Globo  


A Escola de Medicina de Harvard dá dicas sobre como comprar os sapatos que melhor vão cuidar da saúde dos pés e evitar dores na articulação que sustenta todo o peso do nosso corpo. De acordo com a universidade americana, 75% dos habitantes dos EUA sofrerão por causa dos pés em algum momento da vida.

Novos direitos de domésticos só valerão a partir de janeiro

Trâmite na Câmara pode adiar mais a entrada em vigor de emenda

Geralda Doca
Aprovação: Os senadores Romero Jucá (em pé, à esquerda) e José Agripino votam a regulamentação da emenda
Foto: Ailton de Freitas
Aprovação: Os senadores Romero Jucá (em pé, à esquerda) e José Agripino votam a regulamentação da emenda Ailton de Freitas
BRASÍLIA - Os novos direitos dos empregados domésticos, assegurados por emenda à Constituição aprovada em abril, só entrarão em vigor em janeiro de 2014, no cenário mais otimista. O texto aprovado anteontem pelo Senado precisa ainda tramitar na Câmara dos Deputados e, na melhor das hipóteses, será sancionado no fim de agosto. A partir daí, correrá um prazo de 120 dias de carência para que as novas regras passem a valer.
Na Câmara, a tramitação em regime de urgência depende de acordo de líderes, evitando assim que o projeto seja encaminhado para análise e aprovação nas comissões da Casa. Em vez disso, neste caso, o texto vai direto para o plenário, onde ainda pode receber emendas. Neste caso, voltaria para uma nova votação no Senado, o que já inviabilizaria a sanção no fim de agosto.
No momento, a pauta de votações da Câmara está trancada pelo projeto que destina os royalties do petróleo para educação e saúde, e há outros temas polêmicos na frente da votação dos direitos dos empregados domésticos. Na semana que vem, os parlamentares deverão entrar em recesso branco e só voltam em agosto.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da proposta no Senado, ligou na noite de quinta-feira para o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e pediu a ele que dê prioridade à questão. A assessoria de Alves, porém, disse ao GLOBO que ele não quis se comprometer, diante das dificuldades na Câmara. Jucá reconhece que os deputados vão querer discutir o tema com calma. Além disso, o governo não concorda com alguns pontos do texto aprovado pelo Senado, como a redução da contribuição previdenciária.
— A regulamentação deve entrar em vigor só em janeiro — prevê Jucá.
O prazo de carência de 120 dias para que os empregadores comecem a cumprir a lei e pagar as novas contribuições, como alíquota de 11,2% FGTS, por exemplo, foi um pedido do Planalto. Como foi criado um regime simplificado para domésticos, com unificação de datas e guias de pagamento, o governo precisa ajustar os sistemas. Por ora, o novo portal (esocial.gov.br) está funcionando de forma experimental.
Para o presidente do Instituto Doméstica Legal, Mário Avelino, nada mudou em termos de benefícios para a categoria desde a aprovação da emenda. Ele destacou que, em tese, a jornada diária de oito horas diárias e 44 semanais e o pagamento de horas extras estão valendo, mas a fórmula de compensar horas-extras (via banco de horas) depende da regulamentação para vigorar.
O projeto determina que as 40 primeiras horas extras do mês sejam pagas em dinheiro dentro do período ou compensadas no banco de horas (com folgas) no próprio mês. A orientação do Ministério do Trabalho aos patrões é que o expediente extra seja pago ou compensado por esses parâmetros, mesmo antes da regulamentação, para evitar no futuro ações na Justiça.

GRANA RECUPERADA NO EXTERIOR

Lalau + Barbalho + Lessa = R$ 18 milhões do nosso dinheiro recuperados
por Antonio Carlos Prado e Elaine Ortiz
O governo da Suíça devolveu na semana passada ao Tesouro Nacional os R$ 10,7 milhões que estavam depositados em Genebra em nome do ex-juiz Nicolau dos Santos Neto – o “Lalau”, condenado a 44 anos de prisão por desvio de dinheiro na construção, em São Paulo, do edifício do Tribunal Regional do Trabalho. O dinheiro repatriado, após uma década e meia, ainda é troco se cotejado com tudo que Lalau canalizou do erário público para o seu bolso: cerca de R$ 600 milhões. Mas é o maior valor já devolvido de uma só vez. Também na semana passada a Justiça condenou o senador Jader Barbalho a ressarcir o Tesouro em R$ 2,2 milhões. E o ex-governador das Alagoas Ronaldo Lessa foi sentenciado a 13 anos de prisão por desviar mais de R$ 5 milhões de obras de drenagem em Maceió. Terá de devolver o dinheiro.

A nova juventude católica brasileira

 

O jovem fiel que receberá o papa no Brasil não se dedica mais só à espiritualidade. Ele defende uma agenda social, quer acabar com a pobreza e discute tabus

Rodrigo Cardoso e João Loes

ISTOÉ Online conversou com alguns jovens que irão participar da jornada:
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Na próxima semana, o papa Francisco irá desembarcar no Brasil e dirá, em Aparecida e no Rio de Janeiro, o que o catolicismo espera dos jovens. O pontífice encontrará no País, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontece entre os dias 22 e 29 deste mês, fiéis diferentes dos encontrados pelos dois últimos papas. Após um longo período de preponderância da experiência religiosa individual, ganha impulso agora o engajamento social. Com suas bandeiras e expectativas de transformações nas áreas de saúde e educação, respeito às diferenças, diminuição da violência e fortalecimento de uma economia mais solidária, a nova juventude católica brasileira busca eco na palavra do papa que prega a humildade e o amor ao próximo.
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UNIÃO
A chegada da Cruz Peregrina ao Rio para a Jornada Mundial da
Juventude, que vai reunir 2,5 milhões de pessoas: a formação
humanística do papa casa com os anseios dos jovens
“O jovem, agora, quer saber mais da sua Igreja, procura uma que o escute e o ajude na formação religiosa e humana dele”, diz o paulista Leonardo Cavalcante, 23 anos, que estará na Jornada. O papa Francisco está informado sobre a juventude brasileira. Na Semana Santa, autoridades religiosas do País estiveram em Roma e entregaram a ele uma edição especial da revista “Jovens Conectados”. ISTOÉ teve acesso ao trabalho. Por meio dela, o pontífice pôde conhecer o funcionamento da maioria das cerca de 60 comunidades de evangelização da juventude de expressão nacional. As manifestações organizadas por estudantes em junho também ressoaram no Vaticano. A cúpula da Igreja modificou trechos dos discursos de Francisco para o evento no Brasil. Aqui, o pontífice deverá dialogar e apontar caminhos para a juventude que quer se alimentar na palavra de Deus não apenas para cuidar da espiritualidade, mas para ajudar a mudar o mundo, exatamente como faz Cavalcante. Aluno do curso de engenharia de gestão em uma faculdade pública do ABC paulista, ele, hoje, segue a linha jesuíta de reflexão e ação – a mesma do papa – depois de também ter frequentando grupos de oração da Renovação Carismática, denominação de cunho mais festivo, que esbanja alegria, canta e agita os braços em celebrações. A atuação do universitário agora é voltada para a denúncia do que está errado e para a luta por uma sociedade mais justa e igualitária.
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TRANSFORMAÇÃO
Fiéis de todo o Brasil irão para a Jornada: jovens querem agenda mais social
O jovem estudante, que pertence à pastoral universitária, viajou para a Argentina (três vezes) e para o Chile, para promover o bem e a igualdade em comunidades carentes por meio de um projeto chamado Mãos à Obra. Fez o mesmo aqui no Brasil. O trabalho funciona da seguinte forma: um grupo de universitários desembarca em um local onde a pobreza impera e ali eles colocam suas habilidades profissionais em prática, construindo e reformando bibliotecas e paróquias, ministrando palestras sobre saúde e direitos humanos ou realizando consultas odontológicas. “A juventude quer colocar mais a mão na massa, mostrar que pode transformar o mundo”, diz ele, que é colaborador voluntário do setor universidades da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
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EXPECTATIVA
No Santuário de Aparecida, visitantes já
encontram imagens do papa nas lojas de suvenir
Atualmente, o jovem católico que quer transformar a sociedade está ligado à Pastoral da Juventude (PJ), majoritariamente, e também às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). As CEBs eram o único espaço viável para quem tinha uma ação política e social entre os anos 1960 e 1980, mas perderam importância nos dois últimos pontificados e com a redemocratização do País. Agora, à luz dessas novas demandas dos fiéis, elas ganham impulso. Segundo a CNBB, em 1995 havia 70,5 mil comunidades eclesiais em funcionamento no País. Com o crescimento do número de paróquias, o número de CEBs saltou para 107 mil. Os irmãos paulistanos Pedro Romero, 16 anos, e Taynah Romero, 20, são exemplo disso. A mãe deles teve sua formação religiosa dentro da CEB do bairro do Belém, na zona leste de São Paulo, onde havia grande envolvimento de leigos e uma ampla agenda social. Hoje, eles também participam da CEB, mas dão vazão aos desejos de engajamento, sobretudo a partir do que propõe a PJ. Nos encontros dos quais participam, eles discutem assuntos como família, educação e segurança e traçam estratégias para que suas demandas sejam ouvidas e colocadas em prática. “Fomos às manifestações do Movimento Passe Livre (MPL) e apresentamos uma de nossas bandeiras – a rejeição aos projetos de redução da maioridade penal”, explica Taynah. “Vamos além da espiritualidade.”
Priscila Naves, 21 anos, articuladora nacional da PJ Estudantil, explica que essa vontade de ir além e atuar no campo social tendo a fé como balizador moral é um dos desejos da Pastoral para todos os seus membros. “É o resultado do que chamamos de educação libertadora”, diz. Essa formação começa aos dez anos, com discussões que ajudam na construção do caráter e da identidade da criança. Com o tempo e o acompanhamento da PJ, o adolescente começa a se perceber no contexto de sua família, escola, bairro, cidade e país. “Trabalhamos para que o jovem tenha uma visão crítica do mundo e que, a partir disso, proponha mudanças”, explica.
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ENGAJADO
"A juventude quer colocar mais a mão na massa,
mostrar que pode transformar o mundo"
,
diz Cavalcante
O fato de o papa atual ter um forte discurso social – diferentemente de seus antecessores João Paulo II e Bento XVI, época em que a Igreja concentrou forças no Vaticano e retirou poder de bispos que faziam a opção pelos pobres – casa com os anseios do jovem católico de hoje. A pesquisa “Religião e Sociedade” publicada em 2011, na qual foram ouvidos 700 brasileiros entre 15 e 24 anos religiosamente ativos, revelou que 65,9% dos fiéis da Igreja de Roma acabariam com a miséria e a pobreza (leia quadro ao lado) se, num passe de mágica, pudessem mudar algo no País. Eles também destacaram a solidariedade como o valor mais importante para a sociedade.
Na opinião da socióloga Silvia Fernandes, coordenadora da pesquisa, atualmente a juventude busca novos caminhos de participação social que não passam necessariamente por instituições. “Mas ela pode considerá-la se estas se configuram em espaço de aceitação e realização do jovem que deseja se perceber ativo socialmente”, diz ela, que é professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Está aí uma grande oportunidade para a Santa Sé recuperar prestígio e tentar conter a sangria do grupo de fiéis que representa o futuro da religião. Entre 2000 e 2010, segundo o IBGE, a população católica entre 15 e 29 anos diminuiu 7,1%.
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PREPARATIVOS
Enquanto em Copacabana (acima) o palco que receberá o papa está quase pronto,
em São Paulo os irmãos Pedro e Taynah (abaixo) ensaiam a participação na JMJ
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O carioca Rodolfo Viana, 28 anos, crismado na catedral metropolitana do Rio de Janeiro, afastou-se do catolicismo por dois anos depois de ser praticamente expulso da Renovação Carismática, um dos 61 movimentos de evangelização da juventude computados pela CNBB. Motivo: um de seus coordenadores descobriu que Viana tinha um namorado. “Como não conseguia ser ex-gay, me tornei ex-católico”, diz. Ele só retornou à religião ao conhecer o Diversidade Católica, um grupo de gays católicos que se reúne a cada 15 dias – e que conta com a colaboração de padres e teólogos – para conciliar as identidades religiosa e sexual, numa demonstração de que tabus, como a homossexualidade, agora encontram espaço para discussão entre os fiéis. “Hoje, não sou mais vítima da Igreja, que faz parte da minha cultura e formação moral. Bater o pé e não sair do banco do catolicismo é fazer política. Do contrário, estaria me amputando”, diz Viana.
O jesuíta Francisco é um papa que critica a corrupção, o neoliberalismo e defende o direito dos pobres. Adota um posicionamento de esquerda nas questões sociais. Ele sabe que ao não aceitar o livre arbítrio da juventude a Igreja deixa de evangelizar muitos fiéis. Durante a Jornada, o Diversidade Católica irá promover, na UNIRio, um encontro para que jovens católicos homossexuais contem como vivem a sua identidade religiosa. Há uma expectativa em torno do que o pontífice dirá aos jovens sobre os assuntos doutrinários, como o segundo casamento, a ordenação feminina e, principalmente, sexo. Desde o Concílio de Trento, no século XV, onde se reforçou, só para dar um exemplo, o celibato de padres, a Igreja não muda o discurso sobre a sexualidade. Conservador em temas morais, Bergoglio não deverá ousar nessa seara, segundo estudiosos.
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Mas o argentino costuma quebrar protocolos. Já disse, inclusive, que o cristão tem de ser revolucionário, ir contra a corrente. Foi ele quem fez as pessoas voltarem novamente os olhos para o catolicismo, que se encontrava desacreditado e manchado pelos escândalos de pedofilia. Tem, portanto, grande capacidade de atrair a juventude, inquieta por natureza e, atualmente, com anseio de viver sua fé com justiça social.
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Fotos: Guito Moreto/Ag. O Globo; Kelsen Fernandes

Deco diz que meta é voltar a jogar e que agora 'dia a dia é mais difícil'

Meia de 35 anos acha que Flu tem condição de ser campeão e afirma que, quando se está mais velho, a principal satisfação é participar dos jogos

Por Fred Huber e Kiko Menezes Rio de Janeiro
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Aos 35 anos e com um currículo recheado de conquistas, Deco vive uma situação incomum em sua trajetória. Depois de um primeiro semestre em que pouco atuou, o meia busca recuperar seu espaço na equipe do Fluminense e novamente se tornar uma peça importante. A meta é terminar bem o ano, se possível com mais um título pelo Tricolor, e pensar em seu futuro.
A temporada de 2014 é uma incógnita para o camisa 20 do Flu. Ele tanto pode anunciar a aposentadoria, tentar a renovação de contrato ou ir para outro clube - quem sabe na liga dos Estados Unidos, onde clubes já demonstraram interesse em contratá-lo.
- Minha meta é voltar a jogar, jogar bem, ser feliz e ajudar o Fluminense. Quando se está mais velho, o dia a dia é mais difícil. O prazer é quando você vai para o jogo, está em competição. Tenho contrato até o fim do ano, quero jogar e acho que temos condições de sermos campeões. Depois nós vamos ver. Não descarto nada. É difícil, os meus filhos, família, não é uma decisão simples. Não é só uma questão do futebol - disse, em entrevista ao "Globo Esporte".
Tenho contrato até o fim do ano, quero jogar e acho que temos condições de sermos campeões. Depois nós vamos ver. Não descarto nada"
Deco
Deco considera que as perguntas sobre a chance de pendurar as chuteiras no fim do ano são naturais, mas não quer deixar se influenciar. Com uma vida dentro do futebol, ele não pretende deixar o esporte de lado.
- Acho natural, a carreira de jogador tem isso. Quanto mais sábio, menos consegue espaço. Chega uma hora que tem que decidir quando parar. É uma coisa muito pessoal, as pessoas têm mania de opinar sobre isso. É difícil para todo mundo, independentemente de estar estruturado ou não para deixar o futebol. São 20 anos da minha vida fazendo isso. Tudo são etapas que você precisa passar. Mas não penso nisso agora. Penso em jogar. No fim do ano eu decido.
Ser treinador é uma das hipóteses? Deco ainda não sabe, mas tem certeza de não quer desperdiçar tudo o que aprendeu dentro de campo em todos estes anos com a bola nos pés.
- Não sei se tenho jeito (para técnico). Tenho minha vida estruturada, mas não tem como você não usar o que aprendeu neste tempo todo no futebol. Qualquer outra coisa que eu faça, nunca vou conseguir saber tão bem como o conhecimento sobre o futebol. É desperdício não usar.
Além de um problema físico, Deco viveu outra situação complicada. O craque foi pego no exame antidoping e foi suspenso preventivamente por 30 dias, que interromperam sua luta para recuperar o espaço no time. No julgamento, a punição de 30 dias foi confirmada. O jogador ficou muito chateado com a situação e deseja deixar isso para trás.
Deco treino Fluminense (Foto: Moyses Fernam / Photocamera)Deco aposta que o Flu tem condições de lutar pelo
título (Foto: Moyses Fernam / Photocamera)
- O que me importa é ter minha cabeça tranquila. Infelizmente tomei vitaminas em lugares que não deveria. Já foi provado o que aconteceu, mas é sempre ruim. Com a palavra doping as pessoas logo pensam em uso para melhorar o desempenho, o que não foi o meu caso. O fato de ter ficado provado deu uma aliviada.
Agora, a preocupação de Deco é ajudar o Flu a buscar o bicampeonato brasileiro. Para ele, é preciso deixar a conquista do ano passado para trás e confiar no potencial do atual time.
- O título de 2012 já passou. O quanto antes colocarmos isso na cabeça será melhor. Temos que começar do zero. O ano não tem sido muito bom, mas temos competições pela frente e podemos conquistar. Temos que retomar o ritmo do ano passado, acho que temos condições.
Depois de retornar ao time no clássico com o Botafogo - entrou no segundo tempo no lugar de Sobis -, Deco deve continuar como opção no banco de reservas na partida deste sábado, às 18h30m (de Brasília), contra o Internacional, em Macaé.

Viva o touro

Foliões são chifrados por touros em Pamplona

Um folião foi chifrado duramente por touro durante o tradicional Festival de São Firmino, em Pamplona (Espanha). Ele foi levado para um hospital local, mas não corre risco de morrer por causa do ferimento na perna esquerda.
Durante as festividades, touros são soltos nas estreitas ruas da cidade espanhola, lotadas de moradores e visitantes. Ao todo, quatro pessoas foram golpeadas por chifres de touro na corrida, que durou 4 minutos e 57 segundos.
Touro encurrala outro participante da corrida espanhola
Outro folião é atingido em rua de Pamplona
O toureiro Ivan Fandino também ficou em apuros ao enfrentar um touro na arena de Pamplona
Fotos: Reuters / AFP / AP