nua
Pois era só no silêncio que conseguia despir-se de si mesma. Despir- se
dos medos, retirar pouco a pouco cada resquício de fobia sentimental.
Libertar-se . liberdade dar-se. Fosse ela lírica, espiritual ou
amorosa.
Trair o comodismo. Entregar-se a si mesma. Expulsar o cansaço mental,
mas sem esquivar-se do prazer do ócio.
Enfrentar o íntimo, o externo, o desconhecido e o eventual. Enfrentar os
atrasos, as desculpas, os traumas. Enfrentar a si. Dar cores.
Despir-se. Dar!
Livrar-se das neuroses, calar as ambiguidades que teimavam em reinar em
seus pensamentos. Precisava do silêncio, mas nunca tinha tempo para
estar sozinha. Precisava de si, mas sempre se perdia entre as várias
vozes que teimavam em lhe aborrecer os sentidos. Que teimavam em lhe
cobrir.
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