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5.26.2014

Economia controlada

Mercado aposta que ciclo de alta dos juros chegou ao fim

Previsão tem por base sinalizações da própria autoridade monetária.
Taxa básica subiu de 7,25% ao ano, em abril de 2013, para 11% ao ano.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
Após 13 meses seguidos de elevação na taxa básica de juros da economia brasileira, que passou de 7,25% em abril de 2013 para os atuais 11% ao ano, o mercado financeiro acredita que o ciclo de aumento da taxa Selic chegou ao fim. Para esta semana, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne, a previsão é que a taxa não seja alterada.
A perspectiva consta no relatório de mercado, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (26), também conhecido como Focus. O documento é fruto de pesquisa com economistas de mais de 100 instituições financeiras. A decisão sobre a taxa de juros será anunciada na noite da próxima quarta-feira (28) pelo BC.
A expectativa dos analistas para a manutenção dos juros aconteceu após sinalizações da própria autoridade monetária, contidas na ata da última reunião do Copom, e também do presidente da instituição, Alexandre Tombini. O BC tem avaliado que parte "relevante" do aumento de juros implementado desde abril do ano passado ainda não impactou a inflação, ou seja, não surtiu o efeito desejado.
Entretanto, até o momento, a previsão do mercado é de que a taxa terminará este ano em 11,25% ao ano – o que pressupõe que, para os economistas, ainda haverá um novo aumento na taxa de juros até o fim deste ano - mesmo que não seja em maio. Para o fechamento de 2015, a previsão dos economistas para os juros básicos recuou de 12,25% para 12% ao ano.
Variação selic governo dilma (Foto: Editoria de Arte/G1)
Expectativa de inflação
Para 2014, a estimativa dos analistas dos bancos para o IPCA, índice de inflação calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), subiu de 6,43% para 6,47% na semana passada, voltando a se aproximar do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação para este ano. A previsão chegou a ultrapassar o teto no mês passado, mas depois recuou. Para 2015, a expectativa ficou estável em 6%.

Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central tanto para 2014 como para 2015 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.
Quando a inflação fica acima do teto do sistema de metas, o presidente do Banco Central precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões que motivaram o "estouro" da meta formal. No começo do ano, a inflação avançou com mais intensidade por conta do aumento dos preços dos alimentos – resultado das condições climáticas adversas (seca ou excesso de chuvas) no país.
Crescimento do PIB
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014, a previsão dos economistas subiu de 1,62% para 1,63% na última semana. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz.

O crescimento do PIB do país previsto para 2014 continua abaixo do estimado no orçamento federal – de 2,5% – e também menor que a previsão (2%) divulgada pelo Banco Central em março. Para 2015, a perspectiva de expansão da economia brasileira, feita por analistas do mercado financeiro, recuou de 2% para 1,96%.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 ficou estável em R$ 2,45 por dólar. Para o fechamento de 2015, a estimativa dos analistas dos bancos para o dólar permaneceu em R$ 2,51.

A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total exportações menos importações) em 2014 permaneceu em US$ 3 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial ficou estável em US$ 10 bilhões.
Para 2013, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou inalterada em US$ 55 bilhões.

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