9.13.2008

Alda-1 pode prevenir ataque cardíaco

Injeção pode proteger coração durante ataque cardíaco, diz estudo
Teste do efeito benéfico da substância foi feito com roedores.
Grupo espera parceria com indústria para conduzir testes em humanos.

Um grupo de cientistas nos Estados Unidos descobriu uma maneira de reduzir os danos causados por um ataque cardíaco. Mas, por enquanto, o esquema de proteção só foi testado com sucesso em ratos.

"Ainda não fizemos testes com humanos, e esperamos apoio de alguma companhia farmacêutica para seguir adiante em testes clínicos", disse ao G1 a israelense Daria Mochly-Rosen, da Universidade Stanford, nos EUA. Ela é a autora principal do estudo, publicado na edição desta semana do periódico científico "Science".

A pesquisa consistiu em duas etapas. Num primeiro momento, os cientistas tiveram de identificar uma determinada substância presente no organismo que tivesse uma relação mais ou menos direta com a quantidade de danos causados no coração por isquemias -- condições que envolvem a restrição da circulação sangüínea.

Eles descobriram que havia uma correlação bem forte entre a presença de uma proteína, chamada ALDH-2, e a redução de danos ao coração. A partir daí, o desafio passou a ser descobrir uma outra substância que, ao ser introduzida no organismo, fosse capaz de ampliar a produção da ALDH-2.



A grande caçada


Atualmente, como não há meio de, só olhando a estrutura da proteína em questão, adivinhar que substância aumentaria sua produção, a coisa tem que ser meio na base de tentativa e erro. E põe tentativa e erro nisso. "No total, testamos cerca de 120 mil compostos", revela Mochly-Rosen. "Mas tudo foi feito com a ajuda de um robô, é um processo bem rápido. Levamos três semanas."

A tal substância, que eles chamam de Alda-1, mostrou grandes resultados em ratos. Administrada antes da isquemia (induzida pelos cientistas), ela reduziu em 60% o tamanho do infarto sofrido pelo animal. Ou seja, a droga se mostrou eficiente para proteger o coração de problemas maiores.

Por ora, o teste da substância foi feito de forma profilática, ou seja, numa tentativa de prever danos causados por um acidente vascular prestes a ocorrer. "Claro, na maioria dos casos nós não sabemos quando uma pessoa vai ter um ataque cardíaco, então para esses casos não há como administrar a droga antes", diz Mochly-Rosen. "Mas em outras circunstâncias, como com pessoas que estão prestes a passar por uma cirurgia de ponte de safena, a Alda-1 pode funcionar."

Além disso, os cientistas querem agora testar os efeitos da mesma droga não como profilaxia, mas como tratamento. A idéia é ver se a substância consegue reduzir os danos causados por isquemias, mesmo depois que elas já ocorreram.

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