4.08.2010

Evitando erros médicos


Erros médicos não deveriam ocorrer, é o que todos imaginamos. Infelizmente acontecem e não são raros. Atualmente, há vários casos, alguns absurdos, que são resolvidos judicialmente, por exemplo, o lado a ser operado seria o direito e ao acordar da anestesia o doente verificou que o médico fez a intervenção cirúrgica no lado esquerdo, dentre outros.

Os erros ocorrem, especialmente, em hospitais de grande movimento e nas unidades de atendimento de emergência devido ao intenso número de doentes. Outros fatores agravantes são as sequências de procedimentos efetuados pelo cirurgião em um mesmo dia e a falta de “acompanhamento” clínico do paciente pelo médico.

Para minimizar ou evitar esses riscos, os hospitais estão adotando um método chamado time out, muito simples e fácil. A técnica é uma espécie de check-up pré-cirúrgico, ou seja, antes da entrada na sala cirúrgica, o médico, o enfermeiro e o anestesista certificam-se do tipo de cirurgia na qual participarão, se o paciente é exatamente o que está em preparação e o órgão a ser operado. Em órgãos duplos, como rins, pulmões e membros, como braços ou joelhos, os cirurgiões marcam o local e o lado do corpo do paciente com uma caneta especial. Na sala, os profissionais checam ainda se os instrumentos necessários estão disponíveis, se a quantidade está adequada ao tipo de procedimento e se o paciente está posicionado de maneira correta. No final, a recontagem dos instrumentos é feita para a certificação de que não foi esquecido nenhum material ou objeto dentro do corpo do paciente.

Em países como Estados Unidos, Canadá e Índia a adoção, desde o ano passado, de 19 medidas para evitar erros médicos, publicada pela Organização Mundial de Saúde, OMS, reduziu o índice de mortes e as complicações pós-operatórias. Os erros médicos despencaram de 1,5% para 0,8% e as complicações após a cirurgia caíram de 11% para 7%

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Estima-se que cerca de 40 a 90 mil pessoas morram anualmente em hospitais dos Estados Unidos,em conseqüência de erros médicos. Isto significa que mais pessoas morrem nestes país em decorrência de erros médicos do que por acidentes de trânsito, câncer de mama ou AIDS.

O erro médico pode ser definido como uma conduta profissional inadequada que supõe uma inobservância técnica, capaz de produzir um dano à vida ou à saúde de outrem, caracterizada por imperícia, imprudência ou negligência.

As possíveis falhas médicas puníveis podem ser divididas em duas grandes classes:

- Falhas relativas aos deveres de humanidade: socorrer um doente em perigo, não abandonar o doente, instruir o paciente sobre o seu estado e obter seu consentimento no tratamento e salvaguardar a violação do segredo profissional.

- Falhas de natureza técnica: erros de diagnóstico, faltas relativas ao tratamento, faltas ligadas a uma operação ou intervenção, erro de prognóstico, falta de higiene, erros cometidos por especialista.

Os erros médicos podem ocorrer em hospitais, clínicas, centros cirúrgicos, consultórios médicos, farmácias ou residências de pacientes e involvem medicamentos, cirurgias, diagnósticos, equipamentos ou exames laboratoriais. Muitos são resultado do complexo sistema de saúde atual, mas eles também acontecem quando há um problema de comunicação entre médicos e pacientes.

Abaixo relacionamos 20 recomendações para que os erros médicos sejam minimizados e/ou evitados:

1. Procure ser um membro ativo dentro da equipe que cuida da sua saúde. Pesquisas mostram que os pacientes mais envolvidos com os cuidados com a sua saúde são os que alcançam melhores resultados.

2. Tenha certeza de que seus médicos sabem quais são todos os medicamentos que você está usando, inclusive aqueles que não necessitam de prescrição médica para serem comprados, suplementos nutricionais e vitaminas. Pelo menos uma vez ao ano, leve todos esses medicamentos que você usa para seu o médico.

3. Certifique-se que seu médico conhece todas as alergias ou efeitos colaterais de medicamentos que você já apresentou anteriormente.

4. Depois que o médico lhe entregar uma prescrição, procure lê-la para ter a certeza de que entendeu o nome do medicamento receitado, sua dose e maneira de administração. Quando você não consegue ler o nome do medicamento, é provável que o farmacêutico ou balconista da farmácia também não consiga. Peça ao médico para escrever novamente em letras legíveis.

5. Procure informações sobre os medicamentos, junto ao seu médico, de uma forma que você possa compreender. Pergunte sobre:

- Indicações da medicação (qual a sua finalidade);

- Como você deve usá-la e por quanto tempo (dose, posologia e duração do uso);

- Quais são os efeitos colaterais mais comuns que podem ser observados e o que fazer se algum deles ocorrer com você;

- Quais os alimentos que você deve evitar ingerir ao usar esta medicação;

- Pergunte se ela interfere em algum medicamento que você já faça uso regular.

6. Quando estiver na farmácia comprando o medicamento, pergunte: Esta é a medicação que o meu médico prescreveu? Um levantamento realizado no Massachusetts College of Pharmacy and Allied Health Sciences, estimou que 80% dos erros com medicação envolvem aviamento errado da receita médica ou a prescrição de uma dose errada.

7. Procure esclarecer dúvidas sobre a prescrição do medicamento. Por exemplo, pergunte se “quatro doses ao dia” significa “tomar a medicação de 6 em 6 horas” ou “ingerir a medicação quatro vezes durante o tempo em que você está acordado”.

8. Quando se tratar de um medicamento em forma líquida, use apenas o dispositivo que acompanha o frasco do medicamento para medir as doses.

9. Obtenha informações sobre os efeitos colaterais que este remédio pode causar.Sabendo o que pode acontecer, você estará mais preparado para obter ajuda caso eles aconteçam.

10. Quando precisar fazer uma cirurgia, se tiver a opção, escolha o hospital em que várias outras pessoas já tenham feito o mesmo procedimento.

11. Quando estiver em um hospital, não se envergonhe de perguntar aos profissionais que vão cuidar de você se eles lavaram as mãos.Lavar as mãos é muito importante para evitar a disseminação de infecções hospitalares.Infelizmente, este ato não é feito com a regularidade que deveria.

12. Quando receber alta hospitalar, procure entender a explicação sobre o tratamento que deve receber e todos os cuidados com alimentação, funções excretoras (urina e fezes), retorno às suas atividades rotineiras, incluindo atividades físicas e sexuais.

13. É raro que a equipe cirúrgica se engane quanto ao local em que será realizada uma cirurgia, mas isso pode acontecer. Procure confirmar com a equipe cirúrgica o local do seu corpo em que será realizado o ato cirúrgico.

14. Saiba que você tem o direito de ter suas dúvidas esclarecidas pelos profissionais de saúde.Converse com o seu médico.

15. Caso você tenha mais de um problema de saúde, certifique-se de que o médico que o acompanha informou a toda a equipe sobre esses problemas. Isto é particularmente importante quando você está em um hospital.

16. Peça a um membro de sua família ou a um amigo para acompanhá-lo quando for a um hospital. Mesmo se você achar que não precisa no momento, você pode precisar dessa ajuda mais tarde.

17. Nem sempre mais é o melhor.É uma boa idéia perguntar em que um procedimento ou tratamento vai auxiliá-lo.

18. Quando fizer um exame, pergunte sempre sobre os resultados.

19. Aprenda sobre sua condição de saúde perguntando a médicos e enfermeiros.Procure também outras fontes confiáveis de informação.

20. Pergunte ao seu médico se o tratamento que você está recebendo está baseado nas últimas evidências científicas.

Fontes:Agency of Health Care Research and Quality(2000).

www.portaldocoracao.com.br

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