9.04.2011

Há consenso na Anvisa na retirada dos medicamentos anfetamínicos o que não há consenso é sobre a sibutramina

Há divergências na Anvisa sobre uso de inibidor de apetite, diz Barbano

Presidente da agência, Dirceu Barbano, cita 'inseguranças' sobre uso.
Em até 20 dias, disse ele, Anvisa decidirá se sibutramina sairá do mercado.

O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Dirceu Barbano, afirmou nesta sexta-feira (2) que há divergências na agência em relação ao uso de medicamentos à base de sibutramina, um tipo de inibidor de apetite. Segundo ele, enquanto a equipe técnica defende a manutenção da comercialização da substância, a câmara técnica, que assessora a agência, crê que a sibutramina deve ser retirada do mercado.
"No caso da sibutramina já foi retirado do mercado em vários outros países, como Europa e Estados Unidos. Aqui no Brasil temos hoje a seguinte situação: uma proposta da equipe técnica da Anvisa de retirar os derivados anfetamínicos do mercado e manter os medicamentos à base de sibutramina. E tem uma posição da câmara técnica, que é uma câmara assessora, de que a sibutramina também tem que ser retirada", afirmou Barbano.
O presidente da Anvisa falou sobre o tema no programa "Brasil em Pauta", transmitido pela TV NBR, do governo federal.
De acordo com o presidente da Anvisa, em até 20 dias a agência deve chegar a um entendimento sobre a sibutramina. “Nós estamos com essas duas posições agora, em relação a sibutramina. Nós, diretores, precisamos nos debruçar sobre essas duas posições."
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Na quarta (31), a diretoria da Anvisa decidiu transferir para uma reunião pública, em data a ser determinada, a votação do relatório da câmara técnica que recomenda a retirada do mercado a sibutramina e outros medicamentos inibidores de apetite.
Dirceu Barbano afirmou que a decisão é importante para que a sociedade não tenha dúvidas sobre o medicamento. "Percebe-se que a sociedade ficou um pouco incomodada, porque de fato as inseguranças que nós temos são significativas. (...) Se o produto permanecer no mercado, é porque ele permaneceu lá para ser usado em situações onde o benefício supera o risco."
O uso dos medicamentos é defendido por médicos especializados no tratamento de obesidade, associações e sociedades médicas do setor.
Os inibidores de apetite atuam no cérebro dos pacientes. Lá existe um região conhecida como hipotálamo, que regula a sensação de fome e de saciedade. A Anvisa divulgou uma nota técnica em fevereiro na qual recomendava evitar o uso dos remédios (além da sibutramina, a anfepramona, o femproporex e o mazindol), já que poderiam provocar efeitos colaterais como problemas cardíacos.
Caso a Anvisa decida pela proibição dos medicamentos, a única opção restante para combate à obesidade será o orlistate, medicação de alto custo que atua diretamente no intestino e reduz em até 30% a absorção de gordura.
G1.com


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