9.12.2011

Não gosto do meu corpo. O que devo fazer?



“Odeio as minhas pernas”, “detesto os meus pés”, “quem me dera ter olhos azuis”, “gostava de ser mais alto”, “gostava de ter mais músculos”, “Queria tanto ser mais bonito ou mais bonita”.

Estas e tantas outras frases, passam pela cabeça de todos nós e especialmente quando somos adolescentes parece que teimam em surgir a toda a hora! A toda a hora e em quase todos os minutos: naqueles em que nos vemos ao espelho e uma borbulha irritante está mesmo à mostra; naqueles minutos em que estamos a vestir aquela roupa que sabemos que vai ser abusadora quando formos a uma festa mas que depois não nos serve como queríamos; nos momentos em que estamos no banho e era melhor que não tivéssemos reparado naquele defeito ou até naquelas alturas em que falamos com alguém e reparamos que essa pessoa está a olhar descaradamente para partes do nosso corpo que não gostamos!

Para dificultar a nossa vida muitas vezes apontam-nos os nossos supostos “defeitos” na cara, dão-nos apelidos horríveis e invade-nos um sentimento de tristeza e revolta, de nos querermos transformar em alguém melhor, alguém que pelo menos passe despercebido ou que seja admirado, alguém quase perfeito…

Mas porque é que parece que queremos todos que, instantaneamente, tipo um programa de computador, mude a realidade do nosso corpo? Porque é que achamos que a melhor solução é fazer uma operação plástica? Talvez porque estamos rodeados de revistas de moda com corpos espectaculares, novelas com pessoas lindíssimas ou porque todos andamos a competir por ser mais bonitos, ter mais sucesso, mais amigos, mais admiradores, nos vamos tornando também mais exigentes com os nossos corpos.

A grande verdade é que nem as top models nem aqueles atores mais giros de Hollywood estão satisfeitos com os seus corpos! “Ok, mas eles estão mais perto da perfeição”. Será que isto é mesmo verdade? Às tantas nem é bem assim. É que o conceito de beleza varia de pessoa para pessoa. Há quem goste de pessoas altas e de pernas grandes, como também há quem goste de pessoas baixinhas ou de pés pequenos. Além disso a História também nos diz que a beleza muda de época para época, basta ver aquelas pinturas de donzelas dos nossos livros de artes ou de história em que pensamos, «wow, que "antiguidades", como é que é possível que estas fossem as mulheres mais lindas daquela altura!!»

O que é certo é que muitas vezes nos sentimos como a bruxa má da Branca de Neve, sempre a perguntar ao espelho mágico as mesmas perguntas. Imaginem só o tempo que ela não perdeu com isso! Bastava que tivesse parado um pouco para pensar que a nossa personalidade constroi-se também a partir dos nossos defeitos, qualidades, potencialidades e diferenças. Sem todas estas coisas nós não seríamos únicos e sem aceita-las todas nunca conseguiríamos perceber mais ou menos quem somos.

Sim, é natural que fiquemos em baixo por termos este ou aquele defeito, mas como já se disse aqui, a beleza e as medidas corporais perfeitas são mesmo muito relativas. O que não é relativo mas muito importante é nós sentirmo-nos bem com aquilo que somos. Se assim for, conseguimos transmitir uma imagem positiva às pessoas que conhecemos e que estão à nossa volta e sobretudo temos uma imagem positiva de nós próprios. Esta confiança é o que importa, porque as outras pessoas vão gostar da nossa confiança e logo aí ganhamos um "molho" e tornamo-nos, na realidade mais atraentes e mais bonitos!

Os nossos amigos não vão  reparar se calçamos o 36 ou o 41, mas sim se somos pessoal com quem se possa estar, ter uma boa  conversa . Os que gostarem mesmo de nós, não vão gostar só porque usamos o “S” ou porque somo inteligentes . Vão querer estar conosco porque somos bacanas, positivos e felizes.

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