Um em cada quatro medicamentos vendidos no Brasil,
entre janeiro e março, foi genérico. O dado, divulgado pela Associação
Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos),
representa um aumento de 23,5% nas vendas desse tipo de remédio em
relação ao primeiro trimestre do ano passado.
Os dados publicados no site da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também apontam a
evolução dos genéricos, na última década - os medicamentos registrados
saltaram de 1.562, em 2001, para 16.675, em 2010. Mas para o presidente
da Pró Genéricos, Odnir Finotti, esse número poderia ser maior. O setor
se queixa da demora de até 15 meses para o registro de novos produtos
na Anvisa. "Houve crescimento de medicamentos genéricos registrados, no
ano passado, em torno de 30%. Poderia ter havido mais produtos
registrados se no último trimestre do ano não tivesse ocorrido uma
demora maior na análise desses registros", afirma Finotti.
De acordo com o executivo, entre 2001
e 2006 a agência manteve equipe exclusiva para cuidar da licença de
novos genéricos. A partir de 2006, esses produtos passaram a entrar na
fila junto com outros medicamentos. "O setor não quer mudança no nível
de exigência para a liberação dos produtos. A ideia é priorizar os
genéricos inéditos, aqueles em que venceu a patente do medicamento de marca, e que não tem outro genérico no mercado. É a maneira de garantir o acesso da população a esses remédios", defende.
A assessoria de imprensa da Anvisa foi procurada pela reportagem às 18h20, mas informou que o expediente se encerra às 18 horas e não havia quem pudesse comentar o caso.
Além do crescimento em unidades vendidas, as
indústrias do setor de genérico também arrecadaram mais, em relação ao
ano passado. As vendas somaram R$ 2,4 bilhões no primeiro trimestre do
ano - uma participação de 23,5% do mercado -, ante R$ 1,772 bilhão entre
janeiro e março de 2011 (18,5%).
De acordo com estimativa da Pró Genéricos, a
diferença de preço entre o remédio de marca e o genérico está em torno
de 52%, com pico de até 85%. "Quem já comprava medicamentos passou a
acreditar que não precisa pagar mais para ter remédios de qualidade. O
genérico também representa a porta de entrada para quem não tinha
condições de comprar medicamentos. Agora, as pessoas cuidam melhor da
saúde", diz Finotti.
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