5.13.2012

Risco para as mulheres: Adesivo anticoncepcional

Métodos contraceptivos

Contraceptivos não orais apresentam maior risco de causarem trombose do que pílulas

Pesquisa feita com mais de 1,5 milhão de mulheres mostrou que, embora pílulas também elevem as chances do problema, adesivo e anel vaginal são mais perigosos

Adesivo anticoncepcional: o método aumenta em 2,5 vezes o risco de trombose em comparação com pílula Adesivo anticoncepcional: o método aumenta em 2,5 vezes o risco de trombose em comparação com pílula (Thikstock)
Uma pesquisa publicada nesta quinta-feira no periódico British Medical Journal (BMJ) concluiu que os contraceptivos não orais, como os anéis vaginais, apresentam maiores riscos de causarem trombose venosa do que a pílula (entenda como cada método contraceptivo funciona). De acordo com o estudo, as participantes que faziam uso de adesivos foram as mais propensas a terem o problema.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Venous thrombosis in users of non-oral hormonal contraception: follow-up study, Denmark 2001-10

Onde foi divulgada: periódico British Medical Journal (BMJ)

Quem fez: Øjvind Lidegaard, Lars Hougaard Nielsen, Charlotte Wessel Skovlund e Ellen Løkkegaard

Instituição: Universidade de Copenhague, na Dinamarca

Dados de amostragem: 1.626.158 mulheres de 15 a 49 anos

Resultado: Em comparação com pílulas com levonorgestrel, o risco de trombose é 2,5 vezes maior com o uso de adesivos e duas vezes maior com o uso de anel vaginal
Nesse estudo, os pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, selecionaram mais de 1,5 milhão de mulheres com idades entre 15 e 49 anos que não haviam apresentado trombose ou câncer até então. Eles acompanharam as participantes durante nove anos. Após esse período, foram registrados 3.434 casos de trombose.
O maior risco de trombose venosa foi encontrado entre as mulheres que faziam uso de adesivos. Quando comparadas àquelas que usavam pílula contendo levonorgestrel, um tipo de hormônio feminino sintético utilizado principalmente nas pílulas mais antigas, essas participantes tiveram 2,5 mais chances de terem trombose venosa. No caso das mulheres que faziam uso do anel vaginal, esse risco dobrou.
Quando os pesquisadores confrontaram os dados das participantes que não faziam uso de nenhum método contraceptivo com os das outras, eles descobriram que o adesivo aumenta o risco de trombose venosa em oito vezes. Essas chances aumentaram em 6,5 vezes entre as mulheres que usavam anel vaginal e triplicou entre as que tomavam pílula contendo levonorgestrel. Porém, os implantes subcutâneos apenas elevaram ligeiramente a chance de trombose, e o dispositivo intra-uterino (DIU), além de não ter demonstrado prejuízos à saúde, mostrou um pequeno efeito protetor em relação à doença.


Saiba mais

TROMBOSE VENOSA PROFUNDA
É a formação de coágulos (trombos) nas veias profundas do corpo, causando uma inflamação que pode ser leve ou grave. Os trombos podem se originar nas veias profundas ou superficiais da perna. Como o sangue das pernas vai ao coração e aos pulmões, pode ocorrer uma obstrução das artérias pulmonares (embolia pulmonar). A trombose venosa profunda pode ocorrer devido a uma lesão no revestimento da veia, um aumento das chances de o sangue coagular ou a uma diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo. Cerca de metade das pessoas com o problema não apresenta sintoma algum.
Pílulas novas — As pílulas levadas em consideração por esse estudo, que são feitas com levonorgestrel, porém, apresentam um risco menor de trombose venosa do que as feitas a partir do hormônio drospirenona — como a Yaz e Yasmin, que entraram mais recentemente no mercado. Uma pesquisa também publicada no BMJ, em abril de 2011, mostrou que mulheres que fazem uso de pílulas com esse hormônio são três vezes mais prováveis de terem trombose venosa do que aquelas que tomam pílulas com levonorgestrel.
De acordo com os pesquisadores, esses resultados mostram que há uma taxa considerável de mulheres que devem trocar os métodos contraceptivos não orais pela pílula com levonorgestrel a fim de diminuir o risco de trombose.
Posicionamento — Em comunicado, a MSD, empresa que fabrica o anel vaginal NuvaRing, disse: "O artigo “Venous thrombosis in users of non-oral hormonal contraception: follow-up study, Denmark 2001-10”, do British Medical Journal, mostra risco 1.9 vez maior de trombose na comparação entre o anel vaginal e a pílula anticoncepcional combinada, o que é considerado risco pouco expressivo e que, de maneira nenhuma, é suficiente para superar os benefícios de evitar uma gravidez não planejada que, por si só, aumenta em 12 vezes a chance de ocorrência de trombose em mulheres sem nenhuma patologia".


Conheça os métodos contraceptivos disponíveis atualmente

Camisinhas

A mitologia grega já mencionava o uso de bexiga de cabra nas relações sexuais. Na Ásia do século X, a camisinha era uma improvisação de papel de seda lubrificado com óleos, usado para evitar doenças. Também há registros desse contraceptivo feito de tripa de carneiro, pele de animal, veludo e panos. Em 1870, o preservativo de borracha apareceu na Europa, mas era reutilizável. A camisinha descartável feita de látex apareceu em 1930. Além de prevenir uma gravidez indesejada, ela protege contra doenças sexualmente transmissíveis.

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